Texto Básico: Salmos
137:1-4
Subsídio para Lição nº 10 - EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTINUADA
“Às margens dos rios da
Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos...”(Sl 137:1)
|
Nesta Lição, estudaremos
alguns aspectos do cativeiro de Israel – Reino do Norte (constituído de dez
tribos) e o reino do Sul (constituído de duas tribos). Veremos como, mesmo em
situações adversas, Deus ergue seus mensageiros e líderes. Mesmo “no vale”,
Deus levantou homens para influenciar aquela geração. Foi com o auxílio desses
servos que o Senhor pôde preparar um remanescente fiel, apesar de toda a
provação por que passaram. Veremos que o cativeiro, principalmente o
babilônico, serviu de cura da idolatria do povo, consubstanciou fortes
interesses em reunir e preservar as Escrituras Sagradas que haviam sido
inspirados por Deus. Este resultado sem dúvida trouxe grandes benefícios para
nós, integrantes da Nova Aliança. Sem dúvida, o cativeiro de Israel nos trás
preciosas lições para a nossa edificação espiritual.
I.
O CATIVEIRO
|
O cativeiro de Israel
abrangeu os dois reinos: Judá – reino do Sul e Israel – reino do Norte. A constituição
da monarquia, em atenção ao anseio do povo, trouxe grandes prejuízos para os
descendentes de Jacó, haja vista que após 120 anos, ou seja, após o reinado de
Salomão, principalmente no inicio do reinado de Roboão, a nação foi dividia em
duas partes. A idolatria, a injustiça social e a degradação moral do povo estão
na base da divisão do reino de Israel (1Rs 11:33). Deus havia advertido a
Salomão por duas vezes sobre a adoração de deuses estrangeiros, mas o rei não
levou isso em consideração (1Rs 11:10). Por esse motivo o Senhor disse-lhe que
o reino lhe seria tirado, embora não durante a sua vida.
Isso nos trás uma grande
lição: A obediência a Deus é a base fundamental do progresso, da prosperidade
do povo de Deus. Obedecer à Palavra de Deus é o que faz a diferença no reino de
Deus (Mt 5:16).
Os reinos do norte e sul
tornaram-se independentes e poderosos durante os reinados de Jeroboão II e
Uzias, respectivamente. Mas os profetas, como, por exemplo, Isaias, Amós e
Oséias, condenaram a corrupção e o materialismo deles.
1. O cativeiro de Israel - Reino do Norte.
|
Devido a forte idolatria,
a injustiça social e a degradação moral do povo de Israel(reino do norte), Deus
suscitou nações poderosas para punir o povo. E uma dessas nações foi a
Assíria. Essa nação foi governada por
vários déspotas que não evitavam nenhum esforço brutal para aniquilar qualquer
nação que não se rendesse, de forma incondicional, aos seus ditames. Muitos
governantes cruéis levantaram-se nesse império, como, por exemplo, Tiglate
Pileser III (745 – 727 a.C).
"Assim diz o Senhor:
... Israel certamente será levado cativo" (Amós 7:17). As palavras proferidas contra as tribos apóstatas foram
literalmente cumpridas. Contudo, a destruição do reino se processou
gradualmente. No juízo o Senhor se lembrou da misericórdia, e a princípio,
quando "veio Pul [Tiglate Pileser], rei da Assíria, contra a terra", Menaém,
então rei de Israel, não foi levado cativo, mas foi-lhe permitido permanecer no
trono como vassalo do domínio assírio - "Menaém deu a Pul mil talentos
de prata, para que a sua mão fosse com ele, a fim de firmar o reino na sua mão.
E Menaém tirou este dinheiro de Israel, e de todos os poderosos e ricos, para o
dar ao rei da Assíria" (2Reis 15:19,20). Havendo os assírios humilhado
as dez tribos, voltaram por algum tempo para a sua própria terra.
Menaém, longe de arrepender-se do mal que havia acarretado a ruína
de seu reino, continuou "nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez
pecar Israel". Pecaías e Peca, seus sucessores, também fizeram
"o que parecia mal aos olhos do Senhor" (2Reis 15:18,24,28). "Nos
dias de Peca, rei de Israel, veio Tiglate-Pileser, rei da Assíria, e tomou a
Ijom, e Abel-Bete-Maaca, e a Janoa, e a Quedes, e a Hazor, e a Gileade, e à
Galiléia, e à toda a terra de Naftali, e os levou para a Assíria. ”... os
rubenitas, e os gaditas, e a meia tribo de Manassés; e os trouxeram a Hala, e a
Habor, e a Hara, e ao rio Gozã, até ao dia de hoje" (2Reis 15:29; 1Cr
5:26b), os quais foram espalhados entre os pagãos, removidos da Terra de Israel
para terras distantes.
Deste terrível golpe o
reino do norte jamais se recuperou. O
debilitado remanescente continuou as formas de governo, embora não mais
possuísse autoridade. Apenas mais um governante, Oséias, devia suceder a
Peca. Logo o reino devia ser varrido para sempre. Mas nesse tempo de
tristeza e angústia Deus ainda foi misericordioso, deu ao povo outra
oportunidade para abandonar a idolatria.
No terceiro ano do
reinado de Oséias, o bom rei Ezequias
começou a reinar sobre Judá, e tão depressa quanto possível instituiu
importantes reformas nas cerimônias do Templo em Jerusalém. Fizeram-se arranjos
para a celebração da Páscoa, e para esta festa foram convidados não somente as
tribos de Judá e Benjamim, sobre as quais Ezequias havia sido ungido rei, mas
também todas as tribos do norte. Uma proclamação soou "por todo o Israel,
desde Berseba até Dã, para que viessem a celebrar a Páscoa ao Senhor, Deus de
Israel, a Jerusalém; porque muitos a não tinham celebrado como estava escrito.
"Foram, pois, os
correios com as cartas, da mão do rei e dos seus príncipes, por todo o Israel e
Judá", com o incisivo convite: "Filhos de Israel,
convertei-vos ao Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, para que Se
volte para aqueles de vós que escaparam, e ficaram da mão dos reis da
Assíria... Não endureçais agora a vossa cerviz, como vossos pais; dai a mão ao
Senhor, e vinde ao Seu santuário que Ele santificou para sempre, e servi ao
Senhor vosso Deus, para que o ardor da Sua ira se desvie de vós. Porque, em vos
convertendo ao Senhor, vossos irmãos e vossos filhos acharão misericórdia
perante os que os levaram cativos, e tornarão a esta terra; porque o Senhor
vosso Deus é piedoso e misericordioso, e não desviará de vós o Seu rosto, se
vos converterdes a Ele"(2Cr 30:5-9).
E os correios enviados
por Ezequias levaram a mensagem "de cidade em cidade, pela terra de Efraim
e Manassés até Zebulom". Israel devia ter reconhecido neste convite um
apelo ao arrependimento e para que voltassem a Deus. Mas o remanescente das dez
tribos que ainda ficaram habitando o território do outrora florescente reino do
norte, trataram os mensageiros reais de Judá com indiferença, e até mesmo com
desdém. "Riram-se e zombaram deles". Houve uns poucos,
entretanto, que alegremente atenderam - "Alguns de Aser, e de Manassés,
e de Zebulom, se humilharam, e vieram a Jerusalém... para celebrar a festa dos
pães asmos" (2Cr 30:10-13).
Cerca de dois anos mais
tarde Samaria foi invadida pela
Assíria, sob o comando de Salmaneser V(filho de Tiglate-Pileser). Oséias
foi preso e Samaria foi sitiada por três anos, antes de finalmente sucumbir em
722 a.C (2Rs 17:5,6); e no cerco, multidões pereceram miseravelmente de
fome e de enfermidades bem como pela espada. Caiu a cidade com a nação, e o
humilhado remanescente das dez tribos foi levado cativo e espalhado entre as
províncias do domínio assírio. Em seu lugar foram colocados outros povos, dando
origem ao povo “samaritano”; era a política usual do rei da Assíria aos povos
conquistados. Nunca mais a nação de Israel – reino do norte – voltou do
cativeiro.
A destruição que abateu o
reino do norte foi um juízo direto do Céu.
Os assírios foram meramente o instrumento de que Deus se serviu para realizar o
seu propósito. Por intermédio de Isaías, que começou a profetizar pouco antes
da queda de Samaria, o Senhor se referiu aos assírios como "a vara
da Minha ira". Disse Ele:
"A Minha indignação é como bordão nas suas mãos" (Is 10:5).
Gravemente havia os
filhos de Israel pecado "contra o Senhor
seu Deus,... e fizeram coisas ruins". "Não deram ouvidos, antes...
rejeitaram os Seus estatutos, e o Seu concerto, que fizera com seus pais, como
também os Seus testemunhos, com que protestara contra eles". Foi
porque "deixaram todos os mandamentos do Senhor seu Deus, e fizeram
imagens de fundição, dois bezerros, e fizeram um ídolo do bosque, e se
prostraram perante todo o exército do céu, e serviram a Baal", e
recusaram decididamente a arrepender-se, que o Senhor "os oprimiu, e os
deu nas mãos dos despojadores, até que os tirou de diante de Sua
presença", em harmonia com as claras advertências que lhes enviara
"pelo ministério de todos os Seus servos, os profetas" (2Reis
17:7, 11, 14, 16, 20, 23).
"Assim foi
Israel transportado de sua terra à Assíria", "porque
não obedeceram à voz do Senhor seu Deus, antes traspassaram o Seu concerto; e
tudo quanto Moisés, servo do Senhor, tinha ordenado"(2Reis 18:12).
A apostasia personificou-se no primeiro rei de Israel, Jeroboão, que se
tornou para todas as gerações subsequentes um modelo de iniquidade e mau
comportamento. Não surpreende que o único remédio para 200 anos de infidelidade
e apostasia espiritual fosse a deportação da terra da promessa para as nações
que, ironicamente, teriam de ser o alvo da salvação proclamada por Israel.
A história do Reino do Norte nos ensina grandes lições
·
O reino do Norte, que
iniciou mal, percorreu maus caminhos, terminou mal. Tudo o que inicia mal e
persiste no mal, termina mal. O salário do pecado é o fim da vida, a morte,
quer seja de uma nação, quer de um indivíduo. Somente o que ama é que pode
perdurar, porque só o amor garante a vida.
·
O Reino do Norte resultou
de insatisfação por erros cometidos da parte de Salomão e seu filho, Roboão. No
Norte, Jeroboão I(primeiro rei) resolveu afastar um povo do outro instituindo
um sistema de adoração misto - idolatria misturada com a adoração ao Criador.
Assim é a grande parte do cristianismo hoje: paganismo, misticismo, com
princípios bíblicos, e isto é prostituição.
·
Vemos a paciência de
Deus, que enviou profetas; permitiu que fatos ocorressem, como seca, fome,
crises, guerras, mortes terríveis de nobres, desastres, opressão. Deus mostrava
nisso, pelas mensagens dos profetas, quão grande era o seu esforço por salvar a
nação. Foram cerca de 200 anos de tentativas, todas frustradas, mas Deus não
desistia; Ele é longânime.
· Os profetas, durante o tempo do Reino do Norte, fizeram um trabalho
intenso, e ali passaram os mais poderosos homens de Deus, como Elias e Eliseu;
por certo, os mensageiros de maior credibilidade divina, que nos causam
admiração até os dias de hoje.
· Houveram, ao todo, 9 dinastias, ou seja, 9 famílias se
revezaram no poder no Reino do Norte, sendo que no do Sul, sempre foi a
dinastia de Davi que esteve no poder, exceto por um breve tempo em que reinou
Atalia, mas o rei estava à espera para a posse.
· Essa sucessão de famílias no poder, com 20 reis ao todo,
envolveram sete assassinatos pela conquista do poder, portanto, das nove
famílias, sete foram destituídas por esse modo. Esse modo de sucessão, por
si já denuncia que Deus não estava aprovando o que eles faziam.
· Alguns dos reis do Norte foram tão maus que nem sequer faziam ao
menos um sucessor da família no trono, isso ocorreu mais para o final do Reino
do Norte, denunciando que tudo estava indo para uma situação tão ruim e que o
fim se aproximava.
· Os reis fizeram o que não era permitido por Deus, eles insistiram
o tempo todo em promover a idolatria, aquilo que Deus abomina.
· O Reino do Norte insistiu contra Deus durante todos os reinados
dos 20 reis. Por fim, chegou a uma situação insustentável, e eles se separaram
definitivamente de Deus, daquele que os podia proteger, e a saga desse reino
terminou em completa ruína.
Deus é muito paciente.
Jesus ainda não voltou em razão dessa paciência. Assim como Ele esperou por
dois séculos para que o Reino do Norte se decidisse - por Deus ou por Baal -,
pela adoração ao Criador ou à criatura -, assim Ele espera hoje. Mas os dias de
espera não são ilimitados. Chega o tempo em que a situação se torna
insustentável, então, a intervenção é certa. Esses dias estão chegando, eles
culminarão com a imposição, pela força de lei, de uma adoração ao que não é o
Criador, a saber, o Anticristo. Então, como no Reino do Norte, a paciência de
Deus também se esgota. Façamos a nossa parte enquanto é dia.
2. O cativeiro de Judá - Reino do Sul.
|
Cronologia
|
A queda de Samaria e a
deportação de sua população foram o claro resultado dos pecados cometidos
contra Jeová (2Rs 17:7). O povo de Deus tornou-se infiel para com o Senhor que
os livrara do Egito, adorando e servindo a outros deuses (2Rs 17:15-17). E
fizeram isto apesar dos constantes avisos dos profetas de Deus de que tal
atitude consistia em grave traição. O resultado inevitável foi o julgamento de
Deus, um juízo que se manifestou na forma de exílio, expulsando os israelitas
de sua terra prometida.
Mas, Judá não estava melhor. Depois
de ver seus irmãos levados para o exílio, o povo de Judá ainda cai em pecado.
Ezequias e Josias começaram muitas reformas, mas isto não foi o bastante para
converter permanentemente a nação a Deus. Judá é derrotada pelos babilônios,
que enviam muitos deles para o exílio, mas não são espalhados, e a terra não é
repovoada - “Até Judá não guardou os mandamentos do SENHOR, seu Deus; antes,
andaram nos estatutos que Israel fizera” (2Rs 17:19). Às vezes não
aprendemos com os exemplos de pecado e tolice que ocorrem à nossa volta.
Compreendendo melhor...
Nabopolassar, governador da região do Golfo Pérsico, libertou Babilônia
dos assírios e em 626 a. C. foi proclamado rei. Continuou a obter vitórias
sobre os assírios até que finalmente em 612 a. C., os Babilônicos e os Medos
tomaram Nínive, a capital da Assíria. Não se concentraram em dominar a Assíria
propriamente dita, mas partiram para a conquista de todo o império Assírio. Os
egípcios temendo pela sua segurança marcharam para o norte a fim de ajudar
os Assírios. O rei Josias de Judá tentou interceptá-los em Megido, mas
na batalha que se travou foi morto e Judá foi subjugada ao Egito
(2Rs 23:29-33).
Quatro anos mais tarde,
em 605 a. C., o exército babilônico,
comandado por Nabucodonosor, derrotou os egípcios em Carquêmis (Jr 46:1,2),
ampliando o império da Babilônia. Neste mesmo ano, pela primeira vez, Jerusalém
submeteu-se ao poderio de Babilônia, período esse considerado o marco inicial
para contagem dos setenta anos preditos pelo profeta Jeremias. Um período
encerrado com a queda e rendição da cidade de Babilônia em 538 a.C.
Os longos anos em que a
elite política, militar e religiosa de Judá esteve longe de sua terra são
popularmente conhecidos como o exílio na literatura moderna, um termo
singularmente apropriado, uma vez que não apenas sugere a remoção forçada da
população de judeus para a Babilônia, como também comunica a ausência de Jeová durante o processo.
A tragédia do exílio não
pode ser interpretada como apenas a deportação
de um povo para outra terra, ou a destruição de uma cidade e seu santuário
central. Na verdade, Deus havia se retirado do meio de seu povo, uma
ausência simbolizada por uma das visões de Ezequiel, na qual a Shekinah
movia-se do Templo (Ezequiel - cap 1). De certa forma, portanto, o fim do cativeiro
dos judeus em 539/538 não pode ser sinônimo do fim do exílio, porque Jeová não retornou na ocasião para
habitar no Templo. Pelo contrário, os profetas predisseram que seu retorno
aconteceria apenas na era escatológica, quando o próprio Messias seria a glória
de Deus (Ag 2:7-9).
A deportação de Judá para a Babilônia deu-se
em três fases. Assim como Israel foi
atacado pelos assírios três vezes, Judá também foi invadido pelos babilônios de
igual modo (2Rs 24:10; 25:1). Mais uma vez, Deus demonstrou sua misericórdia
diante do julgamento merecido e concedeu ao povo repetidas oportunidades de
arrependimento.
- A primeira fase foi simultânea com a ascensão de Nabucodonosor (605-562) ao trono
de Babilônia. Esse jovem príncipe, derrotando os egípcios na batalha de
Carquêmis em 605 (Jr 46:1,2), foi, mediante a inesperada morte de seu pai,
obrigado a abandonar o propósito de expulsar os egípcios de suas terras. Mesmo
assim, no caminho de retorno, Nabucodonosor saqueou Jerusalém, conduzindo
muitos judeus em cativeiro para a capital do império, dentre esses judeus
estavam Daniel e seus três companheiros (2Cr 36:5,6; Dn 1:1-6). Deixou
no trono de Judá o rei Jeoaquim, que veio a rebelar-se, forçando o retorno de
Nabucodonosor em 601.
- O Egito encorajou
Jeoaquim, rei de Judá, a se rebelar contra a
Babilônia em 600 a. C., provocando outra invasão babilônica em 598. Joaquim
o sucedeu no trono de Judá e entregou Jerusalém à Babilônia em 597. Ele
e muitos judeus proeminentes foram deportados para a Babilônia, dentre eles
estava Ezequiel (2Rs 24:14-16).
- Enquanto isso,
Zedequias, irmão de Joaquim, foi
estabelecido no trono de Judá (2Rs 24:18). Também esta ação foi malsucedida,
pois Zedequias era instável e de pouca confiança. Judá foi persuadido a
rebelar-se mais uma vez. Desta feita, Nabucodonosor decidiu retornar para
Jerusalém, desta vez para destruí-la completamente, em 586 a.C. Os
babilônios invadiram Judá e sitiaram Jerusalém; o assédio durou dezoito meses.
Finalmente, abriram uma brecha nos muros e Jerusalém foi tomada. Zedequias
foi feito prisioneiro e teve os olhos furados. Os objetos de valor do
Templo foram levados para Babilônia. Também, o Templo foi destruído e a
maior parte do povo restante foram levados para a Babilônia. Só foram deixadas
as pessoas mais pobres para cultivar a terra (2Rs 25:1-21).
Os
judeus na Babilônia
|
Os judeus que
sobreviveram à longa jornada para a Babilônia certamente foram colocados em
assentamentos separados dos babilônios e receberam permissão de se dedicar à
agricultura e trabalhar para sobreviver (Ez 3:15; Ed 2:59; 8:17; Jr 29:5), mas
o trauma do exílio é expressado claramente pelo salmista: “às margens dos
rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião.
Nos salgueiros que lá havia, pendurávamos as nossas harpas, pois aqueles que
nos levaram cativos nos pediam canções, e os nossos opressores, que fossemos
alegres, dizendo: entoai-nos algum dos cânticos de Sião. Como, porém,
haveríamos de entoar o canto do Senhor em terra estranha?”(Sl
137:1-4).
Ciro, o grande dominador do novel império Medo-persa, tratou bem os
babilônios. Na verdade, ele procurou tratar com respeito todos os seus súditos
leais, inclusive os judeus.
Daniel, ciente da profecia de
Jeremias, segundo a qual a desolação de Jerusalém duraria setenta anos, ele
pediu a Deus para intervir (Dn 9:2,18b,19). As orações de Daniel foram
respondidas prontamente. Em 538 a. C., Ciro fez uma grande proclamação,
registrada no final de 2Crônicas: “Assim diz Ciro, rei da Pérsia: o
Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe
edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá; quem entre vós é de todo o
seu povo, que suba, e o senhor, seu Deus, seja com ele” (2Cr 36:23; Ed
1:2-3a). O salmo 126 é um cântico
de louvor a Deus porque fez retirar do cativeiro o seu povo. Cumpriu-se, desse
modo, a predição feita pelo profeta Isaías há, aproximadamente, 160 anos antes
acerca de Ciro, o ungido do Senhor (Is 44:28).
Entretanto, a maioria dos
judeus da dispersão preferiu permanecer em suas casas, especialmente os que
moravam em Babilônia, mas aqueles que tinham seus olhos voltados para o
propósito eterno de Deus viram no cativeiro um instrumento de correção. E o
retorno à pátria era o sinal de que ainda tinham um papel redentor a
desempenhar.
II.
LÍDERES - PROFETAS DO CATIVEIRO BABILÔNICO
O reino terreno de Judá
estava absolutamente destruído. Mas através de profetas, como Ezequiel e
Daniel, que também eram exilados, Deus pôde manter seu reino espiritual vivo
nos corações do muitos judeus.
1. Profeta Daniel.
|
Levado à Babilônia no
primeiro cativeiro dos judeus, por volta de 605 a.C., na primeira campanha de
Nabucodonosor, Daniel e outros príncipes judeus foram escolhidos, por serem de
linhagem nobre e de boa formação, para o serviço governamental.
Os 19 anos iniciais do
cativeiro de Daniel também foram os últimos do reino de Judá, sob domínio da
Babilônia. A resistência judia ao jugo babilônico causou muitas represálias por
parte do reino dominante.
Daniel e seus amigos
(Hananias, Misael e Azarias) receberam, durante anos, uma nova educação
babilônica, a fim de melhor servirem ao governo. Chegaram a compor o
chamado grupo dos sábios do reino, servindo ao rei como conselheiros. Por
isso, Daniel teve a chance de interpretar os sonhos que atormentavam o confuso
rei Nabucodonosor e de expressar suas próprias visões. Daniel ficou no cargo
por décadas (Dn 1:21; 6:28), o que lhe permitiu fazer com que os reis
babilônicos conhecessem o poder do verdadeiro Deus, O temessem e respeitassem.
Daniel testemunhou vários
reis no trono da Babilônia e chegou a ver o fim daquele império em 538 a.C.,
tomado por Ciro, que, influenciado pelo conselheiro judeu, libertou seu povo
judeu e o devolveu à terra de origem.
2. Profeta Jeremias.
|
Jeremias, certamente, foi a maior
e mais informativa voz dentre todos os profetas da geração pré-exílica de Judá.
A Palavra de Deus lhe veio no décimo terceiro ano do reinado de Josias, ou
seja, em 627 a.C (Jr 1:2). Seu ministério público continuou por todos os
reinados de Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias, alcançando o fim do reino
em 586 a.C., e até mesmo além disto. Portanto, ele foi testemunha dos
principais acontecimentos da nação de Judá em seus quarenta anos finais.
Sabe-se que Jeremias continuou a profetizar mesmo depois do cataclísmico
julgamento de Jerusalém, pois foi lhe oferecida a condição de permanecer em
Judá, ao invés de ir em cativeiro junto com os demais habitantes da cidade para
a Babilônia. Uma vez que sua escolha foi permanecer em Jerusalém por um tempo,
ele foi para o Egito, indubitavelmente contra sua vontade.
Deus nunca age antes de
comunicar suas ações aos seus profetas. O profeta Jeremias foi enviado para
mostrar os pecados do povo e caso eles não se arrependessem seriam destruídos.
Jeremias detalhou como seria essa punição, mas o povo não deu ouvido e as
profecias se cumpriram. Seu ofício profético ampliou-se por mais de quarenta
anos.
Jeremias recebeu a
desagradável tarefa de advertir sobre os envolvimentos e destruições que um
poderoso inimigo, que não dava quartel, haveria de impor. Os falsos profetas,
porém, eram sempre otimistas, predizendo o bem, embora falsamente, para a nação
de Judá. Jeremias por sua vez anunciava a terrível verdade. A exatidão de suas
predições era tão grande que seus compatriotas sentiam que, de algum modo, ele
era responsável pelos acontecimentos adverso, perseguindo-o como se fosse
traidor. Porém Jeremias nunca se esquivou da tarefa, mesmo diante de falsas
acusações e de ameaças de morte. Seu senso de missão era muito forte e ele
serviu com grande zelo até o fim, um fim que, segundo alguns, foi a morte de um
mártir, às mãos de sua própria gente.
O intuito de Jeremias era
conclamar o povo de Judá ao arrependimento, visto que ele via a potência do
norte, Babilônia, erguer-se, pela providência divina, para castigar uma nação
desobediente como era Judá. Ele exortou os habitantes de Jerusalém a
abandonarem sua idolatria e apostasia. Jeremias via um cativeiro de setenta
anos no horizonte (Jr. 25:1-14). Ele via que o conflito entre três potências
mundiais – o Egito, a Assíria e a Babilônia -, terminaria em triunfo desta
última. E advertiu os judeus acerca dos pactos firmados com o Egito, que
redundariam em desastre a longo prazo.
Visto que Jeremias viu um
resultado desfavorável para Judá, que era um pequeno reino, entalado em meio de
lutas de poderes gigantescos, esse profeta acabou merecendo a desconfiança de
seu próprio povo e foi desprezado. Suas profecias de condenação soavam
estranhas, quando comparadas com as palavras consoladoras dos profetas falsos.
Todavia a esperança messiânica resplandece em seus escritos, onde é prometida a
restauração e a glória finais, para Israel e para Judá juntamente (Jr 23:5;
30:4-11; 31:31-34; 33:15-18).
a) No governo do rei Josias,
Jeremias foi de grande importância, pois auxiliou esse rei no estabelecimento
de uma cuidadosa reforma espiritual da nação. Com a envolvência dessa reforma
religiosa, notadamente o povo prometeu obedecer à lei do Senhor e com isto o
povo passou a remover do templo os vestígios do paganismo. Josias destruiu
também o ídolo Tofete, utilizado para sacrifício humano (2Rs. 23:10). Retirou
os altares pagãos do monte das oliveiras, que estava infestada de ídolos. A
purificação nacional abrangeu a eliminação de médiuns espíritas, falsos
sacerdotes e terafins (ídolos domésticos) (2Rs. 23:24). Num confronto fatídico,
na Batalha de Carquêmis, quando fora a caminho do Egito em 609 a.C. para
impedir que o rei do Egito agisse contra a babilônia, inesperadamente morre.
Quatro anos após sua morte, Babilônia invade ao Egito e leva a primeira leva de
cativos em 605 a.C.
Observação: Josias reinou por um período de 31 anos em Jerusalém e fez o que
era reto perante o Senhor. É considerado um dos reis mais justos e devotados a
Deus. As consequências do reinado de seu pai e de seu avô influenciaram muito
sua vida, para que odiasse o pecado. Foi coroado aos oito anos de idade e
buscou a face do Senhor desde o início. Aos vinte anos de idade ele liderou uma
reforma religiosa nacional, e aos 26 iniciou a reforma do Templo. É considerado
como um rei bom (2Rs 23:25), destruiu os focos de idolatria em Judá,
reconstruindo o Templo de Deus. Na reconstrução foi achado o Livro da Lei (2Cr
34:15), que tudo indica era a réplica ou cópia fiel escrita por Moisés. Ao
ouvir as palavras do livro, Josias, chorou seus pecados e os de seu povo, e se
humilhou perante Deus. Com esta atitude o Senhor protelou a Josias de ver o
castigo daquela geração (2Rs 22:19-20).
b) No governo de Jeoaquim (de 608
a 597 a.C), Jeremias era o principal representante do grupo que favorecia a
supremacia dos caldeus. Isso o expôs a um grande perigo, por isso foi
aprisionado. Chegou a ser proposto a pena de morte (Jr. 26:11). Alguns dos
príncipes de Judá tentaram protegê-lo, apelando para o precedente estabelecido
por Miquéias, que havia profetizado tempos antes de Jeremias. Os oráculos de
Jeremias contra o Egito (Jr 46:3-12) atraíram muitas perturbações contra ele;
mas ele estava apenas denunciando os pecados do povo judeu, e isso servia para
aumentar o ódio por ele.
c) No governo de Joaquim (sucessor de Jeoaquim), Jeremias vaticinou a sorte desse monarca, que o profeta lamentou
(Jr. 22:24-30).
Observação: Em Jr 22:24,28 e 24:1 o nome Joaquim aparece como Jeconias. Ele
sucedeu o trono de seu pai Jeoaquim e colheu a péssima colheita que fora
semeada por Judá e seus governantes anteriores. Tinha apenas dezoito anos de
idade quando assumiu o trono e ficou ali durante três meses (2Rs 24:8).
Jerusalém se rendeu em 597 a.C. e Joaquim e muita gente de Judá foram levados
para o cativeiro. Trinta e seis anos mais tarde Joaquim foi libertado, pelo
filho e sucessor de Nabucodonozor (2Rs 25:27-30).
d) No governo de Zedequias,
Jeremias foi mais incisivo em suas profecias. Esse rei começou a ouvir mais a
Jeremias do que seus antecessores; porém era tarde demais para isso fazer qualquer
diferença.
Observação: Nabucodonozor nomeou para o trono a Zedequias. Ele era o filho
mais novo de Josias, e foi o ultimo rei de Judá. Foi um governante fraco, que
procurava contrabalançar as facções adversárias que lutavam pelo poder, em
Judá. Zedequias governou por dez anos, pagando tributos a Babilônia. Quando
Zedequias deixou de pagar tributo e firmou um acordo com o Egito, Nabucodonozor
perdeu a paciência e mandou um exercito para destruir a cidade de Jerusalém.
3. Profeta Ezequiel
|
A melhor percepção da vida no exílio da Babilônia é encontrada em Ezequiel,
que passou todos os anos de seu ministério público no local. Como Jeremias, ele
era sacerdote, conforme atesta seu testemunho (Ez 1:3) e seu grande interesse
pelo culto.
O profeta inicia o relato
definindo o cenário – ele estava com os exilados próximo do rio Quebar, no décimo terceiro ano. O Quebar é o nar kabari mencionado pelos registros babilônicos, um canal que
forma uma extensão do rio Eufrates. O “décimo terceiro ano” provavelmente é uma
referência ao seu décimo terceiro ano. Era 593 a.C, o décimo quinto ano do
cativeiro de Joaquim, como informa o profeta (Ez 1:2). O hábito de datar os
acontecimentos baseado no cativeiro de Joaquim corrobora a opinião de que
Joaquim, e não Zedequias, era considerado o verdadeiro herdeiro do trono de
Davi.
Ezequiel fora comissionado por Jeová para ministrar à comunidade
exilada que vivia próxima ao Quebar, especialmente os que estavam nos
acampamentos de Tel Abibe (Ez 3:15).
Sua mensagem para o povo centrava-se na iminente destruição de Jerusalém. Sem
dúvida eles pensavam que a cidade santa sobreviveria, ainda que de lá fossem
deportados. Eles precisavam entender, porém, que Jerusalém era invencível
apenas enquanto o povo fosse fiel para com Deus. E de acordo com os fatos, eles
falharam em permanecer fiéis. Como consequência, viria sobre Jerusalém o
iminente e irremediável julgamento. Através de uma série de ilustrações –
representando o cerco a Jerusalém (Ez 4:1-3), raspando sua cabeça (Ez 5:1-4) e
preparando algemas (Ez 7:23-27) – Ezequiel preconiza a iminente destruição de
Sião.
No sexto ano, 592 a.C.,
Ezequiel estava em sua própria casa justamente com um concilio de anciãos de
Judá, quando repentinamente o Senhor conduziu-o em visão até Jerusalém, onde
ele testemunhou uma série de abominações cometidas pelos líderes de Judá no
santo Templo de Deus (Ez cap. 8). O resultado foi a partida dos querubins e da
glória de Deus do Templo, ficando suspensos sobre o monte das Oliveiras. Isto
significava que a aniquilação da cidade estava próxima. Mas, antes que a glória
de Deus se afastasse do Santo Templo, o profeta ouviu a mesma promessa que
todos os seus antecessores ouviram: o povo de Deus passaria por um amargo cativeiro e escravidão por causa de
seus pecados, mas Ele mesmo iria
dar-lhes um coração novo, para que verdadeiramente o adorassem e servissem,
de modo que retornariam para sua terra. Como ossos secos que foram trazidos à
vida, eles rejuvenesceriam e se uniriam novamente – Israel e Judá – e o próprio
Davi reinaria sobre ambos (Ez 11:4-21; cap. 37). (1)
4. Ester – Hadassa(Et 2:7)
|
Ester era filha adotiva e
prima de Mordecai ou Mardoqueu. Sendo judia, fora criada e instruída nas
tradições judaicas. Tornou-se rainha de Xerxes – conhecido também como Assuero
- e foi a responsável pela preservação dos judeus.
Apesar da permissão de Ciro para
retornarem à sua terra de origem, muitos judeus preferiram continuar vivendo
nas terras estrangeiras, haja vista a vida estruturada que levavam; fazendo,
assim, surgir os “judeus da diáspora”, ou seja, os judeus que andam dispersos
pelo mundo, fora da Terra Prometida.
Mesmo hoje, após 65 anos de
restauração do Estado de Israel, ainda há mais judeus vivendo fora da Terra
Prometida do que dentro dela. Estima-se que, dos 14 milhões de judeus que há no
mundo, 8 milhões morem fora de Israel na atualidade. Este era o caso de
Mardoqueu (ou Mordecai), que vivia na fortaleza de Susã, cidade persa que foi
escolhida como capital do reino da Pérsia por Dario I, em 529 a.C.
Hadassa, ou Ester, surge no texto sagrado como uma menina judia órfã, sem pai nem
mãe, que precisou ser acolhida por seu primo Mardoqueu. Apesar de ser
apresentada como sendo chamada “Hadassa” em Et.2:7, é a única vez em que Ester
é assim denominada, sendo, então, dali por diante chamada de “Ester”, nome
também hebraico, que significa “estrela” e que dá a entender que a pessoa que
tem tal nome é uma “pessoa cativante, charmosa e sensual”. O texto sagrado não
diz o motivo destes dois nomes, mas entendem os estudiosos da Bíblia que o nome
de Ester deve ter sido dado a Hadassa pelos funcionários do rei quando a
levaram para a casa do rei da Pérsia. Por ser moça bela de parecer e formosa à
vista, foi-lhe dado o nome de “Ester”, que é, certamente, a versão hebraica do
nome persa que se lhe deu e cujo significado era “estrela”.
A miraculosa história da
rainha Ester inicia-se no terceiro ano do reinado de Assuero, em 483 a.C. - 103 anos após Nabucodonozor ter levado cativos os
judeus(2Rs 25), 54 anos após Zorobabel ter guiado os primeiros grupos de
exilados de volta a Jerusalém(Ed. 1:2), e 25 anos antes de Esdras guiar o
segundo grupo para Jerusalém(Ed 7).
Ester viveu no reinado da Pérsia,
o reino dominante do Oriente Médio após a queda da Babilônia em 539 a. C.. Os
parentes de Ester deveriam estar entre os exilados que preferiram não voltar
para Jerusalém, embora Ciro, o rei da Pérsia, tenha expedido um decreto
permitindo que eles voltassem. Os exilados judeus desfrutavam de uma grande
liberdade na Pérsia, e muitos permaneceram porque haviam se estabelecido ali ou
temiam a perigosa jornada de volta à sua terra natal.
A beleza e o caráter de
Ester conquistaram o coração de
Assuero(ou Xerxes), e assim o rei fez de Ester sua rainha. Mesmo em sua posição
tão favorecida, ela arriscou a própria vida, entrando à presença do rei sem ser
chamada. Não havia sequer a garantia de que o rei a receberia. Embora fosse a
rainha, não estava completamente segura. Mas, com cautela e coragem, Ester
decidiu arriscar sua vida, abordando o rei a favor de seu povo. Ela elaborou
seus planos cuidadosamente. Pediu aos judeus que jejuassem e orassem com ela
antes de entrar à presença do rei. Então, no dia escolhido, Ester foi à
presença de Assuero, e este lhe pediu que se aproximasse e falasse. Porém, em
vez de expressar seu pedido de forma direta, Ester convidou o rei e Hamã para
um banquete. Assuero era suficientemente sagaz para perceber que a rainha tinha
algo em mente; no entanto, ela transmitiu a importância da questão, insistindo
em um segundo banquete. Nesse ínterim, Deus estava trabalhando “nos
bastidores”. O Senhor fez com que o rei lesse os registros históricos do reino
à noite, e descobrisse que Mardoqueu certa vez salvou a sua vida. Assuero não
perdeu tempo para honrar Mardoqueu por tal ato (ver Et 6:1- 13). Durante o
segundo banquete, Ester revelou ao rei a conspiração de Hamã contra os judeus,
e este foi sentenciado (Et 7).
Existe uma rigorosa
justiça na morte de Hamã na forca que ele mesmo havia construído para
Mardoqueu, e parece muito adequado que o dia em que os judeus deveriam ser
assassinados tenha se tornado o dia da morte de seus inimigos. O risco que
Ester correu confirmou que Deus era a fonte de segurança.
Lições que podemos tirar: a)
Servir a Deus frequentemente exige que arrisquemos a nossa própria segurança;
b) Deus tem sempre um propósito para as situações em que nos coloca; c) Embora
a coragem seja sempre uma qualidade vital, ela não substitui o cuidadoso
planejamento.
III.
RESULTADOS DO CATIVEIRO
|
Embora Judá continuasse
sendo o local geográfico do povo da aliança, Babilônia tornara-se histórica e
intelectualmente o seu lar. E isto era verdade não apenas nos anos de exílio, mas
por séculos depois. De fato, nos primeiros séculos da era cristã, Babilônia era
um centro religioso judaico que desenvolvera uma tradição completamente
separada de Jerusalém. Foi lá que os judeus mais devotos criaram o conhecido
Talmude Babilônico, e uma escola de massoretas(dedicava
a copiar e transmitir o texto da Bíblia
Hebraica) da Babilônia
produziu sua própria família de textos bíblicos e manuscritos.
1. Cura da idolatria. Este
foi um dos grandes benefícios espirituais de Israel durante o cativeiro. Com o
transcorrer dos dias no exílio, a idolatria que tenazmente assediava os judeus
não mais tinha atração alguma para eles. Na verdade, engendrou um despertar
antagônico com relação a idolatria, por suas associações de caráter nacional
(ver Sl 137), bem como por suas profundas convicções, nascidas da grandeza e
divindade de sua antiga religião, que não podia se comparar com a dos
babilônios. Eles amavam intensamente o seu culto, sendo mais forte do que até
aí tinha sido a crença de que Jeová era o Senhor de toda a Terra. Desta forma
os judeus se transformaram em testemunhas do poder e amor do Deus Jeová perante
os babilônios, e exerceram sobre aqueles com os quais mais conviviam uma forte
influência moral.
2. Maior liberdade de
culto. No cativeiro os seus princípios
e crenças se consolidaram. O próprio fato de terem sido destituídos do Templo,
altar e dos sacrifícios gerou neles uma retomada aos princípios fundamentais da
fé judaica. Por este motivo foram formadas no exílio escolas de teologia
judaica (precursoras das sinagogas – lugar de reunião e adoração – Mt 4:23) e,
portanto, quando enfim, chegou o dia da restauração, não eram fracas as suas
convicções, nem desordenado o seu sistema doutrinário e possuíam uma austera
crença monoteísta e um credo religioso distinto, não podendo efetuar domínio na
sua alma as fascinações da idolatria.
3. Remanescente fiel. O
cativeiro revelou um remanescente fiel, preservado de modo sobrenatural por
Deus, para que retornassem a Jerusalém. Esse remanescente fiel não foi
absorvido no meio da terra do seu cativeiro, como havia sucedido a outros povos
conquistados. Certamente o tempo do exílio foi um período de grande atividade
literária entre os judeus no sentido de coligir, preservar e editar antigas
narrações. Por conseguinte, podemos atribuir ao povo judeu a preparação do
caminho para a vinda do cristianismo, uma vez que forneceu, por meio desta
preservação literária, ao povo da nova aliança – a Igreja de Cristo -, sua
mensagem, a saber, o Antigo Testamento.
CONCLUSÃO
Os pecados de Israel-
Reino do Norte e Reino do Sul – os alcançaram. Deus suscitou dois impérios
mundiais – Assírio e Babilônio – e permitiu que eles derrotassem e dispersassem
o seu povo. O povo do Reino do Norte foi levado em cativeiro e absorvido pelo poderoso
e mau império Assírio. Como eu disse anteriormente, às vezes não aprendemos com
os exemplos de pecado e tolice que ocorrem à nossa volta. A iniquidade saturara o Reino do Sul, e a ira
de Deus inflamou-se contra os judeus. A Babilônia conquistou a Assíria e
tornou-se a nova potência mundial. O exército caldeu marchou contra Jerusalém,
queimou o Templo, derrubou os grandes muros da cidade e levou o povo cativo
para a Babilônia. O pecado sempre traz disciplina e as suas consequências são
às vezes irreversíveis. Pense nisso!
-----
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD –
Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
Teologia do Antigo Testamento – ROY B. ZUCK.
Comentário Bíblico Beacon – CPAD.
História de Israel no Antigo Testamento – Eugene H. Merrill - CPAD
(1) História de Israel no Antigo Testamento – Eugene H. Merrill, p.
513).
Boa síntese desse período tão importante. Obrigada! Será muito útil na aula que darei na EBD sobre o tema.
ResponderExcluireste estudo me ajudou muito que Deus abençoe.
ResponderExcluirMaravilhoso. Muuuuito bom. Parabéns pelo material gentilmente fornecido a nós.
ResponderExcluirPra Renata Souza
Excelente, muito bom....
ResponderExcluirGostei muito do texto que me esclareceu muitas dúvidas.
ResponderExcluirMuito bom, parabéns meu amado irmão pela inspiração.
ResponderExcluirmuito bom!
ResponderExcluirObrigado pelo texto que me esclareceu dúvidas sobre esse período do povo judeu.
ResponderExcluirencontrei o que estava a procura, excelente,, que DEUS abençoe poderosamente. abraço
ResponderExcluirMuito profundo que Deus abençoe os que fizeram essa obra de arte.
ResponderExcluirFinalizando a leitura dos livros históricos...o texto me acrescentou muito!
ResponderExcluirMuito bom,que estudo maravilhoso detalhado. Parabens que o Senhor ti abençoe
ResponderExcluirMuito bom,que estudo maravilhoso detalhado. Parabens que o Senhor ti abençoe
ResponderExcluirMuito bom,que estudo maravilhoso detalhado. Parabens que o Senhor ti abençoe
ResponderExcluirMuito bom. Deusti abençoe.Parabens
ResponderExcluirMuito bom,que estudo maravilhoso detalhado. Parabens que o Senhor ti abençoe
ResponderExcluirParabéns meu PR. Lindo estudo!!!
ResponderExcluirMeu irmão que Deus te abençoe cada dia mais... ótimo estudo.
ResponderExcluirGRATIFICANTE
ResponderExcluirGRATIFICANTE
ResponderExcluirÓtimo estudo.
ResponderExcluirQue Deus continue te dando sabedoria. Ótimo resumo, me ajudou muito.
ResponderExcluirparabéns aprende muito Deus Abençoe
ResponderExcluirmuitooooo top esse estudo, referencias tudo certinho.. parabens, Deus abençoe!
ResponderExcluirQue maravilha este texto, esclarecedor. Obrigada, mim ajudou muito
ResponderExcluirmuito bom este estudo,enriqueceu meus conhecimentos.
ResponderExcluirFANTÁSTICO - EXTRAORDINÁRIO - GLORIFICO A DEUS PELA SUA VIDA E BLOG - QUERO PARTICIPAR MAS SEM RECOMENDAR AMIGOS. DEUS O ABENÇOE ABUNDANTEMENTE. ANNA.
ResponderExcluirObrigado prezada irmã Ana Beatriz! Deus a abençoe abundantemente!
ExcluirFoi a mais completa que achei , tirou todas minhas duvidas obg.
ResponderExcluirFoi o mais completo que achei e tirou todas minhas duvidas obg.
ResponderExcluirA paz! Não li por completo o estudo, porém venho da premissa que segundo os profetas profetizaram as duas casas voltaram do cativeiro, porém a casa de Israel uns 10 por cento como diz o profeta Amós:Porque assim diz o Senhor Deus: A cidade da qual saem mil terá de resto cem, e aquela da qual saem cem terá dez para a casa de Israel.( Deus salva 10 por cento).Além do mais vemos em 1Cr:9:1-3Todo o Israel, pois, foi arrolado por genealogias, que estão inscritas no livro dos reis de Israel; e Judá foi transportado para Babilônia, por causa da sua infidelidade.2 Ora, os primeiros a se restabelecerem nas suas possessões e nas suas cidades foram de Israel, os sacerdotes, os levitas, e os netinins.3 E alguns dos filhos de Judá, de Benjamim, e de Efraim e Manassés, habitaram em Jerusalém.
ResponderExcluirAqui vemos EFRAIM E MANASSÉS MORANDO JUNTO EM JERUSALÉM, DEUS fez aqui cumprir a profecia de a profecia de Ezequiel 37 pedaços de paus,Judá, Israel e EFRAIM JUNTO, Zc 10:6 diz fala dos filhos de Jose( Manassés e Efraim)...
Gratíssimo pelo estudo tão fiel a Palavra de Deus. Está sendo muito útil na EBD. Deus o abençoe!! Abraços !!
ResponderExcluirAmei o estudo ,uma benção me ajudou muito a elabora e tirou duvidas sobre a minha pregação para o domingo , maravilhoso .
ResponderExcluirMuito esclarecedor, obrigado por dividir o seu conhecimento. DEUS O ABENÇOE EM CRISTO JESUS
ResponderExcluirObrigado por dividir o seu conhececimento. Me ajudou bastante, pois ja á algum tempo procurava um estudo sobre o mesmo abordado. DEUS ABENÇOE VOCÊ, SUA FAMILIA E MINISTÉRIO.
ResponderExcluir