Leitura Bíblica: 1Cr 16:8,10-17; João 15:16
“Orando em todo o tempo como toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisso com toda a perseverança e súplica por todos os santos”(Ef 6:18)
Estamos chegando a mais um último trimestre de um ano. Sem dúvida alguma, tivemos a oportunidade de prosseguirmos nossa caminhada de contínuo crescimento no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Damos graças a Deus por termos podido estudar a Sua Palavra e de termos contribuído para que cada professor, cada aluno da Escola Bíblica Dominical tivesse condições de fortalecer a sua fé e o seu amor a Deus, bem assim revigorar a sua esperança na volta do Senhor.
Neste último trimestre de 2010 estudaremos um tema importante e relevante para os nossos dias, a saber, “O PODER E O MINISTÉRIO DA ORAÇÃO”. Sempre a Igreja, ao longo de sua peregrinação na Terra, precisou se dedicar à oração, pois Satanás, o seu principal adversário, sempre a perseguiu, e foi através da oração que a Igreja prevaleceu sobre os seus ataques mortais. Mas, nestes últimos dias da dispensação da Graça precisamos ainda mais orar e vigiar, pois o adversário de nossas almas, Satanás, mais do que nunca, investirá suas principais armas para desanimar e destruir o maior número daqueles que cristão dizem ser. Portanto, vigiar e orar é o mandamento mais contundente que a igreja do Senhor deve atentar. Sem isto estaremos vulneráveis a se desviar do Alvo que a Igreja deve perseguir.
O comentarista das lições deste trimestre é o pastor Eliezer de Lira e Silva, conferencista de Escolas Bíblicas em todo o país e diretor do “Projeto Missionário Ide Ensinai em Moçambique, África”.
Que estas aulas, contribuam como subsídios, para que os professores, alunos e apreciadores da Palavra de Deus venham a conhecer melhor a Deus através da oração.
Damos graças a Deus por termos podido estudar a Sua Palavra e de termos contribuído para que cada professor, cada aluno da Escola Bíblica Dominical tivesse condições de fortalecer a sua fé e o seu amor a Deus, bem assim revigorar a sua esperança na volta do Senhor.
Neste último trimestre de 2010 estudaremos um tema importante e relevante para os nossos dias, a saber, “O PODER E O MINISTÉRIO DA ORAÇÃO”. Sempre a Igreja, ao longo de sua peregrinação na Terra, precisou se dedicar à oração, pois Satanás, o seu principal adversário, sempre a perseguiu, e foi através da oração que a Igreja prevaleceu sobre os seus ataques mortais. Mas, nestes últimos dias da dispensação da Graça precisamos ainda mais orar e vigiar, pois o adversário de nossas almas, Satanás, mais do que nunca, investirá suas principais armas para desanimar e destruir o maior número daqueles que cristão dizem ser. Portanto, vigiar e orar é o mandamento mais contundente que a igreja do Senhor deve atentar. Sem isto estaremos vulneráveis a se desviar do Alvo que a Igreja deve perseguir.
O comentarista das lições deste trimestre é o pastor Eliezer de Lira e Silva, conferencista de Escolas Bíblicas em todo o país e diretor do “Projeto Missionário Ide Ensinai em Moçambique, África”.
Que estas aulas, contribuam como subsídios, para que os professores, alunos e apreciadores da Palavra de Deus venham a conhecer melhor a Deus através da oração.
INTRODUÇÃO
A oração é o canal pelo qual o homem exercita a sua submissão a Deus. É a forma pela qual o crente se põe como um verdadeiro servo do Senhor. É a própria exteriorização de nossa qualidade de servo de Deus. Nas páginas das Escrituras Sagradas, veremos, sempre, que os grandes homens de Deus eram homens de oração, bem como que os grandes fracassos espirituais ali descritos têm, como ponto em comum, a falta de oração, a falta de diálogo com Deus. Quando o homem se distancia de Deus, podemos verificar que o distanciamento se deu, num primeiro instante, pela perda de contato entre o homem e Deus através da oração. Eis porque todas as forças do mal buscam retirar o nosso tempo de oração, buscam eliminar a oração do nosso dia-a-dia. A oração, como bem afirmou Paulo, é indispensável para que vençamos as hostes espirituais da maldade, pois é a ferramenta que nos coloca em forma para podermos utilizar adequadamente a armadura de Deus (Ef.6:13-18). Quando falamos em oração, entendamos que ela é um dever, ou seja, é algo que é obrigatório e que o cristão não tem o direito de deixar de fazer. Quando o Senhor Jesus contou aos discípulos a parábola do juiz iníquo ele quis ilustrar o “dever de orar sempre e nunca desfalecer”(Lc 18:1).
I. A QUEM ORAR E QUANDO ORAR?
1. A Quem devemos orar? É óbvio que devemos orar somente a Deus, e deve ser feito em nome de Jesus, “porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem”(1Tm 2:5). Paulo exortou os crentes da igreja de Éfeso a sempre dar “graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5:20). Jesus assegurou aos seus discípulos que qualquer coisa que pedissem em Seu nome seria concedido (João 15:16; 16:23) - “E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho”(João 14:13).
E qual a participação do Espírito Santo? Talvez alguém interrogue. A terceira pessoa da Trindade tem um papel ativo nas orações dos filhos de Deus. O apóstolo Paulo explicou qual a tarefa do Espírito Santo na oração: "Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis" (Rm 8.26). Aqui mostra que a atividade do Espírito Santo é interceder “com gemido”; com freqüência, sentimo-nos desnorteados em nossa vida de oração. Não sabemos orar como convém. Oramos de maneira egoísta, ignorante, limitada. Porém, o Espírito coloca-se ao nosso lado para nos ajudar em nossa fraqueza e intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis. Aqui, é o Espírito quem geme, e não nós, apesar de também o fazermos. Esses gemidos têm lugar no coração do crente. Nota-se que o filho de Deus tem dois intercessores divinos: Cristo, intercede no Céu pelo crente, perante a face do Pai(Rm 8:34; Hb 7:25; 9:24; 1João 2:1); e o Espírito Santo, intercede no íntimo do crente, na Terra.
Os desejos e anseios espirituais dos crentes têm sua origem no Espírito Santo, que habita em nosso coração. O próprio Espírito suspira, geme e sofre dentro de nós, ansiando pelo dia final da redenção (Rm 8:23-25). Ele apela ao Pai em favor das nossas necessidades “segundo a vontade de Deus”(Rm 8:27).
De igual importância é a quem não devemos orar. Algumas religiões não-cristãs encorajam seus seguidores a orar ao panteão de deuses, parentes mortos, santos e espíritos. Católicos Romanos são ensinados a orarem a Maria e a vários outros santos, como Pedro, José, Francisco, Antonio, Padre Cícero, etc. Tais orações não são bíblicas, são contra a vontade de Deus e são, na verdade, uma ofensa ao nosso Pai Celestial. O problema em orar a qualquer outra pessoa que não seja Deus é que Ele é um Deus zeloso e tem declarado que não vai dividir Sua glória com ninguém. Na verdade, fazer isso é nada menos do que pura idolatria. “Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura” (Isaías 42:8).
2. Quando devemos orar? O apóstolo Paulo mostra que a guerra do crente contra as forças espirituais de Satanás exige dedicação a oração, “em todo tempo”, “com toda oração e súplica”, “por todos os santos”, “com toda perseverança” – “orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos”(Ef 6:18); “Orai sem cessar”(1Ts 5:17).
Temos de vigiar contra a tendência de toscanejar, de deixar a mente vagar e de nos preocupar com outras coisas. A oração requer que estejamos alertas e concentrados espiritualmente. Tem de haver perseverança na oração. Temos de pedir, buscar e bater(Lc 11:9).
a) Quando tudo está bem. Há uma tendência de desprezarmos o ritmo de intimidade com Deus, as coisas constitutivas da nossa comunhão com Deus, quando parece que tudo está bem ao nosso redor. Muitos homens de Deus ao longo da história se descuidaram de buscar a Deus e de vigiar quando todas as coisas lhes eram bastante favoráveis.
Como exemplo, citamos Davi. Este grande rei de Israel, ao invés de ir adiante do seu exército na batalha, conforme fizera antes, ficou em Jerusalém; foi tomado de uma indolência que não demorou a levá-lo ao colapso moral e espiritual. Sua vida de conforto e luxo como rei desenvolveu nele a autoconfiança e o tornou uma pessoa descomedida. Não orou e nem vigiou, logo caiu em tentação, cometeu o pecado de adultério. O adultério com Bate-Seba, o planejamento e a covarde execução de seu esposo, Urias, estão entre os pecados mais condenáveis e repulsivos já narrados na história bíblica. Uma vez concebido, o pecado fez com que o "homem segundo o coração de Deus" passasse da vitória para o tormento. O rei Davi mais do que ninguém sentiu na pele e na alma a tragédia desse pecado(ver Salmo 51). Deus, o Senhor de toda a justiça, reprovou o ato de Davi (2Sm 11:27), perdoou-o por se arrepender profundamente do ato impensado e precipitado, mas não o livrou das inevitáveis e trágicas consequencias. Antes, um homem segundo o coração de Deus – obediente, valente, vitorioso, temente ao Senhor – o Senhor era com ele; depois (durante 25 anos), um homem deprimido moral, emocional e espiritualmente; perseguido e vulnerável.
Muitas pessoas passam a vida inteira chorando por uma decisão errada feita apenas num instante. Pagam um alto preço por uma desobediência. Choram amargamente por tomar uma direção errada na vida. Cuidado com o pecado, pois ele pode levar você mais longe do que você quer ir.
Outro exemplo, Sansão. Esse famoso Juiz de Israel, cujo nome fazia tremer os belicosos filisteus, inimigos mortais do Povo de Deus, tinha tudo para ser uma bênção, se tivesse temperança, ou auto-controle, ou domínio próprio sobre seus impulsos carnais. Mas, Sansão não tinha. Gostava e sentia prazer em exibir sua força. Exibicionismo de qualquer natureza é falta de temperança. Quem tem consciência do que possui não precisa fazer exibição. Deus nunca exibiu seu Poder, o Senhor Jesus nunca fez um milagre apenas para mostrar Seu Poder. Um homem de Deus usa o Poder para fazer a Obra de Deus, e, não apenas para mostrar que tem Poder.
Sansão além de exibicionista não tinha qualquer controle sobre seus sentimentos, suas paixões, seus desejos carnais, principalmente os sexuais. Ele pagou muito caro pela sua destemperança, ou intemperança, perdeu seu Posto de Juiz, perdeu o Poder de Deus, perdeu seus olhos, perdeu sua vida(Jz 16:1-21).
O pecado promete prazer e paga com o desgosto. Levanta a bandeira da vida, mas seu salário é a morte. Tem um aroma sedutor, mas ao fim cheira a enxofre. Só os loucos zombam do pecado. O pecado é maligníssimo. Ele é pior do que a pobreza, do que a solidão, do que a doença. Enfim, o pecado é pior do que a própria morte. Esses males todos não podem destruir sua alma nem afastar você de Deus, mas o pecado arruína seu corpo, sua alma e afasta você eternamente de Deus. Por isso a tão singular advertência de Jesus: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca”(Mt 26:41).
b) No dia da angústia e da adversidade. Há momentos de nossa vida que são tão cruentos que pensamos que Deus nos tem desprezado. As angústias e adversidades nos deixam debilitados espiritualmente e nos fazem ofuscar as esperanças de uma recuperação a uma posição original. Mas, o crente tem uma arma poderosa nestes momentos difíceis de nossa caminhada rumo ao Céu: a oração. Ela é poderosa e traz substancia à alma, pois mesmo não tendo força suficiente devido o momento difícil e tenebroso, o Espírito Santo nos ajuda a buscarmos a Deus em oração. O apóstolo Paulo, real exemplo de um crente que passou por momentos de angústia, nos dá a receita certa para esses momentos: “alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração”(Rm 12:12)
Jonas, no seu momento de angústia ele orou a Deus, assim: “Na minha angústia, clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz”(Jonas 2:1-2). Do ventre do grande peixe, Jonas clama ao Senhor, embora se considerasse quase morto (Jn 2:6); sua oração é ouvida pelo Senhor que, em sua misericórdia, poupa-lhe a vida. Assim, os crentes nunca devem perder a esperança, mesmo em situações que pareçam insuportáveis. Assim como Jonas, os crentes devem clamar a Deus, pedindo misericórdia e ajuda. Depositemos, pois, nossas vidas em suas mãos!.
II. COMO ORAR?
1. Com reverência. A oração deve ser feita com reverência. Jesus ensinou isso na oração do Pai nosso – Lucas 11:2. Veja, também, a manifestação do salmista no salmo 111. A sua atitude é de uma cabal reverencia na presença de Deus ao proferir tão lindas palavras. Portanto, não devemos nunca, de qualquer modo, tratar com leviandade os títulos ou nomes de Deus. Ao orar, penetramos na sala de audiência do Altíssimo, e devemos ir à Sua presença possuídos de santa reverência.
Veja e sinta a reverencia que os anjos têm para com o Deus todo-poderoso, quando estão em sua presença, conforme descrito em Is 6:2-3. Os anjos velam o rosto em Sua presença. Os querubins e os serafins aproximam-se de Seu trono com solene reverência. Quanto mais deveríamos nós, seres finitos e pecadores, apresentar-nos de modo reverente perante o Senhor, nosso Criador.
É tremendamente preocupante quando muitos que se dizem cristãos, no momento da oração, estão alheios a esse momento tão sublime, pois, sem temor mascam chicletes, balbuciam conversas paralelas nada condizentes com o momento tão sublime e sobrenatural; sem falar em outros absurdos destoante de uma vida genuinamente cristã. Isto caracteriza indiferentismo com a presença do Senhor, é trazer fogo estranho ao Altar(ler Num 26:61). A Bíblia nos induz ao respeito para com Deus em qualquer situação, principalmente quando estamos num momento de oração - “Pelo que, recebendo nós um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e temor”(Hb 12;28).
2. Com fé e humildade.
a) Com fé. “Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte”(Tg 1:6). Tiago nos exorta a buscarmos a Deus em oração com fé, em nada duvidando. Precisamos ter convicção de seu amor e preocupação conosco e saber que nada é impossível para ele. Se duvidarmos de sua bondade e do seu poder, não teremos estabilidade nas provações. Talvez consigamos descansar em Deus por alguns momentos, mas logo imaginaremos que ele se esqueceu de nos tratar com bondade; procedendo assim, seremos como a onda do mar que se eleva majestosamente e depois desaba espumante e agitada. Esse tipo de fé que vacila entre otimismo e o pessimismo não honra a Deus(Tg 1:7-8).
b) Com humildade. “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”(Rm 12:1,2).
Quando o crente se apresentar a Deus em oração, diz o pastor Eliezer de Lira e Silva, “deve reconhecer a sua insignificância em si mesmo, suas fragilidades, necessidades e estar disposto a confessar seus pecados e deixá-los, e buscar a boa e perfeita e agradável vontade de Deus para a sua vida. Isto é uma condição necessária para todo aquele que quiser viver como salvo. A humildade foi uma das características marcantes na vida e no Ministério de Jesus”.
Os Cristãos primitivos foram ensinados que o orgulho, a altivez, a soberba eram coisas do mundo e que “... Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes...”(Tiago 4:6). Neste mesmo sentido ensinou, também, o Apóstolo Pedro, dizendo: “... revestivos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”(1Pedro 5:5). Ainda sobre a humildade escreveu Paulo: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”(Fp 2:3).
Pelo que se pode observar, entre os crentes da Igreja primitiva não havia sentimentos de grandeza, orgulho, soberba, superioridade – “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam...” (Atos 4:32).
O Senhor Jesus, disse que era “... humilde e manso de coração”. A verdadeira humildade manifesta-se de dentro para fora, não é, apenas, aparência exterior. Não é pela aparência exterior que identificamos uma pessoa humilde, um crente que esteja vivendo como salvo. Alguns podem dizer, “ele é muito humilde, não liga para nada, anda mal vestido, não tem vaidade”. Todavia, isto pode ser desleixo, falta de higiene, mau gosto no vestir, ou até sovinismo. Humildade não é alimentar-se e vestir-se mal, podendo alimentar-se e vestir-se bem; humildade não é ter um carro velho, podendo ter um novo; humildade não é morar num barraco, podendo morar numa casa confortável.
3. Priorizando o Reino de Deus e seus valores eternos. Foi assim que Jesus ensinou aos discípulos: “E ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino”(Lc 11:2). Aqui o Senhor ensinou os discípulos a se dirigirem a Deus como Pai. Essa íntima afinidade familiar era desconhecida aos crentes no Antigo Testamento. Simplesmente quer dizer que os crentes agora podem falar com Deus como a um amoroso Pai celestial. Em seguida, somos ensinados a orar para que o nome de Deus seja santificado. Isso expressa a ânsia do coração do crente de que Ele deveria ser reverenciado, magnificado e adorado. Na petição, “venha o teu reino”, temos uma oração para que o dia logo chegue quando Deus derrubará as forças do mal e, na pessoa de Cristo, reinará supremo sobre a Terra, onde sua vontade será como é no Céu. Portanto, priorizar o reino de Deus e seus valores nas nossas orações é parte integrante do caráter cristão.
III. ONDE ORAR E POR QUEM ORAR?
1. Onde Orar? Quando a mulher samaritana perguntou a Jesus sobre o lugar apropriado para se adorar a Deus, Ele respondeu-lhe: “... importa que os que o adoram, o adorem em espírito e em verdade”(João 4:24). Esta resposta esclarece-nos sobre a maneira como as pessoas devem buscar a Deus. Fala da verdade, da sinceridade, da voluntariedade e dos desejos do coração do homem e especifica que a comunhão com Deus só se alcança de espírito a Espírito. Pelas palavras de Jesus à samaritana, compreende-se também, que a oração não depende do local escolhido.
O apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo disse: “Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda”(1Tm 2:8). A expressão em todo lugar significa que o cristão pode orar a qualquer hora, não importa onde esteja.
Caso a oração seja em público, três qualificações aplicáveis são adicionadas àqueles que oram publicamente. Em primeiro lugar, eles devem levantar as “mãos santas”. A ênfase não é tanto na postura física de quem está orando, mas na vida interior. As mãos devem ser “mãos santas”. As mãos representam todo modo de vida do homem. Em segundo lugar, deve-se "orar sem ira". Essa expressão ressalta a incoerência de pessoas acostumadas a demonstrações de ira, mas que se levantam nas igrejas locais para dirigir-se a Deus em nome dos que ali se congregam. Em terceiro lugar, deve-se orar "sem contendas”. Isso significa orar sem animosidade, não se opor, discutir ou contender. É ter fé na habilidade e na vontade de Deus de ouvir as orações e responder a elas. Nós podemos sintetizar essas qualificações dizendo que o homem deve mostrar santidade e pureza para consigo mesmo, amor e paz para com os homens e fé inabalável para com Deus.
Jesus adverte aos discípulos contra a hipocrisia ao orar em público. Eles não deveriam se posicionar propositadamente em áreas públicas de forma que os outros, vendo-os orar, ficassem impressionados por suas devoções – “E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão”(Mt 6:5). Portanto, a oração deve ser com sinceridade.
Entretanto, todo filho de Deus deve ter um lugar para estar a sós com Deus a fim de buscá-lo; é recomendação do próprio Jesus: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará”(Mt 6:6). Jesus tinha seus lugares secretos para orar(Mt 14:23; Mc 1:35; Lc 4:42; 5:16; 6:12). Este é o melhor momento e o melhor lugar para o exercício da humildade, da sinceridade e da purificação da fé. A perseverança e a dedicação a esse tipo de oração secreta, longe das pessoas, é que formará a estrutura de uma fé genuína e vigorosa que levará o servo de Deus a alcançar uma vida plena.
2. Por quem devemos orar? A resposta parece óbvia demais. Devemos orar por nós mesmos e pelos outros. Jesus exige claramente que nós oremos por nós mesmos e pelos outros. Ele nos diz para orar por aqueles que nos perseguem (Mateus 5:44). Ele insiste conosco para que oremos pedindo trabalhadores para as colheitas (Mateus 9:38). Ele nos ensina a orar pelos amigos que enfrentam a tentação (Lucas 22:32), bem como por nós mesmos para que não entremos em tentação (Lucas 22:40). Através de Paulo, ele nos exorta a fazer "súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade..." (1Timóteo 2:1-2).
Jesus também nos exorta a orar pelos inimigos (Mt 5:44). Certamente, esta é uma tarefa que demanda muito esforço, amor, renúncia e propósito de agradar a Deus, obedecer a sua Palavra e dominar seu próprio coração. Neste aspecto, Jesus e o diácono Estevão deram-nos exemplos(Lc 23:34; At 7:60). Em vista destas instruções, a oração é um dever, um mandamento a ser obedecido. Isto, por si só, é bastante motivação para aquele que tem fé para obedecer.
O amor se torna nossa motivação para orar por outros, porque ele nos dá forças para amar nosso próximo como a nós mesmos; a amar os irmãos no Senhor colocando seus interesses acima dos nossos; a amar e ser cuidadoso com as coisas de Deus, antes que com nossos interesses pessoais. Quando atingimos o ponto em que ficamos tão preocupados com os outros como conosco, então a oração pelos outros se torna tão natural como a oração por nós mesmos. Que força este poder de motivação, chamado amor, mostra ter; e para a maioria de nós, que mudança faz em nossas vidas!
Quando oramos por outrem, isso apazigua as contendas; simplesmente, não é deixado lugar dentro de nós para o egoísmo, o ódio, a vingança ou a amargura. Talvez a maior bênção que advém da oração é que o próprio ato demonstra a Deus nossa fé nele. Nossas orações mostram que agimos pela nossa fé e que nós, orando por outros, desejamos mudar nosso caráter e personalidade, para nos conformarmos à imagem de seu bendito Filho.
CONCLUSÃO
Que Deus nos encontre sempre perante Seu trono, pois temos um Sumo Sacerdote no Céu que pode se identificar com tudo o que passamos (Hb 4:15-16). Temos Sua promessa de que “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5:16-18). Que Deus possa glorificar Seu nome em nossas vidas conforme creiamos nele de forma suficiente para que venhamos sempre a Ele em oração.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 44. Guia do leitor da Bíblia. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Através da Bíblia – Lucas – John Vernon McGee.
A oração é o canal pelo qual o homem exercita a sua submissão a Deus. É a forma pela qual o crente se põe como um verdadeiro servo do Senhor. É a própria exteriorização de nossa qualidade de servo de Deus. Nas páginas das Escrituras Sagradas, veremos, sempre, que os grandes homens de Deus eram homens de oração, bem como que os grandes fracassos espirituais ali descritos têm, como ponto em comum, a falta de oração, a falta de diálogo com Deus. Quando o homem se distancia de Deus, podemos verificar que o distanciamento se deu, num primeiro instante, pela perda de contato entre o homem e Deus através da oração. Eis porque todas as forças do mal buscam retirar o nosso tempo de oração, buscam eliminar a oração do nosso dia-a-dia. A oração, como bem afirmou Paulo, é indispensável para que vençamos as hostes espirituais da maldade, pois é a ferramenta que nos coloca em forma para podermos utilizar adequadamente a armadura de Deus (Ef.6:13-18). Quando falamos em oração, entendamos que ela é um dever, ou seja, é algo que é obrigatório e que o cristão não tem o direito de deixar de fazer. Quando o Senhor Jesus contou aos discípulos a parábola do juiz iníquo ele quis ilustrar o “dever de orar sempre e nunca desfalecer”(Lc 18:1).
I. A QUEM ORAR E QUANDO ORAR?
1. A Quem devemos orar? É óbvio que devemos orar somente a Deus, e deve ser feito em nome de Jesus, “porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem”(1Tm 2:5). Paulo exortou os crentes da igreja de Éfeso a sempre dar “graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5:20). Jesus assegurou aos seus discípulos que qualquer coisa que pedissem em Seu nome seria concedido (João 15:16; 16:23) - “E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho”(João 14:13).
E qual a participação do Espírito Santo? Talvez alguém interrogue. A terceira pessoa da Trindade tem um papel ativo nas orações dos filhos de Deus. O apóstolo Paulo explicou qual a tarefa do Espírito Santo na oração: "Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis" (Rm 8.26). Aqui mostra que a atividade do Espírito Santo é interceder “com gemido”; com freqüência, sentimo-nos desnorteados em nossa vida de oração. Não sabemos orar como convém. Oramos de maneira egoísta, ignorante, limitada. Porém, o Espírito coloca-se ao nosso lado para nos ajudar em nossa fraqueza e intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis. Aqui, é o Espírito quem geme, e não nós, apesar de também o fazermos. Esses gemidos têm lugar no coração do crente. Nota-se que o filho de Deus tem dois intercessores divinos: Cristo, intercede no Céu pelo crente, perante a face do Pai(Rm 8:34; Hb 7:25; 9:24; 1João 2:1); e o Espírito Santo, intercede no íntimo do crente, na Terra.
Os desejos e anseios espirituais dos crentes têm sua origem no Espírito Santo, que habita em nosso coração. O próprio Espírito suspira, geme e sofre dentro de nós, ansiando pelo dia final da redenção (Rm 8:23-25). Ele apela ao Pai em favor das nossas necessidades “segundo a vontade de Deus”(Rm 8:27).
De igual importância é a quem não devemos orar. Algumas religiões não-cristãs encorajam seus seguidores a orar ao panteão de deuses, parentes mortos, santos e espíritos. Católicos Romanos são ensinados a orarem a Maria e a vários outros santos, como Pedro, José, Francisco, Antonio, Padre Cícero, etc. Tais orações não são bíblicas, são contra a vontade de Deus e são, na verdade, uma ofensa ao nosso Pai Celestial. O problema em orar a qualquer outra pessoa que não seja Deus é que Ele é um Deus zeloso e tem declarado que não vai dividir Sua glória com ninguém. Na verdade, fazer isso é nada menos do que pura idolatria. “Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura” (Isaías 42:8).
2. Quando devemos orar? O apóstolo Paulo mostra que a guerra do crente contra as forças espirituais de Satanás exige dedicação a oração, “em todo tempo”, “com toda oração e súplica”, “por todos os santos”, “com toda perseverança” – “orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos”(Ef 6:18); “Orai sem cessar”(1Ts 5:17).
Temos de vigiar contra a tendência de toscanejar, de deixar a mente vagar e de nos preocupar com outras coisas. A oração requer que estejamos alertas e concentrados espiritualmente. Tem de haver perseverança na oração. Temos de pedir, buscar e bater(Lc 11:9).
a) Quando tudo está bem. Há uma tendência de desprezarmos o ritmo de intimidade com Deus, as coisas constitutivas da nossa comunhão com Deus, quando parece que tudo está bem ao nosso redor. Muitos homens de Deus ao longo da história se descuidaram de buscar a Deus e de vigiar quando todas as coisas lhes eram bastante favoráveis.
Como exemplo, citamos Davi. Este grande rei de Israel, ao invés de ir adiante do seu exército na batalha, conforme fizera antes, ficou em Jerusalém; foi tomado de uma indolência que não demorou a levá-lo ao colapso moral e espiritual. Sua vida de conforto e luxo como rei desenvolveu nele a autoconfiança e o tornou uma pessoa descomedida. Não orou e nem vigiou, logo caiu em tentação, cometeu o pecado de adultério. O adultério com Bate-Seba, o planejamento e a covarde execução de seu esposo, Urias, estão entre os pecados mais condenáveis e repulsivos já narrados na história bíblica. Uma vez concebido, o pecado fez com que o "homem segundo o coração de Deus" passasse da vitória para o tormento. O rei Davi mais do que ninguém sentiu na pele e na alma a tragédia desse pecado(ver Salmo 51). Deus, o Senhor de toda a justiça, reprovou o ato de Davi (2Sm 11:27), perdoou-o por se arrepender profundamente do ato impensado e precipitado, mas não o livrou das inevitáveis e trágicas consequencias. Antes, um homem segundo o coração de Deus – obediente, valente, vitorioso, temente ao Senhor – o Senhor era com ele; depois (durante 25 anos), um homem deprimido moral, emocional e espiritualmente; perseguido e vulnerável.
Muitas pessoas passam a vida inteira chorando por uma decisão errada feita apenas num instante. Pagam um alto preço por uma desobediência. Choram amargamente por tomar uma direção errada na vida. Cuidado com o pecado, pois ele pode levar você mais longe do que você quer ir.
Outro exemplo, Sansão. Esse famoso Juiz de Israel, cujo nome fazia tremer os belicosos filisteus, inimigos mortais do Povo de Deus, tinha tudo para ser uma bênção, se tivesse temperança, ou auto-controle, ou domínio próprio sobre seus impulsos carnais. Mas, Sansão não tinha. Gostava e sentia prazer em exibir sua força. Exibicionismo de qualquer natureza é falta de temperança. Quem tem consciência do que possui não precisa fazer exibição. Deus nunca exibiu seu Poder, o Senhor Jesus nunca fez um milagre apenas para mostrar Seu Poder. Um homem de Deus usa o Poder para fazer a Obra de Deus, e, não apenas para mostrar que tem Poder.
Sansão além de exibicionista não tinha qualquer controle sobre seus sentimentos, suas paixões, seus desejos carnais, principalmente os sexuais. Ele pagou muito caro pela sua destemperança, ou intemperança, perdeu seu Posto de Juiz, perdeu o Poder de Deus, perdeu seus olhos, perdeu sua vida(Jz 16:1-21).
O pecado promete prazer e paga com o desgosto. Levanta a bandeira da vida, mas seu salário é a morte. Tem um aroma sedutor, mas ao fim cheira a enxofre. Só os loucos zombam do pecado. O pecado é maligníssimo. Ele é pior do que a pobreza, do que a solidão, do que a doença. Enfim, o pecado é pior do que a própria morte. Esses males todos não podem destruir sua alma nem afastar você de Deus, mas o pecado arruína seu corpo, sua alma e afasta você eternamente de Deus. Por isso a tão singular advertência de Jesus: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca”(Mt 26:41).
b) No dia da angústia e da adversidade. Há momentos de nossa vida que são tão cruentos que pensamos que Deus nos tem desprezado. As angústias e adversidades nos deixam debilitados espiritualmente e nos fazem ofuscar as esperanças de uma recuperação a uma posição original. Mas, o crente tem uma arma poderosa nestes momentos difíceis de nossa caminhada rumo ao Céu: a oração. Ela é poderosa e traz substancia à alma, pois mesmo não tendo força suficiente devido o momento difícil e tenebroso, o Espírito Santo nos ajuda a buscarmos a Deus em oração. O apóstolo Paulo, real exemplo de um crente que passou por momentos de angústia, nos dá a receita certa para esses momentos: “alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração”(Rm 12:12)
Jonas, no seu momento de angústia ele orou a Deus, assim: “Na minha angústia, clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz”(Jonas 2:1-2). Do ventre do grande peixe, Jonas clama ao Senhor, embora se considerasse quase morto (Jn 2:6); sua oração é ouvida pelo Senhor que, em sua misericórdia, poupa-lhe a vida. Assim, os crentes nunca devem perder a esperança, mesmo em situações que pareçam insuportáveis. Assim como Jonas, os crentes devem clamar a Deus, pedindo misericórdia e ajuda. Depositemos, pois, nossas vidas em suas mãos!.
II. COMO ORAR?
1. Com reverência. A oração deve ser feita com reverência. Jesus ensinou isso na oração do Pai nosso – Lucas 11:2. Veja, também, a manifestação do salmista no salmo 111. A sua atitude é de uma cabal reverencia na presença de Deus ao proferir tão lindas palavras. Portanto, não devemos nunca, de qualquer modo, tratar com leviandade os títulos ou nomes de Deus. Ao orar, penetramos na sala de audiência do Altíssimo, e devemos ir à Sua presença possuídos de santa reverência.
Veja e sinta a reverencia que os anjos têm para com o Deus todo-poderoso, quando estão em sua presença, conforme descrito em Is 6:2-3. Os anjos velam o rosto em Sua presença. Os querubins e os serafins aproximam-se de Seu trono com solene reverência. Quanto mais deveríamos nós, seres finitos e pecadores, apresentar-nos de modo reverente perante o Senhor, nosso Criador.
É tremendamente preocupante quando muitos que se dizem cristãos, no momento da oração, estão alheios a esse momento tão sublime, pois, sem temor mascam chicletes, balbuciam conversas paralelas nada condizentes com o momento tão sublime e sobrenatural; sem falar em outros absurdos destoante de uma vida genuinamente cristã. Isto caracteriza indiferentismo com a presença do Senhor, é trazer fogo estranho ao Altar(ler Num 26:61). A Bíblia nos induz ao respeito para com Deus em qualquer situação, principalmente quando estamos num momento de oração - “Pelo que, recebendo nós um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e temor”(Hb 12;28).
2. Com fé e humildade.
a) Com fé. “Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte”(Tg 1:6). Tiago nos exorta a buscarmos a Deus em oração com fé, em nada duvidando. Precisamos ter convicção de seu amor e preocupação conosco e saber que nada é impossível para ele. Se duvidarmos de sua bondade e do seu poder, não teremos estabilidade nas provações. Talvez consigamos descansar em Deus por alguns momentos, mas logo imaginaremos que ele se esqueceu de nos tratar com bondade; procedendo assim, seremos como a onda do mar que se eleva majestosamente e depois desaba espumante e agitada. Esse tipo de fé que vacila entre otimismo e o pessimismo não honra a Deus(Tg 1:7-8).
b) Com humildade. “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”(Rm 12:1,2).
Quando o crente se apresentar a Deus em oração, diz o pastor Eliezer de Lira e Silva, “deve reconhecer a sua insignificância em si mesmo, suas fragilidades, necessidades e estar disposto a confessar seus pecados e deixá-los, e buscar a boa e perfeita e agradável vontade de Deus para a sua vida. Isto é uma condição necessária para todo aquele que quiser viver como salvo. A humildade foi uma das características marcantes na vida e no Ministério de Jesus”.
Os Cristãos primitivos foram ensinados que o orgulho, a altivez, a soberba eram coisas do mundo e que “... Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes...”(Tiago 4:6). Neste mesmo sentido ensinou, também, o Apóstolo Pedro, dizendo: “... revestivos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”(1Pedro 5:5). Ainda sobre a humildade escreveu Paulo: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”(Fp 2:3).
Pelo que se pode observar, entre os crentes da Igreja primitiva não havia sentimentos de grandeza, orgulho, soberba, superioridade – “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam...” (Atos 4:32).
O Senhor Jesus, disse que era “... humilde e manso de coração”. A verdadeira humildade manifesta-se de dentro para fora, não é, apenas, aparência exterior. Não é pela aparência exterior que identificamos uma pessoa humilde, um crente que esteja vivendo como salvo. Alguns podem dizer, “ele é muito humilde, não liga para nada, anda mal vestido, não tem vaidade”. Todavia, isto pode ser desleixo, falta de higiene, mau gosto no vestir, ou até sovinismo. Humildade não é alimentar-se e vestir-se mal, podendo alimentar-se e vestir-se bem; humildade não é ter um carro velho, podendo ter um novo; humildade não é morar num barraco, podendo morar numa casa confortável.
3. Priorizando o Reino de Deus e seus valores eternos. Foi assim que Jesus ensinou aos discípulos: “E ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino”(Lc 11:2). Aqui o Senhor ensinou os discípulos a se dirigirem a Deus como Pai. Essa íntima afinidade familiar era desconhecida aos crentes no Antigo Testamento. Simplesmente quer dizer que os crentes agora podem falar com Deus como a um amoroso Pai celestial. Em seguida, somos ensinados a orar para que o nome de Deus seja santificado. Isso expressa a ânsia do coração do crente de que Ele deveria ser reverenciado, magnificado e adorado. Na petição, “venha o teu reino”, temos uma oração para que o dia logo chegue quando Deus derrubará as forças do mal e, na pessoa de Cristo, reinará supremo sobre a Terra, onde sua vontade será como é no Céu. Portanto, priorizar o reino de Deus e seus valores nas nossas orações é parte integrante do caráter cristão.
III. ONDE ORAR E POR QUEM ORAR?
1. Onde Orar? Quando a mulher samaritana perguntou a Jesus sobre o lugar apropriado para se adorar a Deus, Ele respondeu-lhe: “... importa que os que o adoram, o adorem em espírito e em verdade”(João 4:24). Esta resposta esclarece-nos sobre a maneira como as pessoas devem buscar a Deus. Fala da verdade, da sinceridade, da voluntariedade e dos desejos do coração do homem e especifica que a comunhão com Deus só se alcança de espírito a Espírito. Pelas palavras de Jesus à samaritana, compreende-se também, que a oração não depende do local escolhido.
O apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo disse: “Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda”(1Tm 2:8). A expressão em todo lugar significa que o cristão pode orar a qualquer hora, não importa onde esteja.
Caso a oração seja em público, três qualificações aplicáveis são adicionadas àqueles que oram publicamente. Em primeiro lugar, eles devem levantar as “mãos santas”. A ênfase não é tanto na postura física de quem está orando, mas na vida interior. As mãos devem ser “mãos santas”. As mãos representam todo modo de vida do homem. Em segundo lugar, deve-se "orar sem ira". Essa expressão ressalta a incoerência de pessoas acostumadas a demonstrações de ira, mas que se levantam nas igrejas locais para dirigir-se a Deus em nome dos que ali se congregam. Em terceiro lugar, deve-se orar "sem contendas”. Isso significa orar sem animosidade, não se opor, discutir ou contender. É ter fé na habilidade e na vontade de Deus de ouvir as orações e responder a elas. Nós podemos sintetizar essas qualificações dizendo que o homem deve mostrar santidade e pureza para consigo mesmo, amor e paz para com os homens e fé inabalável para com Deus.
Jesus adverte aos discípulos contra a hipocrisia ao orar em público. Eles não deveriam se posicionar propositadamente em áreas públicas de forma que os outros, vendo-os orar, ficassem impressionados por suas devoções – “E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão”(Mt 6:5). Portanto, a oração deve ser com sinceridade.
Entretanto, todo filho de Deus deve ter um lugar para estar a sós com Deus a fim de buscá-lo; é recomendação do próprio Jesus: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará”(Mt 6:6). Jesus tinha seus lugares secretos para orar(Mt 14:23; Mc 1:35; Lc 4:42; 5:16; 6:12). Este é o melhor momento e o melhor lugar para o exercício da humildade, da sinceridade e da purificação da fé. A perseverança e a dedicação a esse tipo de oração secreta, longe das pessoas, é que formará a estrutura de uma fé genuína e vigorosa que levará o servo de Deus a alcançar uma vida plena.
2. Por quem devemos orar? A resposta parece óbvia demais. Devemos orar por nós mesmos e pelos outros. Jesus exige claramente que nós oremos por nós mesmos e pelos outros. Ele nos diz para orar por aqueles que nos perseguem (Mateus 5:44). Ele insiste conosco para que oremos pedindo trabalhadores para as colheitas (Mateus 9:38). Ele nos ensina a orar pelos amigos que enfrentam a tentação (Lucas 22:32), bem como por nós mesmos para que não entremos em tentação (Lucas 22:40). Através de Paulo, ele nos exorta a fazer "súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade..." (1Timóteo 2:1-2).
Jesus também nos exorta a orar pelos inimigos (Mt 5:44). Certamente, esta é uma tarefa que demanda muito esforço, amor, renúncia e propósito de agradar a Deus, obedecer a sua Palavra e dominar seu próprio coração. Neste aspecto, Jesus e o diácono Estevão deram-nos exemplos(Lc 23:34; At 7:60). Em vista destas instruções, a oração é um dever, um mandamento a ser obedecido. Isto, por si só, é bastante motivação para aquele que tem fé para obedecer.
O amor se torna nossa motivação para orar por outros, porque ele nos dá forças para amar nosso próximo como a nós mesmos; a amar os irmãos no Senhor colocando seus interesses acima dos nossos; a amar e ser cuidadoso com as coisas de Deus, antes que com nossos interesses pessoais. Quando atingimos o ponto em que ficamos tão preocupados com os outros como conosco, então a oração pelos outros se torna tão natural como a oração por nós mesmos. Que força este poder de motivação, chamado amor, mostra ter; e para a maioria de nós, que mudança faz em nossas vidas!
Quando oramos por outrem, isso apazigua as contendas; simplesmente, não é deixado lugar dentro de nós para o egoísmo, o ódio, a vingança ou a amargura. Talvez a maior bênção que advém da oração é que o próprio ato demonstra a Deus nossa fé nele. Nossas orações mostram que agimos pela nossa fé e que nós, orando por outros, desejamos mudar nosso caráter e personalidade, para nos conformarmos à imagem de seu bendito Filho.
CONCLUSÃO
Que Deus nos encontre sempre perante Seu trono, pois temos um Sumo Sacerdote no Céu que pode se identificar com tudo o que passamos (Hb 4:15-16). Temos Sua promessa de que “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5:16-18). Que Deus possa glorificar Seu nome em nossas vidas conforme creiamos nele de forma suficiente para que venhamos sempre a Ele em oração.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 44. Guia do leitor da Bíblia. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Através da Bíblia – Lucas – John Vernon McGee.
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