REVISTA: EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTINUADA
Texto Básico: Sl 24:1-5
“Do
SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam”.
INTRODUÇÃO
A partir desta Lição estudaremos
sobre Mordomia Cristã. Esta destaca que Deus é o Criador, nós somos suas
criaturas; Deus é o Rei, nós somos seus súditos; Deus é o Senhor, nós somos
seus servos. Como Criador, como Rei, como Senhor, Deus tem direitos e poder
para exigi-los. Um desses direitos é o de exigir a prestação de contas das
mordomias exercidas por seus mordomos, conforme o Senhor Jesus ensinou em Lucas
16:1-13. Como criaturas, como súditos, como servos, nós temos deveres e
obrigação de cumpri-los. É dentro deste entendimento que vamos procurar
compreender a doutrina da Mordomia Cristã. Os ensinamentos
sobre este assunto ajudarão você a identificar para quem está trabalhando e
como está servindo, além de entender que o verdadeiro proprietário daquilo que
está em nosso poder é Deus, a quem todos nós devemos prestar contas.
Inicialmente, vamos tratar que Deus é Dono Absoluto de todas as coisas,
do mundo e de todos que nele habitam.
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Mordomia - seu
sentido popular
A palavra mordomia sofreu, ao longo
dos anos, uma deturpação devido ao seu mau uso. Num sentido popular, tem sido
usada para caracterizar a má utilização do dinheiro, ou dos bens públicos, para
atender interesses pessoais, especialmente da classe política. É usada também
para destacar o uso de qualquer regalia, ou conforto que alguém possa desfrutar
sem precisar despender esforços. Mordomia tornou-se sinônimo de “boa-vida” por
parte daqueles que vivem sem precisar “fazer força”. Sempre ouvimos alguém
dizer para tais pessoas: “Que mordomia, heem!”
Mordomia - seu sentido literal
No seu sentido literal, Mordomia
refere-se à função exercida pelo administrador ou governante de uma casa.
Mordomia diz respeito à administração de bens alheios. Trás implícita a ideia
de que o administrador não é o dono, mas, um empregado de confiança que
administra os bens da família. Assim, mordomo é o principal servo, o que
administra a casa do seu senhor. José, filho de Jacó, exerceu a função de
Mordomo na casa de Potifar - “José achou graça em seus olhos, e servia-o; e ele
o pôs sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha” (Gn 39:4).
Veja, também, o caso de Eliézer em Gênesis 24:2 – mordomo de Abrão.
Mordomia Cristã - seu sentido bíblico
No seu sentido bíblico a Doutrina da
Mordomia Cristã ressalta a Soberania de Deus sobre tudo e sobre todas as coisas
e a nossa responsabilidade como administradores dos bens que ele nos confiou -
São bens morais, espirituais e materiais, incluindo a nossa própria vida e o
nosso próprio corpo. Nós não somos donos de nada; somos mordomos de Deus. Desta
feita, ao dizermos “restitui tudo o que é meu”, não tem respaldo diante deste
conceito, haja vista que somos apenas mordomo de tudo que é de Deus, o genuíno
proprietário. Logo, o conceito bíblico de mordomia: “É o reconhecimento da
soberania de Deus, a aceitação do nosso cargo de depositários da vida e das
possessões, e administração das mesmas de acordo com a vontade de Deus”.
I. PROPRIEDADE
1. Conceito – At 4:32.
“Propriedade é o direito real que dá a uma pessoa (denominada
então "proprietário") a posse de uma coisa, em todas as suas
relações. É também o direito/faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, além
do direito de reavê-la de quem injustamente a possua ou detenha. Orlando Gomes
descreve que é ainda um direito complexo, absoluto, perpétuo e exclusivo”
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Propriedade).
Os primeiros cristãos expressaram a realidade de sua
vida comunitária em Cristo por meio do uso comum dos bens. Em vez de se
apegarem, de forma egoísta, às propriedades pessoais, consideravam-nas bens
comunitários. Sempre que surgia uma necessidade, vendiam terras ou casas e
entregavam os valores correspondentes aos apóstolos para que estes os
distribuíssem. É importante observar que se distribuía essa renda à medida que
alguém tinha necessidade. Não foi uma divisão uniforme arbitrária realizada em
determinada ocasião.
Não houve, porém, uma renúncia geral
do direito a propriedades pessoais; havia, sim, uma demonstração clara de amor
aos necessitados; não era aceitável que alguém tivesse algo para comer, vestir,
e outros irmãos fossem desprovidos disso. O amor divino reinante nos coração de
cada indivíduo não permitia que alguém padecesse necessidade. A igreja
reconhecia que Deus era o proprietário de tudo, e que ela era apenas mordomo
dos bens a ela confiada, e que suprimir as necessidades dos carentes era um dever.
Ao comparar a igreja primitiva com o
cristianismo de hoje, alguém comentou: “Se o evangelista Lucas estivesse
descrevendo o cristianismo moderno em vez do primitivo, teria de mudar sua
forma de ser expressar em Atos 4:32-35 para algo como: “Da multidão dos que
creram, o coração de pedra, e alma, endurecida. Todos consideravam todas as
coisas que possuíam exclusivamente suas; tudo lhes era conforme os modismo da
época. Com grande poder, davam testemunho dos encantos deste mundo, em todos
eles havia abundante egoísmo. Muitos entre eles eram necessitados de amor,
porquanto os que possuíam terras ou casas adquiriam ainda mais posses e, de vez
em quando, entregavam uma pequena parcela para o bem comum, a fim de que seus
nomes fossem alardeados em jornais e se distribuíssem louvores a qualquer um à
medida que este assim o desejasse”.
Imediatamente após à igreja
primitiva, o materialismo ascendeu na igreja e abalou seus alicerces (Ap 3:17);
o primeiro amor esmaeceu-se (Ap 2:4). A valorização do TER sobressaiu em
detrimento do SER. A falaciosa teologia da prosperidade tem causado um grande
prejuízo ao Reino de Deus nestes últimos dias. Certamente, isso não ficará
impune.
2.
Atributos – Dt 15:17. Atributo significa “aquilo que é
próprio de um ser”. O proprietário de alguma coisa possui direitos que lhe são
inerentes, exclusivamente seus. Sendo assim, ele poderá dispor de tudo aquilo
que lhe pertence como bem lhe convier. Ele possui soberania sobre todos os seus
bens. Em se tratando de pessoas, esse direito é denominado domínio ou
autoridade. No Antigo Testamento, o escravo era propriedade do seu senhor,
tendo este domínio ou autoridade sobre
aquele - “então, tomarás uma sovela e lhe furarás a orelha, à porta, e teu
servo será para sempre; e também assim farás à tua serva” (Dt 15:17).
Observando o
salmo 33, percebemos que ali Deus é apresentado como Supremo Criador,
convidando todos a adorá-lo: ”Regozijai-vos no Senhor, vós justos, pois aos
retos fica bem o louvor”(v.1). Em sua descrição de Deus, o salmista destaca seus
atributos: Ele é fiel(v.4); “ama a justiça e o direito”(v.5); a terra demonstra
sua bondade(v.5). Os versículos 6-9 resumem o primeiro capítulo de Gênesis.
Deus não é apenas o coordenador das forças naturais, é o Senhor da criação, o
Deus todo-poderoso, por isso devemos reverenciá-lo em tudo o que fazemos. A
seguir, os atos criativos de Deus em relação ao mundo são apontados bem como a
criação do homem: “forma o coração de todos eles”(v.15). Ele observa os atos
dos homens. Destaca o cuidado de Deus destinado àqueles que esperam nele(v.
18-19). É um Deus soberano em relação às nações, frustrando os desígnios das
que não O reconhecem(v.10); abençoando os povos que desejavam ser guiados por
Ele(v.12). Depois de ter discorrido sobre o caráter de Deus e suas ações, o
salmista expõe sobre a confiança daquele que nele espera(v.20-22).
II. PROPRIETÁRIO
1. Conceito – Sl 24:1.
Aquele que é senhor ou possuidor de quaisquer bens (Dicionário Aulete). “É uma
pessoa física ou jurídica que tem o direito exclusivo sobre determinado bem,
podendo transformá-lo, construí-lo ou aliená-lo!”.
O proprietário tem a prerrogativa de impedir que outros
façam uso de determinada coisa, sendo apoiado pelas leis civis. Conforme o
SALMO 24:1, só o Senhor é dono absoluto de tudo – “Do SENHOR é a terra e a sua
plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam”.
2.
Falsos proprietários – Lc 16:19-21. “Por muitos anos
entendeu-se que o individuo é o legítimo dono de alguma coisa. Sendo assim,
ainda que alguém tenha recursos ou bens suficientes para ajudar a suprir as
necessidades de seu próximo, se não quiser fazê-lo, nada há que o obrigue a
isso. Ele é soberano com relação a todos os aspectos da administração dos seus
bens. A Bíblia ilustra esse egocentrismo na parábola do rico e Lázaro, quando o
rico se recusa a ajudar o mendigo” (Lc 16:19-21). O rico usava apenas a roupa
mais cara, feita sob encomenda, e sua mesa estava repleta dos melhores
alimentos. Ele vivia para si, suprindo os prazeres corporais e os apetites. Ele
não tinha genuíno amor a Deus e nenhum cuidado com seus contemporâneos. Lázaro
apresenta um contraste impressionante. Ele era um pobre mendigo, deixado todos
os dias na frente da casa do rico, coberto de chagas, enfraquecido pela fome e
atormentado pelas cães que vinham lamber-lhe as úlceras.
É bom ficar claro
que o rico (sem nome) não foi condenado ao Hades por causa da sua riqueza. A
base da salvação é a fé no Senhor, e os homens são condenados por se recusarem
a crer nele. Mas esse rico mostrou que não tinha fé verdadeira e salvadora
devido à sua falta de consideração pelo mendigo que jazia à sua porta. Se ele
tivesse tido o amor de Deus nele não poderia ter vivido em luxo, conforto e
sossego, enquanto um contemporâneo estava fora da sua porta, pedindo migalhas
de pão. Ele teria entrado impetuosamente no reino por abandonar o amor ao
dinheiro (ler 1Tm 6:10).
O cristão deve saber
que o dinheiro que ele possui não é dele (ler 1Tm 6:18). Ele o recebeu para ser
administrado. Ele é responsável pelo uso do dinheiro para a glória de Deus e
para o bem-estar de seu próximo. Ele deve usá-lo para as boas obras e ser
generoso com os necessitados.
3.
Legitimo dono – 1Cr 29:14. Disse Davi:
“... Porque tudo vem de ti, e da tua mão to damos”. Davi
foi contundente e explícito de que Deus é o legítimo dono de tudo. Sendo isto
um fato incontestável, nenhum individuo nem a comunidade tem o status de dono,
mas exclusivamente a Deus é atribuído esta posição. O domínio de Deus é
absoluto, pois Ele tem a posse e é o dono absoluto:
- Do universo:
Gn 1.1; 14.22; l Cr 29.l3-l4; Sl 24.l; 50.10-12.
- Do homem:
por direito de criação -Is 42.5; por direito de preservação: At 14.15-17 e
At 17.22-28; por direito de redenção: 1 Co 6.19e20; Tt 2.14 e Ap 5.9
.
4.
O homem não tem direitos a exigir. O homem, não
existia quando Deus “criou os céus e a terra”. Assim, ele nada viu e não teve
qualquer participação na Obra de Deus. Foi o último a ser criado pelas mãos de
Deus, no último dia da Criação - “E disse Deus: façamos o homem à nossa
imagem, conforme à nossa semelhança ...” (Gn 1:26).
Quando o homem foi criado, o Universo, com tudo que nele há, já estava pronto.
Portanto, o homem não pode reivindicar qualquer direito na Obra criada
por Deus. Ele só chegou depois que tudo estava pronto. Como criatura, o
homem não recebeu de Deus um Título de Propriedade, mas, recebeu a
incumbência de, como servo, cuidar do Jardim do Éden - “E tomou o
Senhor Deus ao homem, e o pôs no Jardim do Éden para o lavrar e o guardar”(Gn
2:15).
III. DIREITO DE POSSE
A Posse não se confunde com
a propriedade. Esta é fundada em uma relação de direito (natureza
jurídica), enquanto aquela é fundada em uma relação de fato (natureza
fática) . Quando falamos em tomar posse, não significa que vamos ser
proprietário de algo, mas sim usufruir daquilo que o titular e/ou proprietário
me dá o direito(posse) de usar. Ou por alguma lei, terei o direito de usar
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Posse).
1.
Ele nos criou – Gn 1:1. Deus é o dono do Universo porque Ele
mesmo o criou - “No princípio criou Deus os céus e a terra”(Gn 1:1). “Eu fiz
a terra, o homem, e os animais que estão sobre a face da terra, pelo meu grande
poder, e com o meu braço estendido, e a dou àquele que me agrada em meus olhos”
(Jr 27:5). Sendo assim, como proprietário de tudo, somente Ele pode reivindicar
direitos sobre o Universo e sobre o homem.
Pela ciência nada sabemos, de
concreto, sobre a origem do Universo. Homens sem Deus, que “Dizendo-se sábios,
tornaram-se loucos”(Rm 1:22), usados por Satanás, têm procurado desvincular
Deus das obras da Criação, negando, assim, seus direitos sobre ela. Mas, homens
de Deus, na sua simplicidade, e pela fé, aceitam, como verdade incontestável
que Deus é o Criador, de todas as coisas - “Pela fé entendemos que os mundos
pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi
feito do que é aparente” (Heb 11:3).
Qualquer tentativa de fazer-se dono,
ou de apoderar-se daquilo que pertence a Deus, chama-se usurpação. Isto é crime
e é punível, mesmo pelas nossas próprias leis. O papel do homem como mordomo de
Deus consiste na administração de bens e poderes que pertencem a Ele.
2.
Ele nos sustenta – Hb 1:3. “O qual,
sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e
sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si
mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas
alturas”.
Deus sustenta o Universo pela Palavra
do seu poder. No princípio, Ele falou, e os mundos foram criados (Hb 11:3). Se
Deus não sustentasse todas as coisas pelo poder de sua Palavra nossa existência
seria tão breve como um pensamento.
Ele ainda fala, e sua poderosa
Palavra sustenta a vida, as substâncias e mantém o Universo em sua ordem. É por
Ele que todas as coisas subsistem (Cl 1:17). Aqui está uma explicação simples
de uma profunda questão científica. Os cientistas se atracam para descobrir o
que ume as moléculas. Nós sabemos que Jesus Cristo é o grande sustentador, e o
faz pela sua poderosa Palavra.
Uma coisa devemos observar com
atenção: para criar o Universo, Deus teve apenas de falar. Para mantê-lo e
guiá-lo, Ele precisa apenas falar, pois nenhum problema moral está envolvido.
Mas para aniquilar o nosso pecado uma vez por todas, teve de morrer na cruz do
Calvário. É assombroso pensar que o soberano Senhor chegaria a um ponto tão
baixo para se tornar o cordeiro do sacrifício. “Amor tão maravilhoso, tão
divino, exige minha alma, minha vida, todo o meu ser”, diz o hino de Isaac
Watts. Conscientizemo-nos,pois, de que Deus nos sustenta e cuida de nós.
3.
Ele nos resgatou – 1Pe 1:18,19. Todas as
criaturas pertencem a Deus por direito de Criação e por direito de preservação.
Nós, os salvos, temos mais um privilégio: pertencermos a Deus por direito de
Redenção. Ele nos criou e através do Sacrifício Expiatório de Jesus nos
resgatou do poder e da culpa do pecado – “Porque fostes comprados por bom
preço” (1Co 6:20). Pedro nos dá detalhe a respeito desse “bom preço”,
dizendo: “sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro,
que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição,
recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um
cordeiro imaculado e incontaminado"(1Pedro 1:18-19).
4.
Ele nos santifica – 1Co 6:11. Cristo não apenas
nos redimiu por meio do Seu sacrifício, Ele também nos consagrou e santificou.
Diz o apóstolo Paulo: “E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas
haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus
e pelo Espírito do nosso Deus”.
Santificar ou
separar tem o mesmo significado. Deus separa para si o que consagrou, e aquilo
que separou para Si, lhe pertence.
A Bíblia diz que o Espírito Santo nos
selou(2Co 1:22) – “o qual também nos selou[...]”. O
selo é a marca de legitimidade, propriedade, inviolabilidade e garantia. A
obra feita por nós e em nós é legitima e não falsa. Somos propriedade exclusiva
de Deus, e ninguém pode nos arrancar de seus braços. Quando Deus nos sela, Ele
deixa gravada a própria imagem do seu Filho em nós(Rm 8:20). Esse selo de Deus
garante a autenticidade do nosso relacionamento com Ele(Ef 1:13;4:30).
Portanto, Deus nos escolheu para
sermos propriedade exclusiva dEle – “Mas vós sois a geração eleita, o
sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as
virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe
2:9).
IV.
DIREITOS DO PROPRIETÁRIO
Direito de propriedade é o direito de
usar, gozar, usufruir e dispor de um determinado bem, e de reavê-lo, de quem
quer que injustamente o esteja possuindo. É previsto na Constituição: “É
garantido o direito de propriedade” (art. 5º, XXII da CF). O direito de
propriedade é um direito individual e como todo direito individual, uma
cláusula pétrea.
Deus é o Dono Absoluto de tudo que
existe. Portanto, direitos de propriedade só a Ele
pertence. O homem, como servo ou mordomo, não se torna proprietário dos bens
que administra - “... Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá;
o Senhor o deu, e o Senhor o tomou ...” (Jó 2:21). “Porque nada
trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele”(1Tm
6:7). Esta é uma verdade bíblica. O homem recebe
de Deus permissão para usar os seus bens. Esta permissão não gera direito de
propriedade. Na expressão de Jó, o homem chega nu, e parte nu. Na expressão de
Paulo, o homem nada trás e nada leva.
1.
Dedicação – 2Co 8:5 – “E não somente fizeram como nós
esperávamos, mas também a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor e depois a
nós, pela vontade de Deus”. Quando Paulo diz que os macedônios a si mesmos
se deram primeiramente ao Senhor e depois a nós, pela vontade de Deus, está
apenas explicando que, em primeiro lugar, eles entregaram sua vida inteiramente
a Cristo e, então, entregaram-se voluntariamente a Paulo no sentido de que
contribuiriam com a oferta para Jerusalém.
Uma vez que nós nos entregamos ao Senhor, devemos
entender que os nossos recursos (dinheiro, habilidades, etc.) são ferramentas
para usar no serviço a Deus. Os discípulos na Macedônia entenderam isso.
Tudo o que o homem pensa ter, na verdade
pertence a Deus. É o que a Bíblia afirma: “Tua é, Senhor, a magnificência, e o
poder, e a honra, e a vitória, e a majestade, porque teu é tudo quanto há nos
céus e na terra...”(1Cr 29:11).
-
A vida que o homem pensa ser sua, não é. A vida
pertence a Deus - “O Senhor é o que tira a vida e a dá...”
(1Sm 2:6). Ele tem o poder para dar e para tirar.
-
A Casa que o homem pensa que é dele, não é. Ele se
engana quando fala “de boca cheia”: “a minha casa”! A Casa está construída
sobre a Terra, e a Terra pertence a Deus. Foi o próprio Deus quem declarou:
“... toda a terra é minha” (Êx 19:5).
Todos os materiais usados na construção de uma casa, como cimento,
areia, cal, ferro, madeira, pedra, etc., tudo é retirado da Terra, e a
Terra e tudo que nela há tem dono - “Assim diz Deus, o Senhor, que criou os
céus, e os estendeu, e formou a terra, e a tudo quanto produz ...”(Is
42:5).
-
O Carro que o homem pensa ser seu, não é. A
Fábrica está construída sobre a Terra, e a Terra pertence a Deus; todos os
que trabalham na sua construção são servos de Deus, porque só Deus é o Senhor;
todos os materiais usados na sua fabricação, como o aço, a borracha, o vidro,
etc., tudo é retirado da Terra - “Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o
mundo e aqueles que nele habitam” (Sl 24:1).
-
O Dinheiro que o homem pensa ser seu, não é. O papel,
ou plástico usados para confeccionar as notas ou cédulas, os metais usados na
fabricação das moedas, também pertencem a Deus. Mas não são esses materiais que
dão valor ao dinheiro. O que dá valor ao dinheiro é a reserva em ouro que o
País possui. Esse ouro é retirado da terra. A terra, e tudo que nela há
pertence a Deus, incluindo o ouro e a prata - “Minha é a prata, e meu é o
ouro, disse o Senhor dos Exércitos” (Ageu 2:8).
Portanto, a Doutrina da Mordomia
Cristã ensina que o homem, como servo ou mordomo, não se torna dono dos
bens que administra. Deus lhe deu uma concessão de uso.
Esta concessão não gera direito de propriedade.
2.
Ação de graças – 1Ts 5:18. Dar graças a Deus deve ser uma emoção natural para o cristão. Devemos
ser gratos a Ele, pois, conquanto nada seja nosso, Ele nos dá livre acesso a
tudo o que lhe pertence. Deus se agrada da nossa atitude de gratidão sendo essa
a Sua vontade para conosco – “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de
Deus em Cristo Jesus para convosco”.
CONCLUSÃO
A mordomia cristã
estabelece como verdade que somos criaturas, Deus é o Criador;
somos súditos, Deus é o Rei; somos servos ou mordomos, Deus é o Senhor - “A ele
seja a glória e o poderio para todo o sempre. Amém”
(1Pedro 5:11). Disse Paulo: “Além
disso, requer-se nos despenseiros (ou mordomos) que se ache fiel” (1Co4:2).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço
– Prof. EBD – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista.
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico Popular do Novo
Testamento – William Macdonald.
Comentário do Novo Testamento –
Aplicação Pessoal. CPAD.
Achei o seu blog , bem ensinativo , parabéns com toda sinceridade
ResponderExcluirSó um conselho , poste mais coisas , o seu blog e otimo
ResponderExcluirÓTIMO APOIO PARA OS PROFESSORES, QUE DEUS CONTINUE ABENÇÕANDO SEU MINISTÉRIO.
ResponderExcluir