Nesta última quinta-feira vimos o
líder da considerada ala “moderada” da OLP - que também é presidente da
Autoridade Palestina - Mahmoud Abbas, pronunciar um discurso digno do Hamas
perante as Nações Unidas pedindo o reconhecimento da Palestina como estado
observador não-membro.
A comunidade internacional, incluindo
países europeus importantes, votou a favor e hoje a Palestina, junto com o
Vaticano, são os dois únicos estados observadores não membros da ONU.
Em prosseguimento à sua política de erradicação da
história judaica em Israel e de apossamento da identidade judaica, Abbas se
apresentou perante a Assembléia Geral como um judeu que acabara de sair do
campo de concentração.
E depois de ter roubado os símbolos
judaicos do “direito de retorno” e de “Jerusalém” como capital eterna do povo
judeu, ele agora se apossou do dia 29 de novembro. Nesta data, 65 anos atrás, a
Assembléia Geral da ONU aprovou a Resolução 181 aprovando o plano de partilha
que reconheceu o direito dos judeus a um estado em sua terra ancestral. Aquela
fora uma grande vitória moral para os judeus saídos do Holocausto e aos judeus
perseguidos em países árabes.
Segundo Dore Gold, ex-embaixador de
Israel na ONU a organização não tem base jurídica para “criar” estados. Mesmo
assim, jornalistas mundo afora, incluindo do The New York Times
repetem esta mentira. Estados são criados quando seus líderes declaram sua
independência e depois recebem o reconhecimento de outros países.
Resoluções da ONU não têm força de
lei. São só recomendações. A Resolução 181, por exemplo, incluiu uma delineação
de fronteiras dos dois estados mas elas foram substituídas pelas linhas de
armistício de 1949. A resolução também recomendava que Jerusalém se mantivesse
como um corpo separado o que nunca aconteceu.
Os palestinos têm todo o interesse em
dar a impressão de que as Resoluções da ONU têm força de lei, inclusive a 181.
Abbas não só pediu para a Palestina ser recebida como estado observador mas
procurou ter as fronteiras de um futuro estado palestino definidas segundo as
linhas de armistício de 1949, mesmo que isto esteja fora da jurisdição da
Assembléia Geral. O termo “território palestino pré-1967” esteve mencionado
várias vezes na resolução.
Confiante de que a aprovação estava no
bolso, o tom e as palavras que Abbas escolheu não só foram pouco
reconciliadoras, mas foram tiradas diretamente do vocabulário usado pela
esquerda radical, dos que negam o Holocausto e dos anti-semitas declarados.
Termos como “agressão” e “abusos israelenses”, “crimes de guerra”, “limpeza
étnica”, “apartheid” e “racismo” foram abundantemente usados.
Nenhuma menção, é claro, aos
homens-bomba, aos massacres de Itamar, Otniel, e da família Hatuel; ou aos
últimos 12 anos de bombardeamento vindos de Gaza. Nenhuma menção aos 1.530
israelenses mortos desde os acordos de Oslo.
Nenhuma palavra também sobre reformar
as Cartas Magnas do Hamas e da Fatah (da qual Abbas também é presidente) que
rejeitam categoricamente o direito dos judeus de manterem um estado em qualquer
parte da Terra de Israel.
Em seu discurso Abbas não mencionou
nem uma vez “o povo judeu” ou o “Estado Judeu”. Das 6 vezes que ele mencionou
“Israel” foi para falar sobre sua "política de agressão", exigir dela
uma solução para os chamados refugiados palestinos, uma referência sobre suas
prisões e duas vezes Abbas falou sobre a criação do estado judeu definida por
ele como a “catástrofe”. Esta é a pessoa que diz ter a mão estendida para um
acordo de paz.
Nenhuma vez Abbas mencionou qualquer
conquista de instituições palestinas ou algo positivo que justificasse seu
reconhecimento porque até hoje mendiga para pagar suas contas. Para ele seu
direito a um estado deriva da negação a um estado aos judeus.
A recusa de Abbas e dos palestinos em
negociarem com Israel prova uma verdade categórica: eles nunca se satisfarão
com um estado em parte da Terra Santa.
Amanhã alguém poderá propor na ONU a
revocação da Resolução 181 e a rejeição do Estado Judeu. Esta proposta
certamente receberia a maioria dos votos na Assembléia Geral, o que demonstra a
decadência moral da comunidade internacional de hoje.
Abbas não criou um estado e ele sabe
disso. No dia 30 nada havia mudado na Judéia, na Samária ou em Gaza. Abbas
também sabe que esta ação é uma grave violação aos acordos de Oslo que proíbem
qualquer ação unilateral.
Então porque Abbas teria escolhido
empurrar este processo à frente, arriscando seu relacionamento e a ajuda
financeira dos Estados Unidos? Primeiro porque esta foi uma promessa que ele
fez aos palestinos e é o que ele quer deixar como seu legado histórico pessoal.
Seu nome para sempre ligado com o reconhecimento do estado palestino. Segundo,
agora a “Palestina” poderá ter acesso à Corte Penal Internacional. Hoje ele
pode ameaçar levar os líderes de Israel e do seu exército para serem julgados
como criminosos de guerra.
A resposta de Israel até agora foi
anunciar que autorizará a construção de residências na Área E-1 que fica entre
Jerusalém e Maale Adumim. São apenas 12 km² que os árabes desesperadamente
querem para que num futuro acordo a comunidade de Maale Adumim de 40 mil judeus
seja evacuada. Com esta construção a comunidade estará conectada a Jerusalém e
esta contiguidade impossibilitará uma evacuação.
Mas se Abbas realmente se valer da
Corte Penal Internacional, então Israel poderá responder mais forçosamente,
talvez anexando áreas vitais como os blocos de assentamentos, os locais de
significância religiosa como o Túmulo de Raquel, de José e dos Patriarcas e as
áreas de segurança do exército.
Esta última quinta-feira foi um dia de
vergonha para a ONU e de desonra para a Europa. A França, Itália e Espanha
votaram com Abbas. A Alemanha, a Holanda, a Inglaterra e outros 9 países se
abstiveram. Isto prova sua volta a antigos hábitos: de sacrificar os judeus em
prol de alguma missão mais nobre de paz e estabilidade.
A lição de 73 anos atrás não foi
aprendida. Por suas ações a Europa, novamente, só encontrará instabilidade e
guerra.
Fonte: http://deborahsrour.blogspot.com.br/2012/12/a-votacao-na-onu-02122012.html
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