Texto Básico: Apocalipse 21:9-18
“Mas nós, segunda a sua
promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça”(2Pe
3:13)
INTRODUÇÃO
Quando Deus criou o ser humano
Ele o fez não para viver um período de tempo determinado, mas para viver
indefinidamente, desde que fosse obediente ao seu Deus, ao seu Criador. Deus o
proibiu de comer “da árvore do conhecimento do bem e do mal”; se fosse
desobediente a esse mandamento morreria (Gn 2:17), ou seja, enquanto O
obedecesse, viveria independentemente do tempo. O ambiente desta eternidade
condicional era o Éden, onde Deus havia criado um jardim para nele pôr o homem
e sua companheira (Gn 2:8). Entretanto, o homem desobedeceu a Deus, por isso
passou a sofrer o impacto do tempo e a morte física (Gn 3:19), bem como a
destituição da glória de Deus. Por causa disso, o ser humano perdeu a
oportunidade de viver num lugar onde desfrutaria continuadamente da presença e
da companhia do Senhor (Gn 3:22,23). Foi expulso do Éden. Entretanto, é
importante observar, que ao expulsar o homem do Éden, Deus mostrou toda a Sua
misericórdia e graça, pois, dali por diante, empreendeu um plano a fim de fazer
o homem retornar ao convívio eterno com Ele, numa eternidade irreversível. O alvo
de Deus para o homem é, precisamente, criar este novo ambiente de comunhão,
este novo “tabernáculo de Deus com os homens”(cf Ap 21:3), que é, precisamente,
a Nova Jerusalém, a Formosa Jerusalém Celestial, de que falaremos nesta Aula.
I. O QUE
É A NOVA JERUSALÉM CELESTIAL
A Nova Jerusalém é a cidade celestial que foi feita
para ser o local onde Deus habitará juntamente com os homens que lhe foram
fiéis e aceitaram a sua oferta de submissão e obediência à sua Palavra. É o
local que substituirá o Éden como morada de Deus com os homens. Ela é
explicitamente mencionada e revelada no capítulo 21 do livro do Apocalipse,
mas, antes da visão do apóstolo João, já havia referências a ela nas
Escrituras. O próprio Jesus já havia mencionado existir um lugar que seria por
Ele preparado para que os seus servos nele habitassem para sempre com o Senhor
(João 14:1-3).
O objetivo de Deus é fazer com que tenhamos, novamente, um
lugar onde possamos habitar com Deus, e a Nova Jerusalém é este local. Mas, se
bem analisarmos, veremos que o Senhor é tão maravilhoso que, ao invés de tão
somente substituir o Éden, proporcionou um lugar melhor do que o Éden. Ao
vermos que a Nova Jerusalém é superior ao Éden, temos que concluir que os
bem-aventurados que nela puderem entrar (cf. Ap 22:14) reconhecer-se-ão uns aos
outros, serão pessoas conscientes de onde estão, de quem são e porque ali
estão.
Muitos indagam se no Céu nós iremos ter noção de quem
somos, de onde estamos e que o que estaremos a fazer. Muitos acham que, como a
Bíblia afirma que não nos lembraremos mais de nossas dores e tristezas deste
mundo, seremos pessoas sem noção do que fomos aqui na Terra e não teremos
condição de nos reconhecermos uns aos outros. Entretanto, não entendemos assim.
Por que Deus salvaria milhões e milhões de pessoas, para com eles habitar, se
estas pessoas não tivessem sequer a noção de quem são, de quem é Deus e de onde
estão? Como pessoas que venceram o pecado, que combateram o bom combate, que
foram fiéis até o fim, passariam a eternidade sem a mínima noção de quem são?
Como poderiam pessoas glorificadas terem menos consciência do que quando viviam
ainda numa natureza sujeita ao pecado? Certamente que homens e mulheres
remidos, vivos para todo o sempre, não terão motivo algum para se lembrarem ou
se amargurarem com sofrimentos, pesares, recordações do tempo em que viveram
nos antigos céus e terra. Agora, o fato de não nos lembrarmos, de não ficarmos
presos a fatos passados, em absoluto significa que seremos verdadeiros “zumbis”
na Nova Jerusalém, sem saber sequer quem somos. Deus, pelo seu caráter, jamais
iria realizar um plano para a salvação do ser humano que quis conhecer o bem e
o mal, para ter adoradores inconscientes e sem noção sequer de quem são. Como
poderá o ser humano, na eternidade, louvar e bendizer ao Senhor, para todo o
sempre, sem sequer saber quem é e que existem outras pessoas ali juntamente com
ele? Definitivamente, não é esta ideia concordante com o que as Escrituras
afirmam ser o nosso Deus.
Se soubesse que, na eternidade, eu seria apenas uma
“fumacinha”, vagando na imensidão de um céu irreal, sem identidade, despojado
de minha personalidade, não sabendo quem eu sou, e nem quem eu fui, de onde vim
e o que estou fazendo ali, então eu não gostaria de estar lutando para viver
nesse céu!
Todavia, pela Bíblia, eu sei que existe um Céu,
que este Céu é real, que o Senhor Jesus o identificou como sendo a “Casa de meu Pai”. Que lá
eu terei um corpo semelhante ao de Jesus, real,
tangível, glorioso. Que eu terei uma identidade, que vou saber quem sou, como
cheguei até ali, que vou poder servir, e adorar, eternamente o meu Salvador e
Redentor.
II.
AS CARACTERISTICAS DA NOVA JERUSALÉM
O Apóstolo João disse: “... e mostrou-me a grande cidade, a
santa Jerusalém...”. Quer nos parecer que João não teve dúvidas em identificar
o que ele viu: ele disse ter visto uma cidade. Contudo, descrever como era essa
cidade, tornou-se um desafio para o Apóstolo “... a quem Jesus amava...”(João
21:20). Certamente que, sob a orientação do Espírito Santo, ele usou símbolos,
figuras, para falar da grandeza, da perfeição, da beleza da Formosa Jerusalém
Celestial.
1. É um
lugar real. A
Formosa Jerusalém Celestial é uma cidade real, visível, palpável; uma cidade
que tem fundamentos e cujo Artífice e Construtor é o próprio Deus (Hb 11:10).
a) Abraão pôde crer na existência
desta cidade.
Abraão viveu aqui na Terra, porém, não fixou nela as suas raízes. Ele tinha os
pés na terra e o pensamento no céu. Era diferente de muitos pregadores de hoje,
os quais induzem o povo a pensar e a lutar pela conquista dos bens terrenos.
Com relação a ele a Bíblia diz: “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu,
indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para
onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em
cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava
a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus”(Hb
11:8-10). Hoje nós sabemos, pela revelação que foi dada ao apóstolo João que
esta cidade é a Formosa Jerusalém Celestial. Abraão creu na existência desta
cidade. Não sabemos como ele teve essa revelação, mas ele tinha convicção de
que ela era real.
b) Paulo
também pôde crer como creu Abraão. Paulo cria, como creu Abraão,
por isto dizia que - “... a nossa cidade está nos céus, donde também
esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3:20). Abraão não fundou
nenhuma cidade, na Terra: nem ergueu um Império para si, ou para os seus.
Paulo, também, não! Abraão e Paulo, dois homens chamados por Deus, viveram na
esperança de um dia habitar na Jerusalém Celestial, a Cidade que tem fundamento
e cujo Artífice e Construtor é Deus.
c) Nós
também podemos crer, como creram Paulo e Abraão. Nós
somos crentes, porque cremos. Fomos chamados para crer. Não necessitamos de
ver, para crer, mas, cremos para ver. Por isto temos a viva esperança não
apenas de ver, mas de morar, eternamente, na Formosa Jerusalém Celestial.
d) Lá, o
nosso corpo será real. O Corpo de Jesus era real, era palpável, podia ser
tocado pelas mãos dos homens. Para vir à Terra ele tomou um Corpo igual ao
nosso. Quando Ele ressuscitou, o seu Corpo não era intangível, não era uma
simples “fumaça”. Ele podia ser tocado pela mão de alguém - “E,
falando ele dessas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles e
disse-lhes: Paz seja convosco. E eles, espantados e atemorizados, pensavam que
viam algum espírito. E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que
sobem tais pensamentos ao vosso coração? Vede as minhas mãos e os meus pés, que
sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como
vedes que eu tenho. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés”. Mostrou-lhes
as “mãos e os pés”, porque neles estavam, como ainda estão, as marcas dos
cravos com os quais ele foi pregado na cruz. Quando Ele vier, no Dia da
Revelação do Senhor, antes do Milênio e no final da Grande Tribulação, os
judeus, ao vê-lo, perguntarão: “... que feridas são essas nas tuas mãos?
Dirá ele: são as feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos” (Zc
13:6).
Sabemos,
pela Bíblia, que quando Ele vier este nosso corpo corruptível e mortal será
transformado - “Porque convém que isto que é corruptível se revista
da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade”(1Co
15:53). Será, pois, nesse Dia, que o Senhor Jesus “... transformará o nosso
corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz
poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Fp 3:21).
Portanto, o nosso corpo
com o qual seremos levados para o Céu, no Dia do Arrebatamento, será conforme
o corpo de Jesus; então nós receberemos um corpo real, palpável.
Não seremos, apenas, “uma fumaça”. Que maravilhosa Esperança!
2. Sua
localização. A Formosa Jerusalém não é o Céu. Ela está no Céu, e que, de
lá, descerá até próximo à Terra, quando o Senhor Jesus Cristo vier para
implantar seu Reino, aqui na Terra, conforme o Apóstolo João escreveu - “E
veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas
e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro. E
levou-me a um grande e alto monte e mostrou-me a grande cidade, a santa
Jerusalém, que de Deus descia do céu”(Ap 21:9-10). A Formosa Jerusalém
descerá do Céu e estará aqui durante o Milênio. Tal como o anjo mostrou a João,
estará no Milênio colocada, fixamente, no vazio, entre o céu e a Terra, sobre a
Jerusalém terrestre, pela mesma força que sustenta toneladas de águas presas
pelas nuvens e que sustenta a Terra, suspensa sobre o nada, conforme escreveu Jó:
“O norte estende
sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada. Prende as águas em densas nuvens,
e a nuvem não se rasga debaixo delas”(Jó 26:7-8).
O Dr. Caramuru Afonso Francisco escrevendo sobre este
assunto – numa de suas participações para EBD -, disse: “É importante
verificarmos que a Nova Jerusalém já está vindo para ocupar o seu devido lugar
no novo universo que será formado. Esta cidade maravilhosa vem continuadamente
vindo em direção à Terra. Chegará à área das regiões celestiais - hoje habitadas
pelas hostes espirituais da maldade -, no instante do Arrebatamento da Igreja.
Depois, já com a Igreja arrebatada em seu interior, continuará a descer e
atingirá a atmosfera terrestre exato sete anos depois, quando, então, ocorrerá
a batalha do Armagedom. Após essa batalha, receberá em seu interior, os que
completarem a primeira ressurreição (as duas testemunhas, os 144 MIL e os
mártires da Grande Tribulação). Em seguida, nos ares de nossa atmosfera,
pairará durante todo o Milênio. Por fim, ao término do Milênio, ocupará o seu
devido lugar, nos novos céus e nova terra, que substituirão os antigos céus e
terra. A Nova Jerusalém seria, assim, como uma super e gigantesca estação
espacial a caminho da Terra”.
Jesus afirmou que a Nova
Jerusalém já existia ao tempo de Seu ministério terreno. Sua assertiva é bem
clara: “na casa do meu Pai, há muitas moradas, se não fosse assim, Eu
vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar”. A Cidade santa já existia e
já tinha muitas moradas. Embora ela existisse, porém, o ser humano não poderia
habitá-la, ou seja, o homem não estava preparado para poder ingressar nesta
cidade, precisamente porque tinha suas vestes manchadas pelo pecado. Veja este
paralelo: Os Estados Unidos existe; lá têm milhares de cidades, com casas,
edifícios; mas não há lugar algum preparado para aquele estrangeiro que não
tiver visto para ali entrar. No dia em que lhe for providenciado um visto, ele
ali poderá entrar, ele ali terá lugar. Pois é exatamente o que ocorre com a
Nova Jerusalém Celestial. Jesus afirmou que a cidade já existia, que tinha
muitas moradas, mas o lugar ainda não estava preparado, porque não havia como o
ser humano conseguir ali entrar. Era preciso que alguém morresse e pagasse o
preço da desobediência e, assim, retirasse o obstáculo que impedia o acesso do
ser humano à árvore da vida (Gn 3:24). Esse obstáculo foi retirado por Jesus,
quando morreu por nós na cruz do Calvário e, assim, nos abriu um novo e vivo
caminho que nos introduz à Jerusalém celestial (Hb 10:19-23). Isso é mui
maravilhoso! Glorifique a Deus por isso!
3. Seu
aspecto. A descrição da Nova Jerusalém é sublime e nos enche de
gozo e nos faz pensar, como o poeta sacro, que, se é glorioso pensar nas
grandezas dali, que não será desfrutá-las. E é por isso que o apóstolo Paulo
nos conclama a jamais desanimarmos nem desistirmos, por maiores que sejam as
provas e as lutas, pois “… as aflições deste tempo presente não são para
comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8:18). No entanto,
não devemos nos esquecer que a nova Jerusalém é de outra dimensão, da dimensão
celestial; portanto, muito de sua descrição é figurativa, é alegórica, não pode
ser compreendida literalmente, pois se trata de uma descrição feita por Deus
aos homens para que pudéssemos compreender, na limitação da nossa mente, o que
nos está reservado, pois é algo que está muito além de nossa parca imaginação
(ler 1Co 2:9).
a) Ela
tem a glória de Deus (Ap 21:11). A glória de Deus é uma
característica típica dos lugares santos, e, por isso, a Nova Jerusalém é o lugar
santo por excelência e nela não haverá necessidade de templo, pois o seu templo
será o próprio Deus.
b) A
Cidade tem doze portas, com os nomes das doze tribos de Israel e o muro da
cidade, doze fundamentos, com os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.
Isto, naturalmente, é uma linguagem figurada para nos mostrar que o fundamento,
a razão de ser da convivência eterna com Deus é a salvação na pessoa bendita de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Pode, também, significar que a Igreja que ali
está, foi a Igreja que ensinou e que viveu de acordo com a Doutrina dos
Apóstolos.
c) A
cidade tem um “muro”. João descreve a Formosa Jerusalém Celestial, procurando, com certeza,
traduzir para o entendimento tudo o que seus olhos contemplavam. Esse
“muro” simboliza a
segurança absoluta em que estarão os seus habitantes; simboliza que a Cidade é
organizada.
Uma muralha bem fortificada era símbolo da segurança da
Cidade. A Babilônia era considerada uma cidade inconquistável, por causa de
suas muralhas. Segundo os historiadores, ela era circundada por uma muralha de
96 quilômetros de extensão, 90 metros de altura por 25 de espessura. Possuía
250 torres e 100 portões de cobre. Dentro destas muralhas a cidade tinha
condições de resistir a um cerco de 20 anos. O Rei Belsazar sentia-se seguro, a
ponto de celebrar uma grande festa em seu palácio, embora Babilônia estivesse
cercada, há dois anos, pelo exército de Ciro.
O Muro da Formosa Jerusalém
Celestial é mais alto que um prédio de vinte andares – cento e quarenta e quatro
côvados. Considerando-se as diversas variações do côvado, podemos dizer que o
“muro” tinha de altura cerca de uns setenta metros. Mas é
uma forma clara de o Senhor nos revelar que a Nova Jerusalém é um local de
ordem, de organização, de proteção divina e onde o Senhor estabelecerá o seu
domínio para todo o sempre.
d) A sua riqueza é incomparável. A Cidade é descrita como contendo
pedras preciosas e ouro; os muros são feitos e ornados de pedras preciosas, as
ruas, de ouro. Os remidos pisarão em ruas de ouro, ou seja, os valores
materiais, aquilo que os homens tanto veneram e respeitam em nossa vida
secular, nada representam na vida celestial.
e) A Formosa Cidade não necessita
de Sol nem de Luz.
Ela não necessitará de sol nem de luz, porque será iluminada pela glória divina
e, mais, terá o Cordeiro como sua lâmpada (Ap 21:23).
f) A Cidade
apresenta o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procede do trono
de Deus e do Cordeiro e, no meio da praça, a árvore da vida, que produz doze
frutos, dando o seu fruto de mês em mês, cujas folhas são para a saúde das
nações (Ap 22:1,2). Esta linguagem, que é figurada, fala-nos da
eternidade de que desfrutarão os habitantes desta santa Cidade. No Éden, o
homem possuía uma eternidade condicional, embora, enquanto obedecesse ao
Senhor, jamais morreria. Aqui, porém, a situação é bem diferente: o homem tem a
vida eterna, esta dádiva que é recebida por todos aqueles que crêem em Jesus
Cristo (João 3:16; 17:3;1João 2:25; 5:11,12).
· O texto
de Ap 22:1,2 fala-nos da vida, porque o rio puro da água da vida que
procede do trono de Deus e do Cordeiro é símbolo da comunhão entre Deus e o
homem através de Jesus Cristo, resultado da crença em Jesus. “Quem
crê em Mim, como diz a Escritura, rios de água viva manarão do seu ventre”
(João 7:38); e “…aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede,
porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a
vida eterna (João 4:14). Somente pode morar na Nova Jerusalém quem tem a
vida eterna, quem recebeu a água viva oferecida por Jesus.
· O texto
também nos fala de eternidade, porque nos diz que, no meio da praça, há “a
árvore da vida”. A vida na Nova Jerusalém é eterna, pois Deus se
encarregará de regenerar constantemente o homem, de impedir que o tempo tenha
qualquer efeito sobre ele. É o Estado Eterno, ou seja, o tempo não mais
existirá. Os séculos terão se consumado (Mt 28:20), mas o Senhor continuará
conosco, providenciando e garantindo a perpetuidade da nossa existência ao Seu
lado. A árvore da vida é o próprio Cristo, o Pão da Vida - “…o pão que desce
do céu, para que o que dele comer não morra”(João 6:50), “…o pão vivo que
desceu do céu [que] se alguém comer (…) viverá para sempre” (João 6:51a). A
comunhão que nos dá a vida eterna, simbolizada na ceia do Senhor, será, então,
uma realidade contínua e completa para todo o sempre.
· O texto
também nos fala que, “de mês em mês, dá seu fruto e que seu fruto é
restaurador, sarador, é para a saúde das nações”. A
periodicidade mencionada aqui no texto de Ap 22:2 é figurativa. Apenas retrata
a constância com que se dará esta comunhão, pois, na Nova Jerusalém, não haverá
mais tempo.
· Também é
figurativa a afirmação concernente à saúde das nações, pois,
na Nova Jerusalém, não haverá qualquer possibilidade de doença. O que o texto
está a afirmar é que a restauração espiritual operada nos homens que
perseveraram até o fim será eternamente sustentada e garantida pelo Senhor, a
nossa árvore da vida.
g) Haverá grande alegria,
pureza e santidade (Ap 21.2,11). Lá só haverá alegria,
infinitamente superior a tudo o que já sentimos nesta vida. Imaginemos qual
será o sentimento de todos nós, ao vermos o rosto de Deus e do Cordeiro (Ap
22:4).
h) Para
sempre serviremos ao Senhor (Ap 22.3). Alguns pensam que no
Céu, na eternidade com Cristo, na Santa Cidade, não haverá trabalho.
Esquecem-se de que Deus, sendo perfeito em tudo, trabalha (João 5:17; Is 64:4).
Aqueles que tiverem sido servos do Senhor aqui hão de continuar a servi-lo ali:
"os seus servos o servirão".
Estejamos, pois, preparados para
o glorioso Dia do Arrebatamento da Igreja, pois "assim estaremos sempre
com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras"
(1Ts 4:17,18).
III.
O PERFEITO ESTADO ETERNO
O Estado Eterno é chamado de Novo Céu e Nova Terra, que não
devem ser confundidos com os novos céus e nova terra descritos em Isaias
65:17-25. A passagem do Antigo Testamento trata do Milênio, pois o pecado e a
norte ainda estão presentes. Os dois elementos (o pecado e a morte) serão
totalmente excluídos do Estado Eterno; neste só haverá perfeição.
No Estado Eterno haverá:
1. Governo perfeito. O homem
não tem sabido, nem podido governar bem a Terra. Todas as tentativas humanas
nesse sentido fracassaram: dos gregos, através da cultura; dos romanos, através
da força e da justiça; e dos governantes dos nossos tempos, através da ciência
e da política. Mas Cristo exercerá um governo perfeito, no seu tempo. Nunca
jamais haverá desordem, insatisfação, injustiça.
2. Habitantes perfeitos.
"Nunca mais haverá qualquer maldição" (Ap 22:3), Isto é, não haverá
mais pecado, o que resultará em santidade perfeita. Foi o pecado que trouxe
toda sorte de maldição(ler Gn 3:17; Gl 3:13).
3. Serviço perfeito. "Os
seus servos o servirão" (Ap 22:3). O maior privilégio do homem é
servir a Deus. O trabalho para Deus será então perfeito. Culto perfeito.
Atividades perfeitas. Quantas maravilhas não aguardam os salvos!?
4. Comunhão perfeita. A
Formosa Jerusalém é a restauração da convivência completa e perfeita entre Deus
e os homens que havia antes que o pecado causasse o atual estado de divisão que
existe entre Deus e a humanidade. João ouve uma proclamação vinda do Céu: “Eis
o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles”(Ap 21:3). Como
povo de Deus, desfrutaremos comunhão mais próxima com Ele do que jamais
imaginamos. Deus mesmo estará com todos os seus santos num relacionamento mais
íntimo e afetuoso. Somente na Nova Jerusalém, esta comunhão será restabelecida
por completo, ocorrendo aquilo que é dito pelo apóstolo João, de vermos Deus
como Ele é (1João 3:2).
5. Visão perfeita. "Contemplarão
a sua face" (Ap 22:4). Somente com uma visão perfeita será isso
possível. Aqui neste mundo, servos dificilmente (e talvez nunca) veem a face de
seus senhores - os chefes de nações -, mas nós veremos a face do nosso Senhor!
6. Identificação perfeita. "E
nas suas frontes está o nome dele" (Ap 22:4). Nome na Bíblia fala de
caráter; daquilo que a pessoa de fato é. Haverá então uma perfeita
identificação entre Deus e os seus remidos. No Antigo Testamento o sumo
sacerdote levava gravadas numa lâmina de ouro puro, sobre a sua coroa sagrada,
as palavras: "Santidade ao Senhor" (Êx 39:30), mas na Formosa
Jerusalém, onde a santidade é perfeita, o próprio nome de Deus estará sobre a
fronte dos seus filhos.
7. Conhecimento Perfeito. Hoje,
conhecemos a Deus apenas em parte, mas na Formosa Jerusalém o nosso
conhecimento será perfeito dentro do plano humano, em glória(cf 1Co 13:12).
8. Interação perfeita. "E
reinarão pelos séculos dos séculos" (Ap 22:5). Na Formosa Jerusalém,
todos juntos, harmonicamente, e sempre, reinaremos. Isso jamais será conseguido
aqui, mas no Perfeito Estado Eterno, sim!
Irmãos
queridos, quantas coisas preciosas tem o Senhor reservadas à Sua amada Igreja.
Concordo com o grande mestre, o pr. Antonio Gilberto, quando diz: “Se
pudéssemos todos apreciar de fato, pela visão do Espírito, o que é o Céu, a
eterna bem-aventurança dos salvos, teríamos tanto desejo de ir para lá, e nos
desprenderíamos tanto das coisas daqui, que o Diabo não teria um só torcedor;
um só amigo seu na terra. Inúmeros crentes por não terem essa visão estão
demasiadamente presos às coisas deste mundo, que jaz no Maligno (1João 5:19)”.
CONCLUSÃO
Aqui concluímos o estudo do Apocalipse, sobre os temas
propostos pelo Pr. Claudionor de Andrade, comentarista das lições deste
trimestre. “O Apocalipse encerra a história humana da mesma forma que o livro
de Gênesis a iniciou: no Paraíso. Mas existe uma diferença inconfundível no
livro de Apocalipse: o mal foi eliminado para sempre. Gênesis descreve Adão e
Eva caminhando e falando com Deus; Apocalipse descreve as pessoas adorando a
Deus face a face. Gênesis descreve um jardim com uma serpente do mal;
Apocalipse descreve uma cidade perfeita, sem qualquer influencia maligna. O Jardim
do Éden foi destruído pelo pecado, mas o Paraíso foi recriado na Nova Jerusalém
Celestial”(Aplicação Pessoal).
Também, o Apocalipse termina com uma promessa e uma
bênção.
a) A promessa: “Aquele
que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora, vem, Senhor
Jesus!”(Ap 22:20). Este anseio é também o de todos os cristãos
verdadeiros. É também uma confissão de que, enquanto Ele não vier, nossa
redenção está incompleta, o mal e o pecado não estão exterminados, e este mundo
não está renovado. Nossos esforços para melhorar o mundo são importantes, mas
seus resultados não podem ser comparados com a transformação que Jesus trará
por ocasião de sua volta. Somente Ele controla a historia da humanidade, perdoa
os pecados e recriará a Terra e trará a paz eterna.
Temos a certeza de que a vinda do
Senhor se aproxima para levar da Terra os seus fiéis servos para a Casa do Pai
(João 14:1-3; 1Ts 4:16-18); depois, Ele voltará em glória e triunfo, para
reinar para sempre como “Rei dos reis e Senhor dos senhores”(Ap 19:16). Essa é
a nossa imutável esperança e jubilosa expectativa (2Pe 1:19).
b) A bênção: “A
graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém!”(Ap
22:21). Esta é a bênção final deste livro maravilhoso e da Palavra de Deus. É
um encerramento sereno para um livro repleto de trovões e julgamentos divino.
“Conservemos em nossa lembrança
as riquezas do lindo país e guardemos conosco a esperança de uma vida melhor,
mais feliz. Pois dali, pois dali, uma voz verdadeira não cansa de oferecer-nos
do reino da luz o amor protetor de Jesus. Se quisermos gozar da ventura que no
belo país haverá, é somente pedir de alma pura, que de graça Jesus nos dará.
Pois dali, pois dali, todo cheio de amor, de ternura, deste amor que
mostrou-nos na cruz, nos escuta, nos ouve Jesus” (3ª e 4ª estrofes do hino 202
da Harpa Cristã).
Queridos seguidores deste blog – amigos e irmãos em Cristo
-, muito grato por acompanhar-me durante este ditoso trimestre. Confesso que
foi muito agradável estudar estas lições. Cada vez que participo de estudos
sobre este tema aprendo coisas novas e vivifico muito mais a minha fé,
esperança e expectativa de um lindo e mavioso porvir. Espero que tenham gostado
das aulas! É claro que nunca haverá um consenso, quando o assunto é
Escatologia. Todavia, temos um ponto em comum: Jesus em breve virá e nos levará
para estar com Ele para sempre, na Formosa Jerusalém Celestial!
Até breve, se Deus quiser!
---------
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus
– Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo
Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 50.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Antonio
Gilberto – Calendário do Apocalipse.
Ciro
Sanches Zibordi - Teologia Sistemática Pentecostal.
Caramuru
Afonso Francisco – A Formosa Jerusalém Celestial.
J.Dwight Pentecost – Manual de Escatologia.
Muito Grato pelos textos muinto edificante e contribuitivo.
ResponderExcluirParabéns amado irmão em cristo seus estudos são bênção do senhor JESUS até a próxima aula
ResponderExcluirMeu amado que Deus continue lhe abençoando!!!!!!!
ResponderExcluirMaravilha, Jesus é a nossa Esperança, cremos na remissão dos nossos pecados pelo seu sangue o que nos da o direito de entrarmos na Cidade Santa. Maranata, esse é o desejo ardente de milhões de cristãos em todo o mundo.
ResponderExcluir