sexta-feira, 16 de julho de 2010

Aula 04 - PROFECIA E MISTICISMO

Texto Base: Deuteronômio 13:1-5; 18:10-12
"Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhos que sonhais"(Jr 29:8).

INTRODUÇÃO
No orbe religioso, evangélico ou não, as questões espirituais que envolvem o “misticismo” são bastante enfatizadas, principalmente através dos meios de comunicação. Nesta aula, daremos ênfase, embora resumidamente, ao misticismo enganoso que se camufla por trás da nomenclatura de Profecia. Usaremos como base as manifestações ocultistas e esotéricas dos místicos no Antigo Testamento, os quais tentaram imitar a autêntica experiência dos verdadeiros profetas de Israel. Como saber se a manifestação mística é ou não divina? Em Deuteronômio 13:1-5; 18:10-12, texto base deste assunto, revela-nos que o sobrenatural pode ser usado para desviar o povo de Deus. A Palavra do Senhor esclarece que, qualquer experiência antes de ser aceita, deve ser submetida ao exame minucioso da Escritura Sagrada. No tempo hodierno, não são poucos os falsos mestres e pastores que usam a ingenuidade dos indoutos e incautos, a fim de ludibriá-los. Precisamos estar alerta, e à luz da Palavra de Deus, que é a regra de fé e prática do genuíno cristão, refutar os procedimentos místicos que invadem o universo evangélico (com destaque a espiritualização de objetos, como, por exemplo: roupas, fotos, plantas, flores, sal, água, óleo de Israel, etc.), usados a fim de alcançar algum tipo de favor "divino". Conquanto o sobrenatural fascine o ser humano, muito do que ocorre, nesse âmbito, não procede de Deus. O astuto Satanás utiliza as mais engenhosas estratagemas para instigar a prática do misticismo dentro das igrejas. Para que isto não ocorra, é preciso que estejamos atentos e julguemos essa prática de forma rigorosa, para que o rebanho do Senhor não seja desviado do caminho traçado por Deus.
I. O QUE É MISTICISMO?
Segundo o dicionário Aurélio, é a crença ou doutrina religiosa dos místicos; disposição para crer no sobrenatural. Místico: Misterioso e espiritualmente alegórico ou figurado; religioso; aquele que procura atingir o estado extático de união direta com a divindade.
Pode-se ainda dizer que: “Misticismo (do latim mystica, espiritual) é uma atitude mental de busca da união íntima e direta do homem com a divindade, baseada mais na intuição e no sentimento do que no conhecimento racional”(Lições Bíblicas – CPAD – MESTRE).
O Misticismo tem estado presente em todas as épocas da humanidade. O Evangelho e as cartas de João e Colossenses foram escritos para combater o pensamento gnóstico que era cheio de misticismo (Cl 2:16-23). O Misticismo está intimamente ligado ao panteísmo (tudo é Deus e Deus é tudo).
Nos Estados Unidos houve um movimento chamado transcendentalismo que foi influenciado pela filosofia hindu; paralelamente a isso foi fundado o movimento teosófico por Helena (Madame) Blavatsky, escritora russa. Paralelamente surgiu a Ciência Cristã. O que eles tinham em comum? A idéia de que o homem deve desenvolver a sua divindade. Descobrir o pleno poder que existe dentro dele. Poder sobre a enfermidade, dos problemas etc. Essek Kenyon, pastor evangélico, estudou numa das escolas da Ciência Cristã. Começou a pregar que nós somos pequenos deuses, que temos o poder de criar a realidade pelo que nós dizemos. Ele discipulou pela sua literatura Kenneth Hagin que introduziu grandes heresias dentro da igreja evangélica. No Brasil, a literatura de Hagin foi introduzida por R. R. Soares.
1. O misticismo atual no meio do povo evangélico. Quase sempre, os místicos são induzidos a prescindir a Bíblia e se basear apenas em suas experiências. Este é um dos grandes problemas dos neopentecostais, pois eles colocam suas experiências acima da Bíblia e dão a ela uma interpretação particular fora dos recursos hermenêuticos. O Misticismo neopentecostalista é a mistura de figuras, objetos e símbolos para representarem elementos espirituais. Eles tomam figuras do Antigo e Novo Testamento e as espiritualizam, transformando-as em "proteções" semelhantes às usadas pelas magias pagãs. E deste ato aparecem crentes com fitinhas no braço, com medalhas de símbolos bíblicos, ungindo portas e janelas com azeite, colocando sal ao redor da casa para impedir a entrada de maus espíritos; outros bebem copos de água abençoada, usam óleos consagrados em Jerusalém, guardam gravetos que misteriosamente aparecem brilhando nos montes, ungem roupas para libertar as pessoas e etc. Tudo isso ao arrepio da Palavra de Deus.
2. Profetismo sem Bíblia. Escutamos frequentemente: “Eu profetizo!”; “Profetize pra seu irmão”. A Bíblia ensina que a profecia não depende do "EU" querer: “... porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirado pelo Espírito Santo”(2Pe 1:21). É bom observarmos que os homens santos de Deus também não usaram essa frase; ao contrário, quando profetizaram, disseram: “Assim veio a mim a palavra do Senhor...” (Jr 1:4); “Assim diz o Senhor...” (Jr 2:5; Is 56:1; 66:1); “Ouví a palavra do Senhor...” (Jr 2:4); “E veio a mim a palavra do Senhor”(Jr 2:1; 16:1); (...) “disse o Espírito Santo...” (At 13:2); “... Isto diz o Espírito Santo...” (At 21:11); “Mas o Espírito expressamente diz...” (1Tm 4:1). Em todos os casos, não aparece o "EU", aparece a pessoa divina. Outro fator a pensar é este: as pessoas que profetizam bênçãos não esclarecem que tipos de bênçãos. As profecias bíblicas sempre especificaram que tipo de bênção ou de juízo sobreviria ao povo. Mas, hoje, é só isto: "Eu te abençôo". É um procedimento totalmente fora da palavra de Deus. Deus é quem abençoa.
3. Uso de chavões:Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, "Eu decreto", são pronunciados sem a menor reflexão ou sentido de responsabilidade. Os crentes e, infelizmente, muitos líderes, comportam-se como se fossem Deus; colocam o "EU" na frente e soltam palavras que não fazem parte dos estatutos divinos, da graça divina, da misericórdia divina, do amor divino. Falam da forma como Deus não mandou falar, declaram o que Deus não mandou declarar. “Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, "Eu determino" são expressões despidas da espiritualidade ensinada na palavra de Deus; são frases que revelam a altivez do coração humano, são palavras que, por não terem respaldo bíblico, não mudam situação alguma. Tudo isto é resultado da ignorância espiritual, da falta do ensino da Palavra de Deus.
Toma posse da bênção”. Comparando isso com o procedimento de Jesus e dos apóstolos, afirmamos que é errado usar o termo "toma posse da bênção" como meio de termos as bênçãos divinas concretizadas em nossa vida. Os discípulos e o próprio Jesus em lugar de dizerem: "Toma posse da bênção”, eles disseram: “... se tu podes crer; tudo é possível ao que crê” (Mc 9:23); “... Tende fé em Deus...” (Mc 11:22), “... grande é a tua fé!...” (Mt 9:28) “... Seja-vos feito segundo a vossa fé” (Mt 9:23); “Em nome de Cristo, o nazareno, levanta-te e anda...” (At 3:6). Assim, em vez de as bênçãos serem direcionadas para o homem, a Palavra de Deus ensina as pessoas a direcionarem suas esperanças para Deus, através da fé.
II. AVALIAÇÃO DA PROFECIA
1. Como posso saber se uma palavra profética é verdadeira? Quando a verdade é negada, o engano é liberado. Falsos profetas e falsas profecias estão no mundo atualmente. A falsa profecia leva ao engano e faz com que o crente seja manipulado ou dominado por falsos profetas que têm objetivos malignos e planos escusos. O apóstolo João declarou enfaticamente: “Amados, não deis créditos a qualquer espírito: antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora”(1João 4:1). Somos alertados para “provar os espíritos”, porque todas as profecias vêm de Deus, da carne ou do Diabo através de espíritos malignos.
Por falta de espaço neste subsídio irei citar apenas quatro princípios para julgar uma profecia:
Princípio 1: A profecia deve estar de acordo com a Palavra de Deus! Todas as profecias verdadeiras vêm do Espírito Santo, que é o autor da Palavra de Deus. Assim, toda profecia tem de estar de acordo, de fato, e em espírito, com a Palavra de Deus. Qualquer mensagem que não concorde com a Palavra de Deus é uma falsa profecia.
Princípio 2: Se uma profecia contém predições que não se realizam, a profecia é falsa. Dt 18:22 diz: “sabe que quando esse profeta falar, em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder, como profetizou, esta é palavra que o Senhor não disse; com soberba, a falou o tal profeta”.
Princípio 3: Se uma profecia se cumprir e promover a desobediência contra Deus ou contra as Escrituras, não é uma profecia verdadeira. A Bíblia diz: “Quando o profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador”(Dt 13:13). Moisés claramente afirmou que somente porque a profecia se cumpriu, não significa que a pessoa que deu a profecia é de Deus. Se esta profecia faz com que você olhe para outra fonte de orientação espiritual, como horóscopo, consultas a médiuns e quiromantes, espiritismo, você está vivendo adultério espiritual.
Princípio 4: Qualquer profecia que se cumpre mas não dá glória e honra ao Senhor Jesus Cristo é um espírito de advinhação. O fato da profecia se cumprir não é prova de que vem de Deus. (Veja Dt 13:13, que também é usado para apoiar o princípio 3 acima).
Profetas que se enquadram neste princípio são considerados "embusteiros" (enganador, desonesto, trapaceador). Em Deuteronômio 13:1 os vocábulos "profeta" ou "sonhador", referem-se a alguém que se apresenta como tal, e é possível que ele realize perante o povo "um sinal ou prodígio". Contudo, tal milagre em si não é garantia de que o seu ministério seja de origem divina. O apóstolo Paulo nos adverte dizendo que até "Satanás se transfigura em anjo de luz" (2Co 11:14). Assim, à luz do texto sagrado, é possível alguém manifestar tais sinais e maravilhas sem necessariamente ser um servo de Deus.
2. Como identificar a fonte do milagre? (Dt 13:2). A Palavra de Deus é a baliza do cristão. Portanto, qualquer profecia fora do seu conteúdo sagrado considere-se anátema. Também, os profetas devem ser avaliados pelos seus frutos. Disse Jesus: "[...] por seus frutos os conhecereis" (Mt 7:16). Nem sempre é fácil reconhecer a procedência de certas manifestações, e entre elas, a profecia. Por isso, muitos falsos profetas acham guarida em congregações desavisadas, ávidas de sinais e prodígios e pouco interessadas na Palavra. Frutos são o resultado da natureza, da espécie de cada ser. Os frutos de um falso profeta serão conhecidos não apenas pela forma com que vive, mas pelo resultado de suas profecias. Da mesma forma que o fracasso das previsões feitas pelos adivinhadores dos tempos bíblicos identificavam sua ruína, o mesmo se dará com quem fala em nome do Senhor sem que o Senhor tenha falado.
3. Deus usa o falso profeta para provar os seus servos (Dt 13:3). É fundamental à comunhão do crente com o Senhor, a sua fidelidade a Deus e à Palavra revelada dEle(Dt 8:3). Os versículos de Deuteronômio 13:1-5 mostram que a tentação visando a destruir nossa lealdade a Deus, às vezes, surge através de pessoas parecendo espirituais. Várias interferências decorrem disso, para nossa vida como crentes:
(a) Deus, às vezes, testa a sinceridade do nosso amor e dedicação a Ele e à sua Palavra(cf Dt 8:2).
(b) Deus, às vezes, nos prova permitindo que surja entre o seu povo, pessoas afirmando que são profetas de Deus, e que realizam “sinal ou prodígio”(Dt 13:1,2). Tais pessoas, às vezes, falam com muita “unção”, predizem corretamente o futuro, e operam milagres, sinais e prodígios. Ao mesmo tempo, porém podem pregar um evangelho contrário à revelação bíblica, acrescentar inovações à Palavra ou subtrair parte dela(cf Dt 4:2; 12:32). Aceitar esses falsos pregadores, significa abdicar da fidelidade total a Deus e à sua Palavra inspirada(Dt 13:5).
(c) O Novo Testamento, por sua vez, adverte que falsos profetas e falsos mestres perverterão grandemente o evangelho de Cristo nos últimos dias desta era. O crente deve ter firme determinação quanto a sua fidelidade à revelação escrita de Deus, a Bíblia. A autenticidade do ministério de uma pessoa e do seu ensino não deve ser avaliada apenas pela sua pregação talentosa, alocuções proféticas poderosas, realização de milagres ou número de decisões. Esses critérios tornam-se cada vez menos dignos de confiança à medida que se aproximam os tempos do fim. O padrão da verdade sempre deverá ser a infalível Palavra de Deus.
III. PRÁTICAS DIVINATÓRIAS
O Senhor sempre demonstrou ao homem que o futuro não se mostra ao ser humano a não ser por revelação divina. Na lei de Moisés, havia severas prescrições de proibição ao exercício da adivinhação ou do agouro (Lv 20:27; Dt 18:10), tendo sido conduta que sempre foi censurada e considerada abominável aos olhos do Senhor em todas as Escrituras (1Sm 28:7; 2Rs 21:6; Jr 14:14). Jesus ratificou este ensinamento ao dizer que o crente não deveria se preocupar com o dia de amanhã (Mt 6:34).
1. As abomináveis práticas divinatórias (Dt 18:9-11). As práticas divinatórias são uma forma infame de idolatria e satanismo e, portanto, repulsivas aos olhos de Deus. Em Deuteronômio 18:10- 11 são enumeradas algumas práticas divinatórias comuns nas religiões de Canaã, as quais eram abomináveis a Deus e proibidas por Ele – “Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te der,não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações”(18:9). Entre o povo de Deus do Antigo Testamento quem praticava tais coisas era morto(Lv 20:27). Por sua vez, o Novo Testamento declara que quem pratica tais coisas não entrará no reino de Deus(Gl 5:20,21; Ap 22:15).
2. Adivinhador, prognosticador, agoureiro, feiticeiro, encantador, necromante e mágico (18:10,11) – “Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos".
O "adivinhador" ou "adivinho" é quem pratica a adivinhação. Como parte da magia, essa prática é uma antiga arte de predizer o futuro por meios diversificados: intuição, explicação de sonhos, cartas, leitura de mão etc. A adivinhação do futuro pode envolver puro e simples engano visando o lucro fácil. Seja como for, ela sempre é mentirosa, pecaminosa e de origem diabólica. O reformador Martim Lutero declarou, com razão: "O Diabo também sabe profetizar – e mente ao fazê-lo". O "prognosticador" significa "fazer agouros pela nuvem"; é aquele que pratica magia, vaticínio, presságio, prognóstico, e tenta prever o futuro por meio de sortilégios. O "agoureiro" é o que pratica agouros, uma forma de magia especializada em tentar predizer males e desgraças (2Rs 17:17). O "feiticeiro", também conhecido por "bruxo", é aquele que faz uso da magia, de fórmulas ou encantamentos. No Egito, fazia parte do grupo de conselheiros de Faraó, com os seus sábios e magos (Êx 7:11). O "encantador de encantamentos" denota "amarrar" alguém por meio de mágica; é o praticante de macumba, de despacho etc. O “necromante” é aquele que procura interrogar os mortos; os praticantes deste seguimento divinatório abrangem: médium, espírita e também mágico (Lv 19.31; 20.6; Is 8.19; 29.4).
3. Diferença entre Adivinhação e Profecia bíblica. Quem recebe de Deus uma mensagem profética não deve ser confundido com um adivinho, nem pode agir como um. Profetas devem falar quando Deus mandar, e calarem-se quando Deus assim ordenar também. Adivinhos geralmente são pessoas compradas, que falam mentiras em prol do dinheiro que poderão ganhar. Motivados pela ganância, tentam predizer o futuro através de interpretação de sonhos, leitura de cartas e outros meios que impressionam os incautos.
a) A adivinhação faz afirmações vagas e genéricas e não esclarece os fatos. A profecia bíblica é a história escrita antes que aconteça. Ela parte do próprio Deus Todo-Poderoso, que tem uma visão panorâmica das eras e as estabeleceu em Seu plano divino. O próprio Senhor afirma: "lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade" (Is 46:9-10).
b) A adivinhação interpreta algum tipo de sinal. A profecia bíblica não depende da nossa interpretação, mas se sustenta exclusivamente em sua própria realização.
c) Adivinhação e interpretação de sinais são baseados em mentiras, enquanto a profecia divina é a mais absoluta verdade. Balaão era um "agoureiro" (Nm 24:1) que Balaque, rei dos moabitas, queria usar para amaldiçoar Israel (Nm 23-24). E justamente esse adivinhador foi obrigado a reconhecer: "Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?" (Nm 23:19).
Qualquer pessoa que crê em Jesus Cristo e confia sua vida a Ele tem um futuro seguro e não precisa ter medo de nada. Quem se entrega a Jesus passa a viver sob a bênção da profecia encontrada em João 14:3: "E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também(Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br).
IV. A NECESSIDADE DA PROFECIA BÍBLICA
1. A voz de Deus na terra. A profecia bíblica prova a inspiração divina da Palavra de Deus. A Bíblia é diferente de todos os outros livros religiosos. Os livros que são o fundamento das principais religiões e cultos interpretam o presente e tratam do passado. Nenhum deles tenta interpretar o futuro. Nenhuma profecia das Escrituras veio das idéias, ou raciocínio do seu escritor, mas, sim, do Espírito Santo – “que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”(2Pe 1:20,21). Portanto, a profecia bíblica é a voz de Deus na terra para nortear homens e mulheres no caminho seguro para o céu e contradiz as práticas pagãs; é também chamada de a "profecia da Escritura" (2Pe 1:20).
2. Revelação dos arcanos divinos. Muitos, atualmente, rejeitam a profecia bíblica como sendo irrelevante para a nossa época, porque, em sua opinião, ela não tem lógica ou exatidão. Eles consideram a profecia bíblica uma paixão de fanáticos religiosos ou obsessão dos desequilibrados mentalmente. Pedro quebra essa opinião sobre a profecia bíblica dizendo: “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração”(2Pe 1:19).
Primeiramente verifique a afirmação “E temos, mui firme, a palavra dos profetas” ou “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética”(ARA). Pedro testifica que ele e os outros apóstolos foram testemunhas oculares da vida, milagre, morte, ressurreição e ascensão aos céus de Jesus Cristo. Num tribunal de justiça, o relato de uma testemunha ocular é considerado um padrão absoluto de verdade e exatidão. A mesma lógica pode ser usada para descobrir a verdade nas Escrituras. Pedro estabelece quatro pontos neste versículo que os cristãos modernos não devem deixar passar despercebido:
Primeiro, ele diz que a profecia bíblica é mais exata do que o relato de uma testemunha ocular. Sua verdade é absoluta.
Segundo, ele diz à igreja: “fazeis bem em atendê-la”. A Bíblia quando foi escrita, era 25 por cento de profecia. De Gênesis a Apocalipse, inúmeras profecias foram dadas, e a maioria foi cumprida de forma exata. Isso confirma a inspiração, validade e autoridade da Bíblia. “A Bíblia contém 6.408 versículos com declarações proféticas, das quais 3.268 já se cumpriram. Não se sabe de nenhum caso em que uma profecia bíblica tivesse se cumprido de forma diferente da profetizada. Conforme o Dr. Roger Liebi, 330 profecias extremamente exatas e específicas referentes ao Messias sofredor se cumpriram literalmente por ocasião da primeira vinda de Cristo”((Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br).
Terceiro, Pedro fala sobre “uma candeia que brilha em lugar tenebroso”. As trevas aqui são trevas espirituais, que, certamente, descrevem o mundo. Pedro diz que a profecia bíblica é uma luz divina nos guiando através das trevas espirituais desta geração.
Quarto, Pedro afirma que a profecia bíblica será benéfica à igreja “até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração”. O clarear de um novo dia é a vinda do Senhor Jesus Cristo. A “estrela da alva” não é nada senão Jesus Cristo.
Nessa expressão, Pedro declara ousadamente, que a profecia bíblica será benéfica à Igreja até a Segunda Vinda de Jesus Cristo e o final dos tempos.
CONCLUSÂO
Diante do que foi visto, torna-se preciso que tenhamos o devido discernimento de tudo o que acontece à nossa volta e de tudo o que se quer introduzir no nosso meio. Cada crente em Jesus deve ser sóbrio e vigilante diante da atual avalanche de crenças e práticas divinatórias disseminadas no atual universo evangélico. Devemos ter a mesma estrutura da igreja de Éfeso que pôs à prova os que se diziam apóstolos, mas não o eram (Ap 2:2).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 43. Guia do leitor da Bíblia Ezequiel e Jeremias. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD - volume 2. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald.

12 comentários:

  1. Sou católico e achei seu texto bastante didático e bem fundamentado e estruturado. Tem muita gente sendo enganado pela mídia controlada/dora para afastar os homens de bem da sua salvação. Nota-se que muitas das notícias não tem só o fim de informar, mas de introduzir uma ideologia, manipular as consciências. Dessa forma entendo que há muitas falsas profecias e falsos ensinamentos subliminares nas informações de quaisquer natureza que são veiculadas e chegam aos nossos ouvidos no dia a dia.

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  2. Sou cristão evangélico e pela bondade de Deus professor da EBD; as vezes fico confuso com o que
    vemos na tv, homens que se dizem de Deus pregando
    heresias: pedindo para as pessoas colocarem copo
    com água na televisão, usar toalinhas para receber uma bênção, enfim, mediante o estudo da lição 4, sem dúvida nenhuma fica bem mais clara a
    nosso compreensão.

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  3. paz do senhor meu irmao ,foi de grande ajuda o seu estudo ,sou aluna da ebd e me sinto muito esclaresida de tudo o q vc sitou ,pois os tempos sao dificeis mas da para desernir ainda .

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  4. A graça e a paz do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Obrigada pelas palavras de esclarecimentos à luz da Palavra de Deus. Nos dias de hoje tem havido muita mistura no Evangelho, que como exemplo de verdade temos o Nosso Deus que era simples em ensinar e falar do seu amor sobre as nossas vidas. Nosso povo tem perecido pela falta de conhecimento ... vimos nossos cultos de doutrina com igrejas quase vazias e nossas EBDs bem aquém do que deveriam ser em número de matriculados. Os pilares de uma igreja são o ensino da Palavra e a oração. Que o Senhor nos desperte para que possamos buscar cada dia mais e mais ensinamento e não venhamos a ser enganados nem levados por ventos de doutrinas.

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  5. A Paz do Senhor,sou moradora de portugal e pela graça de Deus sou professora da EBD....Essa liçao veio mesmo de encontro com enumeras duvidas que ainda existia ,venho de um ministerio que ensinou-me tudo ao contrario,determinaçao,profetiza,toma posse da bençao,etc.Sofri muito ate entender que Deus é quem tem o controle das nossas vidas,mas graças a Deus hoje tenho uma nova direçao e creio que a cada dia tenho crescido e ensinado com a graça de Deus a verdade de Deus....fiquem na paz de Jesus

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  6. A paz do senhor irmão lourenço quero te agradecer por deixar o espírito santo te usar como um profeta de DEUS,continue assim sendo um instrumento de divulgação claro e fiel da palavra de DEUS.

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  7. A paz do Senhor meu irmão.Também sou assembleiana e professora da EBD e achei o estudo muito esclarecedor para a glória de Deus. Este é um assunto muito importante pois trata do que está acontecendo em nosso meio evangélico, onde muitos estão sendo enganados por faltar o conhecimento da Palavra. Continue a dar lugar para o Espírito Santo lhe usar.

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  8. Marciene
    Bom na verdade, estamos vivendo nos últimos tempos e o que presenciamos é a falta de vigilância e discernimento do espirito, que tanto jesus pedi para que tenhamos, mas agradeço ao SENHOR JESUS por capacitar seus filhos para termos o verdadeiro ensino, esse assunto é muito importante e precisamos compriender para não sermos enganados um forte abraço e continue na graça de DEUS tchau.....

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  9. Muito bom seu estudo! Mas, entendo que o profeta neotestamentário somos nós - servos do Senhor que possuem o conhecimento da Palavra de Deus! Profecias individuais ou para uma nação, terminaram com o término da revelação canônica, isto é, o Novo Testamento. Hoje, isto que o irmão fez,por exemplo, foi uma incrível demonstração de exercício da profecia. Ensinou e exortou baseado na Palavra de Deus! Profetizar pão fácil, prazer, realizações pessoais diversas, são elementos pagãos, cnforme o irmão nos ensinou, introduzidos na eclesia do Senhor! Por fim, o profeta neotestamentário somos todos nós,servos do Semhor que temos a responsabilidade de trasmitir sua Palavra.

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  10. Professor Luciano, A Paz do Nosso Senhor Jesus!
    Muito bom o texto e muito esclarecedor, ressalto ainda que segundo o texto de I Cor 14:3 “Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação”, por este texto, entendo que uma profecia genuina deve cumprir estes três propósitos.
    Abs e Deus o Abencoe!

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