1º Trimestre/2014
Texto Básico: Êxodo 18:13-22
“Ouve agora a minha voz; eu te
aconselharei, e Deus será contigo [...]” (Êx 18:19)
INTRODUÇÃO
Nesta Aula
trataremos acerca do estilo de liderança de Moisés. Até hoje, ele é o grande
exemplo seguido pelo povo de Israel. Ele foi um líder que demonstrou humildade
em ouvir sábios conselhos e colocá-los em prática para o bem do povo de Deus. Sobre
os ombros de Moisés recaía a tarefa de organizar uma multidão de mais ou menos
dois milhões de pessoas e julgar o povo mesmo nas coisas insignificantes que
surgiam entre eles a cada momento. Ele procurava fazer tudo em vez de repartir
trabalhos e responsabilidades entre diversas pessoas. Quando seu sogro Jetro o visitou,
trazendo-lhe sua esposa e filhos, Moisés recebeu seu conselho. Organizou o povo
em grupos e colocou chefes sobre estes, de acordo com os dons deles, para
resolver as dificuldades. Assim, Moisés deixou de apenas ministrar e passou a
liderar. Desta feita, o governo de Israel cresceu representativamente. Creio
que é assim que Deus quer.
I. O TRABALHO DO SENHOR E
OS SEUS OBREIROS
1. Despenseiro e não dono
(Êx 18:13-27). No sentido bíblico, despenseiro
é aquele que administra bens alheios. Então, todo líder do povo de Deus não
pode ter dúvida de que ele é apenas um despenseiro dos recursos, dos dons e das
pessoas que estão sob a sua responsabilidade. Ele é apenas um líder servo.
Moises, como líder, era um
despenseiro do Senhor e não dono dos israelitas. Alguns líderes, com o passar
do tempo, acabam achando, erroneamente, que são os donos das ovelhas e da Obra
do Senhor. Ledo engano! A Bíblia cita um exemplo clássico: Diótrefes (3João 9,10). Este
mau obreiro via a congregação que dirigia como propriedade sua. Seu nome
significa "filho adotivo de Zeus",
o que sugere que ele seja de descendência grega. Era um líder soberbo em vez de
ser um líder servo. Ele queria ser o maior, em vez de ser servo de todos. Ele
buscava a honra de seu próprio nome, em vez de buscar a glória de Cristo. Ele era
um líder na igreja local e, de modo egoísta, tirava vantagem de sua posição de
liderança. Ele gostava de ser o primeiro. Em vez de servir à igreja, ele se
recusava a reconhecer a autoridade superior. Ele próprio desejava governar a
igreja. Ele agia de maneira contrária à instrução de Jesus: "Quem quiser tornar-se grande entre vós, será
esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós, será vosso servo"
(Mt 20.26,27).
Diótrefes era um homem amante da preeminência (3João v. 9). Veja o que o apóstolo João disse sobre ele: "Escrevi alguma coisa à igreja; mas
Diótrefes, que gosta de exercer a
primazia entre eles, não nos dá acolhida". A expressão "gosta de exercer a primazia"
significa querer ser o primeiro, querer ser o líder-proprietário, orgulhar-se
de ser o primeiro. Diótrefes era um
homem megalomaníaco. Ele gostava dos holofotes. Ele buscava ficar sob as luzes
da ribalta.
Diótrefes ele era um narcisista. A
expressão "gosta de exercer a primazia"
significa ambição, o desejo de preeminência em todas as coisas. Ele se amava
mais do que aos outros. Seu eu, e não Cristo, estava no trono da
sua vida. Seu eu vinha sempre na frente dos outros. Ele buscava os seus interesses
e não os de Cristo. Ele buscava não o interesse dos irmãos, mas o seu próprio.
Ele construía monumentos a si mesmo, em vez de buscar a glória de Cristo. A
atitude de Diótrefes era oposta à de
João Batista: "Convém que ele [Cristo]
cresça e que eu diminua" (João 3:30).
Por ser amante dos holofotes, e
gostar de ser o primeiro em tudo, ele via o apóstolo João como uma ameaça à sua
posição. A rejeição possivelmente não era doutrinária, mas pessoal. Seu
problema não era heresia, mas egoísmo.
Os líderes do povo de Deus devem
se lembrar de que foram dados por Deus à igreja e que, portanto, não cuidam senão
de rebanho alheio, não podendo demonstrar domínio sobre algo que não lhes
pertence (1Pedro 5:1-3).
2.
Falta de percepção do líder (Êx 18:14-17). O
excesso de atividades que Moisés detinha no dia-a-dia vedou-lhe o sentido
perceptivo das coisas e das decisões a serem tomadas para que a sua liderança
fruísse os resultados profícuos como deveria ser. Às vezes é necessária a
reação de pessoas mais experientes em questões de liderança, que tem uma intuição
mais aguçada de nossa administração. Deus, muitas vezes, assim age, porque Ele
visa o bem-estar de sua Obra.
Foi o que aconteceu com Moisés. Jetro, seu
sogro, que era um líder intuitivo, percebeu logo que alguma coisa estava errada
na maneira de Moisés conduzir o povo e atender às suas demandas; ele percebeu
que Moisés estava centralizando o poder, monopolizando. Essa maneira de
administrar de Moisés estava consumindo o tempo das pessoas e dele próprio,
além de provocar nele mesmo cansaço intenso que o impediria de tomar decisões corretas.
Um líder intuitivo pode, rapidamente, avaliar
uma situação. Jetro assistiu a Moisés em ação durante um dia e imediatamente
reagiu. Jetro não precisou contratar um consultor, formar uma comissão ou
realizar profunda pesquisa. Instantaneamente, identificou um problema de liderança.
Nem todos os lideres são capazes de vislumbrar uma solução tão rapidamente
quanto Jetro, mas, quando confiam na sua intuição, percebem, imediatamente, que
a situação requer sua atenção.
Um líder intuitivo vê o que está acontecendo
no presente e compreende onde uma organização está situada. Jetro pôde ver
Moisés se metendo em problemas. Ele falou ao seu genro: “Sem dúvida, desfalecerás, tanto tu como este povo que está contigo; pois
isto é pesado demais para ti; tu só não o podes fazer”(Êx 18:18). Talvez
Moisés resolvia conflitos com eficiência; talvez não. Mas, mesmo se fosse capaz
de dar conta de tudo, não podia suportar tudo. Com o crescimento da população,
a sua situação ficaria pior. Jetro sabia que Moisés enfrentaria desastre caso
não mudasse.
Todo trabalho de liderança é propenso a
inúmeros problemas: de ordem social e espiritual. Talvez você não esteja
percebendo isso, mas eles existem e não devem ser ignorados. Oremos para que
Deus levante líderes intuitivos como Jetro que sabem desembaraçar a sua visão.
3.
O líder necessita de ajudantes (Êx 18:18).
Nenhum líder pode florescer sem contar com colegas de equipe, fato esse que a
vida de Moisés ilustra. Quando Josué e suas tropas lutaram contra os
amalequitas, Moisés segurou o cajado de Deus em suas mãos, assistidos por Arão
e Ur, membros do seu circulo intimo. Portanto, nenhum líder jamais devia tomar
o caminho ou o crédito sozinho.
Caso Moisés não seguisse o conselho de
Jetro, acabaria desfalecendo por causa de seu excesso de atividades, além de não
ter tempo para interceder pelo povo de Deus. Na verdade, esta era a função que
Deus pretendia para Moisés, mas até aquele momento, o legislador estava
sobrecarregado atendendo às demandas do povo, sem ajuda de auxiliares idôneos.
Por conseguir o conselho de Jetro Moisés
pôde exercer melhor seu ministério e partilhar sua autoridade com homens dignos
de confiança e que honrariam o nome do Senhor. Moisés deixou de ministrar
apenas e passou a liderar.
Essa foi a lição que Moisés aprendeu: não se
pode fazer tudo sozinho. É necessário delegar autoridade a outras pessoas de
confiança e que possuam caráter irrepressível. Além do mais, é imprescindível
que o líder reserve tempo para estar com sua família. Também, precisamos
entender que nenhuma pessoa é insubstituível na Obra de Deus; mais cedo ou mais
tarde, cada um de nós será substituído; nós passamos, mas a obra de Deus continua.
Pense nisso!
II. OS AUXILIARES DE MOISÉS NO
MINISTÉRIO
Moisés é um exemplo a ser seguido no tocante
à descentralização. Antes mesmo de receber e aplicar o conselho de Jetro,
Moisés já determinara a Josué que comandasse o exército na guerra contra
Amaleque. Depois da visita do sogro, criou os maiorais de dez, cinquenta, cem e
mil, para ajudá-lo nos julgamentos dos litígios no meio do povo e, por fim,
pediu a Deus auxiliares na própria tarefa de direção do povo, quando lhe foram
dados setenta anciãos. Moisés mostra-nos que o líder não deve ser o faz-tudo, mas deve ter juntamente com
ele pessoas capazes, tementes a Deus e que aborreçam a avareza para ajudá-lo no
ensino e na jornada do povo rumo à Terra Prometida.
1.
Deus levanta auxiliares (Êx 18:21). “E tu, dentre todo o povo, procura homens capazes, tementes a Deus,
homens de verdade, que aborreçam a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais
de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez”.
Deus sempre foi a favor que os lideres do
seu povo tivessem auxiliares para maior eficiência e resultados na Sua obra. O
conselho que Jetro deu a Moises, sobre delegação de autoridade a homens de
Deus, continua válido hoje. O texto supra, menciona várias qualificações de
líderes do povo de Deus, os quais devem ser: (a) pessoas capazes, (b) pessoas
que temem a Deus, (c) pessoas instruídas na verdade e totalmente dedicadas à
sua causa, (d) pessoas que abominam o ganho desonesto e que, por isso, estão
livres da cobiça e do amor ao dinheiro.
Moisés tanto aprendeu a lição da
descentralização e da necessidade de ajuda que, mais tarde, pediu a Deus que
houvesse ainda mais uma repartição de suas funções, desejo este tão de acordo
com a vontade do Senhor que foi atendido, tendo, então, o Senhor dado do
Espírito a setenta anciãos, que com ele compartilhassem a direção espiritual do
povo (Nm 11:11-30).
Na Igreja, o líder necessita de auxiliares,
cooperadores, colaboradores. Quando a Igreja em Jerusalém precisou de pessoas
para ajudar os apóstolos em afazeres especificamente voltados à questão social,
atendendo às viúvas no tocante a ajudas oferecidas pelo grupo, a recomendação
dos apóstolos foi: “escolhei irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação,
cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este
importante negócio” (At 6:3). Veja que não podia ser qualquer pessoa; tinha que
ter qualidades específicas: “boa reputação”, “cheios do Espirito Santo”, cheios
de “sabedoria” e de caráter ilibado.
O apóstolo Paulo, sem os seus cooperadores e
auxiliares, não teria avançado em seu ministério (cf. Rm 16:3,21; 2Co 8:23).
2.
Os auxiliares de Moisés (Êx 18:25). “e escolheu Moisés homens
capazes, de todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo: maiorais de mil e
maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez”.
Todo o bom líder trabalha bem ao lado de
outros líderes. Faz parte da liderança saber delegar funções, atribuir tarefas
e missões a quem o Senhor preparou para exercê-las. É capaz de aceitar a
posição de líder intermediário, seguindo os outros com lealdade e respeito. E
ele pode nomear líderes auxiliares, confiando-lhes o controle de determinadas
tarefas. A ênfase disso recai sobre a humildade, a confiança nas outras pessoas
e o respeito pelas outras pessoas. Portanto, os dons e as chamadas de todos
devem ser respeitados. Somos instruídos assim: “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus” (Ef 5:21). Paulo
deixou o exemplo para os líderes cristãos, nas suas frequentes expressões de
apreciação pelos seus cooperadores e pelos que o ajudavam. Entre as muitas
referências a esse aspecto, temos Filipenses 4:1-3; Colossenses 4:7-14 e 1Tessalonicenses 1:2-4.
Dentre os vários líderes auxiliares de
Moisés, a Bíblia registra: a) Miriã, irmã de Moisés - Era
profetiza e cantora (Êx 15:20,21); b) Arão, irmão de Moisés – Era seu
porta-voz e foi escolhido por Deus para ser sacerdote em Israel (Êx 4:14-16;
7:1,2); c) Os anciãos - Eram líderes e representantes do povo (Dt
1:13-15; Êx 3:16,18). Foram pessoas que muito auxiliaram Moisés em sua
liderança na condução do povo à Terra Prometida; d) Josué, que foi o seu sucessor
- Ele é mencionado pela primeira vez em Êx 17:9, quando da sua designação
para comandar a batalha contra os amalequitas. Portanto, era um combatente, um
homem de armas, e foi usado por Deus para abrir o caminho das conquistas
ordenadas por Deus. Além disso, era um líder temente a Deus e bastante
obediente à liderança de Moisés.
É, realmente, lamentável o que se tem
observado em muitas igrejas locais na atualidade. A arrogância e a ganância
pelo poder fazem com que muitos líderes não escolham pessoas capazes e tementes
a Deus para estarem a seu lado, mas escolhem “capachos”, que não têm qualquer
capacidade e só servem para bajular e dizer “amém”. O resultado é o esgotamento
físico e mental da liderança, liderança esta que não subsiste, bem como a falta
de paz no meio do povo de Deus. Livremo-nos destas pretensões enganosas, destes
temores totalmente sem respaldo bíblico e aproveitemos aqueles que o Senhor tem
levantado no meio da igreja para ajudar o povo de Deus a chegar ao céu.
III. QUALIDADES DE MOISÉS COMO LÍDER
Quando Israel saiu do Egito,
Moisés, embora tivesse sua liderança confirmada pelos fatos, não deixou de
reconhecer que o senhorio era de Deus. Saindo do Egito, não tomou o caminho que
lhe pareceria mais fácil, mas seguiu a direção de Deus. Moisés estava à frente
do povo, mas a orientação, a direção era de Deus (Ex.13:17). Que exemplo a ser
seguido!
1. Mansidão e humildade (Nm 12:3) – “E era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens
que havia sobre a terra”.
a) Moisés, um líder manso. Moisés, durante os quarenta anos do “curso do deserto”, aprendeu
a ser manso, um requisito indispensável para quem lidera o povo de Deus,
mormente quando sabemos que o Senhor Jesus mandou que aprendêssemos dEle a
mansidão(Mt.11:29). A mansidão de Moisés é um resultado de sua intimidade
intensa com o Senhor. Moisés, antes tão agressivo e violento, sempre se portou
com mansidão, mesmo nas horas mais difíceis em que se teve de enfrentar o povo
rebelado. Moisés clamava a Deus, não se envolvendo nas atividades revoltosas,
mantendo uma certa distância de tudo aquilo que não correspondia à vontade
divina, sem deixar de advertir o povo a respeito dos seus erros. Foi assim, por
exemplo, no episódio da guerra empreendida pelos israelitas depois da morte dos
espias. Moisés, sem deixar de avisar o povo de que a guerra seria em vão, não
impediu o povo de ir guerrear, embora não o tenha acompanhado. Após a derrota
militar, sua postura foi decisiva para que o povo se recompusesse e se
submetesse aos 38 anos de jornada em círculo até a morte daquela geração
incrédula (Nm 14).
Mesmo nos momentos mais difíceis
de seu ministério, Moisés nunca quis se sobrepor sobre o povo, demonstrando
autoridade consoante a ordem de Deus que, mais de uma vez, interveio
diretamente para mostrar que Moisés era o homem chamado por Ele para liderar o
povo, como no episódio da sedição de Miriã e Arão (Nm 12:1-10). Quando
precisou usar de sua autoridade, fê-lo debaixo da chamada e do senhorio divinos
na sua vida, como no episódio da rebelião de Datã, Abirão e Coré (Nm 16).
b) Moisés, um líder
humilde. Quando Moises foi chamado por Deus (Ex
3:10), no Monte Horebe, para libertar o pode Israel do Egito, reconheceu diante
do Senhor a sua nulidade: “Quem sou eu
que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel? “(Ex 3:11). Moisés dá
um passo importante para se tornar líder: elimina o seu “eu”. Isso é humildade. Ah! se muitos líderes no meio do povo de
Deus tomassem esta decisão de anular o seu “eu”
e compreender que sem Jesus nada pode ser feito! (João 15:5). Se dissessem “quem sou eu”, teriam boa parte dos
problemas que hoje enfrentam resolvidos. Foi por ter achado que era ninguém que
Moisés, antes de criar um obstáculo, credenciou-se para ser o libertador do
povo de Israel.
Moisés também demonstrou humildade quando aceitou receber um
conselho da parte de seu sogro, que não era nem mesmo israelita. Ao ver que Moisés decidia sozinho todas as causas do povo, que
se aglomerava todos os dias para ser atendido por ele, Jetro, dentro de sua
experiência, sugeriu a Moisés que efetuasse a descentralização do poder,
resolvendo apenas as causas mais graves, criando maiorais de mil, de cem, cinquenta
e de dez para resolver as “pequenas causas”, trazendo agilidade e paz para o
povo de Israel. Moisés prontamente atendeu ao conselho de Jetro(Ex 18:24),
demonstrando ser uma pessoa humilde e receptiva a criticas. Esta é uma
qualidade imprescindível para quem exerce liderança no meio do povo de Deus: o de ouvir conselhos.
Muitos, na atualidade, são
arrogantes e soberbos, que não aceitam os conselhos de pessoas mais experientes
e que muito podem ajudar na eficácia da liderança. Se é certo que o líder deve
seguir a orientação divina, também é certo que Deus, como escolheu um povo, põe
à disposição dos líderes pessoas que têm capacidades e habilidades para dar
bons conselhos e auxiliar no sucesso e êxito da obra do Senhor. Salomão, o
homem mais sábio de toda a terra, não abriu mão dos conselheiros e, inspirado
pelo Espírito de Deus, disse o seguinte: “Onde
não há conselho os projetos saem vãos, mas, com a multidão de conselheiros, se
confirmarão” (Pv.15:22).
Na atualidade, muitos líderes
não querem ouvir conselhos, nem aceitam que surjam conselheiros e, muito menos,
auxiliares. Querem ter súditos, pessoas que somente saibam dizer “amém”, mas
que não têm qualquer poder decisório. O resultado é a ineficiência, o
esgotamento do líder e um acúmulo cada vez maior de problemas sem solução,
causando um prejuízo muito grande à obra de Deus. Como ensinou Jetro, a
descentralização, o aproveitamento de homens e mulheres que o Senhor põe à
disposição do seu povo é fundamental para que o líder subsista e o povo de Deus
venha em paz ao seu lugar (Ex.18:23), que é o céu.
2. Moisés, um líder de profunda intimidade com Deus. Um líder do povo de Deus precisa ter contínua e cada vez maior
intimidade com Deus. Não é possível liderar com triunfo sem que se tenha tal
intimidade, pois para se ter a direção de Deus é absolutamente necessário que
haja um perfeito entrosamento entre a nossa vontade e a vontade do Senhor.
A partir do episódio da sarça,
vemos Moisés, cada vez mais, aprofundando a sua intimidade com o Senhor, tanto
que o próprio Senhor testifica que Moisés foi o profeta que mais intimidade
teve consigo, um profeta com quem Deus falava “boca a boca” (Nm 12:8),
conhecido de Deus “face a face”(Dt 34:10).
Uma outra demonstração da
intimidade de Moisés com Deus está no episódio em que o rosto de Moisés resplandeceu
a glória divina (Êx 34:29-35), onde vemos que a intimidade com Deus faz com que
cada vez mais o líder não apareça, mas faça Deus aparecer para os seus liderados.
Quanto mais o líder se aproxima de Deus, mais o Senhor aparece. As palavras e
atitudes do verdadeiro líder devem sempre repetir a fala de João Batista: “é necessário que Ele cresça e que eu diminua”
(João 3:30).
3. Fiel (Nm 12:7; Hb 3:2,5). Moisés
foi um líder fiel a Deus, ao seu povo, à sua família. Esta é uma virtude
essencial que deve ser encontrada no despenseiro (1Co 4:2). Os olhos do Senhor estão à procura dos
que são fiéis (Sl 101:6). O ser humano valoriza a astúcia, a sabedoria, a
riqueza e o sucesso; mas Deus procura aqueles que estão dispostos a ser fiel a Ele
em todas as coisas. Nenhuma amizade, ou política, ou dinheiro, ou circunstância
deve nos demover de um ministério fiel centralizado em Cristo.
Infidelidade, deslealdade,
traição, é um sentimento que não pode existir na vida de um homem de Deus, de
um homem de fé. Quem possui a verdadeira fé, é fiel, é leal, é sincero, é
verdadeiro.
Que glorioso tributo a Epafras e
a Tíquico de que Paulo chamá-los de "ministro fiel”: “Como aprendestes de Epafras, nosso amado
conservo, que para vós é um fiel ministro de Cristo”(Cl 1:7). “Ora, para que
vós também possais saber dos meus negócios, e o que eu faço, Tíquico, irmão
amado, e fiel ministro do Senhor, vos informará
de tudo”(Ef 6:21). “Tíquico, irmão amado e fiel ministro, e conservo no Senhor, vos
fará saber o meu estado”(Cl 4:7). Eles atingiram
aquilo porque nós todos deveríamos nos esforçar. Como seria doce ouvir o Senhor
nos dizendo: "Bem está, servo bom e
fiel... entra no gozo do teu senhor" (Mt 25:21).
CONCLUSÃO
Aprendemos com os conselhos de Jetro, que
foram conselhos sábios, orientados pelo próprio Deus, e que funcionaram.
Aprendemos com Moisés que soube ser humilde o suficiente para mudar o seu
estilo de liderar o povo de Deus, reproduzindo-se; ou seja, descentralizando as
tarefas, fazendo somente o que estava sob sua alçada em questões
intransferíveis. O resultado disso foi o crescimento representativo de Israel. A Igreja tem muito a aprender com Moisés, pois também há a
necessidade de a liderança ser plasmada pelo Espírito Santo até que o Senhor
venha buscar a sua Igreja.
Faz-se necessário que o líder saiba delegar
tarefas, tudo fazendo segundo a orientação divina, mas jamais se esquecendo de
que o fato de ter sido chamado à liderança não significa que tenha de fazer
tudo sozinho. Portanto, prezado irmão, caso você exerça liderança no meio do
povo de Deus, reparta com outros a responsabilidade de levar a obra até o fim,
quando então, todos receberão a recompensar (1Co 3:13,14;15:58). Amém?
---------
Elaboração:
Luciano
de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no
Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista
Ensinador Cristão – nº 57 – CPAD.
Paul
Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo
G. Cox - O Livro de Êxodo -
Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Victor
P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.
Alexandre
Coelho – Uma jornada de Fé (Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida). CPAD.
Dr. Caramuru Afonso
Francisco – Moisés, um líder eficaz. PortalEBD.
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