Leitura Bílica: Lucas 24.46,49,52,53; Atos 1.4,5,12,14
“Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar”(1 Ts 5.16,17).
INTRODUÇÃO
No Novo Testamento a oração é praticada por qualquer servo de Deus. O imperativo é: “orai sem cessar”(1Ts 5:17) por nós mesmos (Mt.24:20; 26:41; Mc.13:18,33; Lc.22:40), uns pelos outros (Tg.5:16; Cl 1:3), pelos inimigos da Igreja (Mt.5:44; Lc.6:28), pelos ministros do Evangelho e pela obra do Senhor (Ef.6:19; 1Ts.5:25; Hb.13:18), como também pelas autoridades constituídas (1Tm 2:2) e por todos os homens (1Tm 2:1). Cristo rogou por Seus discípulos e fez especial intercessão por Pedro; também, intercedeu em favor dos seus inimigos (Lc 23:34).
As igrejas do Novo Testamento frequentemente se dedicavam à oração coletiva (Atos 1:4;2:42; 4:24-31; 12:5,12; 12:12;13:2). O poder e presença de Deus e as reuniões de oração integravam-se. O livro de Atos dos Apóstolos e as cartas de Paulo trazem lindos relatos de como os cristãos da igreja primitiva perseveravam unidos em encontros de oração, tanto no pátio do templo judaico - local de reuniões inserido na cultura da época(Atos 3:1) - como nas residências(At 12:5;12).
A Igreja foi inaugurada numa casa, quase que com certeza, na casa de Maria, mãe de Marcos, o autor do Evangelho que tem o seu nome. Foi ainda nesta casa que a Igreja continuou se reunindo, especialmente em Cultos de Oração, conforme se lê em Atos 12:12. A intenção de Deus é que seu povo do Novo Testamento se reúna para a oração definida e perseverante; note as palavras de Jesus: “A minha casa será chamada casa de oração”(Mt 21:13).
As igrejas do Novo Testamento frequentemente se dedicavam à oração coletiva (Atos 1:4;2:42; 4:24-31; 12:5,12; 12:12;13:2). O poder e presença de Deus e as reuniões de oração integravam-se. O livro de Atos dos Apóstolos e as cartas de Paulo trazem lindos relatos de como os cristãos da igreja primitiva perseveravam unidos em encontros de oração, tanto no pátio do templo judaico - local de reuniões inserido na cultura da época(Atos 3:1) - como nas residências(At 12:5;12).
A Igreja foi inaugurada numa casa, quase que com certeza, na casa de Maria, mãe de Marcos, o autor do Evangelho que tem o seu nome. Foi ainda nesta casa que a Igreja continuou se reunindo, especialmente em Cultos de Oração, conforme se lê em Atos 12:12. A intenção de Deus é que seu povo do Novo Testamento se reúna para a oração definida e perseverante; note as palavras de Jesus: “A minha casa será chamada casa de oração”(Mt 21:13).
I. A ORAÇÃO NO INÍCIO DA IGREJA
Depois de refrear a curiosidade dos discípulos quanto à data futura do seu reino(At 1:8), Jesus direcionou a atenção deles para uma questão mais imediata: a natureza e abrangência da missão da qual seriam incumbidos. Eles seriam testemunhas de Jesus tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra. Antes disso, porém, precisam receber o poder do Espírito Santo. Mas, para isso eles deveriam estar no lugar certo, ou seja, unidos em oração.
Logo após de comissionar os discípulos, Jesus foi elevado às alturas(At 1:9). “E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco, os quais lhes disseram: varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”(At 1:10,11). Após esse espetacular acontecimento os discípulos voltaram para Jerusalém(At 1:12). De acordo com Lucas 24:52, os discípulos voltaram a Jerusalém tomados de grande júbilo.
A luz do amor de Deus e a promessa da volta de Jesus inflamavam o coração desses homens e faziam seus rostos resplandecerem, apesar dos incontáveis problemas que os cercavam. Ao entrarem na cidade, subiram para o cenáculo onde se reuniam(At 1:13). Ali, “Todos estes perseveravam unânime em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com seus irmãos”(At 1:14). Foi a primeira reunião de oração da Igreja recém-inaugurada.
Observe o termo “unânime”. Este termo, que ocorre onze vezes em Atos, é umas das chaves para descobrir o segredo da bênção. Onde os irmãos vivem juntos em união, Deus ordena a sua bênção: vida para sempre(Sl 133). Outra chave para descobrir o segredo da bênção de Deus se encontra nas palavras “perseveravam [...] em oração”. Como naquela época, no início da igreja, em nosso tempo Deus opera quando as pessoas oram. Em geral, preferimos fazer qualquer outra coisa, mas o poder revitalizante do Espírito Santo de Deus é derramado quando esperamos diante de Deus em oração veemente, quando oramos sem pressa e em conjunto com outros cristãos.
Depois de refrear a curiosidade dos discípulos quanto à data futura do seu reino(At 1:8), Jesus direcionou a atenção deles para uma questão mais imediata: a natureza e abrangência da missão da qual seriam incumbidos. Eles seriam testemunhas de Jesus tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra. Antes disso, porém, precisam receber o poder do Espírito Santo. Mas, para isso eles deveriam estar no lugar certo, ou seja, unidos em oração.
Logo após de comissionar os discípulos, Jesus foi elevado às alturas(At 1:9). “E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco, os quais lhes disseram: varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”(At 1:10,11). Após esse espetacular acontecimento os discípulos voltaram para Jerusalém(At 1:12). De acordo com Lucas 24:52, os discípulos voltaram a Jerusalém tomados de grande júbilo.
A luz do amor de Deus e a promessa da volta de Jesus inflamavam o coração desses homens e faziam seus rostos resplandecerem, apesar dos incontáveis problemas que os cercavam. Ao entrarem na cidade, subiram para o cenáculo onde se reuniam(At 1:13). Ali, “Todos estes perseveravam unânime em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com seus irmãos”(At 1:14). Foi a primeira reunião de oração da Igreja recém-inaugurada.
Observe o termo “unânime”. Este termo, que ocorre onze vezes em Atos, é umas das chaves para descobrir o segredo da bênção. Onde os irmãos vivem juntos em união, Deus ordena a sua bênção: vida para sempre(Sl 133). Outra chave para descobrir o segredo da bênção de Deus se encontra nas palavras “perseveravam [...] em oração”. Como naquela época, no início da igreja, em nosso tempo Deus opera quando as pessoas oram. Em geral, preferimos fazer qualquer outra coisa, mas o poder revitalizante do Espírito Santo de Deus é derramado quando esperamos diante de Deus em oração veemente, quando oramos sem pressa e em conjunto com outros cristãos.
OUTRAS CITAÇÕES EM ATOS SOBRE A ORAÇÃO NO INÍCIO DA IGREJA
a) A oração dos cento e vinte discípulos que estavam no cenáculo foi respondida em Pentecostes, por ocasião da descia do Espírito Santo sobre eles.
b) As pessoas que se converteram no dia de Pentecostes perseveraram na oração(At 2:42). Os versículos subseqüentes (43-47) descrevem as condições ideais experimentadas por essa comunidade de oração.
c) Depois da libertação de Pedro e João, os cristãos oraram pedindo ousadia(Ato 4:29). Como resultado, o lugar onde estavam reunidos tremeu, todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciaram a palavra de Deus com grande intrepidez(Atos 4:31).
d) A fim de poderem se dedicar mais intensivamente à oração e ao ministério da Palavra, os doze apóstolos(doze porque Matias fazia parte do grupo) sugeriram que sete homens fossem escolhidos para cuidar das finanças e da filantropia(Atos 6:3-4). Em seguida, os apóstolos oraram e impuseram as mãos sobre os sete escolhidos(Atos 6:6). Os versículos seguintes registram grandes vitórias na propagação do evangelho(At 6:7-8).
e) Estevão orou pelos inimigos, quando estava prestes a ser martirizado(Atos 7:60). O capítulo 9 registra uma das respostas a essa oração, a saber, a conversão de Saulo de Tarso, que testemunhou o apedrejamento de Estevão.
f) Pedro e João oraram pelos Samaritanos convertidos, e este receberam o Espírito Santo(Atos 8:15-17).
g) Depois de sua conversão, Saulo de Tarso orou enquanto estava na casa de Judas; em resposta a essa oração, Deus lhe enviou Ananias(Atos 9:11-17).
h) Pedro orou em Jope, e Dorcas voltou à vida(Atos 9:40). Em decorrência disso, muitos creram no Senhor(Atos 9:42).
i) Quando Pedro foi preso, os cristãos oraram por ele com grande fervor(Atos 12:5). Para espanto daqueles que estavam orando, Deus respondeu e o libertou miraculosamente da prisão(Atos 12:6-17).
j) Os profetas e mestres de Antioquia jejuaram e oraram(Atos 13:1-3). Iniciou-se, assim, a primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé. Alguém disse que “esta foi a oração de impacto mais amplo de todos os tempos, pois, por meio dos missionários Paulo e Barnabé, seus efeitos foram sentidos nos confins da terra e atravessaram o tempo, até os dias de hoje”.
l) Ao voltarem para Listra, Icônio e Antioquia, Paulo e Barnabé oraram por aqueles que haviam crido(Atos 14:23). Um desses indivíduos era Timóteo. Quem sabe foi em resposta a essas orações que Timóteo acompanhou Paulo e Silas na segunda viagem missionária.
m) Na prisão em Filipos, as orações de Paulo e Silas à meia-noite foram respondidas com um terremoto e a conversão do carcereiro e sua família(Atos 16:25-34).
n) As orações de Paulo com os presbíteros efésios em Mileto(Atos 20:36) foram seguidas de demonstrações comoventes de afeto e tristeza deles por saberem que não veriam o apóstolo novamente nesta vida.
o) Os cristãos em Tiro oraram com Paulo na praia(Atos 21:5) e, sem dúvida, essas orações o acompanharam até o patíbulo em Roma.
p) Antes de naufragar, Paulo orou em público dando graças a Deus pelo alimento e, com isso, restaurou o ânimo da tripulação e dos passageiros taciturnos (At 27:35-36).
q) Na ilha de Malta, Paulo orou pelo pai enfermo do governador. O resultado foi uma cura miraculosa (Atos 28:8).
Fica evidente, portanto, que a Igreja primitiva vivia na esfera da oração. Quando os cristãos oravam, Deus operava!. Nem mesmo a perseguição impediu os crentes de orar. É um exemplo pra todos nós, hoje!
II. PRINCÍPIOS DA ORAÇÃO CONGREGACIONAL
É indispensável que a igreja, reunida, busque a Deus em oração, para que tenhamos uma verdadeira adoração e a presença de Deus se faça sentir no meio dos crentes. Cada crente deve, assim que chegar à igreja, buscar a face do Senhor, orar para que o nome do Senhor seja glorificado na reunião. Atualmente, este momento não tem mais o vigor e a dedicação que existia alguns anos atrás, quando o povo de Deus, ao chegar à casa do Senhor, dobrava seus joelhos e, numa atitude de reverência, seguindo o que determina a Bíblia Sagrada (Ec 5:1), orava ao Senhor até o início da reunião. O culto na igreja começa quando ali chegamos e devemos aproveitar o nosso tempo para orar e buscar a presença de Deus. As reuniões não têm sido mais proveitosas espiritualmente para os crentes exatamente porque não há este propósito de orarmos ao Senhor desde o instante de nossa chegada à igreja local.
Muitos são os elementos predominantes na constituição da oração congregacional, mas nesta aula nos deteremos a apenas três: a oração pelo crescimento da igreja, principalmente no aspecto espiritual; a oração focada nas necessidades específicas dos fiéis; e a dedicação à oração dos líderes das igrejas locais.
1. O crescimento da obra de Deus. “E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara”(Lc 10:2). Um dos princípios espirituais é o crescimento da “Obra” de Deus. Em Lucas 10:2, Jesus admoesta a todos os crentes a estarem sempre conscientes de que os perdidos têm uma alma eterna, de valor incalculável, e que terão que passar a eternidade no céu ou no inferno, e que muitos poderão ser salvos se alguém tão somente lhes anunciar o evangelho. Mas, antes de Deus realizar uma obra, geralmente Ele conclama seu povo à oração. Uma vez o povo em oração, Deus realiza a obra.
A igreja local não deve se preocupar em crescimento quantitativo, numérico. Por estarem a correr atrás de números, de quantidade, muitas igrejas locais assumiram uma postura totalmente irresponsável no evangelismo (ação organizada e ativada pelos membros para informar, persuadir e integrar o ouvinte da Palavra à igreja), onde o que importa é a presença regular de cada vez maior número de pessoas ao templo, quando o que se tem de buscar é a salvação das almas por Jesus Cristo, o novo nascimento. Devemos lutar para que vidas sejam transformadas, para que haja verdadeiras e genuínas conversões. Quando se toma este rumo, sabemos que o número pode não impressionar, mas não estamos atrás de número, pois sabemos que o mundo inteiro não vale sequer uma alma que alcança a redenção (Sl 49:6-8; Mt 8:36).
Atualmente, muitas igrejas procuram se cercar de métodos e de estratégias para aumentar a eficiência e a eficácia da evangelização. Nas últimas décadas, surgiram mais métodos de evangelização e técnicas de crescimento de igrejas do que em toda a história da Igreja. É o “crescimento por células”, “crescimento por grupos pequenos”, “evangelismo explosivo”, “crescimento por propósitos”, enfim, um sem-número de fórmulas e modelos que procuram recuperar o tempo perdido e fazer com que as igrejas retomem a evangelização como prioridade. Muitos destes métodos foram testados e, aqui ou ali, tiveram algum resultado (além de, vez por outra, enriquecer os seus idealizadores…), mas nada, absolutamente coisa alguma, pode substituir o modelo bíblico, que é o do comprometimento de toda a igreja local, o amor real de cada crente pelas almas perdidas, a união, a comunhão e a oração(vide Atos 2:46,47).
2. Outras necessidades. A ordem é: “orai uns pelos outros”(Tg 5:16). Neste elemento primário da oração não é delimitado o que devemos pedir em oração, então tudo o que não venha obstar a vida espiritual do cristão deve-se interceder a Deus em seu favor. É plenamente aceitável que intercedamos a Deus pelos enfermos, desempregados, pelos que estão presos, pela estabilidade conjugal dos fiéis, pelas famílias, etc. Muitas são as necessidades da igreja, e todas elas devem ser apresentadas a Deus por intermédio da oração.
É bom ressaltar que, embora orar por outras necessidades dos irmãos seja um princípio a ser atendido, não devemos priorizá-lo quando nos reunimos em oração na Igreja. O principal objetivo da oração é o de conhecer a Deus e alcançar intimidade com Ele. No entanto, muitas pessoas oram somente com a intenção de notificar a Deus a respeito de suas necessidades ou de pedir solução para os seus problemas. É lógico que a petição é parte integrante da oração, porém, precisamos ter sempre em mente, que Deus sabe, antecipadamente, todas as nossas necessidades - “Sem que haja uma palavra na minha língua, Eis que, ó Senhor, tudo conheces!”(Salmos 139:4); “Aquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos...”(Ef 3:20); “E será que antes que clamem, Eu responderei: estando eles ainda falando, Eu os ouvirei”(Is 65:24). É bom ressaltar que a maior necessidade do homem é espiritual. Jesus, em seus milagres supria, primeiramente, a alma perdoando os pecados e, só depois, promovia a cura física.
3. A oração dos líderes. O líder é alguém que deixa uma marca na vida, bem como no coração das pessoas. O seu proceder fará com que alguém sinta o desejo de fazer o que a Palavra de Deus diz. Ele procura causar um impacto na vida dos liderados não para querer receber glória ou querer aparecer, mas para que seja um fruto para toda a eternidade. Em 2Cr 6:24-40, temos o belo exemplo de Salomão dirigindo suas palavras a Deus em oração, solicitando o cuidado especial de Deus sobre o povo que escolhera para que fosse seu, entre todos os povos da terra(1Rs 8:51-53). O procedimento espiritual demonstrado por Salomão naquele momento diante do povo de Israel, o qual foi sincero, haja vista que Deus atendeu a sua oração de imediato(2Cr 7:1), deve ser o valor padrão, a marca visível, na vida de todos os líderes hodiernos do povo de Deus.
O apóstolo Paulo, o grande líder da igreja primitiva, era um homem que cultivava a prática da oração (1T5s 3:10; Cl 1:9). Quaisquer que fossem as circunstâncias de sua vida, nada o arrebataria do sublime propósito de manter a comunhão com Deus através da oração (vide At 14:23; 16:16,25; 20:6; 25:5; 22:17). Ele fez a seguinte recomendação a Timóteo: “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens” (1Tm 2:1).
O líder da igreja local que não tem a marca da submissão a Deus, mediante o exercício devocional da oração, que não estimula o povo a este mister, certamente, verá uma igreja fracassada e o rebanho com espiritualidade anêmica e altamente vulnerável aos ardis de Satanás.
III. O APÓSTOLO PAULO E A ORAÇÃO
Paulo era um líder que cultivava a prática da oração. Por meio dela ele obteve revelações do Senhor e desenvolveu um piedoso zelo pela ordem nas igrejas locais.
1. As revelações do Senhor. Paulo foi o apóstolo que mais recebeu revelações acerca das doutrinas cristãs. A vida desse homem de Deus é um exemplo de que a autenticidade e o zelo comedido são características de quem vive imitando a Cristo(1Co 11:1). Como obreiro, sempre buscou pela integridade em suas atitudes e zelava pelo bom andamento da obra cristã com sabedoria, sempre tendo a oração como elemento fundamental para o crescimento da obra de Deus.
Fez quatro grandes viagens missionárias, sendo que na última foi à Roma como prisioneiro, para ser julgado, e nunca mais retornou para a Judéia.
Certamente escreveu inúmeras cartas, mas somente 13(treze) destas chegaram até nós, chamadas de Epístolas Paulinas, que são: Epístola aos Romanos; 1ª e a 2ª aos Coríntios; aos Gálatas; aos Efésios; aos Filipenses; aos Colossenses; 1ª e a 2ª aos Tessalonicenses; 1ª e 2ª a Timóteo; a Tito e a Filemon. Através de suas cartas, Paulo transmitiu às comunidades cristãs e aos seus discípulos uma fé fervorosa em Jesus Cristo, na sua morte e ressurreição.
Não há dúvida de que o incessante contato com o Senhor através da oração, bem como o altruísmo demonstrado por esse incansável servo de Deus pela evangelização e pelo zelo da igreja do Senhor, resultou no acelerado crescimento da igreja primitiva. Paulo é um excelente exemplo de como Deus pode transformar e aperfeiçoar o caráter daquele que se entrega a Ele, sem reservas (Gl 1:14; Fp 3:4-7; 2Co 12:9; 2Tm 1:3).
2. O zelo de Paulo pela ordem na igreja. O zelo é o grande cuidado, a preocupação que se dedica a algo ou alguém; é a forte disposição na realização de algo. Em 2Co 11:2, Paulo confessa ser “zeloso” em relação à igreja em Corinto, zelo que não se limitava àquela igreja local, mas que era uma característica do seu ministério, pois todas as suas cartas mostram a preocupação do apóstolo com a Noiva de Cristo.
Paulo desejava que o amor da igreja fosse dedicado somente a Cristo, da mesma maneira que uma noiva pura guarda seu amor para apenas um homem. A muitos, porém, têm faltado este “zelo de Deus” em os nossos dias. Muitos têm se calado, deixando de ensinar a Palavra de Deus, exortar ou admoestar o povo do Senhor. Calam-se e permitem um sem-número de inovações, modismos e desvios espirituais, porque trocaram o “zelo de Deus” pelo amor do dinheiro, pela posição social, pelas vantagens passageiras desta vida. Paulo, porém, não era assim, mas tinha plena consciência de seu dever para com Deus e para com a Igreja, sabendo que tinha de apresentar a Deus uma virgem pura e imaculada.
Em determinadas situações, o líder deve ter um caráter firme para tomar decisões que nem sempre são simpáticos, mas necessárias. Paulo disciplinou o crente coríntio que tinha relações sexuais com mulher de seu pai(1Co 5); chamou a atenção de Pedro quando este dissimulava suas atitudes entre os crentes de Antioquia( Gl 2:11-14). Também repreendeu Elimas, o feiticeiro que tentava desviar o procônsul Sérgio Paulo(At 13:6-12), e considerou insensatos os gálatas que estavam abandonando a liberdade do Evangelho. Entretanto, seu zelo era demonstrado também no carinho que tinha para com as igrejas, mesmo quando estavam em dificuldades.
Também, Paulo demonstrou grande zelo pela ordem da igreja de Creta, cujo pastor era Tito(vide Tt 1:5-11). Creta, uma pequena ilha no Mar Mediterrâneo, tinha uma grande população de judeus. As igrejas dali provavelmente foram fundadas por judeus cretenses que estiveram em Jerusalém no Pentecostes(At 2:11) mais de 30 anos antes de Paulo escrever a carta à Tito. O trabalho que precisava ser concluído consistia em estabelecer um ensino correto e designar presbíteros em cada cidade.
Paulo deixara Tito na igreja de Creta para que cuidasse das questões éticas e administrativas da comunidade. A situação era tão grave que o apóstolo precisou escrever uma carta àquele jovem pastor falando da urgente necessidade de se manter a ordem na igreja. Tais instruções são suficientes para equipar qualquer pessoa que pretenda engajar-se no ministério pastoral.
Se os conselhos de Paulo a Tito fossem observados por todas as igrejas, não haveria tantos problemas na condução do rebanho do Senhor. Não haveria tantos escândalos pela má conduta dos que se dizem chamados para o ministério, mas infelizmente, não são qualificados. Segundo sua orientação, Tito deveria ser enérgico com os que perturbavam o bom andamento do trabalho. Os insubordinados e inconseqüentes teriam de ser severamente admoestados (Tt 1:10-14). A verdadeira Igreja de Cristo não subsiste sem obreiros irrepreensíveis em todas as áreas da vida.
3. Paulo e a oração. O ministério apostólico de Paulo era alicerçado na oração. Ele gostava de estar em oração: com os irmãos (At 16.13); com os anciãos (At 20.36) e com um grupo de discípulos em Tiro (At 21.5). Ele não somente orava, mas também rogava que outros irmãos orassem por ele (2Co 1:11); (Cl 4.3); (1Ts 5:25); (2Ts 3:1).
Além de um apóstolo exemplar, era um cuidadoso pastor do rebanho do Senhor. Preocupava-se com todas as igrejas, mesmo aquelas que nunca tinham sido visitadas por ele, como é o caso da igreja em Colossos. Veja a sua preocupação com aquela igreja, mesmo estando na prisão(Cl 4:3): “Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual”(Cl 1:9). Sabendo ele, através de Epafras, do perigo iminente que aquela igreja corria com a infiltração de heresias através dos falsos mestres e pastores, ele imediatamente incluiu os cristãos de Colossos na sua lista de pedidos de oração. Em 2Co 11:28 ele comenta que "me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas”. Ele orava por elas todas, diariamente. De maneira que entendemos o seu "não cesso de orar" como significando uma lembrança diária dos problemas individuais e das necessidades de cada igreja. Muitos de nós não cessam de orar porque nunca começam!
CONCLUSÃO
As igrejas que declaram basear sua teologia prática e missão, no padrão divino revelado no livro de Atos e outros escritos do Novo Testamento, devem exercer a oração fervorosa e coletiva como elemento vital da sua adoração - e não apenas um ou dois minutos por culto. Nenhum volume de pregação, ensino, cânticos, música, animação, movimento e entusiasmo manifestará o poder e presença genuínos no Espírito Santo, sem a oração neotestamentária, mediante a qual os crentes “perseveravam unanimemente em oração e súplicas”(Atos 1:14; 2:42). É somente aos pés do Senhor Jesus que a igreja encontra direção e disposição para o trabalho, bem como forças para não fraquejar diante das dificuldades. Jesus está voltando e a necessidade da igreja se manter fervorosamente unida em oração é cada vez mais premente, pois o adversário de nossas almas está fazendo tudo que está ao seu alcance para desviar o maior número de cristãos dos caminhos do Senhor. O alerta do apóstolo Pedro é vital para a igreja de hoje: “Mas já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração”(1Pe 4:7).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 44. Guia do leitor da Bíblia. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Através da Bíblia – Lucas – John Vernon McGee.
a) A oração dos cento e vinte discípulos que estavam no cenáculo foi respondida em Pentecostes, por ocasião da descia do Espírito Santo sobre eles.
b) As pessoas que se converteram no dia de Pentecostes perseveraram na oração(At 2:42). Os versículos subseqüentes (43-47) descrevem as condições ideais experimentadas por essa comunidade de oração.
c) Depois da libertação de Pedro e João, os cristãos oraram pedindo ousadia(Ato 4:29). Como resultado, o lugar onde estavam reunidos tremeu, todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciaram a palavra de Deus com grande intrepidez(Atos 4:31).
d) A fim de poderem se dedicar mais intensivamente à oração e ao ministério da Palavra, os doze apóstolos(doze porque Matias fazia parte do grupo) sugeriram que sete homens fossem escolhidos para cuidar das finanças e da filantropia(Atos 6:3-4). Em seguida, os apóstolos oraram e impuseram as mãos sobre os sete escolhidos(Atos 6:6). Os versículos seguintes registram grandes vitórias na propagação do evangelho(At 6:7-8).
e) Estevão orou pelos inimigos, quando estava prestes a ser martirizado(Atos 7:60). O capítulo 9 registra uma das respostas a essa oração, a saber, a conversão de Saulo de Tarso, que testemunhou o apedrejamento de Estevão.
f) Pedro e João oraram pelos Samaritanos convertidos, e este receberam o Espírito Santo(Atos 8:15-17).
g) Depois de sua conversão, Saulo de Tarso orou enquanto estava na casa de Judas; em resposta a essa oração, Deus lhe enviou Ananias(Atos 9:11-17).
h) Pedro orou em Jope, e Dorcas voltou à vida(Atos 9:40). Em decorrência disso, muitos creram no Senhor(Atos 9:42).
i) Quando Pedro foi preso, os cristãos oraram por ele com grande fervor(Atos 12:5). Para espanto daqueles que estavam orando, Deus respondeu e o libertou miraculosamente da prisão(Atos 12:6-17).
j) Os profetas e mestres de Antioquia jejuaram e oraram(Atos 13:1-3). Iniciou-se, assim, a primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé. Alguém disse que “esta foi a oração de impacto mais amplo de todos os tempos, pois, por meio dos missionários Paulo e Barnabé, seus efeitos foram sentidos nos confins da terra e atravessaram o tempo, até os dias de hoje”.
l) Ao voltarem para Listra, Icônio e Antioquia, Paulo e Barnabé oraram por aqueles que haviam crido(Atos 14:23). Um desses indivíduos era Timóteo. Quem sabe foi em resposta a essas orações que Timóteo acompanhou Paulo e Silas na segunda viagem missionária.
m) Na prisão em Filipos, as orações de Paulo e Silas à meia-noite foram respondidas com um terremoto e a conversão do carcereiro e sua família(Atos 16:25-34).
n) As orações de Paulo com os presbíteros efésios em Mileto(Atos 20:36) foram seguidas de demonstrações comoventes de afeto e tristeza deles por saberem que não veriam o apóstolo novamente nesta vida.
o) Os cristãos em Tiro oraram com Paulo na praia(Atos 21:5) e, sem dúvida, essas orações o acompanharam até o patíbulo em Roma.
p) Antes de naufragar, Paulo orou em público dando graças a Deus pelo alimento e, com isso, restaurou o ânimo da tripulação e dos passageiros taciturnos (At 27:35-36).
q) Na ilha de Malta, Paulo orou pelo pai enfermo do governador. O resultado foi uma cura miraculosa (Atos 28:8).
Fica evidente, portanto, que a Igreja primitiva vivia na esfera da oração. Quando os cristãos oravam, Deus operava!. Nem mesmo a perseguição impediu os crentes de orar. É um exemplo pra todos nós, hoje!
II. PRINCÍPIOS DA ORAÇÃO CONGREGACIONAL
É indispensável que a igreja, reunida, busque a Deus em oração, para que tenhamos uma verdadeira adoração e a presença de Deus se faça sentir no meio dos crentes. Cada crente deve, assim que chegar à igreja, buscar a face do Senhor, orar para que o nome do Senhor seja glorificado na reunião. Atualmente, este momento não tem mais o vigor e a dedicação que existia alguns anos atrás, quando o povo de Deus, ao chegar à casa do Senhor, dobrava seus joelhos e, numa atitude de reverência, seguindo o que determina a Bíblia Sagrada (Ec 5:1), orava ao Senhor até o início da reunião. O culto na igreja começa quando ali chegamos e devemos aproveitar o nosso tempo para orar e buscar a presença de Deus. As reuniões não têm sido mais proveitosas espiritualmente para os crentes exatamente porque não há este propósito de orarmos ao Senhor desde o instante de nossa chegada à igreja local.
Muitos são os elementos predominantes na constituição da oração congregacional, mas nesta aula nos deteremos a apenas três: a oração pelo crescimento da igreja, principalmente no aspecto espiritual; a oração focada nas necessidades específicas dos fiéis; e a dedicação à oração dos líderes das igrejas locais.
1. O crescimento da obra de Deus. “E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara”(Lc 10:2). Um dos princípios espirituais é o crescimento da “Obra” de Deus. Em Lucas 10:2, Jesus admoesta a todos os crentes a estarem sempre conscientes de que os perdidos têm uma alma eterna, de valor incalculável, e que terão que passar a eternidade no céu ou no inferno, e que muitos poderão ser salvos se alguém tão somente lhes anunciar o evangelho. Mas, antes de Deus realizar uma obra, geralmente Ele conclama seu povo à oração. Uma vez o povo em oração, Deus realiza a obra.
A igreja local não deve se preocupar em crescimento quantitativo, numérico. Por estarem a correr atrás de números, de quantidade, muitas igrejas locais assumiram uma postura totalmente irresponsável no evangelismo (ação organizada e ativada pelos membros para informar, persuadir e integrar o ouvinte da Palavra à igreja), onde o que importa é a presença regular de cada vez maior número de pessoas ao templo, quando o que se tem de buscar é a salvação das almas por Jesus Cristo, o novo nascimento. Devemos lutar para que vidas sejam transformadas, para que haja verdadeiras e genuínas conversões. Quando se toma este rumo, sabemos que o número pode não impressionar, mas não estamos atrás de número, pois sabemos que o mundo inteiro não vale sequer uma alma que alcança a redenção (Sl 49:6-8; Mt 8:36).
Atualmente, muitas igrejas procuram se cercar de métodos e de estratégias para aumentar a eficiência e a eficácia da evangelização. Nas últimas décadas, surgiram mais métodos de evangelização e técnicas de crescimento de igrejas do que em toda a história da Igreja. É o “crescimento por células”, “crescimento por grupos pequenos”, “evangelismo explosivo”, “crescimento por propósitos”, enfim, um sem-número de fórmulas e modelos que procuram recuperar o tempo perdido e fazer com que as igrejas retomem a evangelização como prioridade. Muitos destes métodos foram testados e, aqui ou ali, tiveram algum resultado (além de, vez por outra, enriquecer os seus idealizadores…), mas nada, absolutamente coisa alguma, pode substituir o modelo bíblico, que é o do comprometimento de toda a igreja local, o amor real de cada crente pelas almas perdidas, a união, a comunhão e a oração(vide Atos 2:46,47).
2. Outras necessidades. A ordem é: “orai uns pelos outros”(Tg 5:16). Neste elemento primário da oração não é delimitado o que devemos pedir em oração, então tudo o que não venha obstar a vida espiritual do cristão deve-se interceder a Deus em seu favor. É plenamente aceitável que intercedamos a Deus pelos enfermos, desempregados, pelos que estão presos, pela estabilidade conjugal dos fiéis, pelas famílias, etc. Muitas são as necessidades da igreja, e todas elas devem ser apresentadas a Deus por intermédio da oração.
É bom ressaltar que, embora orar por outras necessidades dos irmãos seja um princípio a ser atendido, não devemos priorizá-lo quando nos reunimos em oração na Igreja. O principal objetivo da oração é o de conhecer a Deus e alcançar intimidade com Ele. No entanto, muitas pessoas oram somente com a intenção de notificar a Deus a respeito de suas necessidades ou de pedir solução para os seus problemas. É lógico que a petição é parte integrante da oração, porém, precisamos ter sempre em mente, que Deus sabe, antecipadamente, todas as nossas necessidades - “Sem que haja uma palavra na minha língua, Eis que, ó Senhor, tudo conheces!”(Salmos 139:4); “Aquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos...”(Ef 3:20); “E será que antes que clamem, Eu responderei: estando eles ainda falando, Eu os ouvirei”(Is 65:24). É bom ressaltar que a maior necessidade do homem é espiritual. Jesus, em seus milagres supria, primeiramente, a alma perdoando os pecados e, só depois, promovia a cura física.
3. A oração dos líderes. O líder é alguém que deixa uma marca na vida, bem como no coração das pessoas. O seu proceder fará com que alguém sinta o desejo de fazer o que a Palavra de Deus diz. Ele procura causar um impacto na vida dos liderados não para querer receber glória ou querer aparecer, mas para que seja um fruto para toda a eternidade. Em 2Cr 6:24-40, temos o belo exemplo de Salomão dirigindo suas palavras a Deus em oração, solicitando o cuidado especial de Deus sobre o povo que escolhera para que fosse seu, entre todos os povos da terra(1Rs 8:51-53). O procedimento espiritual demonstrado por Salomão naquele momento diante do povo de Israel, o qual foi sincero, haja vista que Deus atendeu a sua oração de imediato(2Cr 7:1), deve ser o valor padrão, a marca visível, na vida de todos os líderes hodiernos do povo de Deus.
O apóstolo Paulo, o grande líder da igreja primitiva, era um homem que cultivava a prática da oração (1T5s 3:10; Cl 1:9). Quaisquer que fossem as circunstâncias de sua vida, nada o arrebataria do sublime propósito de manter a comunhão com Deus através da oração (vide At 14:23; 16:16,25; 20:6; 25:5; 22:17). Ele fez a seguinte recomendação a Timóteo: “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens” (1Tm 2:1).
O líder da igreja local que não tem a marca da submissão a Deus, mediante o exercício devocional da oração, que não estimula o povo a este mister, certamente, verá uma igreja fracassada e o rebanho com espiritualidade anêmica e altamente vulnerável aos ardis de Satanás.
III. O APÓSTOLO PAULO E A ORAÇÃO
Paulo era um líder que cultivava a prática da oração. Por meio dela ele obteve revelações do Senhor e desenvolveu um piedoso zelo pela ordem nas igrejas locais.
1. As revelações do Senhor. Paulo foi o apóstolo que mais recebeu revelações acerca das doutrinas cristãs. A vida desse homem de Deus é um exemplo de que a autenticidade e o zelo comedido são características de quem vive imitando a Cristo(1Co 11:1). Como obreiro, sempre buscou pela integridade em suas atitudes e zelava pelo bom andamento da obra cristã com sabedoria, sempre tendo a oração como elemento fundamental para o crescimento da obra de Deus.
Fez quatro grandes viagens missionárias, sendo que na última foi à Roma como prisioneiro, para ser julgado, e nunca mais retornou para a Judéia.
Certamente escreveu inúmeras cartas, mas somente 13(treze) destas chegaram até nós, chamadas de Epístolas Paulinas, que são: Epístola aos Romanos; 1ª e a 2ª aos Coríntios; aos Gálatas; aos Efésios; aos Filipenses; aos Colossenses; 1ª e a 2ª aos Tessalonicenses; 1ª e 2ª a Timóteo; a Tito e a Filemon. Através de suas cartas, Paulo transmitiu às comunidades cristãs e aos seus discípulos uma fé fervorosa em Jesus Cristo, na sua morte e ressurreição.
Não há dúvida de que o incessante contato com o Senhor através da oração, bem como o altruísmo demonstrado por esse incansável servo de Deus pela evangelização e pelo zelo da igreja do Senhor, resultou no acelerado crescimento da igreja primitiva. Paulo é um excelente exemplo de como Deus pode transformar e aperfeiçoar o caráter daquele que se entrega a Ele, sem reservas (Gl 1:14; Fp 3:4-7; 2Co 12:9; 2Tm 1:3).
2. O zelo de Paulo pela ordem na igreja. O zelo é o grande cuidado, a preocupação que se dedica a algo ou alguém; é a forte disposição na realização de algo. Em 2Co 11:2, Paulo confessa ser “zeloso” em relação à igreja em Corinto, zelo que não se limitava àquela igreja local, mas que era uma característica do seu ministério, pois todas as suas cartas mostram a preocupação do apóstolo com a Noiva de Cristo.
Paulo desejava que o amor da igreja fosse dedicado somente a Cristo, da mesma maneira que uma noiva pura guarda seu amor para apenas um homem. A muitos, porém, têm faltado este “zelo de Deus” em os nossos dias. Muitos têm se calado, deixando de ensinar a Palavra de Deus, exortar ou admoestar o povo do Senhor. Calam-se e permitem um sem-número de inovações, modismos e desvios espirituais, porque trocaram o “zelo de Deus” pelo amor do dinheiro, pela posição social, pelas vantagens passageiras desta vida. Paulo, porém, não era assim, mas tinha plena consciência de seu dever para com Deus e para com a Igreja, sabendo que tinha de apresentar a Deus uma virgem pura e imaculada.
Em determinadas situações, o líder deve ter um caráter firme para tomar decisões que nem sempre são simpáticos, mas necessárias. Paulo disciplinou o crente coríntio que tinha relações sexuais com mulher de seu pai(1Co 5); chamou a atenção de Pedro quando este dissimulava suas atitudes entre os crentes de Antioquia( Gl 2:11-14). Também repreendeu Elimas, o feiticeiro que tentava desviar o procônsul Sérgio Paulo(At 13:6-12), e considerou insensatos os gálatas que estavam abandonando a liberdade do Evangelho. Entretanto, seu zelo era demonstrado também no carinho que tinha para com as igrejas, mesmo quando estavam em dificuldades.
Também, Paulo demonstrou grande zelo pela ordem da igreja de Creta, cujo pastor era Tito(vide Tt 1:5-11). Creta, uma pequena ilha no Mar Mediterrâneo, tinha uma grande população de judeus. As igrejas dali provavelmente foram fundadas por judeus cretenses que estiveram em Jerusalém no Pentecostes(At 2:11) mais de 30 anos antes de Paulo escrever a carta à Tito. O trabalho que precisava ser concluído consistia em estabelecer um ensino correto e designar presbíteros em cada cidade.
Paulo deixara Tito na igreja de Creta para que cuidasse das questões éticas e administrativas da comunidade. A situação era tão grave que o apóstolo precisou escrever uma carta àquele jovem pastor falando da urgente necessidade de se manter a ordem na igreja. Tais instruções são suficientes para equipar qualquer pessoa que pretenda engajar-se no ministério pastoral.
Se os conselhos de Paulo a Tito fossem observados por todas as igrejas, não haveria tantos problemas na condução do rebanho do Senhor. Não haveria tantos escândalos pela má conduta dos que se dizem chamados para o ministério, mas infelizmente, não são qualificados. Segundo sua orientação, Tito deveria ser enérgico com os que perturbavam o bom andamento do trabalho. Os insubordinados e inconseqüentes teriam de ser severamente admoestados (Tt 1:10-14). A verdadeira Igreja de Cristo não subsiste sem obreiros irrepreensíveis em todas as áreas da vida.
3. Paulo e a oração. O ministério apostólico de Paulo era alicerçado na oração. Ele gostava de estar em oração: com os irmãos (At 16.13); com os anciãos (At 20.36) e com um grupo de discípulos em Tiro (At 21.5). Ele não somente orava, mas também rogava que outros irmãos orassem por ele (2Co 1:11); (Cl 4.3); (1Ts 5:25); (2Ts 3:1).
Além de um apóstolo exemplar, era um cuidadoso pastor do rebanho do Senhor. Preocupava-se com todas as igrejas, mesmo aquelas que nunca tinham sido visitadas por ele, como é o caso da igreja em Colossos. Veja a sua preocupação com aquela igreja, mesmo estando na prisão(Cl 4:3): “Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual”(Cl 1:9). Sabendo ele, através de Epafras, do perigo iminente que aquela igreja corria com a infiltração de heresias através dos falsos mestres e pastores, ele imediatamente incluiu os cristãos de Colossos na sua lista de pedidos de oração. Em 2Co 11:28 ele comenta que "me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas”. Ele orava por elas todas, diariamente. De maneira que entendemos o seu "não cesso de orar" como significando uma lembrança diária dos problemas individuais e das necessidades de cada igreja. Muitos de nós não cessam de orar porque nunca começam!
CONCLUSÃO
As igrejas que declaram basear sua teologia prática e missão, no padrão divino revelado no livro de Atos e outros escritos do Novo Testamento, devem exercer a oração fervorosa e coletiva como elemento vital da sua adoração - e não apenas um ou dois minutos por culto. Nenhum volume de pregação, ensino, cânticos, música, animação, movimento e entusiasmo manifestará o poder e presença genuínos no Espírito Santo, sem a oração neotestamentária, mediante a qual os crentes “perseveravam unanimemente em oração e súplicas”(Atos 1:14; 2:42). É somente aos pés do Senhor Jesus que a igreja encontra direção e disposição para o trabalho, bem como forças para não fraquejar diante das dificuldades. Jesus está voltando e a necessidade da igreja se manter fervorosamente unida em oração é cada vez mais premente, pois o adversário de nossas almas está fazendo tudo que está ao seu alcance para desviar o maior número de cristãos dos caminhos do Senhor. O alerta do apóstolo Pedro é vital para a igreja de hoje: “Mas já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração”(1Pe 4:7).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 44. Guia do leitor da Bíblia. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Através da Bíblia – Lucas – John Vernon McGee.
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