4º Trimestre/2012
Texto Básico: Miquéias
1:1-5;6:6-8
INTRODUÇÃO
Miquéias, embora tenha sido um
camponês procedente de uma pequena cidade, ergueu a voz para denunciar os
pecados de Jerusalém, a imponente capital de Judá. Com coragem invulgar
denunciou os esquemas de corrupção no palácio, no poder judiciário e nos
corredores do Templo. Miquéias denunciou a aliança espúria e o amasio
vergonhoso entre os políticos inescrupulosos e os religiosos avarentos. A
religião e a política se uniram pelos mais sórdidos motivos para buscar os mais
perversos resultados. O propósito desse conluio maldito foi uma implacável
opressão aos pobres. Os camponeses perderam as terras, as casas, as famílias e
até a liberdade. Os ricos criaram mecanismos criminosos para roubarem os
fracos, os oprimidos e os pobres. Esses não tinham direito, nem vez, nem voz.
Os tribunais estavam ocupados por homens corruptos que, mancomunados com os
ricos, vendiam sentenças por dinheiro e prostituíam sua sacrossanta vocação.
Miquéias, porém, não se impressionou com a magnificência dos palácios da cidade
nem com suas torres imponentes. Ele não vendeu sua consciência como os
sacerdotes avarentos nem se corrompeu como os profetas da conveniência. Antes,
desmascarou a liderança corrupta, chamou o povo ao arrependimento e anunciou,
em nome de Deus, o juízo inevitável que viria sobre toda a nação.
I.
O LIVRO DE MIQUÉIAS
1. Contexto histórico. O
profeta Miquéias era originário de uma cidade chamada de Moresete-Gate (Mq
1:14) no sul de Judá, área agrícola a 40 km ao sudoeste de Jerusalém. À
semelhança de Amós, era homem do campo, e provinha com certeza de família
humilde. Se Isaias, seu contemporâneo em Jerusalém, assistia ao rei e observava
o cenário internacional, Miquéias, um profeta do campo, condenava os
governantes corruptos, os falsos profetas, os sacerdotes ímpios, os mercadores
desonestos e os juízes venais, que havia em Judá. Pregava contra a injustiça, a
opressão aos camponeses e aldeões, a cobiça, a avareza, a imoralidade e a
idolatria. E advertiu sobre as severas consequências de o povo e os líderes
persistirem em seus maus caminhos. Predisse a queda de Israel e de sua capital,
Samaria (Mq 1:6,7), bem como a de Judá, e de sua capital, Jerusalém (Mq 1:9-16;
3:9-12).
O ministério de Miquéias foi
exercido durante os reinados de Jotão (750-735 a.C), Acaz (735-715 a.C) e
Ezequias (715-686 a.C), período de expansão e domínio assírio no antigo Oriente
Próximo. O reino do Norte de Israel foi gradualmente invadido pelos assírios, o
que culminou com a queda da capital de Samaria em 722 a.C., em poder do rei
assírio Salmaneser V (727-722 a.C.). Acaz, de Judá, aliou-se à Assíria e
modelou o culto em Jerusalém conforme as práticas assírias (2Rs 16:7-18). Mais
tarde, Ezequias, o filho de Acaz, revoltou-se e grande parte de Judá foi
invadida pelo rei Senaqueribe, da Assíria, mas Jerusalém foi milagrosamente
poupada (2Rs 18:17-19:37).
Durante esse período,
estabelece-se em Israel e em Judá um enorme contraste entre os excessivamente
ricos e os pobres oprimidos, devido à exploração da classe média de Israel (Mq
2:7,9) por donos de terra extremamente gananciosos (Mq 2:1-5). Os opressores
eram apoiados por líderes corruptos políticos e religiosos de Israel (cap 3).
Em razão dessa má liderança, toda a nação tornou-se moralmente corrupta e
pronta para o julgamento (Mq 6:9-16; 7:1-7).
Deus levantou a Assíria para ser
o chicote da sua ira contra o seu povo iníquo (Is 10:5-11). Como Miquéias havia
profetizado (Mq 1:2-7), Samaria caiu em poder dos invasores assírios. Judá
sentiu a força do julgamento divino quando Senaqueribe marchou através da Sefelá
(cadeia montanhosa situada a oeste de Judá) até os portões de Jerusalém,
como Miquéias também havia predito (Mq 1:8-16), mas seu propósito foi frustrado
por intervenção sobrenatural de Deus (2Rs 18.13-19.36).
Foi nesse tempo de tensões e
profundas mudanças no mapa político do mundo, nesse tempo de muitas e
frequentes guerras, que Miquéias foi levantado por Deus como profeta em Israel,
e, sobretudo, em Judá. Miquéias chegou a testemunhar a queda de Samaria e o
cerco de Jerusalém, fatos esses que ameaçavam de destruição o povo do Senhor.
2.Estrutura e mensagem.
a) Estrutura. O livro
de Miquéias consiste numa mensagem de três partes principais. Cada uma das
partes marca o imperativo “Ouvi” (Mq 1:2;3:1;6:1).
·
Primeira parte, referente aos capítulos 1-3, registra a
denúncia que o Senhor faz dos pecados de Israel e de Judá, e de seus
respectivos líderes, e a iminente ruína destas nações e suas respectivas
capitais.
·
Segunda parte, referente aos capítulos 4-5, oferece
esperança e consolo ao remanescente no tocante aos dias futuros, em que a Casa
de Deus será estabelecida em paz e retidão, e a idolatria e a opressão serão
expurgadas da terra. Miquéias finalmente olhou para o futuro e vislumbrou a
vinda do Messias, o Príncipe da Paz, aquele que implantaria seu reino não pela
força da espada, mas pelo poder da sua cruz. Miquéias viu pela fé a chegada
gloriosa do Reino de Cristo e o resplendor da igreja, a noiva do Cordeiro (cf
Mq 5:2-15).
·
Terceira parte, referente aos capítulos 6-7, descreve a
queixa de Deus contra seu povo, como se fora uma cena de tribunal. Deus
apresenta a sua causa contra Israel. O justo remanescente de Judá estava prestes
a passar por dias sombrios em consequência dos pecados da nação. No entanto,
Miquéias proclama em alto e bom som, em favor destes, palavras de fé e
esperança. O profeta olha para o além do triunfo temporário dos inimigos e vê o
dia glorioso de sua restauração (Mq 7:8-13). “Levantar-me-ei” é uma afirmação
de fé comparável à de Jó (ver Jó 19:25-27). Em seguida, há uma oração e
promessa em favor dos filhos de Abraão (Mq 7:14-20). Miquéias roga a Deus que
cumpra as Palavras dos versículos 8-13. O desejo de Miquéias era que Deus
voltasse a cuidar de Israel, assim como o pastor cuida de suas ovelhas.
Miquéias encerra o livro, com um jogo de palavras baseado no significado do seu
próprio nome: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti?” (Mq 7:18). Resposta:
somente Ele é misericordioso, e pode dar o veredicto final: “Perdoado” (Mq
7:18-20).
b)
Mensagem. O profeta Miquéias pregou três grandes mensagens:
·
Uma mensagem ameaçadora de juízo. Miquéias
ergueu sua voz contra os pecados da cidade de Jerusalém e Samaria, anunciando o
julgamento iminente por causa da violência, da injustiça social e de uma
religiosidade fingida. Ele denunciou com veemência a opressão dos pobres pelos
ricos. Ele desmascarou os profetas da conveniência e mostrou a desfaçatez dos
sacerdotes que se vendiam por dinheiro. Ele pôs o dedo na ferida e diagnosticou
os males crônicos que adoeciam a nação. Miquéias de forma contundente mostrou
que o pecado atrai o juízo de Deus e os pecadores não ficarão impunes.
·
Uma mensagem de apelo ao arrependimento. Miquéias
não apenas fez o doloroso diagnóstico, ele também ofereceu o remédio. Ele não
apenas denunciou o pecado, mas também chamou o povo ao arrependimento. A saída
para a nação não era fazer vista grossa ao pecado nem buscar alianças políticas
para se proteger, mas se voltar para Deus em sincero arrependimento. O
verdadeiro problema da igreja não é a presença ou ameaça do inimigo, mas a
ausência e o distanciamento de Deus. O profeta Miquéias chama o povo ao
arrependimento, mostrando-lhe que os desajustes sociais, a opressão política e
a decadência moral eram resultado de uma religião errada. A nação está
socialmente desarrumada porque sua relação com Deus está errada. Os males que
assolam a sociedade são consequências do afastamento de Deus.
·
Uma mensagem de promessa de restauração. Miquéias
não apenas deu o diagnóstico e o remédio, mas também prometeu a cura eficaz.
Denunciar o pecado sem chamar o povo ao arrependimento produz desespero e não
esperança. Onde há arrependimento há também restauração. Miquéias não é um
profeta pessimista como pensam alguns estudiosos. Ele sempre oferece uma porta
de saída, ele sempre anuncia o escape da graça. A misericórdia de Deus
prevalece sobre sua ira. A graça de Deus é maior do que nosso pecado.
II.
A OBEDIÊNCIA A DEUS
1. O conceito bíblico de
obediência. Como eu disse acima, na estrutura do livro de
Miquéias, cada uma das partes marca o imperativo “Ouvi” (Mq
1:2;3:1,9;6:1,2,9). O verbo hebraico empregado aqui é “shemá”. Mas este
verbo não tem o sentido apenas de “ouvir, prestar atenção”, significando apenas
uma comunicação ou informação, não. A expressão "ouvi" tem um
sentido muito maior, mais imperioso: abarca a ideia tanto de "escutar com
atenção” quanto de "obedecer''; significa acatar ordens de autoridade
religiosa, civil ou familiar. Essa fraseologia é similar a de Isaias (Mq 4:1-5;
Is 2:2-4), e é vista também nos ensinos de Jesus (Mt 11:15; 13:3). Portanto, a obediência deve ser precedida pela compreensão
e pelo amoroso acatamento da mensagem divina (Mt 7:24,26). Somos
conhecidos como crentes pela obediência a Deus e à Sua Palavra.
Obedecer de coração à Palavra de
Deus é melhor do que qualquer forma exterior de adoração, serviço a Deus, ou
abnegação pessoal. O culto, a oração, o louvor, os dons espirituais e o serviço
a Deus não tem valor aos seus olhos, se não forem acompanhados pela obediência
explícita a Ele e aos seus padrões de retidão.
A obediência é o que Deus requer
do ser humano, é a sua única exigência (Dt 10:12,13). É uma das
condições para termos nossas orações respondidas (1João 3:22). Obedecer
é melhor do que sacrificar e o atender é melhor do que a gordura de carneiros
(I Sm.15:22).
2. A
desobediência das nações - “Ouvi, todos os povos,
presta atenção, ó terra, em tua plenitude, e seja o Senhor JEOVÁ testemunha contra
vós, o Senhor, desde o templo da sua santidade” (Mq 1:2). Miquéias
dirige-se a todas as pessoas da terra, pois Deus é o Senhor de toda a Terra (Mq
4:2,3), e todas as nações devem prestar contas a ele.
Deus soberano, Adonai-Iavé,
Criador e sustentador do universo, exige atenção e obediência de todos, em
todos os lugares, pois não é uma divindade tribal, mas o Deus que está
assentado num alto e sublime trono e governa sobre todas as nações.
A desobediência foi sempre a
razão do fracasso de todos quantos decidiram servir a Deus (Dt 8:20; Dn 9:11;
At 7:39). O pecado é desobediência e a desobediência gera a indignação e a ira
divinas (Rm 2:8), a reprovação para toda a boa obra (Tt 1:16). Aos
desobedientes é negado o repouso divino (Hb 3:18), bem como reservado um triste
fim (1Pe 4:17).
3. A ira
de Deus sobre o pecado (Mq 1:3-5). A idolatria, a imoralidade e a
injustiça social foram uma tríade pecaminosa que atraiu a justa ira de Deus. O
cálice da ira de Deus foi se enchendo até que os pecados do povo atraíram
inevitavelmente o juízo divino.
Em Jerusalém, no
Templo do Senhor, o culto a Deus era realizado conforme as prescrições divinas.
Todavia, não tardou para que a idolatria de Samaria e a sedução dos deuses de
outros povos também penetrassem pelas portas dessa cidade. No reinado de Acaz,
ídolos abomináveis foram introduzidos dentro do templo do Senhor. A porta da
casa de Deus foi fechada. A impiedade tomou conta da cidade. Com a apostasia
veio, também, a opressão do inimigo. Com o abandono da lei de Deus, os ricos
passaram a explorar os pobres. Os juízes se corromperam para dar sentenças
injustas. Os profetas e sacerdotes abandonaram o ensino fiel da Palavra de
Deus, e a nação afundou num pântano nauseabundo de apostasia, corrupção e
maldade. O povo de Judá ia ao Templo, mas também fazia sacrifícios nos altos,
redutos de idolatria e imoralidade.
O povo havia caído na rede mortal
do sincretismo religioso. Foi o próprio Deus quem estabeleceu preceitos para
regulamentar o culto. Portanto, o culto verdadeiro deve ser feito segundo as
prescrições divinas, e não segundo o enganoso coração humano. A igreja
contemporânea, de maneira semelhante ao povo de Israel à época de Miquéias,
está introduzindo muitas práticas estranhas no culto. Essas práticas, oriundas
do misticismo pagão, embora agradem o povo, são rejeitadas por Deus.
Veja o texto de Miquéias 1:3: “Porque
eis que o SENHOR sai do seu lugar, e descerá, e andará sobre as alturas da
terra”. Aqui, o texto sagrado denota que Deus é transcendente e também
imanente. Ele não apenas está no Céu, mas, também, desce para andar sobre as
alturas da Terra. Ele sonda os filhos dos homens. Ele diagnostica seus pecados.
O Deus do Templo, da liturgia, é também o Deus de fora do Templo e do
cotidiano. O Deus do Templo é também o Deus da criação. Miquéias levanta,
então, sua voz para dizer que nada passa despercebido aos olhos de Deus. Ele a
tudo vê e a todos sonda. Quando o profeta diz que Deus andará sobre as alturas
da Terra, usa o mesmo verbo empregado para "pisar uvas, isto é,
espremê-las com os pés, e representa o total esmagamento da desobediência
idólatra".
A ira de Deus sobre o pecado é
aterradora. Veja o texto de Miquéias 1:4: “E os montes debaixo dele
se derreterão, e os vales se fenderão, como a cera diante do fogo, como as
águas que se precipitam em um abismo”. Aqui, numa linguagem poética e
dramática, Miquéias descreve a aparição de Deus, como juiz, para a cena do
julgamento. Sua manifestação é majestosa e também aterradora. Diante dele os
montes se derretem como cera diante do fogo. Tudo o que anteriormente parecia
sólido e permanente assume, de repente, o aspecto de cera derretida. Os vales
se fendem como as águas que se precipitam num abismo. Sua presença é
irresistível, sua sentença irreversível e sua majestade incomparável. “Horrenda
coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10:31).
III.
O RITUAL RELIGIOSO
Diante das profundas,
irrefutáveis e eloquentes acusações ouvidas, o povo tenta buscar o favor de
Deus. No entanto, em vez de tomar o caminho do arrependimento, busca o atalho
da religião sem vida. O povo procura disfarçar sua injustiça clamorosa com
rituais religiosos vazios. Miquéias acusa que os cultos eram rotineiros, mas
não vinham do coração. Ele destaca três fatores importantes:
1. Os
ritos sagrados sem santidade de vida são insuficientes (Mq 6:6) – “Com
que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus altíssimo? virei
perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano?”. O povo, convencido
de sua culpa, pergunta se existe um meio de reaver o favor de Deus.
Equivocadamente, o povo busca esse favor no sistema sacrificial. A solução
procurada foi puramente formal. A religião meramente ritual não representa o
culto verdadeiro, não agrada a Deus.
Os holocaustos eram sacrifícios
legítimos e ordenados por Deus, mas precisavam ser oferecidos com a motivação
certa e com vida certa. O povo queria oferecer holocaustos para ocultar seus
pecados. O povo queria fazer a coisa certa, da maneira errada e com as piores
motivações.
Alguém disse que “os sacrifícios
eram facilmente usados como álibis da desobediência. Eles perceberam que
a fumaça que subia do altar podia servir para ocultar os seus pecados. Apesar
de autênticos atos cultuais, eles podem transformar-se em meio para não se
prestar ao Senhor um culto verdadeiro”.
2. A ostentação religiosa sem
piedade é nula (Mq 6:7) – “Agradar-se-á o SENHOR de
milhares de carneiros. de dez mil ribeiros de azeite?". Se
Deus não deseja determinado tipo de oferta (o holocausto), talvez a quantidade
de sacrifícios o agrade: milhares de carneiros, dez mil ribeiros de azeite.
O povo pensou que Deus estava interessado no tamanho da oferta. Eles ofereceram
tudo (até aquilo que Deus proibira), com exceção da única coisa que ele pedia:
o coração, com seu amor e sua obediência. Deus não se impressiona com
ostentação. Ele não quer desempenho. Ele quer coração quebrantado, verdade no
íntimo.
3. O sacrifício humano sem
quebrantamento é inútil (Mq 6:7b) - "Darei
o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da
minha alma?". O povo pensava que podia agradar a Deus, imitando os
povos pagãos e oferecendo no altar o próprio primogênito. Deus jamais aceita
sacrifícios humanos, que eram procedimentos pagãos(costumeiros em Canaã) e que
sempre desagradou ao Senhor (2Rs 23:10; Jr 32:35;At 7:43). A lei mosaica
proibia terminantemente o sacrifício humano (Lv 18:21;20:1-5). Deus quer a vida
e a obediência dos homens, não a sua morte.
IV.
O GRANDE MANDAMENTO
“...que é o que o SENHOR pede
de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes
humildemente com o teu Deus?”(Mq 6:8). Deus pede ao seu povo que transforme
a religiosidade de ritos em religiosidade de vida; que transforme a liturgia
ritualista em prática de justiça; que transforme o culto em obediência. Deus
quer que o povo tenha uma conduta ética e moral, não as cerimônias religiosas.
Deus exige do povo um triplo Mandamento: praticar a justiça; amar a
misericórdia; andar humildemente com Deus. Este triplo mandamento não é
mutuamente exclusivo, por isso não deve ser desmembrado. É possível praticar a
justiça severa e inflexível sem misericórdia; também pode haver misericórdia
sem justiça; não é raro o indivíduo professar que anda humildemente com Deus,
mas oferece à justiça e à misericórdia pouco espaço em sua vida.
1. A prática da justiça (Mq 6:8). Não
basta conhecer a justiça, é preciso praticá-la. Conhecê-la e violá-la é cometer
um crime doloso. A justiça não pode estar presente apenas nos códigos de leis e
na retórica dos tribunais, mas nas ações práticas do povo. Praticar a justiça
no contexto de Miqueias é não acumular terras; é não explorar as famílias; é
não distorcer a teologia, usando como legitimação ideológica; é não corromper
os julgamentos; é não falsificar a Palavra de Deus.
2. A prática da misericórdia (Mq
6:8). A misericórdia é um passo além da justiça. A misericórdia
oferece mais do que a justiça requer. A justiça concede o que o direito requer,
a misericórdia concede o que o amor exige. A misericórdia não deve ser apenas
praticada, mas também amada. Não basta fazer o que é certo, devemos fazê-lo com
a motivação certa. A obediência sem amor desemboca em legalismo. Amar a
misericórdia é defender o fraco, o pobre, o desprovido, o humilde, aquele que
não tem vez nem voz numa sociedade que privilegia os poderosos.
3. O andar humildemente
com Deus (Mq 6:8). A palavra hebraica “tsana”, traduzida por
"humildemente", traz a ideia de uma aproximação modesta, com
decoro. É curvar-se para andar com Deus. Se as duas primeiras instruções falam
da nossa relação com os homens, esta fala da nossa relação com Deus.
- Essas três instruções são uma
síntese de toda a lei de Deus. Não podemos cumprir as duas primeiras sem
observar a terceira. Só podemos praticar a justiça e amar a misericórdia se
andarmos humildemente com Deus. Nenhum de nós é capaz de fazer aquilo que Deus
ordena sem antes nos achegarmos ao Senhor como pecadores quebrantados que
carecem da salvação.
CONCLUSÃO
Diante do exposto concluímos que,
o que agrada o coração de Deus é um servo obediente. As bênçãos de Deus ao povo
de Israel estavam condicionadas à obediência aos mandamentos estabelecidos por
Deus (cf Dt 28:1). A adoração aceitável implica em uma existência vivida em
obediência aos mandamentos de Deus, cujos aspectos são morais e espirituais. Até
o ritual e a forma divinamente ordenados, embora façam parte da adoração, devem
ser acompanhados pelo movimento sincero do coração em direção a Deus. A
adoração a Deus meramente ritualista é fútil.
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Elaboração:
Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério
Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário
Bíblico popular (Antigo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia –
J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA
VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 52
– CPAD.
A Teologia do Antigo Testamento –
Roy B.Zuck.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 –
CPAD.
Miquéias( A justiça e a
misericórdia de Deus ) – Rev.Hernandes Dias Lopes.
Paz do Senhor
ResponderExcluirEstou indicando o blog do irmão para o Prêmio Dardos, por ele ter um bom conteúdo. Os que recebem a indicação devem exibir no blog o selo do prêmio, colocar o link de quem fez a indicação, indicar mais dez blogs para o prêmio e avisar os indicados, assim como estou avisando o irmão. Acesse meu blog e veja a indicação do blog do irmão. Deus abençoe.
Rafael Carlos
fidelidadeajesus.blogspot.com
qual melhaor texto para redigir uma carta a uma pessoa que esta afastada da igreja?
ResponderExcluir