3º Trimestre/2025
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 10
Texto Base: Atos 8:1-8,12-15.
“Mas os que andavam dispersos iam por toda parte
anunciando a palavra. E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a
Cristo” (Atos 8:4,5).
Atos 8:
1.E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se, naquele dia, uma
grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram
dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria, exceto os apóstolos.
2.E uns varões piedosos foram enterrar Estêvão e fizeram sobre ele grande
pranto.
3.E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e
mulheres, os encerrava na prisão.
4.Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra.
5.E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo.
6.E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia,
porque ouviam e viam os sinais que ele fazia,
7.pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em
alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados.
8.E havia grande alegria naquela cidade.
12.Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do Reino de Deus e
do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres.
13.E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou, de contínuo, com
Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava
atônito.
14.Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria
recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João,
15.os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito
Santo.
INTRODUÇÃO
Na história da Igreja Primitiva, a
perseguição não foi um obstáculo, mas um instrumento nas mãos de Deus para
impulsionar o avanço do Evangelho. Mesmo diante das adversidades, a Igreja não
recuou, mas se espalhou e permaneceu fiel à sua missão. O que parecia ser
derrota, na verdade, foi uma estratégia divina para o cumprimento da promessa
de Atos 1:8, levando o Evangelho
de Jerusalém a Samaria e, posteriormente, aos gentios.
Até Atos 7, a Igreja era predominantemente
judaica. No capítulo 8, ocorre uma transição: o Evangelho rompe as barreiras
culturais, alcançando os samaritanos — um povo mestiço, meio judeu, meio
gentio. Em seguida, no capítulo 9, vemos a abertura definitiva para o mundo
gentílico.
A perseguição, longe de destruir a
Igreja, foi como o vento que espalha as chamas: quanto mais soprava, mais o fogo se alastrava. O martírio de
Estêvão desencadeou uma perseguição que levou à dispersão dos cristãos e,
consequentemente, à expansão do Reino de Deus. O que parecia tragédia tornou-se
uma poderosa estratégia missionária.
Deus continua soberano sobre a
história. Muitas vezes, Ele permite circunstâncias difíceis para cumprir seus
propósitos. Assim como na Igreja Primitiva, somos desafiados hoje a entender
que, mesmo em meio às lutas, não
fugimos derrotados, mas seguimos firmes, levando as Boas-Novas onde quer que
estivermos.
I. A IGREJA DIANTE DA
PERSEGUIÇÃO
A perseguição
iniciada após a morte de Estêvão (Atos 8:1) marcou um momento crítico para a
Igreja Primitiva. No entanto, em vez de ser destruída, a Igreja se
mostrou resiliente, coesa e missionária, revelando princípios valiosos
para os cristãos de todos os tempos.
1. Embora perseguida,
não fragmentada
“E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se,
naquele dia, uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e
todos foram dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria, exceto os apóstolos”
(Atos 8:1).
A morte de Estêvão desencadeou uma intensa perseguição contra a igreja em
Jerusalém (Atos 8:1-3). Do ponto de vista humano, aquele foi um dia trágico e
sombrio para os cristãos. Contudo, sob a ótica divina, esse evento marcou o
início de uma extraordinária expansão missionária. A perseguição, que pretendia
sufocar a Igreja, na verdade, funcionou como o vento que espalha as sementes:
quanto mais soprava, mais o Evangelho se espalhava.
Embora muitos crentes tenham sido dispersos pela Judeia e Samaria, os
apóstolos permaneceram em Jerusalém. Isso não significa que eles não
enfrentaram perseguição, mas revela que eles compreenderam sua responsabilidade
pastoral: permanecer firmes para sustentar e fortalecer a comunidade que
permanecia na cidade.
É importante destacar que, mesmo sendo dispersa, a Igreja não se
desintegrou nem se fragmentou; ela permaneceu viva, coesa e operante, cumprindo
sua missão onde quer que os cristãos chegassem. A perseguição que antes era
direcionada principalmente aos líderes (Atos 4 e 5) agora se estendia a toda a
comunidade. Ainda assim, a Igreja se mostrava resiliente, fiel e inabalável.
O que aprendemos
neste item? Aprendemos que: 1. A perseguição serviu como
instrumento de expansão do Evangelho. O que parecia um golpe fatal tornou-se uma
oportunidade para o avanço do Evangelho. Isto nos ensina que: ·
Deus transforma crises
em caminhos para o cumprimento de Sua missão; ·
A perseguição não
paralisou a Igreja, mas a espalhou estrategicamente pela Judeia e Samaria; ·
O sofrimento não anulou
a fé, mas fortaleceu o compromisso dos crentes com a proclamação. 2. A liderança ficou mais firme,
apesar de momentos difíceis. Os apóstolos permaneceram em Jerusalém, mesmo diante da perseguição,
demonstrando responsabilidade pastoral. Isto nos ensina que: ·
A liderança espiritual
deve ser firme e presente, especialmente em tempos de crise; ·
Permanecer no campo de
batalha é um sinal de maturidade e compromisso com o rebanho; ·
A estabilidade dos
líderes fortalece a comunidade e evita a fragmentação. 3. Mesmos dispersos, houve unidade e missão. Apesar da dispersão
geográfica, a Igreja não se fragmentou. Isto nos ensina que: ·
A verdadeira unidade da
Igreja está na missão e na fé comum, não apenas na localização física; ·
Os crentes continuaram
a evangelizar onde estavam, mantendo viva a identidade da Igreja; ·
A perseguição revelou a
força espiritual da comunidade cristã, que se manteve fiel e operante. 👉 Lição principal: A perseguição não
conseguiu fragmentar a Igreja. Pelo contrário, ela revelou uma comunidade resiliente,
unida e fiel, que continuou a crescer e a cumprir a missão de Cristo em
meio às adversidades. |
Lucas registra um detalhe
sensível e significativo após o martírio de Estêvão: “E uns varões piedosos foram enterrar Estêvão e
fizeram sobre ele grande pranto” (Atos 8:2). O termo grego
“kophetós”, traduzido
como “pranto”, expressa uma
lamentação pública intensa, acompanhada de choro, gemidos e manifestações
visíveis de dor e pesar. Esse tipo de pranto era comum nas culturas semíticas
como expressão coletiva de luto.
O texto não especifica
claramente quem eram esses “varões piedosos”. Existem duas linhas de interpretação:
·
Alguns estudiosos sugerem que eram judeus
tementes a Deus, sensíveis, que embora não compartilhassem da fé cristã,
reconheciam a injustiça cometida contra Estêvão.
·
Contudo, o contexto mais provável indica que
se tratava de cristãos,
que, mesmo sob risco de represálias, tomaram para si a responsabilidade de
realizar os ritos fúnebres e demonstrar publicamente seu amor, respeito e
solidariedade ao primeiro mártir da Igreja.
Esse episódio revela que,
embora a Igreja estivesse sendo perseguida, não perdeu sua humanidade, sua
sensibilidade e seu compromisso com a comunhão fraterna. O luto não paralisou
a missão, mas fortaleceu os vínculos e a convicção dos cristãos. Eles entenderam que, mesmo diante da dor e
das perdas, era necessário seguir proclamando o Evangelho e cuidando uns dos
outros.
O que aprendemos
neste item 2? Aprendemos que: O relato de Atos 8:2
mostra que, mesmo diante da perseguição e da dor, a Igreja Primitiva manteve
sua humanidade, sensibilidade e compromisso com a
comunhão fraterna. O luto pela morte
de Estêvão revela aspectos profundos da espiritualidade cristã. 1. Luto como expressão legítima da fé.
O pranto público pelos cristãos
piedosos mostra que:
2. Coragem em meio à dor. Mesmo sob risco de represálias, os cristãos assumiram a
responsabilidade de enterrar Estêvão e lamentar sua morte. Isto nos ensina
que:
3. Luto que fortalece a missão. A Igreja não se deixou abater pela perda, mas seguiu proclamando o
Evangelho. Isto nos ensina que:
📌Lição Prática: As igrejas locais
devem valorizar a comunhão e o cuidado mútuo como expressão do amor cristão.
E que cada cristão deve viver o luto com fé, sabendo que a esperança em
Cristo nos sustenta e nos impulsiona a seguir. |
3. Mas não
desesperada
O martírio de Estêvão representou um golpe doloroso para a igreja
primitiva. De fato, a comunidade chorou, lamentou e sentiu profundamente a
perda daquele homem cheio de fé, sabedoria e do Espírito Santo. No entanto, o
lamento não se transformou em desespero, nem em paralisia espiritual.
O relato de Atos 8:2-4 demonstra que, embora marcada pela dor, a Igreja
não sucumbiu ao medo, nem permitiu que a tristeza roubasse sua esperança. Pelo
contrário, aquilo que poderia ser visto como derrota se tornou um poderoso
catalisador para a expansão do Reino de Deus.
O pranto da igreja foi humano, real e legítimo, mas jamais sem esperança.
Eles choraram, sim, mas não como quem não tem esperança (cf. 1Ts.4:13). A morte
de Estêvão não silenciou a igreja — ela serviu como semente para o avanço do
Evangelho.
Aqui aprendemos um princípio valioso: a igreja de Cristo pode ser ferida,
abalada e perseguida, mas nunca será derrotada nem desesperada. Sua força não
está na ausência de problemas, mas na convicção de que seu Senhor é soberano, e
que até mesmo as perdas e as lágrimas fazem parte de um plano maior, que
culmina na glória de Deus e na expansão de Seu Reino.
O testemunho da igreja de Jerusalém nos ensina que, mesmo em meio à dor,
o povo de Deus não retrocede, não desiste, não perde a esperança — porque sabe
em quem tem crido (cf. 2Tm.1:12).
O que aprendemos
neste item 3? Qual aplicação prática para a nossa vida espiritual? Aprendemos que: Mesmo diante da perda e da perseguição, a
Igreja não perdeu a esperança nem parou sua missão. Ao contrário, ela avançou
com ousadia, transformando o luto em combustível para a propagação do
Evangelho. A morte de Estêvão se converteu em uma
semente frutífera para a expansão do Reino de Deus. O povo de Deus pode ser
abatido, mas não destruído; triste, mas nunca sem esperança. Nenhuma adversidade
tem poder de paralisar uma igreja que está fundamentada em Cristo. Permanecemos
firmes, mesmo em meio à dor. 👉 Lição principal: Assim como a igreja de Jerusalém chorou, nós também passamos por
situações que geram dor: perdas, perseguições, calúnias, decepções e até
lutos. Chorar não é sinal de fraqueza; é sinal de humanidade. Entretanto, o desespero não faz parte da
vida daqueles que servem ao Senhor, porque nossa esperança está em Deus, que
transforma o luto em vitória, a dor em crescimento, e as perdas em
oportunidades para glorificar o Seu nome. O crente maduro entende que, ainda que surjam
dias difíceis, Deus continua no controle. E mais: muitas vezes, os ventos contrários são exatamente o
instrumento que Deus usa para espalhar as sementes do Evangelho,
amadurecer a fé e expandir o Reino. Portanto, não permita que a dor, as
perseguições ou os desafios da caminhada roubem seu ânimo, sua fé ou sua
esperança. A igreja de Cristo jamais
será derrotada. Assim como Jerusalém se reergueu após a perda de Estêvão, Deus
também fortalece sua vida, sua família e sua igreja para seguirem firmes, sem
se desesperar, certos de que “em todas estas coisas somos mais do que
vencedores, por aquele que nos amou”
(Romanos 8:37). |
1. Evangelização
centrada na Palavra
Em Atos 8:4 lemos:
“Os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a Palavra”. A
perseguição gerou dispersão, e essa dispersão resultou em expansão. O que, aos
olhos humanos, parecia um revés, fazia parte dos planos soberanos de Deus. A
perseguição não foi um acidente, mas um instrumento divino para cumprir a
missão dada em Atos 1:8.
A igreja, fora de sua
zona de conforto, tornou-se ainda mais eficaz. A dispersão dos crentes foi como
o vento que espalha a semente, fazendo-a germinar em novos solos. Assim, o
Evangelho rompeu as barreiras de Jerusalém e começou a alcançar outras regiões.
A evangelização não é
um evento ou um programa isolado — é um estilo de vida da igreja e de cada
cristão. Não era uma tarefa restrita aos apóstolos, mas missão de todo salvo.
Onde quer que fossem, os crentes pregavam a Palavra, conscientes de que
evangelizar é o chamado contínuo de todo discípulo. Deus transformou a
adversidade em oportunidade, mostrando que a Sua obra não para, mesmo em meio
às perseguições.
O que aprendemos
neste item 1? Aprendemos que: Mesmo diante da perseguição,
os cristãos dispersos mantiveram o foco em sua missão principal: anunciar
a Palavra de Deus. A adversidade não os silenciou, mas os impulsionou a
evangelizar com ainda mais dedicação. Fora da zona de
conforto, a Igreja se mostrou ainda mais eficaz: cada cristão, e não apenas
os apóstolos, entendia que evangelizar era missão de todo salvo. Assim, o
Evangelho ultrapassou as fronteiras de Jerusalém e alcançou novos lugares. 👉 Lição principal: Evangelizar não é
apenas um evento ou programa, mas um estilo de vida. Deus transforma
perseguições e adversidades em oportunidades para que Sua Palavra continue
avançando. |
2. Evangelização
centrada em Cristo
Filipe, um dos sete
diáconos escolhidos, também foi disperso pela perseguição. Ao chegar a Samaria,
sua mensagem era clara e direta: “Pregava-lhes a Cristo” (Atos 8:5). Ele não
era apóstolo, mas um servo cheio do Espírito Santo, de fé, sabedoria e
autoridade espiritual. Sua vida e testemunho davam credibilidade à sua
mensagem.
Filipe pregava tanto
aos ouvidos quanto aos olhos — suas palavras eram acompanhadas de sinais que
confirmavam o poder do Evangelho. Sua missão estava focada naquilo que é
essencial: Cristo e a cruz. Ele não se apoiava em discursos vazios, filosofias
humanas ou tendências da época, mas na mensagem que verdadeiramente transforma,
liberta e salva.
John Stott destaca
que “não pode haver evangelização sem evangelho”, pois evangelizar é anunciar
as boas novas de Jesus. Assim, qualquer igreja que não evangeliza, na verdade,
precisa ser evangelizada. O Evangelho é o poder de Deus para a salvação, e a
Igreja é a agência do Reino incumbida de proclamá-lo até aos confins da terra
(Atos 1:8).
A evangelização
eficaz não depende de métodos humanos sofisticados, mas de uma mensagem
centrada em Cristo, proclamada no poder do Espírito Santo. Foi assim que Filipe
impactou Samaria — e é assim que a Igreja deve continuar impactando o mundo.
O que aprendemos
neste item 2? Aprendemos que: Filipe, mesmo não
sendo apóstolo, pregava em Samaria com autoridade espiritual porque sua vida
estava cheia do Espírito Santo. Sua mensagem era simples e essencial: “Pregava-lhes
a Cristo” (Atos 8:5). Suas palavras eram acompanhadas de sinais, o que dava
credibilidade à sua pregação. 1. Filipe pregava
diretamente “a Cristo”, sem distrações ou desvios. Isto nos ensina que:
2. Filipe não era
apóstolo, mas era cheio do Espírito Santo, e isso lhe dava autoridade. Isto nos ensina que:
3. Filipe pregava
com palavras e sinais, mostrando que:
👉 Lição principal: A evangelização eficaz não depende de métodos
sofisticados, mas de uma mensagem centrada em Cristo, proclamada no
poder do Espírito Santo. Assim como Filipe impactou Samaria, a Igreja hoje
deve continuar impactando o mundo. |
III. A IGREJA QUE DÁ
SUPORTE À EVANGELIZAÇÃO
1. O suporte da Igreja
“Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém,
ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João”
(Atos 8:14).
Este texto revela um
princípio fundamental para a expansão do Reino de Deus: a evangelização não é
uma tarefa isolada, mas uma missão que conta com o suporte da Igreja. Ao saber que Samaria havia recebido a Palavra
de Deus, a igreja de Jerusalém prontamente enviou Pedro e João para apoiar e
fortalecer aquele trabalho iniciado por Filipe.
Ao chegarem a
Samaria, os apóstolos ficaram sabendo que os cristãos haviam sido batizados em
o nome do Senhor Jesus, mas não haviam recebido o batismo no Espírito Santo.
Agindo, sem dúvida, sob a orientação de Deus, os apóstolos oraram por eles para
que recebesse o Espírito Santo e lhes impuseram as mãos. Logo em seguida, os
samaritanos foram batizados no Espírito Santo.
É muito apropriado
que um dos apóstolos comissionados seja João, que em certa ocasião queria que
caísse fogo do céu para consumir uma cidade samaritana (Lc.9:54). Agora o seu
desejo é ver os samaritanos salvos, e não destruídos. O mesmo Espírito Santo
derramado em Jerusalém, no Pentecostes, é agora derramado sobre os crentes
samaritanos.
Esse gesto demonstra
que a Igreja Primitiva não era indiferente às novas frentes missionárias. Pelo
contrário, ela compreendia que evangelizar vai além de simplesmente enviar
pregadores — é preciso acompanhar,
discipular, fortalecer e suprir as necessidades espirituais e, quando possível,
materiais dos novos convertidos e dos obreiros.
Portanto, a igreja
que envia também deve sustentar, interceder e dar acompanhamento ao trabalho
missionário. Isso reflete um modelo saudável e bíblico de cooperação no Corpo
de Cristo. O suporte da Igreja Local é indispensável para que a evangelização
frutifique, para que novos crentes sejam firmados na fé e para que os
missionários não se sintam sozinhos na missão.
Esse princípio
permanece atual: a missão não é obra de
indivíduos isolados, mas da igreja como organismo vivo, comprometida em
alcançar o mundo com o Evangelho.
O que aprendemos
neste item 1? Aprendemos que: Conforme relato de
Atos 8:14, a evangelização não é uma missão solitária, mas uma obra
coletiva que exige acompanhamento, apoio e cooperação da Igreja. A ação da
igreja de Jerusalém ao enviar Pedro e João para Samaria revela alguns princípios
importantes:
👉 Lição principal: A evangelização só
é completa quando a Igreja dá suporte espiritual, material e emocional aos
missionários e novos convertidos, refletindo a unidade do Corpo de Cristo. |
2. A Igreja que discípula
O relato de Atos 8:15 revela que a missão da Igreja não se limita à
proclamação do Evangelho, mas também inclui um compromisso sério com o discipulado e a formação espiritual dos novos
convertidos. Ao chegarem a Samaria,
Pedro e João “oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo”, evidenciando que a conversão não era
considerada um ponto final, mas sim o início de uma caminhada cristã.
O discipulado na Igreja Primitiva envolvia três pilares fundamentais:
·
Conversão genuína (aceitar a Palavra de Deus);
·
Batismo nas águas, como sinal externo da nova vida em Cristo;
·
Recebimento do Espírito Santo, como capacitação para uma vida cristã
vitoriosa e frutífera.
O texto demonstra que aqueles samaritanos já haviam crido e sido
batizados, mas, por algum motivo que o texto não esclarece, ainda não haviam
experimentado a plenitude do Espírito Santo. Isso mostra que o discipulado
inclui não apenas o ensino doutrinário, mas também a condução dos crentes a uma experiência mais
profunda com Deus, incluindo a busca pela capacitação espiritual.
Este episódio nos ensina que a evangelização e o discipulado são
inseparáveis. Levar alguém a Cristo não se resume a uma decisão pública, mas
envolve acompanhamento,
ensino, oração, encorajamento e condução ao crescimento espiritual. A Igreja que deseja ser relevante precisa
priorizar não só o alcance, mas também o amadurecimento espiritual dos seus
membros.
O que aprendemos neste item 2? Aprendemos que: Conforme o relato de Atos 8:15, a missão da Igreja vai além da
evangelização inicial — ela inclui o discipulado contínuo, que
conduz os novos convertidos a uma vida espiritual profunda e frutífera. O discipulado da Igreja Primitiva tinha três pilares:
Esse episódio evidencia que discipular é mais do que ensinar doutrina:
é acompanhar, orar,
encorajar e conduzir o crente a uma experiência profunda com Deus. 👉 Lição principal: Evangelizar e
discipular são inseparáveis. A Igreja relevante não se preocupa apenas em
ganhar pessoas, mas também em cuidar, amadurecer
e fortalecer espiritualmente os que
chegam à fé em Cristo. |
3. Sem o recebimento
do Espírito, o discipulado está incompleto
“Os apóstolos, pois,
que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus,
enviaram para lá Pedro e João, os quais, tendo descido, oraram por eles para
que recebessem o Espírito Santo” (Atos 8:14,15).
O texto de Atos
8:14,15 demonstra claramente que, para a Igreja Primitiva, a obra do
discipulado não se encerrava na conversão nem no batismo nas águas. Havia uma
compreensão clara de que o processo de formação cristã só estaria completo
quando os crentes recebessem o batismo no Espírito Santo, como uma capacitação
espiritual para viver e servir no Reino de Deus.
Filipe havia pregado
com poder, e muitos samaritanos creram e foram batizados nas águas. No entanto,
os apóstolos, ao saberem que Samaria havia recebido a Palavra, entenderam que
era necessário mais: os novos convertidos precisavam experimentar a plenitude
do Espírito Santo. Por isso, Pedro e João foram enviados com uma missão
específica: interceder para que eles recebessem o Espírito Santo.
Este episódio mostra
que, na compreensão da Igreja Primitiva, a vida cristã não era pensada apenas
em termos de conversão teológica, mas de capacitação espiritual. A ausência da
experiência pentecostal não significava que as pessoas não eram salvas, mas
indicava que ainda faltava um elemento essencial para uma vida cristã plena,
frutífera e operante no serviço do Reino.
Dessa forma,
aprendemos que o discipulado bíblico precisa conduzir o novo convertido não
apenas ao conhecimento doutrinário e ao compromisso ético, mas também a uma
experiência viva, real e transformadora com o Espírito Santo. Negligenciar essa
dimensão espiritual compromete o desenvolvimento e a eficácia da vida cristã.
Assim como na igreja primitiva, a igreja atual também deve buscar conduzir cada
crente a viver essa experiência pentecostal, essencial para o crescimento e
avanço do Reino de Deus.
O que aprendemos
neste item 3? Aprendemos que: Conforme o relato
de Atos 8:14,15, a Igreja Primitiva compreendia o discipulado como um
processo integral, que não se encerrava na conversão ou no batismo nas
águas, mas incluía a experiência com o Espírito Santo como parte
essencial da formação cristã. Mesmo após a
pregação de Filipe, que resultou em muitas conversões e batismos, os
apóstolos entenderam que ainda faltava algo essencial: a plenitude do
Espírito. Por isso, enviaram Pedro e João para orar e interceder pelos
samaritanos. A lição central é
que a vida cristã não deve ser vista apenas como aceitação da fé ou prática
de doutrina, mas como uma experiência viva e transformadora no Espírito Santo. A ausência do
Espírito não anula a salvação, mas revela a falta de uma capacitação
indispensável para uma vida cristã plena, frutífera e eficaz. 📌Aplicação prática: O discipulado hoje também precisa levar o novo
crente a buscar a experiência do batismo no Espírito Santo. Sem essa dimensão
espiritual, a formação cristã fica incompleta e enfraquecida. Assim como na
Igreja Primitiva, a Igreja atual deve valorizar e priorizar a ação do
Espírito Santo no crescimento dos seus membros e na expansão do Reino. |
CONCLUSÃO
A expansão da Igreja no livro de Atos não ocorreu sem oposição,
desafios e perseguições. Entretanto, aprendemos que o sofrimento e as adversidades,
quando entregues nas mãos de Deus, tornam-se ferramentas para o cumprimento dos
Seus propósitos. A perseguição, que parecia um revés, foi o instrumento que
Deus usou para espalhar o Evangelho além das fronteiras de Jerusalém. A Igreja
que se mantém fiel, que evangeliza, discipula e busca o enchimento do Espírito
Santo, cresce, amadurece e permanece firme, independentemente das
circunstâncias. Que sejamos hoje uma igreja que não se intimida diante das
dificuldades, mas que, fortalecida no Senhor, avança na proclamação do
Evangelho até os confins da terra.
Luciano de Paula Lourenço –
EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento).
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.
Dicionário VINE.CPAD.
O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Atos. A ação do Espírito Santo na vida da
Igreja. Hagnos.
Ralph Earle. Livro dos Atos do Apóstolos.
Myer Pearlman. Atos: Estudo do Livro de Atos e
o Crescimento da Igreja Primitiva.
John Stott. A Mensagem de Atos – Até os Confins da Terra. ABU.