Subsídio à Lição 01 - 3º Trimestre/2023
Texto
Base: Apocalipse 17:1-6
“E, na sua testa, estava escrito o nome: Mistério,
a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da Terra” (Ap.17:5).
Apocalipse 17:
1. E veio um dos sete anjos que tinham
as sete taças e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da
grande prostituta que está assentada sobre muitas águas,
2. com a qual se prostituíram os reis
da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua
prostituição.
3. E levou-me em espírito a um deserto,
e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor escarlate, que estava cheia de
nomes de blasfêmia e tinha sete cabeças e dez chifres.
4. E a mulher estava vestida de púrpura
e de escarlata, adornada com ouro, e pedras preciosas, e pérolas, e tinha na
mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição.
5. E, na sua testa, estava escrito o
nome: Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da
Terra.
6. E vi que a mulher estava embriagada
do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu,
maravilhei-me com grande admiração.
INTRODUÇÃO
O Cristianismo bíblico, no cenário
atual, está passando por uma forte oposição por parte de instituições
governamentais, econômicas, políticas e culturais, instituições essas dominadas
por forças malignas.
Em todos os países não se pode mais pregar
livremente o Evangelho de Cristo. Falar contra o aborto, a homossexualidade, a
indissolubilidade da família, o casamento de pessoas do mesmo sexo, pregar
contra o satanismo, expulsar demônios etc., o pregador sofreará fortes
represálias e será julgado e preso por defender os princípios doutrinários
exarados nas Escrituras Sagradas. Em vários países como, por exemplo, o Canadá
as Bíblias estão sendo queimadas ou rasgadas publicamente.
Recentemente, em Fortaleza, um pastor
estava pregando sobre a Salvação em um culto na Igreja onde ele é o
pastor-líder, e num determinado momento ele disse que Jesus tem o poder de
salvar qualquer pecador, por maior que seja o pecado que ele cometera; ele disse
que Jesus tem o poder de salvar a prostituta, o gay etc. Pelo fato de ter
mencionado a palavra “gay”, no dia seguinte ele foi intimado pelo Ministério
Público para dar explicações sobre a sua mensagem, pois tinha desagrada a
comunidade LGBTQI.
Certamente, a oposição de Satanás nunca
foi tão forte e inibidora como nestes últimos dias da Igreja na Terra. Sem
dúvida, isto é um grande aviso a todos os verdadeiros cristãos que Cristo estar
prestes a voltar para Arrebatar a Sua Igreja e estabelecer o seu reino
milenial. A Igreja precisa estar alerta acerca dos aspectos gerais do “espírito
da Babilônia” presente no cenário global em que vivemos, e, com sabedoria e prudência,
resisti-lo, utilizando-se das armaduras que o Espírito Santo dispõe a todos nós
(Ef.6:11), “para que possamos resistir no dia mau e, depois de termos vencido
tudo, permanecermos inabaláveis” (Ef.6:13).
I. BABILÔNIA E SEUS SIGNIFICADOS
Segundo comentário na Bíblia de Estudo
Pentecostal, a Babilônia mencionada em Apocalipse 17:5 é símbolo para todo o
sistema mundial que tem sido dominado por Satanás ao longo da história,
aplicando seus planos perversos aos aspectos político, religioso, econômico e
comercial. A João foi revelada que essa Babilônia será completamente destruída
durante os últimos três anos e meio do período da Grande Tribulação pelos
juízos de Deus sobre a terra. Segundo entendimento do comentarista Stanley M. Horton,
embora a Babilônia venha identificada das mais diversas formas (conforme
veremos nesta lição), ela representa, na verdade, o presente sistema mundial -
o mundo que a Bíblia diz estar no maligno (1João 5:19).
1. A Grande Prostituta (Ap.17:1,2)
1. E veio um dos sete anjos que tinham
as sete taças e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da
grande prostituta que está assentada sobre muitas águas,
2. com a qual se prostituíram os reis
da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua
prostituição.
Um dos anjos que tinham as sete taças
veio até o apóstolo Joao e mostrou a ele contra o que elas estavam dirigidas. O
anjo mostrou a João a condenação que virá sobre a “grande prostituta”, a qual trata-se
da Babilônia religiosa, e abrange todas as religiões falsas, inclusive o
cristianismo apóstata (Ap.17:5). Na Bíblia, os termos prostituição e adultério,
quando empregados figuradamente, normalmente denotam apostasia religiosa e infidelidade
a Deus (cf. Is.1:21; Jr.3:9; Ez.16:14-18; Tg.4:4), e significam um povo que
professa servir a Deus enquanto, na realidade, adora e serve a outros deuses.
Para os primeiros cristãos, esta
“grande prostituta” representava o antigo império romano com os seus inúmeros
deuses e sua imoralidade que era bastante notória. A Roma antiga era a capital
do vasto e poderoso império romano, um império que se estendia desde a
Inglaterra até a Arábia. Na época de João, Roma era a maior cidade do mundo,
com uma população de aproximadamente um milhão de pessoas, segundo os
historiadores. Mas, com todo o seu poder, ela era extremamente imoral. Os
cristãos entravam em conflito com a sociedade ímpia e os perniciosos valores
romanos e, portanto, eram impiedosamente perseguidos. Com o histórico do paganismo
e da perseguição romana, não é de admirar que Roma fosse vista como uma
representação clara do mal. Ela tornou-se um símbolo do paganismo e da oposição
à Igreja do Senhor Jesus na Terra.
Mas a “prostituta” mencionada representa
muito mais do que simplesmente o império romano; ela simboliza qualquer sistema
econômico, político, cultural ou militar que seja hostil a Deus, e é um sistema
mundial futuro que irá abranger todas as nações e que será imoral e
completamente contrário a Deus. Nessa ocasião, irá ocorrer a grande apostasia –
muitos se afastarão de Deus e seguirão as bestas - o Anticristo e o Falso
Profeta.
A “prostituta” mencionada, que “está
assentada sobre muitas águas”, é descrita em 17:15 como “povos, multidões, nações
e línguas”. A “grande prostitua”, portanto, representa todas as forças do final
que se unirão em oposição a Deus. O “espírito da Babilônia” já opera fortemente
no mundo e domina completamente o sistema econômico, político, religioso e
cultural.
A “grande prostituta”, em lugar de ser
descrita como qualquer cidade em particular, de qualquer período, existe onde
há engano satânico e resistência a Deus. Isto era verdade em muitos reinos
antigos como Babilônia, Egito, Tiro, Nínive e Roma. Ela representa o poder de
sedução de qualquer sistema governamental, político, religioso, econômico e
cultural, que usa meios pervertidos para conseguir o seu próprio intento
contrário ao padrão moral de Deus. Não importa qual postura, lícita ou ilícita,
ética ou amoral, a ser utilizada para conseguir a sua própria prosperidade e as
suas próprias vantagens iniquas. Enfim, “a Babilônia” é identificada como uma
das facetas da imoralidade e dos falsos sistemas mencionados anteriormente (Ap.14:8;
17:5).
2. A Mulher e a besta Escarlata
(Ap.17:3,4)
3. E levou-me em espírito a um deserto,
e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor escarlate, que estava cheia de
nomes de blasfêmia e tinha sete cabeças e dez chifres.
4. E a mulher estava vestida de púrpura
e de escarlata, adornada com ouro, e pedras preciosas, e pérolas, e tinha na
mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição.
João foi levado “em espírito a um
deserto” (17:3) onde ele iria ver a “grande prostituta” (Ap.17:1), “uma mulher
assentada sobre uma besta de cor escarlate”. Muito provavelmente, essa “besta
de cor escarlate” é Satanás, pois ele é descrito em Ap.12:3 como um “grande
dragão vermelho”. Mas esta besta também é identificada com a “besta que saiu do
mar” (Ap.13:1). Todas elas têm a mesma origem – e todas são descritas como tendo
“sete cabeças e dez chifres” (como se observa em Ap.12:3 e 13:1). Estas cabeças
e estes chifres também são descritos por João em Ap.17:9-18, e eles simbolizam
os poderes do mundo e a sua força política (Ap.17.3c,10,12). A “mulher”
representa o sistema maligno do mundo; a “besta”, que é o Anticristo controlado
por Satanás, representa o poder que sustenta este sistema mundial; ela é o
inimigo supremo da Igreja e do povo de Deus.
A “besta do mar” também é descrita como tendo em cada cabeça nomes que
blasfemavam contra Deus. Os “nomes de blasfêmia” são provavelmente os nomes que
a besta assume ao chamar a si mesma de Deus.
A “mulher” estava segurando “um cálice
de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição” (Ap.17:4). De
certa forma, este era o seu ser interior – ela era extremamente imoral. Ela era
uma prostituta – belamente vestida, mas obscena e impura. A sua aparência não
podia esconder o que havia no seu cálice. O pastor Douglas Babtista afirma que
“o cálice em sua mão diz respeito às abominações e as imundícias da sua
prostituição (Ap.17:4c), o que representa toda a forma obscena e impura de
contaminação do padrão moral e espiritual da sociedade.
A “besta” na qual a mulher está montada
é que saiu do mar (Ap.13:1), que será o Anticristo que, pelo poder de Satanás,
faz oposição aos seguidores de Jesus Cristo (2Ts.2.4,9,10). Ele profere
blasfêmias em consciente repulsa ao senhorio de Cristo (Ap.13.6; 17.3b).
3. Mistério: a Grande Babilônia
(Ap.17:5)
“E, na sua testa, estava escrito o
nome: Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da
Terra”.
Na sequência da revelação, o nome da
prostituta é desvendado: “Mistério, a
Grande Babilônia” (Ap.17:5a). O termo “mistério” indica que o nome
“babilônia” não é meramente geográfico, mas simbólico, e mostra que a
verdadeira origem e natureza do mal está sendo revelada.
Segundo o pastor Douglas, a Babilônia é
a mentora de toda a rebelião contra Deus e a consequente depravação da
sociedade. Ela sempre trabalhou, e se intensificará cada vez mais na Grande
Tribulação, para desconstruir a fé bíblica e impor sua religião apóstata com
uma cultura de oposição à fé cristã e a todos os seguidores de Cristo. Não se
trata apenas de uma cultura sem Deus, mas de uma cultura contra Deus.
O título “a Grande Babilônia” descreve
todo um sistema mundial que será a culminação de todo o mal, afastando as
pessoas de Deus.
A “mulher” referida em 17:4 é um
retrato da cidade antiga da Babilônia, que tinha levado o povo de Deus ao
cativeiro; ela também é um retrato da Roma antiga, com o seu luxo e a sua decadência.
Mas ela é muito mais do que simplesmente uma cidade ou um império em particular
na história; ela é, na verdade, a “mãe” de tudo isto, ela é a origem de todo o
mal, a origem de toda rebelião contra Deus ao longo da história, da qual muitas
nações participaram; ela é “a mãe das prostituições e abominações da terra”.
Apesar de todos os seus adornos, a
Babilônia nada mais é do que uma “prostituta” que tem sempre se rebelado contra
Deus, com a manifestação de sua imoralidade, perversidade, injustiça e inversão
dos valores absolutos de Deus exarados nas Escrituras Sagradas. Segundo William
Hendriksen, a Babilônia simboliza a concentração do luxo, do vício, e do
encanto deste mundo; é o mundo visto como a personificação da “concupiscência
da carne, a concupiscência dos olhos e da soberba da vida” (1João 2:16).
II. O ESPÍRITO DA BABILÔNIA
O “espírito da Babilônia” tem revelado
e estimulado uma cultura que é completamente contra Deus, mas também tem atuado
de forma abrangente nos sistemas político, cultural e econômico.
1. No sistema religioso
A “grande prostituta”, a Babilônia, é
conhecida pela sua sedução (Ap.17:2,4,5), principalmente no campo espiritual.
Neste aspecto, o “espírito da Babilônia” tem seduzido e inebriado inúmeras
pessoas pela “prostituição espiritual. As pessoas seduzidas são contaminadas
pelo orgulho e pelo ego, tornando-as amantes de si mesmas, amantes do dinheiro
e dos deleites da vida (2Tm.3:2-4).
A Bíblia usa repetidas vezes expressões
que indicam uma prostituição espiritual ao referir-se à corrupção do amor ao
Senhor. Esaú é um exemplo negativo disto nas Escrituras; ele tinha direito à
herança de Abraão e Isaque por nascimento, mas desprezou-a e ficou conhecido
como alguém que se prostituiu - “E ninguém seja fornicador ou profano, como
Esaú, que, por um manjar, vendeu o seu direito de primogenitura. Porque bem
sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque
não achou lugar de arrependimento, ainda que, com lágrimas, o buscou” (Hb.12:16,17
– ARC).
A Palavra de Deus emprega este mesmo
exemplo de prostituição com relação a Israel, que deixou de amar e seguir ao
Senhor: “A mim me veio a palavra do Senhor, dizendo: Vai e clama aos ouvidos de
Jerusalém: Assim diz o Senhor: Lembro-me de ti, da tua afeição quando eras
jovem, e do teu amor quando noiva, e de como me seguias no deserto, numa terra
em que se não semeia” (Jr.2:1,2).
Deus compara o Seu povo a uma noiva e
enfatiza que Ele se lembrava do amor do seu povo, antes que se corrompesse. E
Ele continua empregando exemplos de prostituição na mensagem dada ao profeta: “A
tua malícia te castigará, e as tuas infidelidades te repreenderão; sabe, pois,
e vê que mau e quão amargo é deixares o Senhor, teu Deus, e não teres temor de
mim, diz o Senhor, o Senhor dos Exércitos. Ainda que há muito quebrava eu o teu
jugo e rompia as tuas ataduras, dizias tu: Não quero servir-te. Pois, em todo
outeiro alto e debaixo de toda árvore frondosa, te deitavas e te prostituías”
(Jr.2:19,20). Novamente vemos os termos “infidelidade” e “prostituição” sendo
usados. Quando permitimos que o nosso amor se corrompa e nos afastamos do
Senhor, estamos praticando “adultério espiritual”.
A “grande prostituta”, dominada por
Satanás, tem dado de beber do vinho da sua devassidão a todos os habitantes da
terra, e o seu campo prioritário de sedução é o religioso. Ela tem atraído
multidões ao longo de sua história. Ela não impõe limites. As heresias, o
liberalismo, o ecumenismo doutrinário, o relativismo moral, o humanismo, a
liberdade sem responsabilidade e o sincretismo são expressões dessa “grande
prostituta” que seduz as pessoas a viverem na impiedade e na devassidão. Mas, nas
palavras do pr. Douglas Baptista, “o argumento de ‘liberdade’ estimula a
devassidão por meio do afrouxamento da moral (2Pd.2.19); o ecumenismo
doutrinário provoca a erosão da fé bíblica (Gl.1.6,8); o relativismo rejeita a
doutrina dos apóstolos e a autoridade bíblica (2Tm.4.3); o humanismo
reinterpreta e ressignifica os mandamentos divinos (2Pd.3.16); o sincretismo
mistura o sagrado e o profano (2Co.6.16,17). Assim, tudo passa a ser permitido
e a verdade é desconstruída (2Tm.3.7). Quando a Igreja verdadeira se impõe
contra esses comportamentos é brutalmente perseguida (Mt.24.9)”.
2. No sistema político e cultural
Outros campos de atuação do “espírito
da Babilônia”, é o sistema político e o sistema cultural. Todos os sistemas
políticos e governamentais têm sido inteiramente fomentados e dominados pela
“grande prostituta”. Não é à toa que João diz que o “Mundo inteiro jaz no
maligno” (1João 5:19).
Certa feita, Jesus explicando a
parábola do joio do campo disse: “O que semeia a boa semente é o Filho do
Homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os
filhos do maligno; o inimigo que o semeou é o diabo” (Mt.13:37-39). A
influência maligna nestes sistemas governamentais do mundo tem trazido forte
oposição aos absolutos de Deus exarados nas Escrituras Sagradas.
No sistema cultural, o “espírito da
Babilônia” tem também exercido forte influência e levado inúmeras pessoas a se
desviarem dos valores morais de Deus exarados nas Escrituras Sagradas. Os
valores morais absolutos estão ficando cada vez mais enfraquecidas e
relativizados. Cada vez mais, pautas progressistas de inversão de valores são
impostas em afronta à cultura judaico-cristã, tais como: apologia ao aborto,
ideologia de gênero, legalização das drogas, casamentos de pessoa do mesmo sexo
e da prostituição. Mas Deus exorta de forma contundente: “Ai dos que ao mal
chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade;
põem o amargo por doce e o doce, por amargo!” (Is.5:20).
Nestes tempos de inversão de valores, quem
discordar do relativismo moral e defender os valores morais descritos na Bíblia
Sagrada é logo reprimido e estigmatizado como “fundamentalista”, e levado ao
“paredão” de julgamento. Os vigilantes da cultura diabólica do erro que impera
no mundo de hoje estão prontos para impor censura contra quem defende os
valores judaico-cristãos exarados na Bíblia Sagrada.
Apesar dessa cultura decadente que
impera no mundo de hoje, é válido dizer que os valores morais absolutos emanados
de Deus são imutáveis e universais. Estes Valores morais estão consubstanciados
na Lei Moral de Deus; e a Lei Moral não foi estabelecida no Sinai, ela já
existia muito antes que Israel existisse, também muito antes que o primeiro
livro da Bíblia Sagrada fosse escrito. Ela foi incluída na Lei de Moisés e
continua em vigor em todo o mundo. Ela reflete o caráter de Deus e revela sua
vontade – assim, o que no princípio era imoral, era pecado, continua sendo
imoral e pecado. O caráter de Deus é imutável, conforme ele mesmo declarou:
“Porque eu, o Senhor, não mudo...”(Ml.1:17), e mais: “Jesus Cristo é o mesmo
ontem, e hoje e eternamente”(Hb.13:8). Portanto, Deus sendo eterno, sua
natureza moral, bem como sua vontade, não pode mudar.
Nas
últimas décadas, várias mudanças foram inseridas nas sociedades de todo o
mundo, devido ao avanço tecnológico de meios de comunicação de última geração:
internet, satélites, computadores, telefones celulares, smartphone, dentre
outros, bem como a proliferação das mídias e redes sociais em suas diversas
facetas. Assistimos às transformações na forma de agir e pensar, no estilo de
vida, nos desejos, na conduta e nas atitudes sociais, religiosas, políticas e
econômicas. É a realidade do universo on-line, onde tudo se movimenta com muita
facilidade e rapidez para as diversas direções.
O
“espírito” da grande prostituta, tem agido através da
grande mídia, das artes, da literatura, das escolas e universidades para promover
o doutrinamento contrário à fé cristã.
A sociedade de hoje, submissa e coagida
pelo “politicamente correto”, tem assimilado e defendido a cultura pervertida e
danosa que impera no mundo de hoje. Em nome do politicamente correto, inúmeras
pessoas, religiosas ou não, evitam expressões políticas ou ações que, na
linguagem dos defensores da cultura pervertida, venham ofender, excluir e/ou marginalizar
grupos de pessoas que são vistos como desfavorecidos ou discriminados,
especialmente grupos definidos por gênero, comportamento homossexual ou cor.
Neste orbe do politicamente correto, inúmeros cristãos são perseguidos e
julgados impiedosamente (Lc.21:16,17); é uma demonstração clara de que o mundo
jaz no maligno (João 15:19).
3. No sistema econômico
Outro campo forte de atuação do “espírito
da Babilônia” é o sistema econômico. A João foi revelado o enriquecimento dos
mercadores por meio da exploração, da luxúria e da licenciosidade do “espírito
da Babilônia” (Ap.18:3). Mas o próprio João viu a sua total destruição, e o
motivo de sua queda é a corrupção total que praticou com as nações e seus
mercadores. Ela embriagou todas as nações com sua luxúria desenfreada.
João afirma que “os reis da terra se
prostituíram com ela”, o que significa que eles cometeram pecados vergonhosos –
desistindo do que é mais importante em troca do que é mais gratificante. Este
adultério provavelmente se refere às alianças pecaminosas e ao abandono total
da moralidade absoluta de Deus. Além disso, “os mercadores da terra se
enriqueceram com a abundância de suas delícias” (Ap.18:3); eles foram seduzidos
pelas grandes riquezas que podiam ser obtidas no seu relacionamento com ela,
isto é, com a Babilônia.
O texto de Isaias 47:8 descreve a
grande luxúria da Babilônia e o julgamento de Deus sobre ela. A sua luxúria
levou ao orgulho e à autossuficiência. Parte deste adultério estava em receber
a marca da besta, porque esses mercadores não podiam comprar ou vender nada sem
ela (Ap.13:17).
Sem dúvida, atualmente, o “espírito da
Babilônia” tem atuado fortemente nesta sociedade de cultura degradante e separada
de Deus. Hoje, vemos o comércio e o governo subornarem os cidadãos por avareza,
dinheiro e poder (Mq.2.1-3; Ap.18.12,13). As pessoas são motivadas a levar
vantagem financeira, de forma ilícita e imoral em prejuízo do próximo (ler Pv.16.29;
Mq.3.11). Vemos a sociedade sendo extorquida em troca da satisfação dos
prazeres pecaminosos e consumismo desenfreado (ler Is.55.2; Lc.12.15). Nesse
sentido, como bem afirma o Pr. Douglas Batista, o materialismo, os deleites e a
autossuficiência têm conduzido o ser humano a confiar no dinheiro (1Tm.6.9,10,
17) e os que controlam a economia têm impostos embargos, tributos e multas em
desfavor do cidadão impotente (ler Tg.2.6,7; Ap.13.16,17). Sem dúvida, é o
“espírito da Babilônia” que impera neste mundo decaído.
III. A POSIÇÃO DA IGREJA DIANTE DO ESPÍRITO DA
BABILÔNIA
1. Não negociar a ortodoxia
bíblica
Ortodoxia bíblica é o conjunto de
doutrinas provindas da Bíblia Sagrada, e tidas como verdadeiras de conformidade
com os credos, concílios e convenções da Igreja. Está escrito: “Toda Escritura
é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para
corrigir, para instruir em justiça”(2Tm.3:16). Ela foi escrita com certas
características que a levaram a ser considerada o “Livro de Deus”:
-Ela é pura -"Toda palavra de Deus
é pura; ele é escudo para os que nele confiam" (Pv.30:5).
-Ela é a verdade – “As tuas palavras
são em tudo verdade desde o princípio, e cada um dos teus justos juízos dura
para sempre”(Sl.119:160).
-Ela é eterna - "Para sempre, ó
Senhor, está firmada a tua palavra no céu" (Sl.119:89).
-Ela é imutável - "A palavra do
Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada"(1Pd.1:25).
-Ela é profética - "porque nunca
jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos
falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pd.1:21);
-Ela é perfeita e fiel - "A lei do
Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá
sabedoria aos simples” (Sl.19:07).
-Ela é Lâmpada – “Lâmpada para os meus
pés é a Tua Palavra e Luz para o meu caminho” (Sl.119:105).
A Igreja de Cristo tem a Bíblia Sagrada
como a suprema e inquestionável árbitra em matéria de fé e prática. Muitos,
motivados pelo “espírito da Babilônia”, têm tentado, ao longo dos séculos,
levantar-se contra o divino Livro, mas todos têm fracassado em seu intento de
calá-la ou desacreditá-la, precisamente porque não se trata de uma obra feita
pela mente, vontade ou imaginação humana, mas tem sua origem, sua concepção e o
zelo pelo seu cumprimento diretamente em Deus.
Portanto, o crente verdadeiro não pode desinteressar-se
da ortodoxia bíblica, e precisa estar habilitado para enfrentar o “espírito da
Babilônia” e suas ideologias contrárias aos valores absolutos da fé cristã,
exarados nas Escrituras agradas. Disse o apóstolo Pedro:
“...não se preocupem e não tenham medo
de ameaças. Em vez disso, consagrem a Cristo como o Senhor de sua vida. E, se
alguém lhes perguntar a respeito de sua esperança, estejam sempre preparados
para explicá-la. Façam-no, porém, de modo amável e respeitoso. Mantenham sempre
a consciência limpa. Então, se as pessoas falarem mal de vocês, ficarão
envergonhadas ao ver como vocês vivem corretamente em Cristo” (1Pd.3:14-16 -
NVT).
2. Formar o caráter de Cristo
Outro fator que não pode ser negociado é a
formação do caráter de Cristo no crente. A natureza do caráter do cristão é a
mesma de Cristo - aquela que o Apóstolo Paulo denomina de “Fruto do Espírito”,
exarado em Gl.5:22. O homem salvo por Jesus é uma nova criatura e, por isso,
seu caráter é completamente transformado pelo Espírito Santo, restaurando a
imagem e semelhança de Deus que foram deformados com o pecado.
O caráter do cristão é quem ele é, de
fato, não apenas quando está diante do seu líder espiritual, ou mesmo com um
grupo de amigos, no trabalho ou na escola, mas quando está sozinho, e ninguém
está observando-o; é a expressão mais exata da sua pessoa, sem máscaras, sem
fingimentos ou aparências: é o seu verdadeiro ser interior.
Muitos cristãos querem que as pessoas
pensem coisas boas a seu respeito e demonstram ser santos, por fora, mas a alma
está cheia de engano, mentira e pecado. Foi o que Jesus afirmou sobre os
líderes religiosos de sua época: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!
Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem
formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda
imundícia” (Mt.23.37).
Como afirmou certa feita um pregador: “Preocupe-se
mais com seu caráter do que com sua reputação. Caráter é aquilo que você é,
reputação é apenas o que os outros pensam que você é“ (John Wooden).
Um caráter moldado pela Bíblia é a
maior necessidade de um cristão nestes dias perturbados pelo “espírito da
Babilônia”. As pessoas podem até achar que você não tem grandes habilidades
administrativas, técnicas, ou pedagógicas, mas elas precisam ver que você é um
homem ou uma mulher temente a Deus. Jesus ensinou que é pelo fruto que se
conhece uma árvore (Mt.12:33).
O homem sem Deus, influenciado pelo
“espírito da Babilônia”, é dotado de uma natureza pecaminosa; outra coisa não
faz senão desobedecer ao Senhor e satisfazer os desejos da carne, praticando
atitudes e ações que revelam um sentimento de autossuficiência e de egoísmo
(são “amantes de si mesmos”, cfr. 2Tm.3:2); que levam a um caráter altamente
reprovável, despido de autodirecionamento (não segue a sua vontade, mas o curso
deste mundo – Rm.7:15; Ef.2:2); de auto cooperatividade (não leva em conta o
próximo, mas única e exclusivamente a si próprio, aos seus deleites – Lc.8:14, 1Tm.5:16;
Tg.4:1); e de auto-transcendência (são cegos e não reconhecem a Deus como o
Senhor de todas as coisas – Mt.15:14; João 9:41; Rm.2:17-29).
Concordo com as palavras do pr. Douglas
Batista: “a igreja que prima pelo estudo e aplicação da Palavra de Deus produz
crentes espiritualmente maduros, capazes de resistir o “espírito da Babilônia”
presente no cenário global (Rm.8:35,38,39)”.
3. Aguardar a volta de Cristo
A volta de Cristo é a mais sublime
esperança da Igreja. Viver com Cristo no Céu, eternamente, supera toda e
qualquer perseguição, tribulação, tentação, provação, que venhamos a sofrer
aqui; supera toda e qualquer riqueza material que a pessoa possa ter aqui.
Pensar na volta de Cristo nos traz alegria e uma paz plena e profunda na alma,
mesmo que estejamos passando por adversidades extremas.
Se Satanás oferecer todas as riquezas
da terra em troca da desistência de nossa fé e fidelidade a Cristo, o crente
deve rejeitar de imediato, pois não há comparabilidade, haja vista que tudo
aqui é passageiro, efêmero como a neblina que aparece por instante e logo se
dissipa” (Tg.4:14). A esperança de viver com Cristo no Céu é incomparável; logo,
jamais poderá ser negociado.
Observamos claramente os acontecimentos
tenebrosos que pregam com muita evidência que Cristo muito em breve virá. A apostasia
crescente, a inversão de valores, as perseguições físicas e camufladas em
países que há pouco tempo se consideravam cristãos, as guerras e rumores de
guerras, fomes, viroses mortais, pestes, terremotos etc.; tudo isto, dantes
vaticinados por Cristo e pelos apóstolos Mt.24:5-12,24; 1Tm.4:1; 2Tm.4:3),
desperta-nos para a iminente volta de Jesus. Por isso, não podemos viver
despercebidos diante de todos estes acontecimentos que estão ocorrendo no
mundo; precisamos, como nunca, estar com a consciência e a percepção aguçada, distante
das paixões mundanas e vivendo uma vida de santidade, de inteireza de coração,
e em constante oração e vigilância, mantendo-nos fieis na ortodoxia bíblica, aperfeiçoando
cada vez mais o caráter de Cristo e cultivando a esperança pela vinda do Senhor.
Vem, Senhor! A tua Igreja, desejosa, te espera!
CONCLUSÃO
A humanidade hodierna é influenciada
fortemente pelo “espírito da Babilônia”, que tem dominado todos os sistemas –
religioso, político, cultural e econômico – preparando o cenário para a
implementação da doutrina do anticristo, que promoverá a idolatria e a
sensualidade. As práticas idolátricas do paganismo serão restabelecidas. Nesta
recuperação de práticas pagãs, certamente, ressurgirá a prostituição cultual e
todas as práticas sexuais que acompanhavam os rituais dos antigos deuses da
fertilidade, o que será considerado natural, já que, naqueles dias, a doutrina
do anticristo defenderá a libertinagem sexual e a promiscuidade, vez que a
moral das Escrituras Sagradas será considerada ultrapassada e negadora da
própria humanidade. Porventura, já não estamos vendo isto hoje em todo o mundo?
Enquanto Jesus não voltar, a Igreja deve oferecer resistência a este “espírito”
do mal (2Ts.2:6,7), dedicar-se continuamente ao estudo sistemático da Palavra
de Deus (Mt.28:20), formar o caráter dos seguidores de Jesus Cristo (Gl.4:19) e
santificar-se para a vinda do Senhor, pois sem santidade ninguém verá o Senhor
(Hb.12:14).
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Luciano de Paula Lourenço –
EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento).
Elinaldo Renovato de Lima – O Final de Todas as Coisas. CPAD.
Caramuru Afonso Francisco. A Grande Tribulação. PortalEBD_2004.
Pr. Ciro Sanches Zibordi. Escatologia Doutrina das últimas Coisas.
Teologia Sistemática. CPAD.
Tim Lahaye. Enciclopédia popular de Profecia Bíblica. CPAD.2015.
Caramuru Afonso Francisco – “A Grande Tribulação”.
Antônio Gilberto – Calendário do Apocalipse.