sábado, 31 de dezembro de 2016

DESEJOS PARA O NOVO ANO




Um jornal perguntou aos leitores o que eles desejavam para o novo ano. As respostas mostram o que se passa no coração das pessoas e o que é importante para elas:

– Desejo principalmente que eu tenha saúde e que possa viver sem preocupações e surpresas desagradáveis no novo ano.

– Por ter muito trabalho, eu gostaria que houvesse mais tempo para fazer tudo aquilo que acaba sendo deixado de lado.

– Desejo que, apesar de estar completando 50 anos, eu ainda tenha forças para começar coisas novas. Eu gostaria de iniciar uma empresa própria, para não ser mais empregado. Também desejo muitos dias bonitos para ir à praia e ter bons momentos de lazer.

– As pessoas deveriam ser mais abertas e preocupadas com o próximo. Há muitas situações em que, pelo excesso de atividades, não tomamos tempo para uma conversa ou para ouvir alguém. Desejo mais compreensão e que possa continuar a gozar a vida.

– Para mim importa somente o bem-estar da minha família.

– Espero que não haja guerras e conflitos. Quero também tirar umas férias realmente gostosas.

– Desejo sucesso financeiro, sorte no amor e êxito nos estudos. Eu também gostaria que houvesse mais alegria neste mundo.

– Saúde, paz e harmonia na família são as coisas mais importantes para mim. Estou preocupada com o meio ambiente e gostaria que ele fosse mais preservado. Colaboro na igreja e tento ser uma boa influência. Meu sonho? Uma casinha de campo.

– Desejo que o novo ano seja melhor que o velho, principalmente para os jovens que não encontram emprego, e que acabe a criminalidade.

Nenhuma das pessoas fez referência ao sentido da vida ou a Deus, o Criador. Parece que ninguém se importa realmente com a salvação e com aquilo que a Bíblia ensina. Os desejos são todos terrenos e não levam em consideração a vida futura e a eternidade. As pessoas parecem não perceber como é importante estar reconciliado com Deus. Todos querem viver bem e esperam que o mundo melhore, mas não levam em consideração o maior mandamento: Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt.22:37-39).

Assim compreendemos as palavras do pregador Salomão: “Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol” (Ec.2:11).

No final deste novo ano, muitos reconhecerão que nada melhorou, pelo contrário, que as coisas pioraram. E então as pessoas estabelecem novos propósitos, que normalmente também não são cumpridos. Como estava certo o salmista ao dizer: Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos” (Sl.90:10). Isso só muda se buscarmos a Deus e ao Seu amor.

O Salmo 22 é o “salmo da crucificação”, que nos fala da redenção do mundo através de Jesus Cristo. Ele começa com as conhecidas palavras que nosso Senhor pronunciou na cruz: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Sl. 22:1). Adiante, em virtude da obra consumada por Jesus na cruz do Calvário, lemos no versículo 26: Os sofredores hão de comer e fartar-se; louvarão o Senhor os que o buscam. Viva para sempre o vosso coração”.

A busca do Senhor é o mais importante na vida. Procure-O agora mesmo, e comece o novo ano com novas perspectivas!

Por: Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Aula 01 – AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO


1º Trimestre/2017


Texto Base: Gálatas 5:16-26

"Digo, porém: Andai em Espírito e não cumpríreis a concupiscência da carne" (G1.5:16).

INTRODUÇÃO

Pela misericórdia de Deus, iniciamos mais um ano letivo. No primeiro trimestre, que se inicia, o currículo da CPAD estudará sobre o Tema: “AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO - Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada”. Este é um dos temas mais importantes para o cristão, até porque vivemos tempos em que as pessoas estão muito preocupadas com prosperidade, milagres, etc. Ao longo do trimestre será destacado o embate espiritual que se dá na vida do cristão – no sentido de manifestar as virtudes do Espírito (Fruto do Espirito) – contra a insistência da velha natureza humana em “não morrer”. Qual o crente que não luta diariamente contra a velha natureza? Quem não passa por tentações e provações de ordem estritamente pessoal? Certamente, todo crente enfrenta uma luta interna e espiritual quanto à formação e ao desenvolvimento do caráter cristão. Conquanto perceba que foi plenamente regenerado e salvo pela graça de Deus, o crente em Cristo enfrenta muitas lutas de ordem interior (psicológicas e espirituais). Quando uma pessoa aceita a Cristo como Senhor e Salvador, em seu interior, se inicia um embate entre a carne – a velha natureza - e o Espirito. Como vencer essa luta? Somente com a ajuda do Espirito Santo. Ele em nós nos leva a termos uma vida frutífera para a glória de Deus.

Nesta Aula, daremos um enfoque panorâmico sobre “As Obras da Carne e o Fruto do Espírito”. Nenhum trecho da Bíblia apresenta um mais nítido contraste entre o modo de vida do crente cheio do Espírito e aquele controlado pela natureza humana pecaminosa do que Gálatas 5:16-26. Paulo não somente examina a diferença geral do modo de vida desses dois tipos de crentes, ao enfatizar que o Espírito e a carne estão em conflito entre si, mas também inclui uma lista específica tanto das obras da carne, como do fruto do Espírito. Como poderemos vencer esse embate entre a carne e o Espírito? Primeiramente, deixar-nos dominar pelo Espírito Santo de Deus. É preciso ser cheio do Espírito Santo diariamente (Ef.5:18). Se o crente tiver uma vida controlada pelo Consolador, terá plena condição de resistir à sua natureza pecaminosa.

É notória a pouca ênfase que a maioria dos cristãos dá à transformação do homem interior em virtude da salvação na pessoa de Jesus Cristo e à consequente mudança de atitudes por parte daquele que aceita Cristo. Infelizmente, temos percebidos que, nos últimos dias, este tem sido um aspecto negligenciado no ensino da Palavra de Deus em nossas igrejas locais. Portanto, é bastante oportuno o estudo a respeito do tema em epígrafe a fim de que os cristãos venham a dar o devido valor à transformação que deve ocorrer na vida de cada um que aceita Cristo como seu Senhor e Salvador e, deste modo, procure melhorar os seus caminhos diante de Deus e dos homens.
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I. ANDAR NA CARNE X ANDAR NO ESPÍRITO

Em nossa jornada espiritual, há um tremendo conflito entre a carne (velha natureza) e a nossa nova natureza. Foi o que o apóstolo Paulo disse aos Gálatas: “Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis” (Gl.5:17). Na verdade, existem duas forças antagônicas que nos arrastam para direções opostas. Na justificação fomos libertados da culpa do pecado, na santificação estamos sendo libertados do poder do pecado, mas só na glorificação seremos salvos da presença do pecado. Ainda lidamos contra o pecado que tenazmente nos assedia.

1. O que é a carne?  “Carne” (gr. sarx) é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, a qual continua no cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo mortal (Rm.8:6-8,13; Gl.5:17,21). Ela representa o que somos por nascimento natural. Ela é a sede dos apetites carnais (Mt.26:41). Ela é tremendamente maligna. O apostolo Paulo, escrevendo à Igreja em Roma, assim se expressa afirmando a malignidade da carne: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm.7:18,19). Aqui, “carne”, obviamente, não significa “corpo”; “carne” descreve nossa situação antes de sermos salvos, refere-se a nossa velha natureza. A verdade é que a velha natureza não é aniquilada na conversão. Ela ainda habita em nós.

Embora a “carne” não tenha poder legal de nos dominar, muitas vezes ela revela quão fracos somos. Ela tem desejos ardentes que nos arrastam para longe de Deus, pois os impulsos da carne são inimizade contra Deus. Os desejos da carne levam à morte. A única maneira de se triunfar sobre os apetites da carne é andar no Espirito. Se alimentarmos a “carne”, fazendo provisão para ela, fracassaremos irremediavelmente. Porém, se andarmos no Espirito, jamais satisfaremos os apetites desenfreado da carne.

2. O que é o Espirito? A palavra espírito no grego é pneuma. Este termo significa sopro, vento, respiração e principio da vida. Esse vocábulo também descreve o espírito que habita no homem o qual foi soprado por Deus (Gn.2:7). Também, o “Espírito” representa o que nos tornamos pelo novo nascimento, o nascimento do Espírito. Logo, percebemos que esta palavra tem diferentes significados.

Em Gálatas 5:16, “Espírito” refere-se à Terceira Pessoa da Trindade. Ele está em constante conflito com a carne, e isto continuará até o dia em que Deus nos levará para si. O que o crente deve fazer é deixar ser guiado pelo Espírito. Nenhum cristão autêntico está dependente dos próprios esforços. É o Espirito, e não ele, que resiste às moções do mal que está dentro dele. Ser guiado pelo Espirito também significa ser elevado acima da carne e ser preenchido pelo Senhor. Quando alguém é preenchido dessa maneira, já não pensa na carne.

3. Andar na carne x andar no Espírito. Aos irmãos da Galácia, escreveu Paulo: "Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne" (Gl.5:16). O crente deve andar no Espírito, e não na carne. Andar no Espírito é deixar que Ele assuma o controle. É ter comunhão com o Espirito. É tomar decisões à luz da sua santidade. É estar ocupado com Cristo, pois o ministério do Espírito é ocupar o crente com o Senhor Jesus. Quando andamos no Espírito, a carne, ou a vida do meu eu, é considerada morta. Não podemos nos ocupar com Cristo e o pecado ao mesmo tempo. Socfield esclarece:

“O problema da vida cristã se baseia no fato de que, enquanto o cristão vive neste mundo, ele é, por assim dizer, duas árvores: a velha árvore da carne e a nova da natureza divina implantada pelo novo nascimento; e o problema é este: como conseguir manter a velha árvore infrutífera e ao mesmo tempo fazer que a nova produza fruto. O impasse é resolvido quando andamos no Espírito”.

Gálatas 5:16 e os demais versículos deste capítulo mostram que a “carne” está sempre presente com o cristão; o que refuta a ideia de que a natureza pecaminosa pode ser extirpada. Longe de estar morta, no sentido de inerte, nossa natureza caída está tão viva e ativa que somos seriamente exortados a não obedecer aos seus desejos, e o Espírito Santo nos é concedido para que possamos subjugá-los e controlá-los. A natureza adâmica não é extirpada na conversão, mas recebemos poder para subjugá-la e dominá-la.

Embora pertençamos a Cristo e tenhamos morrido para o pecado, ainda vivemos em um mundo pecaminoso e temos uma natureza pecaminosa que é completamente corrupta. Desde a queda do ser humano, há uma tensão: tentar fazer o bem e não ser capaz de fazê-lo. Foi o que Paulo disse em Romanos 7:25: “Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim”. Podemos parafrasear esse versículo da seguinte maneira: “Se eu (a velha natureza) faço o que eu (a nova natureza) não quero, já não sou eu (a pessoa) quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim”. É bom deixar claro que Paulo não está se desculpando nem se esquivando de sua responsabilidade como cristão salvo. Ele está apenas afirmando que a velha natureza ainda continua habitando nele e, ao pecar, não o faz com o desejo do novo homem. Sem a ajuda do Espírito Santo, a pessoa é dominada pelo poder do pecado e continua a fazer o mal, embora realmente deseje fazer o bem.

Conta-se uma história sobre um velho chefe indígena que se converteu a Cristo. Dois de seus irmãos ‘caras pálidas’ foram visitá-lo e um deles perguntou como estava indo sua vida espiritual. O velho chefe respondeu que era como se ele tivesse dois cachorros vivendo dentro dele - um branco e um preto - e eles brigavam constantemente! Após conversarem um pouco, um daqueles homens perguntou: Afinal, quem ganha a luta? A resposta do chefe foi clássica: aquele que eu alimento mais.

Embora seja uma ilustração simples, ela nos dá um quadro vívido da batalha que ocorre todos os dias dentro de nós. Se alimentarmos nossa nova natureza por meio do estudo da Palavra de Deus e da oração, crescemos "na graça e no conhecimento do Senhor". No entanto, se continuarmos a festejar "com as bolotas que os porcos comem", não devemos esperar muito progresso na vida espiritual.

Essa é uma luta que todos nós passamos quando aceitamos a Cristo, mas não devemos ficar parado esperando qual das duas naturezas vencerá. Permitir que ações e atitudes pecaminosas e mundanas continuem em nossas vidas, sem serem enfrentadas, é convidar problemas maiores. Não há desculpas.

Deus podia eliminar a velha natureza dos crentes no momento da sua conversão, mas não o faz. Por quê? Porque Ele quer nos obrigar a se lembrar constantemente da nossa fraqueza; quer nos manter sempre em estado de dependência de Cristo, nosso Sacerdote e Advogado, e levar-nos a louvar incessantemente Aquele que nos salvou. Em vez de remover a velha natureza, Deus nos deu seu Espírito para habitar em nós. O Espírito de Deus e nossa carne estão constantemente em conflito, e isso continuará até o dia em que Deus nos levar para Si. O que o crente tem de fazer é ceder ao Espírito Santo. O Espírito Santo nos ajuda a viver em santidade e de maneira que o nome do Senhor seja exaltado.  Sem Ele não poderíamos agradar a Deus. Quando o Espírito Santo tem o controle do nosso espírito, Ele faz com que o nosso homem interior tenha forças e condições para opor-se às obras da carne.

II. OBRAS DA CARNE, UM CONVITE AO PECADO

Depois de falar do conflito entre a “carne” e o “            Espírito” na vida do crente, o apóstolo Paulo passa a falar sobre as obras da carne na vida daqueles que não herdarão o Reino de Deus. Diz o apóstolo: “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl.5:19-21). Esta lista, embora extensa, não é exaustiva, pois não esgota todas as obras da carne, uma vez que Paulo conclui dizendo: “... e coisas semelhantes a estas” (Gl.5:21).

1. Classificação. O Rev. Hernandes Dias Lopes, em seu livro “Gálatas, a Carta da liberdade Cristã”, classifica essas obras da carne em quatro grupos. Vejamos:

a) Os pecados sexuais – “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia” (Gl.5:19). John Stott diz que a nossa velha natureza é secreta e invisível, mas as suas obras, as palavras e atos pelos quais ela se manifesta são públicos e evidentes. Estes três primeiros pecados são suficientes para mostrar que todas as ofensas sexuais, sejam elas públicas ou particulares, “naturais” ou “anormais”, entre pessoas casadas ou solteiras, devem ser classificadas como obras da carne.

- Prostituição. Trata-se de um termo amplo que descreve toda sorte de relacionamentos sexuais ilícitos e imorais. Indica pecado em área especifica da vida: a área das relações sexuais, seja adultério, formicação, incesto ou homossexualismo.

- Impureza. Indica profanação geral da personalidade, manchando toda esfera da vida. A palavra grega akatharsia, traduzida por “impureza”, é um termo mais geral, o qual, embora às vezes possa denotar impureza ritual, refere-se aqui à impureza moral. Essa impureza inclui a impureza dos atos, palavras, pensamentos e intensões do coração.

- Lascívia. Indica amor ao pecado tão despreocupado e tão audacioso que a pessoa deixa de se preocupar com o que Deus ou os homens pensam de suas ações. A palavra grega aselgeia, traduzida por “lascívia”, significa literalmente a libertinagem de modo geral, mas sem dúvida é usada aqui para a lascívia nas relações sexuais. Aselgeia refere-se à devassidão, um apetite libertino e desavergonhado. Trata-se daqueles atos indecentes que chocam o público. Um homem entregue à lascívia não conhece freio algum, só pensa no seu prazer e já não se importa com o que pensam as pessoas.

b) Os pecados religiosos. “... idolatria, feitiçarias...” (Gl.5:20a). Estes dois pecados falam de ofensa a Deus, pois são uma perversão do culto a Deus.

- Idolatria. A palavra grega “eidolatria”, traduzida por “idolatria”, refere-se à adoração de deuses feitos pela mão do homem. É o pecado no qual as coisas materiais chegam a ocupar o lugar de Deus. Idolatria é colocar qualquer coisa antes de Deus e das pessoas. Devemos adorar a Deus, amar as pessoas e usar as coisas.

- Feitiçarias. A palavra grega “pharmakeia”, traduzida por feitiçarias, significa uso de remédios ou drogas. O termo significa também o uso de drogas com propósitos mágicos. A linha divisória entre a medicina e a magia não era muito nítida naqueles dias, como continua ocorrendo em muitas culturas tribais hoje em dia.

c) Os pecados sociais  - “... inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas...” (Gl.5:20b,21a). Estes oito pecados envolvem transgressões ligadas aos relacionamentos.

- Inimizades. Trata-se daquele sentimento hostil nutrido por longo tempo, que se enraíza no coração. A ideia é a de um homem que se caracteriza pela hostilidade para com seu semelhante. É o oposto do amor.

- Porfias. Traz a ideia de alguém que luta contra a pessoa com a finalidade de conseguir alguma coisa, como posição, promoção, bens, honra, reconhecimento. É a rivalidade por recompensa.

- Emulações. A palavra grega “zelos”, traduzida por emulações, significa querer e desejar possuir aquilo que o outro tem. Podem ser tanto coisas materiais quando reconhecimento, honra ou posição social. Implica entristecer-se não apenas porque não se tem algo, mas porque outra pessoa o tem.

- Iras. Trata-se de um temperamento violento e explosivo, presente em pessoas que estouram por qualquer motivo e manifestam destempero emocional.

- Discórdias ou pelejas. A palavra grega “eritheiai”, traduzida por “discórdias”, significa conflitos, lutas, contendas. Trata-se de um espirito partidário e tendencioso. Descreve a pessoa que busca um cargo ou posição não para servir ao próximo, mas para auferir proveito próprio.

- Dissensões. A palavra grega “dichostasiai”, traduzida por “dissensões”, significa sedição, rebelião, e também posicionar-se uns contra os outros. Trata-se daquele sentimento que só pensa no que é seu, e não também no que é dos outros.

- Facções. A palavra grega “aireseis”, traduzida por facções, significa heresias, a rejeição das crenças fundamentais em Deus, Cristo, as Escrituras e a Igreja. É muito provável que Paulo tenha usado o termo com referência aos elementos divisores na Igreja que desembocaram em grupos ou seitas. Tais grupos exclusivos (ou panelinhas) fragmentaram a igreja. É mais que natural que esses grupos se considerassem certos e todos os outros errados. Paulo condenou semelhante sectarismo, tachando-o de “obras da carne”.

- Invejas. A palavra grega “fthonoi”, traduzida por invejas, vai além dos ciúmes. É o espírito que deseja não somente as coisas que pertencem aos outros, mas se entristece pelo fato de outras pessoas possuírem essas coisas. Os invejosos não apenas desejam o que pertence aos outros, mas anseiam que os outros sofram por perder essas coisas. Trata-se das pessoas que se alegram com a tristeza dos outros. Não é tanto o desejo de ter as coisas, mas o desejo de que os outros as percam. É entristecer-se por algum bem alheio. A inveja é a maior enfermidade entre os homens.

d) Os pecados pessoais“... bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas...” (Gl.5:21b). Estes dois últimos pecados têm a ver com a intemperança ou o abuso e a falta de domínio próprio na área de comida e bebida.

- Bebedices. A palavra grega “methai”, traduzida por bebedices, refere-se à pessoa que se embriaga na busca de sensualidade ou prazer. No mundo antigo tratava-se de um vício comum. Os gregos bebiam mais vinho do que leite. Até as crianças bebiam vinho. A embriaguez, contudo, transforma homens em feras.

- Glutonarias. A palavra grega “komoi”, traduzida por glutonarias, refere-se a uma busca desenfreada pelo prazer, seja em relação à comida ou a qualquer prazer. A palavra pode ser traduzida também por “orgias”. Segundo Hernandes Dias Lopes, Komos era um grupo de amigos que acompanhavam o vencedor nos jogos depois de sua vitória. Dançavam, riam e cantavam suas canções. Também descreve os grupos de devotos de Baco, o deus do vinho. O termo significa rebeldia não refreada e desgovernada. É diversão que se degenera em licenciosidade.

2. Consequências do servir à Carne. Aqueles que praticam as obras da carne não poderão herdar o reino de Deus. Paulo não deixa dúvida em seu comentário final sobre as obras da carne (Gl.5:21) - "...a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais cousas praticam". Por isso, essa natureza carnal pecaminosa precisa ser resistida e mortificada numa guerra espiritual contínua, que o crente trava através do poder do Espírito Santo. Há uma ligação inegável entre nossa conduta e nossa salvação eterna. A pessoa que não permite ao Espírito mudar totalmente sua vida e remover tal carnalidade não receberá o prêmio de um lar eterno com Deus. Devemos ser transformados de dentro para fora (cf. Rm.12:1-2).

III. FRUTO DO ESPÍRITO, UM CHAMADO PARA SANTIDADE


1. O que é o Fruto do Espírito? Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe, "o Fruto do Espírito são os hábitos e princípios misericordiosos que o Espírito Santo produz em cada cristão". Esses hábitos e princípios são o resultado de uma vida de comunhão com Deus. De acordo com Romanos 6:22, depois de liberto do pecado, o crente precisa desenvolver o Fruto do Espírito. O ensino de Jesus a respeito da videira verdadeira mostra que não pode haver um indivíduo que seja salvo e não produza o fruto do Espírito Santo.

É muito significativo que o apóstolo Paulo diferencie obras da carne e Fruto do Espírito. Obras são realizadas pela força humana. Fruto é produzido quando o ramo permanece na vide (cf. João 15:5). A diferença é a mesma que existe entre uma fábrica e um jardim. Observe que a palavra Fruto, em Gálatas 5:22, está no singular, e não no plural. O Espírito Santo produz uma só qualidade de fruto, quer dizer, semelhança com Cristo. As virtudes alistadas em Gálatas 5:22 descrevem a vida do Filho de Deus.

- Amor é o que Deus é e o que devemos ser. É descrito de maneira maravilhosa em 1Corintios 13 e demonstrado na sua plenitude na cruz do Calvário.

- Alegria no Senhor é contentamento e satisfação com Deus e com sua maneira de lidar com o homem. Cristo a manifestou em João 4:34 – “Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra”.

- Paz pode incluir a Paz de Deus, assim como as relações harmônicas entre cristãos. Para ver a Paz na vida do Redentor, deve-se olhar para Lucas 8:22-25 (Jesus apazigua uma tempestade).

- Longanimidade é a paciência diante das aflições, irritações e perseguições. O exemplo supremo disso se encontra em Lucas 23:34 – “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes”.

- Benignidade é carinho, talvez melhor ilustrado na atitude do Senhor para com as criancinhas – “ Jesus, porém, vendo isso, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir os pequeninos a mim e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus” (Mc.10:14).

- Bondade é doçura mostrada aos outros. Para ver bondade em ação, basta ler Lucas 10:30-35 (A parábola do Bom Samaritano).

- Fidelidade pode significar confiança em Deus e nos amigos; lealdade é ser digno de confiança.

- Mansidão é tomar um lugar humilde, como Jesus fez quando lavou os pês dos discípulos (João 13:1-17).

- Domínio próprio significa literalmente controlar a si mesmo, especialmente com respeito a sexo e dinheiro. Nossa vida deve ser disciplinada. Luxúria, paixões, apetites e o mau gênio devem ser governados. Devemos praticar moderação.

William Macdonald, resumidamente, citando um jornal inglês, define Fruto do Espírito da seguinte forma: “O Fruto do Espírito é uma disposição afetuosa e amorosa; um espírito radiante e um gênio alegre; uma mente tranquila e um comportamento calmo; uma paciência que persevera sob circunstâncias provocantes e com pessoas que irritam; é ter compreensão compassiva; é ser um ajudador com tato; é ter juízo generoso e amor de largo coração, ser fiel e digno de confiança sob todas as circunstâncias; é humildade que faz alguém se esquecer de si mesmo na alegria dos outros; é ser mestre de si mesmo e ter autodomínio em todas as coisas, é o que representa a marca final de perfeição”.

2. Os frutos provam a nossa verdadeira santidade. A Salvação é a condição primeira para que o Espírito Santo possa habitar no “Coração” do homem. Sendo Deus, Ele é Santo; sendo Santo Ele não pode conviver com o pecado. Resolvido o problema do pecado, através do Novo Nascimento, então o homem se torna Santo, e, por conseguinte, o Espírito Santo pode habitar nele – “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? (1Co.3:16). O Espírito Santo não pode habitar num templo que não tenha sido purificado pelo sangue de Jesus.

A salvação é um processo que traz o homem à comunhão com Deus, pois retira o pecado do homem, que era o que fazia separação entre ele e Deus (Is.59:2). Este processo é uma verdadeira transformação, que muda o homem completamente, atingindo o homem como um todo – corpo, alma e espírito. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co.5:17). Assim sendo, a salvação, necessariamente, vem acompanhada de uma mudança de atitudes, de uma mudança de hábitos, de uma mudança de práticas. O homem que alcança a salvação passa a ter um novo conjunto de qualidades, um novo conjunto de atitudes, “não anda mais segundo a carne, mas, segundo o Espírito” (Rm.8:1).

3. A formação do Fruto do Espírito. A formação do Fruto do Espírito cria as condições para que o homem se torne frutífero. O Fruto do Espírito é formado pelo trabalhar do Espírito Santo na vida do homem. Isto acontece na proporção em que o homem dá lugar ao Espírito Santo em sua vida. Sempre lembrando que esse Fruto só pode ser formado na vida, ou no “coração” do homem salvo, ou nascido de novo.

Na medida em que o Fruto do Espírito vai se formando e se desenvolvendo na vida do homem de Deus, este, movido pelas virtudes de Deus que vão sendo transmitidas e aderidas ao seu Caráter, vai se tornando mais e mais apto a dar frutos, muitos frutos - “Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos”. “Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis”. É, pois, pelo que fazemos, e não pelo que falamos, que nos tornamos discípulos de Jesus.

É válida ressaltar que a formação do Fruto do Espírito não acontece num único ato, mas, é um processo formado por muitos atos - “Até que todos cheguemos... a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”(Ef.4:13). É, pois, um longo processo de formação, desenvolvimento e maturação. A formação de qualquer fruto, da semente gerada ao fruto maduro, será sempre um tempo prolongado. Assim, o Fruto do Espírito representa o que o homem é, fala do seu tempo andando com Deus.

CONCLUSÃO

Como vimos, no campo do nosso coração ainda se trava uma guerra sem pausa, o conflito permanente entre a carne e o Espirito (cf.Gl.5:17). Para vencermos este conflito, precisamos tão somente nos encher do Espírito Santo e crucificar a nossa carne com suas paixões e concupiscências (Gl.5.24; Ef.5.18). É bom lembrar que fomos salvos da condenação e do poder do pecado, mas não ainda da presença do pecado.

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Luciano de Paula Lourenço

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Revista Ensinador Cristão – nº 69. CPAD.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Gálatas, a carta da liberdade cristã.

Ev. Caramuru Afonso Francisco. O Fruto do Espírito Santo e o caráter cristão. PortalEBD_2005.

domingo, 25 de dezembro de 2016

LIÇÕES BÍBLICAS DO 1º TRIMESTRE DE 2017


 

Parte inferior do formulárioNo 1º Trimestre letivo de 2017 estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO – Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente”. As lições serão comentadas pelo Pr. Osiel Gomes e estão distribuídas sob os seguintes temas:

Lição 1 - As Obras da Carne e o Fruto do Espírito.

Lição 2 - O Propósito do Fruto do Espírito.

Lição 3 - O Perigo das Obras da Carne.

Lição 4 - Alegria, Fruto do Espírito; Inveja, Hábito da Velha Natureza.

Lição 5 - Paz de Deus: Antídoto contra as Inimizades.

Lição 6 - Paciência: Evitando as Dissensões.

Lição 7 - Benignidade: um Escudo Protetor contra as Porfias.

Lição 8 - A Bondade que Confere Vida.

Lição 9 - Fidelidade, Firmes na Fé.

Lição 10 - Mansidão: Torna o Crente Apto para Evitar Pelejas.

Lição 11 - Vivendo de Forma Moderada.

Lição 12 - Quem Ama Cumpre plenamente a Lei Divina.

Lição 13 - Uma Vida de Frutificação.

 

O Tema supracitado, que estudaremos no 1º Trimestre letivo de 2017, é um dos mais importantes para o cristão, até porque vivemos tempos em que as pessoas estão muito preocupadas com sinais, milagres, prodígios e maravilhas, esquecendo-se, porém, que tudo isto existe para confirmação da Palavra de Deus, como demonstração da salvação das vidas e do poder do Evangelho (Mc.16:20).

É bastante notório que nos últimos dias este tem sido um aspecto negligenciado no ensino da Palavra de Deus em nossas igrejas locais. Consciente desta problemática, pretende-se neste trimestre tratar a respeito deste tema, a fim de que os cristãos venham a dar o devido valor para a transformação que deve ocorrer na vida de cada um que aceita Cristo como seu Senhor e Salvador e, deste modo, procurar melhorar os seus caminhos diante de Deus e dos homens.

Além de ser uma rica oportunidade para que reavaliemos a nossa conduta diária à luz do que a Bíblia diz ser o caráter do salvo, também teremos condições, através destas Lições, de nos tornarmos mais percebidos e vigilantes nos dias de falsos ensinos e ensinadores, que, diz-nos a Palavra do Senhor, aumentariam consideravelmente na iminência da volta de Cristo.

Jesus foi categórico, no sermão do monte, quando afirmou que o único critério seguro pelo qual o crente não se deixará enganar pelos falsos mestres e profetas é o critério do fruto - “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis.” (Mt.7:15,16a).

Aos religiosos que procuravam João Batista para serem batizados, ele os advertia, dizendo-lhes: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento... E também, agora, esta posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada não fogo” (Mt.3:8,10). Por estas palavras de João Batista entendemos que não basta ao homem mudar de religião, mas é necessário uma mudança de vida. Aquela pessoa “mau caráter”, precisa ser transformada numa pessoa de “bom caráter”. Não se trata, pois, de melhorar a qualidade do fruto, mas mudar a sua natureza. Um limão por melhor que seja, será sempre limão, e para ser bom, precisa ser azedo. Assim, a carne será sempre carne e terá que gerar “as obras da carne”. Na carne, o Espírito Santo não pode gerar e desenvolver o Seu Fruto. Foi neste sentido que o Senhor Jesus afirmou que “não pode... a árvore má dar frutos bons”.

Do ponto de vista humano, Nicodemos era um homem de bom caráter, um homem de bem. Contudo, do ponto de vista de Jesus, como homem natural, ele não estava habilitado a produzir bons frutos. Ele continuava sendo um “espinheiro”. Para produzir “uvas”, precisava de uma mudança em sua natureza. Esta mudança só é possível através do Novo Nascimento. Depois disto, então, o homem poderá produzir “frutos bons”.

É preciso mudar a natureza do fruto, e não apenas melhorar a sua qualidade – “... toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus-frutos, nem a árvore má dar frutos bons” (Mt.7:17,18).

O Senhor Jesus afirmou que “o que é nascido da carne é carne...” (João 3:6). Nesta condição, só poderá produzir “... as obras da carne...” (Gl.5:19),  “...e o que é nascido do Espírito é espírito”. Nele terá que ser formado “...o Fruto do Espírito...” (Gl.5:22). Assim, segundo Jesus, é pela qualidade dos frutos produzidos que se conhece a árvore – “Por seus frutos os conhecereis...” (Mt.7:6). Pelos frutos é possível saber se uma pessoa mudou de vida, se é, agora, uma nova criatura, ou se apenas mudou de religião, e continua sendo o “velho homem”, envolto com as obras da carne. “Porque cada árvore se conhece pelo seu fruto...”, segundo afirmou Jesus.

Ao estudarmos sobre este tema, estaremos, também, adquirindo o necessário conhecimento que nos livrará dos enganos e das heresias que vêm tentar perturbar a nossa fé nestes últimos dias da dispensação da graça.

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Ev. Luciano de Paula Lourenço

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

A História por trás do Natal




 
 
 
 
 
Por: Norbert Lieth

Aconteceu no Natal. O dono de uma loja colocou na sua vitrine uma Bíblia aberta com um versículo sublinhado em vermelho. Todos que passavam por ali podiam ler a passagem, um resumo da história do Natal: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho Unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).

Duas mulheres pararam na frente da vitrine, viram a Bíblia e leram o versículo. Uma disse à outra: “Que coisa triste! As pessoas envolvem a Bíblia em tudo! Até na festa do Natal!”.

Se fizermos uma pesquisa isenta, grande parte dos brasileiros não saberá dizer qual o verdadeiro sentido do Natal. Muitos associam esta festa mais a presentes, à família e ao Papai Noel, do que com a Bíblia. Isso é lastimável, pois é justamente a Bíblia que conta a verdadeira história do Natal, inclusive os detalhes dos bastidores com suas cenas tensas, felizes e surpreendentes. A Bíblia nos conta a mais bela história de todos os tempos!

Em tempos idos

Conforme nos relata a Bíblia, na antiga Babilônia vivia um profeta judeu chamado Daniel. O rei babilônico daquela época fez de Daniel o chefe de seus magos e encantadores. Mas Daniel não era mago nem encantador, ele era um homem que dizia a verdade, pois o Espírito de Deus estava nele. Esse Espírito o capacitava a fazer profecias e a fornecer explicações de sonhos e visões de uma forma jamais vista. Daniel anunciou a futura chegada de um Rei-Salvador vindo de Israel e deixou marcas perenes na Babilônia.

Seiscentos anos mais tarde, uma luz sobrenatural, que a Bíblia descreve como sendo uma estrela, brilhou sobre a pequena cidade de Belém, em Israel. Magos e astrônomos, que viviam longe, lá na distante e antiga Babilônia, observaram esse fenômeno celeste. E, certamente se lembraram dos escritos de Daniel, associando a estrela com o nascimento do Rei prometido. Partiram imediatamente, começando uma viagem de mais de mil quilômetros, que acabaria por levá-los ao encontro do divino Rei.

Os magos babilônios, conhecidos como os magos do Oriente, viajaram até Jerusalém, capital de Israel. Perguntavam a todo mundo: “Onde está o recém nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo” (Mt 2.2).

Naquele tempo, o mundo era dominado pelo Império Romano. Em Israel os romanos haviam colocado como rei um certo Herodes, que nem era israelita. Herodes ficou assustado quando ouviu falar dos magos estrangeiros e mandou chamar os principais sacerdotes e escribas judeus. Queria que eles o informassem sobre o local de nascimento desse Rei.

Eles confirmaram que em eras passadas seus profetas haviam predito a vinda de um Rei-Salvador. O profeta Miquéias, 700 anos antes, chegara a profetizar seu local de nascimento: “em Belém da Judéia” (Mt 2.5), informaram eles.

Mais incomum do que esses eventos foi a circunstância do nascimento do Rei prometido: a mãe de Jesus era uma virgem, Seu Pai era Deus, o Espírito Santo; Ele próprio, o Rei dos judeus e Salvador do mundo, nasceu em uma estrebaria. Isso parece fantástico demais?

O profeta judeu Isaías havia predito de forma bem concreta, séculos antes do nascimento do Rei-Salvador: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho” (Mt 1.23). O sentido mais profundo por trás disso é sério e mostra como era importante o nascimento virginal.

Deus criou os primeiros homens, Adão e Eva, livres de pecado. Mas eles desobedeceram a Deus e tornaram-se pecadores. Desde então, todo homem nasce em pecado, portanto, é perdido por natureza. Mas Deus não quer que as pessoas se percam. Ele “deseja que todos os homens sejam salvos” (1Tm 2.4).

Um homem sem pecado, alguém que jamais desobedeceria à Lei, tornou-se necessário para tomar sobre si o castigo de todos e salvar a humanidade. Então Jesus veio a este mundo, não por meio da semente de um homem, mas por meio da semente divina colocada no ventre de Maria, a virgem. O apóstolo Paulo explica: “se, pela ofensa de um só [Adão], morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos” (Rm 5.15).

Deus não mandou simplesmente Seu Filho ao mundo para ser o Salvador. Ele O enviou no momento certo, numa data que Ele mesmo estabeleceu, como disse Paulo: “Vindo, porém, a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4).

Apesar de todos os planos malvados dos governantes de plantão, impérios inteiros contribuíram para a chegada desse momento oportuno e ajudaram a fazer o Natal acontecer.

No antigo Império Egípcio, por exemplo, um pequeno clã de escravos judeus foi crescendo até formar o povo de Israel, um povo que daria ao mundo o Rei-Salvador. Mais tarde, quando esse povo era escravo na Babilônia, Deus reacendeu o esquecido anseio judeu pelo profetizado Rei-Salvador. Quando a Pérsia conquistou a Babilônia, Deus usou os persas para conduzir os judeus de volta à sua pátria, porque lá deveria vir ao mundo o Salvador-Rei. A seguir, o domínio dos gregos trouxe consigo uma nova língua mundial. A Bíblia dos judeus, o Antigo Testamento, foi traduzido para o idioma grego, e mais tarde vieram somar-se as Escrituras do Novo Testamento, igualmente escritas em grego. E então entrou em cena outro império, ainda mais poderoso: o Império Romano, que chegou trazendo paz, construindo um novo sistema de estradas e derrubando as fronteiras entre os países.

Assim, o tempo estava maduro para o primeiro Natal. As circunstâncias estavam postas para a chegada do Prometido. O Salvador poderia chegar! Havia condições para a rápida propagação das Boas-Novas de que o Filho de Deus se tornara Homem para salvar os homens dos seus pecados e de seu merecido castigo.

Na história mundial não existe uma única pessoa cujo currículo já estivesse escrito antecipadamente por meio de profetas judeus. Na história mundial só existe uma única Pessoa enviada por Deus ao mundo por meio de nascimento virginal. E na história mundial também só existe uma única Pessoa cujo nascimento foi preparado por impérios e reinos mundiais. Isso seria mero acaso?

O entrelaçamento dos fatos é preciso e exato demais para não ser real. Tudo o que envolvia o nascimento de Jesus foi verídico, e tinha um único propósito: providenciar nossa salvação eterna. Deus se empenhou por nós! Com o Natal Ele quer nos dizer que não existe ninguém que esteja longe demais para poder vir até Ele.

Certa vez perguntaram a Jesus como se poderia reconhecer a veracidade das Suas declarações. Ele respondeu fazendo um convite: quem desse ouvidos ao que Ele falava iria experimentar pessoalmente a verdade de Suas palavras e reconheceria que elas não vêm de um homem, mas do próprio Deus. Como os magos do Oriente, todo homem e toda mulher pode examinar os fatos por si mesmo, e então chegar até o Salvador para adorá-lo. Quando Jesus nasceu, Deus veio até nós com o dom da graça e do perdão de todos os pecados, dando-nos de presente a vida eterna no céu. Isto é o Natal.

Deus percorreu um longo caminho para nos salvar. Os magos do Oriente fizeram uma longa jornada para encontrar a Jesus. Tenha coragem de começar sua própria caminhada em direção ao Salvador! Desejamos um Feliz Natal!

Norbert Lieth — Chamada.com. br.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

O PERIGO VEM DO NORTE...


A atual presença russa na Síria preocupa Israel. É que tudo leva a crer que os russos não sairão tão cedo do território daquele país desde há muito cruel inimigo de Israel. E, é mais que óbvio que, conseguindo libertar a Síria dos grupos oposicionistas ao regime ditatorial de Assad e dos vários grupos islâmicos envolvidos no terrorismo local, a Rússia cobrará cara a sua colaboração.

O uso de mísseis de longo alcance por parte de Israel neste passado dia 7 para atacar um aeroporto militar dentro de território sírio demonstra uma perigosa mudança de estratégia militar. 

Não que Israel já não tenha atacado instalações militares e comboios de armamento destinados ao Hezbollah, dentro de território sírio. Só que até agora Israel usava a sua temível aviação para bombardear esses alvos. Desta vez, porém, As FDI fizeram uso de mísseis de longo alcance para atingir os seus alvos em território sírio.

Qual a razão desta mudança, muito mais onerosa para as Forças de Defesa de Israel?

Obviamente, a massiva presença russa em território e nos céus da Síria...

Israel nem precisaria de entrar com os seus poderosos aviões em território sírio. Bastava dispararem a partir das águas territoriais do Líbano. Só que os sofisticados radares russos detectariam a presença de aviões israelitas nos céus do Líbano, e é mais que certo que os russos informariam os "amigos" sírios que, por sua vez, tentariam pôr em ação as suas baterias anti-aéreas, tal como já tentaram fazer no passado. 

Ora esta coordenação sírio-russa é deveras preocupante para Israel, tanto mais que em território sírio já se encontram instalados sistemas de defesa russos terra-ar das classes S-400, S-300 e SA-23.

A possibilidade de um confronto aéreo entre aviões russos e israelitas não é de todo impossível. Tal já aconteceu com aviões sírios, e quase acontecia com aviões norte-americanos e franceses, naquele que a Força Aérea Israelita considera ser o espaço aéreo mais lotado do planeta.

Os russos estão presentes na Síria, a Norte de Israel, com aviões de combate, navios de guerra e sofisticadas instalações de radar. Qualquer pequeno erro de comunicação pode originar um problema de consequências imprevisíveis.

Apesar de Netanyahu ter conversado já por diversas vezes e por longos períodos de tempo com o presidente russo Vladimir Putin, não nos podemos esquecer que este último está a dar todo o seu apoio militar e logístico a um dos maiores inimigos de Israel, o presidente Bashar al-Assad, logo na fronteira Norte do estado de Israel, e cuja ambição é reaver os territórios dos Montes Golã reconquistados por Israel na Guerra dos Seis Dias.

Uma coisa é certa: a situação geo-política no Médio Oriente está numa mudança radical, com a Rússia cada vez mais presente na região, e os EUA de Trump cada vez menos intervenientes, segundo se crê. 

PROFETIZADO HÁ 2.500 ANOS

Sem querermos especular mais do que aquilo que os atuais fatos revelam, a verdade é que o profeta Ezequiel falou acerca de uma confederação de nações lideradas por Gogue e que atacarão Israel nos "últimos dias." Algumas dessas nações estão claramente identificadas, como é o caso do Irã, a Líbia, a Turquia e outros mais. A questão da identidade de Gogue é uma incógnita, mas a maioria dos comentadores judeus e evangélicos apontam para a Rússia como a mentora desta coligação final.

O texto profético indica por várias vezes que as forças militares comandadas por Gogue virão "do extremo Norte". 

O profeta Jeremias alertou que "do Norte" se descobriria o mal "sobre todos os habitantes da terra." Verifique num mapa a posição de Jerusalém e de Moscou, a capital da Rússia, e verificará para seu espanto que as duas cidades se encontram numa quase perfeita linha reta...

Só o Senhor Deus conhece as formas e os tempos, mas os sinais indicadores são demasiado coincidentes para serem negligenciados, muitos menos pelos que governam a nação de Israel...

 

Fonte: Shalom, Israel!