domingo, 25 de outubro de 2015

Aula 05 – CAIM ERA DO MALIGNO


4º Trimestre/2015

Texto Base: Gn 4:1-10

 
“[...]que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão[...]” (1João 3:11,12)

 
INTRODUÇÃO

O pecado de Adão e Eva não causou infortúnio apenas para suas vidas, mas passou de pai para filho, de geração para geração. A historia no capitulo 4 de Gênesis ilustra dolorosamente este fato e as genealogias ampliam as repercussões do mal por todas as gerações. Nesta Aula, trataremos acerca de Caim, o filho primogênito de Adão e Eva. Ele foi recebido em seu lar como uma bênção de Deus (Gn 4:1), e assim poderia ter sido se tivesse buscado servi-lo. Todavia, a Bíblia relata que seu modo de vida não era agradável a Deus. A Bíblia diz que Caim era do maligno (1João 3:12). Ele se afastou de Deus, e, por conseguinte, todos os seus descendentes caíram em desgraça, por isso foram destruídos no dilúvio. Judas nos exorta que evitemos nos apartar do Deus vivo, pois este caminho conduz, inevitavelmente, à destruição (Jd 11-13).

I. CAIM, SEGUIDOR DE SATANÁS

Apesar das honras que lhe conferiam a primogenitura, Caim deixou-se dominar por uma inveja tola e injustificável. Como primeiro filho de Adão, cabia-lhe, entre outras coisas, a herança messiânica. Se ele tivesse permanecido fiel, estaria hoje entre os ancestrais de Cristo. Mas, agindo como agiu, foi arrolado como o primeiro descendente espiritual de Satanás.

1. A semente da mulher. “E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um varão” (Gn 4:1).

Ao dar à luz o primogênito, Eva louvor de coração ao Senhor pela criança. Ela disse: “... Alcancei do SENHOR um varão”.  Eva reconheceu que o nascimento de Caim ocorreu com o auxílio do Senhor. É possível que, ao chamá-lo de Caim (“conquista”), tenha pensado que dera à luz o filho da promessa, que Deus prometera em Gn 3:15. Nesta declaração, há pelo menos três proposições: (a) Deus é o autor da vida; (b) o filho, que Eva agora embala, não é seu; pertence ao Senhor; e (c) Eva coloca-se no lugar de serva e auxiliadora do Criador no povoamento da Terra.

Alguns estudiosos defendem a tese de que Caim e Abel podem ter sido gêmeos, uma vez que a concepção é mencionada somente uma vez.

2. O agricultor. “...Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra” (Gn 4:2).

Nada mais era providenciado para Adão e Eva como antes no Jardim do Éden, onde as tarefas diárias eram animadoras e prazerosas. Agora tinham de lutar contra os obstáculos para conseguir comida, roupas e abrigo para si e sua família. Os dois primeiros filhos de Adão e Eva, Caim e Abel, tiveram destinos diferentes. Abel tornou-se pastor de ovelhas e Caim tornou-se agricultor. Embora a terra tenha sido amaldiçoada por causa da transgressão de Adão, não lhe negou colheita alguma. Chamamos isso de graça comum de Deus.

3. A apostasia de Caim. Caim era o filho primogênito de Adão e Eva, portanto, deveria ser uma pessoa que tivesse um relacionamento especial com Deus, vez que toda a humanidade estaria sob sua influência e domínio. Contudo, a Bíblia nos mostra que Caim preferiu afastar-se de Deus e toda a civilização nascida deste homem acabou por perecer.

Caim construiu toda uma civilização alheia a Deus, um protótipo do sistema de vida que a humanidade construiria durante a sua história, sistema de vida que a Bíblia denomina de "mundo" e até de "Babilônia".

Caim representa a humanidade caída, pecadora e fugitiva da presença de Deus - “E saiu Caim de diante da face do Senhor ...” (Gn 4:16).

Caim inaugurou a galeria dos grandes criminosos da História, tais como Herodes, Nero, Napoleão, Stalin, Hitler, entre outros facínoras. Seus imitadores acham-se também entre os que, em nossas igrejas, matam espiritual e moralmente o seu irmão.

II. O CULTO DE CAIM

Desde o princípio da humanidade, o ser humano apresenta culto a Deus. Na família de Adão e Eva o culto a Deus era realizado sob a forma de sacrifícios e orações, apresentação de ofertas e consagração a Deus do melhor que havia (Gn 4:3,4). A Escritura não nos fala como esses sacrifícios eram oferecidos, mas o que é claro é que aqueles primeiros sacrifícios tiveram origem no senso de dependência de Deus e de gratidão a Ele. Seu objetivo era expressar a consagração humana e sua entrega a Deus. A questão não era propriamente a oferta, mas a disposição do ofertante expressa na oferta. Tanto quanto à disposição quanto à oferta, Abel trouxe um sacrifício melhor do que o de Caim (Hb 11:4), e foi recompensado com o favor do Senhor.

1. O sacrifício rejeitado (Gn 4:3,5). A Bíblia relata que o modo de vida de Caim não era agradável a Deus e, por isso, Deus não aceitou a sua oferta. A razão de Deus ter aceitado o sacrifício de Abel e rejeitado o de Caim não foi baseado no fato de que o sacrifício de Caim era sem sangue. Muitas das oferendas exigidas no Antigo Testamento eram sem sangue, como as ofertas de manjares (cf. Lv 2:1-16). A diferença estava nos corações daqueles dois ofertantes. Abel ofereceu com fé (Hb 11:4), ao passo que Caim, não. Aliás, a Bíblia afirma que Caim era do maligno (1João 3:12), ou seja, não tinha um coração temente e submisso a Deus e, por isso, não foi aceita a sua oferta. Esta diferença básica entre os dois ofertantes é indicada pelas palavras no texto sagrado: Deus “atentou para Abel e para sua oferta. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou” (Gn 4:4,5). Provérbios 21:27 diz: “O sacrifício dos ímpios é abominação; quanto mais oferecendo-o com intenção maligna!”. Somente quando são oferecidos com fé, os sacrifícios e o serviço dos homens agradam a Deus (cf. Is 1:11-17; Ml 1:6-14).

Caim irou-se com a rejeição divina – “E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante” (Gn 4:5). O fracasso de Caim no culto, e a ira subsequente, são fatores básicos para seu comportamento não-ético. O cristão verdadeiro e o não verdadeiro são diferenciados por suas atitudes básicas em relação a Deus.

2. O sacrifício interior reprovado. A Bíblia nos mostra que Deus observa o coração do ofertante (Is 1:11-20; Mt 5:23-26). Deus rejeitou a oferta de Caim, porque percebeu que o coração dele não era verdadeiro e a sua oferta tinha um caráter mais material. Seu culto tornou-se legalista, cheio de obras mortas; infrutífero, sem valor espiritual. Na realidade, a chave para o fracasso de Caim se encontra nas cuidadosas descrições do texto sagrado, referentes ao tributo de Caim e Abel - “Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor” (Gn 4:3). Aqui, não há indicação que este “fruto da terra” seja o primeiro e o melhor. Abel ofertou o melhor que tinha; ele “trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura” (Gn 4:4); seu coração era sincero; seu culto, verdadeiro (Hb 11:4). Portanto, o pecado de Caim foi a superficialidade. Ele parece religioso, porém seu coração não é totalmente dependente de Deus, não é sincero nem grato.

Hoje, o que oferecemos ao Senhor no culto? Nossas ofertas demonstram a atitude real de nossos corações? (Sl 51:17). Deus se agrada do gesto de gratidão e reconhecimento, do que está no coração do homem, não do que está sendo apresentado em termos materiais. Tanto assim é que, ao indagar Caim sobre sua oferta, Deus diz que ele deveria ter feito bem, ou seja, não como um mero formalismo, não como um mero ritual, mas como algo espontâneo e que proviesse do fundo da alma, pois, somente neste caso é que haverá aceitação por parte do Senhor (Gn 4:7).

3. O pecado sempre presente. Nos versos 6 e 7 do capítulo 4 de Gênesis lemos a advertência e o aviso de Deus: "Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo". Aqui, o pecado é representado sob a figura de uma fera selvagem rondando a porta do coração, pronta para atacar sua vítima. Caim era capaz de resistir à tentação, mas não foi, e a história bíblica continua relatando o terrível crime que nasceu do ódio e da inveja. Para Caim sujeitar o pecado que estava prestes a atacar e destruir a sua vida e a de seus descendentes, ele teria de expulsar o ódio e a inveja doentia que inundavam o seu coração. Desse modo, o pecado não encontraria lugar em sua vida. Infelizmente, isso não ocorreu.

Após Caim ter o seu sacrifício rejeitado, Deus lhe deu a chance de corrigir o seu erro e fazer uma nova tentativa. Deus até mesmo o encorajou a fazer isto (cf. Gn 4:7), mas Caim se recusou e o resto da sua vida é um exemplo assustador do que acontece com os que se recusam a admitir os erros.

Semelhante a Caim seremos, vítimas do pecado, caso não o vençamos. Porém, o pecado não pode ser evitado através de nossas próprias forças. Nós precisamos buscar a Deus para receber fé e procurar outros irmãos em Cristo para que nos ajudem a ter força e coragem. O Espirito Santo nos ajuda a vencer o pecado. Esta será uma batalha para toda a vida, a qual não será vencida até que estejamos com Cristo num estado glorificado.

Qual a sua reação quando alguém insinua que você fez algo errado? Você corrige o erro ou nega que precisa corrigi-lo? Sugiro que se alguém insinuar que você está errado, faça uma profunda reflexão e escolha o caminho de Deus, não o de Caim.

III. A IRA DE CAIM SE TORNA EM AÇÃO

1. O crime (Gn 4:8). O primeiro ato de violência relaciona-se com o culto religioso. A ira de Caim se torna em ação; ele matou seu irmão Abel – “E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou”. Infelizmente, a história da humanidade está repleta de lutas, brutalidades e guerras motivadas pelo zelo religioso. O que devia unir os homens, infelizmente os separa.

A desobediência de Adão e Eva trouxe o pecado para a raça humana. Talvez eles pensassem que seu pecado – comer um pedaço de fruta – não era tão mau, mas note a rapidez com que a natureza pecaminosa se desenvolve em seus filhos. O simples ato da desobediência degenerou-se rapidamente em violento assassinato. Este é o primeiro assassinato da história humana – uma vida tirada pelo derramamento de sangue humano. Adão e Eva agiram apenas contra Deus, mas Caim agiu contra Deus e outras pessoas. Um pequeno pecado pode crescer fora de controle. Permita que Deus o ajude com seus “pequenos” pecados antes que se tornem grandes tragédias.

2. O álibi. Segundo o dicionário Aurélio, álibi é o “meio de defesa que o réu apresenta provando sua presença, no momento do crime ou do delito, em lugar diferente daquele em que este foi cometido”.

Após ter assassinado Abel, Caim retoma à sua vida laboral como se nada tivesse acontecido. Vem o Senhor, então, e pergunta-lhe: "Onde está Abel, teu irmão?" (Gn 4:9). Caim desculpa-se, como se estivesse noutro lugar: “... E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão? ” (Gn 4:9). Caim matou seu irmão no campo, sem testemunhas. Seria o crime perfeito, caso não houvesse havido o testemunho de Deus. Deus é o supremo e reto juiz e crime algum fica impune aos Seus olhos. Não há como fugir deste juízo (Sl 139:1-12).

É bem provável que Caim, ao ser arguido de forma tão direta pelo Autor e Conservador da vida, haja sido tomado pela surpresa. Afinal, o seu crime fora executado com requinte, astúcia e muita discrição. Ninguém viu nada; nem o pai, nem a mãe. Talvez ele não soubesse ainda que Deus é tanto Onisciente quanto Onipresente. Mas, agora, sabe que nada poderá escondê-lo do Juiz de toda a Terra.

Caim, a exemplo de seus pais, procura esquivar-se de suas responsabilidades, não assumindo sua culpa. O pecado faz obscurecer a responsabilidade e a autocrítica do ser humano, que está com seu entendimento cegado pelo mal (cf. 2Co 4:3,4).

Em virtude do pecado de Caim contra o seu irmão, Deus o amaldiçoa em toda a terra, retira a sua habilidade para o cultivo da terra e o sentencia a uma vida como fugitivo e errante (Gn 4:12).

3. A marca do crime. Em virtude do pecado horrendo de Caim houve uma consequência, a saber: “Agora maldito és desde a terra, que abriu sua boca para receber das tuas mãos o sangue do teu irmão. Quando lavrares o solo, não te dará mais a sua força: fugitivo e errante serás pela terra. O Senhor, porém, lhe disse: Portanto qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que não o ferisse quem quer que o encontrasse" (Gn 4:11,12,15).

Deus, apesar de aplicar uma pena dura a Caim, qual seja, a de que não poderia mais lavrar a terra e que fugitivo e vagabundo seria na terra (Gn 4:12), ao contrário da conclusão precipitada de Caim (Gn 4:13,14), deixa-lhe aberta, ainda, a possibilidade de salvação, mantendo-o protegido por um “sinal” (Gn 4:15), revelando, assim, Sua misericórdia. Jeremias bem disse que “as misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3:22).

O sinal tratava-se duma proteção para Caim e mostrava o incrível amor de Deus até mesmo pelos pecadores impenitentes. Caim não sofreu pena de morte nesse tempo. Posteriormente, quando a iniquidade e a violência da raça humana tornou-se extrema na terra, a pena de morte foi instituída (Gn 9:5,6).

O sinal colocado em Caim deveria ser aquele que, quem o visse ficasse com medo. Todos, ao vê-lo, teriam de ter medo dele, para que não fosse morto. Deus não iria sair avisando a todos que o homem de tais características não deveria ser morto. Deus pôs algo em Caim que amedrontaria a todos pela aparência; o objetivo desse sinal era: “... para que o não ferisse qualquer que o achasse" (Gn 4:15).

Será que Deus transformou Caim num gigante, para que todos ao vê-lo ficassem atemorizados e com medo, não tentando dessa forma matá-lo? A característica de gigante era colocar medo em quem os encontrasse. Em 1Sm 17:11, observamos que a reação do povo de Israel ao ver o Gigante Golias foi de espanto e temor, exatamente o que Caim precisava para não ser morto quando alguém o encontrasse (Gn 4:15).

CONCLUSÃO

O escritor da epístola de Judas adverte quanto a falsos irmãos: "Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim" (Judas 11). Parece que o "caminho de Caim" inclui prestar culto segundo as inclinações do homem natural, perseguir os crentes verdadeiros, recusar arre­pender-se, e excluir Deus de sua própria vida. O castigo de tais pessoas se traduz em habitar espiritualmente na terra de Node (errante), sem paz nem sossego, como o mar, cujas "águas lançam de si lama e lodo" (Is 57:20).

 “O caminho de Caim é muito fácil de trilhar. Basta dar vazão ao ódio, à inveja, ao rancor, à raiva e a tudo que não esteja de acordo com o nosso interesse. O caminho de Caim está a cada dia próximo de nós, quando rejeitamos considerar o nosso próximo superior a nós mesmos. O caminho de Caim está mais próximo das nossas vidas, quando procuramos fugir da realidade inventando desculpas para não fazermos a nossa parte com retidão” (Ensinador Cristão, nº 64. CPAD).

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Luciano de Paula Lourenço

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 64. CPAD.

Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento) - William Macdonald.

Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards

Teologia do Antigo Testamento – ROY B. ZUCK.

Comentário Bíblico Beacon – CPAD.

O Pentateuco. Paul Hoff.

Gênesis. Bruce K. Waltke. Editora Cultura Cristã.

Manuel do Pentateuco. Victor P. Hamilton. CPAD.

História de Israel no Antigo Testamento. Eugene H. Merrill. CPAD.

O Caminho de Caim. Dr. Caramuru Afonso Francisco. PortalEBD. 1ºTrim_2002.

domingo, 18 de outubro de 2015

Aula 04 – A QUEDA DA RAÇA HUMANA


4º Trimestre/2015

 
Texto Base: Romanos 5:12-19

 
“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5:12).

 

INTRODUÇÃO

Como começou a maldade e todo o sofrimento no mundo? A única resposta satisfatória da origem do mal encontra-se no capítulo 3 do Gênesis, que relata como o pecado entrou no mundo e como tem produzido consequências trágicas e universais. A queda de Adão e Eva é apresentada, literalmente, na Bíblia, de modo explícito. Não é um relato teórico ou figurativo, mas um relato histórico. O seu pecado foi uma transgressão deliberada ao limite que Deus lhe havia colocado.

O homem deliberadamente pecou contra o seu Criador, e ao pecar, tornou-se escravo do pecado (João 8:34), dominado totalmente por ele (Gn 4:7), sem condição alguma de modificar esta situação. Entretanto, a história não terminou com esta tragédia. Bem ao contrário, a Bíblia Sagrada nos ensina que, antes da fundação do mundo, dentro de sua presciência, Deus já havia elaborado um plano para retirar o homem desta situação tão delicada (Ef 1:4; Ap 13:8). Este plano foi revelado ao homem no dia mesmo de sua queda, quando o Senhor anunciou que haveria de surgir alguém da semente da mulher que feriria a cabeça da serpente e tornaria a criar inimizade entre o homem e o mal e, consequentemente, comunhão entre Deus e o homem (Gn 3:15). O Plano divino para a salvação da humanidade foi plenamente cumprido no sacrifício inocente, amoroso e vicário de nosso Senhor Jesus Cristo (cf. João 1:29; Cl 1:19-22; Gl 4:4,5). Só Jesus é quem pode dar a Salvação, pois “ em nenhum outro salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome , dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”(Atos 4:12).

I. O PARAÍSO NO ÉDEN (Gn 2:8-25)

Quando Deus fez os Céus e a Terra, e quando Ele criou o sol, a lua, as estrelas, as plantas e as aves, os animais da terra e os animais das águas, nenhum lugar específico tinha sido separado para ser a morada do homem. Deus dá um intervalo antes de criar o homem e prepara para ele um jardim ou paraíso no Éden. Esse jardim é organizado de uma forma especial. Deus planta todos os tipos de árvores nesse jardim – árvores agradáveis à vista e de bons frutos. Duas dessas árvores são chamadas pelo nome: a árvore da vida, plantada no meio do jardim; e a árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2:9). O jardim foi preparado de tal forma que um rio que tinha sua nascente no próprio jardim fluía através dele, e dividia-se em quatro braços, a saber, Pisom, Giom, Tigre e Eufrates (Gn 2:10-14).  

1. Solicitude de Deus pelo homem. Na visão de Paul Hoff, podemos ver a solicitude de Deus pelo homem nos seguintes fatos:

a) colocou-o no jardim do Éden (ou paraíso na Terra), um ambiente agradável, protegido e bem regado (Gn 2:8-14). Ali, Deus deu a Adão trabalho para fazer, a fim de que não se entediasse. Há quem pense que o trabalho é parte da maldição, porém a Bíblia não ensina tal coisa; ensina, sim, que a maldição transformou o trabalho bom em algo infrutuoso e com fadiga (Gn 3:17).

b) Deus proveu a Adão de uma companheira idônea, instituindo assim o matrimônio (Gn 2:21,22). No capítulo 2 encontra-se, em forma embrioná­ria, o ensino mais avançado dessa relação. O propósito primordial do matrimônio é proporcionar companheirismo e ajuda mútua: "Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea [semelhante ou adequada]” (Gn 2:18).

O matrimônio deve ser monógamo, pois Deus criou uma só mulher para o homem; deve ser exclusivista, porque "deixará o varão o seu pai e a sua mãe"; deve ser uma união estreita e indissolúvel: "apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne".

Deus, em sua infinita sabedoria, instituiu o lar para formar um ambiente ideal em que os filhos possam ser criados cabalmente em todos os aspectos: física, social e espiritualmente. Ensina-se a igualdade e dependência mútua dos sexos - "Nem o varão é sem a mulher, nem a mulher sem o varão, no Senhor" (1Co 11:11). Um não é completo sem o outro.

O comentarista Matthew Henry observa que a mulher não foi formada da cabeça do homem, para que não exerça domínio sobre ele; nem de seus pés, para que não seja pisada; mas de seu lado, para ser igual a ele, e de perto de seu coração, para ser amada por ele. A mulher deve ser uma companheira que compartilhe a responsabilida­de de seu marido, reaja com compreensão e amor à natureza dele, e colabore com ele para levar a cabo os planos de Deus.

c) Deus concedeu a Adão ampla inteligência, pois ele podia dar nomes a todos os animais (Gn 2:19,20). Isto demonstra o fato de que tinha poderes de percepção para compreender suas características.

d) Deus mantinha comunhão com o homem (Gn 3:8). Desta feita, o homem podia cumprir seu mais elevado fim. Possivelmente, Deus tomava a forma de um anjo para andar no jardim com o primeiro casal. A essência da vida eterna consiste em conhecer pessoalmente a Deus (João 17:3), e o privilégio mais glorioso desse conhecimento é desfrutar da comunhão com Ele.

e) Deus pôs o casal à prova (Gn 2:16,17). Para os filhos de Deus as provas são oportunidades de demonstrar-lhe amor, obedecendo a Ele. Também constituem um meio de desenvolver seu caráter e santidade. Adão e Eva foram criados inocentes, porém a santidade é mais do que a inocência: é a pureza mantida na hora da tentação.

2. Cultivar e guardar o Jardim do Éden (Gn 2:15). Adão recebeu uma dupla tarefa para realizar: cultivar e guardar (preservar) o jardim do Éden. Isto é, ele tinha que cultivar a terra, e assim extrair dela todos os tesouros que Deus tinha reservado para o uso humano; e ele tinha que vigiar a terra, protegê-la contra todo o mal que pudesse ameaçá-la e preservá-la. Todavia, o homem só poderia cumprir essa missão se ele não quebrasse a conexão que o unia ao Céu, ou seja, somente se ele continuasse a obedecer a Deus.

Essa dupla tarefa, como podemos observar, é essencialmente uma só tarefa. Adão deveria dominar toda a terra, não de forma ociosa e passivamente (isto é: inerte, indiferente), mas através do trabalho de sua mente, de seu coração e de suas mãos. E para que isso fosse possível, ele deveria servir a Deus, que é o seu Criador e Legislador. Trabalho e descanso, domínio e serviço, vocação terrena e celestial, cultura e culto, são pares que caminham juntos desde o princípio. Eles pertencem e estão contidos na vocação do grande, santo e glorioso propósito do homem. Todo trabalho que o homem realiza para subjugar a Terra, seja através da agricultura, da pecuária, do comércio, da indústria, da ciência, ou de qualquer outra forma, é o cumprimento de um mandato divino. Mas para que o homem realmente cumpra esse mandato divino ele tem que depender e obedecer à Palavra de Deus.

II. A TENTAÇÃO NO PARAÍSO (Gn 3:1-6)

No Jardim do Éden, Deus colocou a árvore do conhecimento do bem e do mal como forma de testar a obediência do homem. A única razão para não comerem daquele fruto era o fato de Deus assim haver ordenado. De muitas maneiras, tal fruto ainda se encontra em nosso meio nos dias de hoje.

1. O Agente ativo da tentação. Satanás é o agente ativo da tentação. Ele instigou o primeiro casal a desobedecer à ordem de Deus. Satanás utilizou uma das suas armas preferidas: a sutileza. Esta é a marca registrada do diabo (João 8:44). As Escrituras registram ser ele o mais sutil de todos os seres criados por Deus e não há coisa alguma sutil que não esteja, de modo direto ou indireto, relacionado a ele.

Observamos, no relato da queda do primeiro casal, que o diabo surge como uma serpente, ou seja, de forma quase imperceptível, quase sem ser notada, apresentando-se à mulher de repente, de surpresa, num momento em que a mulher não esperava, diríamos que num instante de distração. Ante à distração do primeiro casal, o diabo conseguiu entrar no Jardim para efetuar a sua tarefa destruidora. A distração, o “cochilo espiritual”, é fatal para a saúde espiritual da Igreja. O caminho da vigilância está relacionado com a meditação diuturna da Palavra de Deus. Quando meditamos nas Escrituras, quando as estudamos ininterruptamente, o adversário não encontra brecha para agir.

Observe os passos que levaram a raça humana a pecar:

a) Satanás instigou dúvida em relação à Palavra de Deus: “É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim? ” (Gn 3:1b). Eva estava distraída e, por causa disto, o diabo pôde se aproximar e iniciar um diálogo com a mulher, lançando-a no campo da dúvida. Diante de tanta amabilidade, Eva aceitou o diálogo, porém, não mostrou firmeza, pois a sua resposta não correspondeu aquilo que, de fato, Deus havia dito. Nossas dúvidas e inseguranças na Palavra de Deus tornam Satanás mais ardiloso.

b) Eva demonstrou desconhecimento da Palavra de Deus. Eva declarou (falando sobre a árvore do conhecimento do bem e do mal): “... do fruto das árvores do jardim comeremos, mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais”.

Dá para perceber que a mulher demonstrou desconhecimento da Palavra de Deus. Enquanto a ordem divina era para que não se comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal (cf. Gn 2:16,17), a mulher respondeu à serpente que a ordem era a proibição de comer e tocar na árvore que estava no meio do jardim (Gn 3:3). Vemos aqui, portanto, que a mulher alterou em dois pontos a ordem divina, a saber: (a) árvore da ciência do bem e do mal por árvore que está no meio do jardim; (b) não comereis por não comereis nem tocareis.

c) Satanás contradita o próprio Deus. Face o desconhecimento da Palavra de Deus, agora Satanás estava em condições de contraditar o próprio Deus, pois, sentiu que já tinha o controle sobre a mulher. Mais uma vez, com muita sutileza, lançou dúvidas quanto à veracidade da Palavra do próprio Deus - “... certamente não morrereis”. Uma maneira muito sutil de afirmar que Deus havia mentido.

Satanás deturpou o mandamento do Senhor ao sugerir que Deus ocultava algo benéfico para Adão e Eva. Satanás se atreveu a negar as consequências da desobediência, como fazem até hoje seus seguidores, ao continuarem negando a existência do inferno e a punição eterna.

d) Satanás desperta na mulher a soberba e o desejo de ser como Deus. Não tendo havido nenhuma reação por ter ouvido que a Palavra do Criador não era verdadeira, então Satanás com maior sutileza deu sua cartada final, despertando, agora, a soberba e o desejo de ser como Deus: “Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gn 3:5).

Satanás utilizou-se de um motivo sincero para testar Eva: “sereis como Deus”. Eva não estava errada em querer ser como Deus. Tornar-se mais parecido com Deus é o maior objetivo da humanidade. Deveríamos ser assim. Mas Satanás enganou Eva no que diz respeito ao modo de alcançar esse objetivo. Ele alegou que ela poderia parecer-se com Deus desafiando a autoridade dele, tomando o seu lugar e decidindo por si mesma o que era melhor para a sua vida. Na verdade, ele a instruiu a ser seu próprio deus. Entretanto, parecer-se com Deus não é o mesmo que querer ser Deus. Ao contrário, é refletir nas características de Deus e reconhecer a autoridade dele sobre a sua vida. Assim como Eva, possuímos um objetivo valioso, mas tentamos alcançá-lo de forma errada. Agimos como um candidato politico que usa de suborno para ser “eleito”; ao fazer isto, servir a comunidade já não é mais seu objetivo.

A exaltação própria conduz à rebelião contra Deus. Logo que começamos a retirar Deus de nossos planos, colocamo-nos acima dele. E é exatamente isto o que Satanás deseja (Bíblia de estudo Aplicação Pessoal).

O humanismo secular tem perpetuado a mentira de Satanás: “você será igual a Deus”.

e) A derrocada de Adão e Eva. O diabo mentiu, pôs em descrédito os ditos do Senhor e criou fantasias nas quais o primeiro casal acreditou e que foram a sua derrocada. Sem qualquer ameaça, sem nenhuma palavra forte, apenas na sutileza, Satanás já estava com a mulher na “palma de sua mão”. Eva se deixou enganar – pensou que seria como Deus. Olhou – “vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos”; Desejou – “... árvore desejável para dar entendimento...”; Tomou – “... tomou-lhe do fruto...”; Comeu - “... comeu...”; Morreu: morte espiritual instantânea e morte física gradativa. A punição por transgredir o mandamento era a morte - “... no dia em que dela comeres, certamente morrerás”(Gn 2:17).

Uma vez se desprendendo das Escrituras, os homens são iludidos com falsas promessas e fantasias (que as Escrituras denominam de “fábulas”, ou seja, “contos da carochinha” (1Tm 1:4; 4:7; 2Tm 4:4; 2Pe 1:16), falsidades que a seu tempo se revelarão e que, infelizmente, para muitos, significarão a morte eterna.

2. O agente passivo da tentação. “... e deu também a seu marido, e ele comeu com ela” (Gn 3:6). Eva foi enganada (1Tm 2:14), mas Adão agiu intencionalmente, em rebelião deliberada contra Deus. Concordo com o pr. Claudionor quando diz que Eva pecou antes de Adão, e Satanás, por seu turno, pecara muito antes de Eva. Todavia, o pecado entrou no mundo não através da mulher, nem por intermédio do Diabo. O grande responsável pela introdução da apostasia no mundo foi Adão. É o que esclarece Paulo: "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Rm 5.12).

Adão e Eva tiveram o que queriam: um conhecimento profundo do bem e do mal. Mas isto eles conseguiram cometendo pecado e os resultados foram, portanto, desastrosos. Algumas vezes, temos a ilusão de que “liberdade” é fazer o que queremos. Mas Deus diz que a verdadeira liberdade vem da obediência e da consciência do que não deve fazer. As restrições impostas por Ele são para o nosso bem, para ajudar-nos a evitar o mal. Temos a liberdade de andar em frente a um carro em alta velocidade, mas não precisamos ser atropelados para perceber quão tolo isto seria. Não dê ouvidos às tentações de Satanás. Você não precisa fazer o mal para adquirir mais experiências e aprender mais sobre a vida (Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal).

III. O JUÍZO DE DEUS (Gn 3:8-19)

Deus havia provido tudo para o bem do homem e havia proibido uma única coisa. Ao ceder à voz de Satanás, o homem escolhia agradar-se a si mesmo, desobedecendo deliberadamente a Deus. Era um ato de egoísmo e rebelião inescusável. Na realidade, era atribuir a si o lugar de Deus.

1. As consequências teológicas da queda são as seguintes:

a) Adão e Eva conheceram pessoalmente o mal: seus olhos "foram abertos". Adão e Eva chegaram a assemelhar-se a Deus, distinguindo entre o bem e o mal, porém, seu conhecimento se diferencia do conhecimento de Deus em que o conhecimento deles foi o da experiência pecaminosa e contaminada. Deus, ao contrário, conhece o mal como um médico conhece o câncer, porém, o homem caído conhece o mal como o paciente conhece sua enfermidade. A consciência deles despertou para um sentimento de culpa e vergo­nha.

b) Interrompeu-se a comunhão com Deus, e então fugiram de sua presença. O pecado sempre despoja a alma da pureza e do gozo da comunhão com Deus. Essa é a morte espiritual e cumpre, num sentido mais profundo, a advertência de que o homem morreria no dia em que comesse do fruto proibido (Gn 2:17).

c) A natureza humana corrompeu-se e o homem adquiriu a tendência para pecar. Já não era inocente como uma criança, mas sua mente se havia sujado e ele sentia vergonha de seu corpo. Outra prova da sua natureza corrompida: ele lançou a culpa sobre sua mulher. Adão chegou a insinuar que Deus era o culpado: "A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi" (Gn 3:12). Isto é uma demonstração clara da natureza decaída do homem.

2. Juízo de Deus. Deus castigou o pecado com dor, sujeição e sofrimento. Um Deus santo e justo não pode fazer vista grossa à rebelião de suas criaturas. Ele é o justo Juiz.

a) Sobre a serpente (Gn 3:14,15). ”Então, o SENHOR Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás mais que toda besta e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás e pó comerás todos os dias da tua vida” (Gn 3:14). “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3:15).

O Senhor Deus amaldiçoou a serpente a viver de modo degradante e em desgraça e derrota. O fato de a serpente ter sido amaldiçoada junto com todos os animais domésticos e todos os animais selváticos sugere que o texto de Gn 3:14 está se referindo à espécie biológica dos répteis, e não a Satanás. Mesmo no Milênio quando a natureza dos animais for restaurada, ela não será redimida de sua degradação (Is 65:25).

b) Sobre a mulher (Gn 3:16).E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará”.

A mulher sofreria dores no parto e estaria sujeita a seu marido. Mas, estar sujeita a seu esposo é maldição? Não deve ter a família uma cabeça? Além do mais, não está aí uma figura da relação entre Cristo e a Igreja? (Ef 5:22,23). O mal consiste em que a natureza decaída do homem torna-o propenso a abusar de sua autoridade sobre a mulher; do mesmo modo que a autoridade do marido sobre a mulher pode trazer sofrimento, o desejo feminino a respeito de seu esposo pode ser motivo de angústia. O desejo da mulher não se limita à esfera física, mas abrange todas as suas aspirações de esposa, mãe e dona-de-casa. Se o casamento fracassa, a mulher fica desolada.

c) Sobre o homem (Gn 3:17-19).E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás”.

O homem sentenciado a obter alimento de uma terra amaldiçoada com espinhos e cardos. Isto significa que ele teria de trabalhar o resto da vida em fadigas e com suor do rosto até retornar ao pó.

Devemos observar que o trabalho não é uma maldição. Em geral, o trabalho é uma bênção. A maldição está mais ligada à tristeza, à frustração, ao suor e ao cansaço que acompanham o trabalho.

Toda a raça humana e a própria natureza ainda continuam sofrendo como consequência do juízo pronunciado sobre o primeiro pecado. O apóstolo Paulo fala poeticamente de uma criação que "geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Rm 8:22).

3. A promessa de um juízo redentivo (Gn 3:15). “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”.

Esta é a mais gloriosa promessa de redenção, de soerguimento do homem da condenação. Ao invés de lançar apenas juízos inclementes e condenatórios sobre o casal, Deus, o justo Juiz, abriu um espaço para a redenção. Observe a bondade de Deus ao prometer a vinda do Messias antes mesmo de decretar a sentença de juízo condenatório ao homem e a mulher.

Este versículo é conhecido como protoevangelho, isto é, “o primeiro evangelho”. O texto anuncia a inimizade perpétua entre Satanás e a mulher (que representa toda a humanidade), e entre a descendência de Satanás (seus representantes) e o seu descendente (o descendente da mulher, o Messias). O descendente da mulher feriria a cabeça de Satanás. Essa ferida foi infligida no Calvário, quando o Salvador triunfou sobre Satanás. Este, por sua vez, feriria o calcanhar do Messias. Essa ferida se refere ao sofrimento (incluindo morte física), mas não à derrota final. Cristo sofreu na cruz e morreu, mas ressuscitou dentre os mortos, vitorioso sobre o pecado, o inferno e Satanás.

CONCLUSÃO

Embora a queda tenha acarretada tanta desgraça para o ser humano, nós aprendemos que há uma esperança para o pecador, em Cristo Jesus. Através de Cristo, Deus Pai provê-nos eterna e suficiente redenção, dispensando-nos um tratamento mui especial.

O homem enquanto vive neste mundo, antes da morte física, ele tem a escolha de aceitar ou não o amor de Cristo. Se ele o aceita, estará aceitando ir morar com Cristo, estar ao lado dEle para sempre (João 3:16-21; 14:1-3; 17:24). A alma daqueles que aceitam a Cristo estarão na luz para sempre; no momento da morte física vão para o paraíso (Lc 23:43), um lugar de gozo espiritual, um lugar de alegria.  O Paraíso é um lugar de espera até o arrebatamento da Igreja, pois neste dia Jesus Cristo virá até as nuvens e todos os mortos que morreram em Cristo, ressurgirão num corpo incorruptível, um corpo glorioso (Fp 3:21, 1Co 15:12, 51,52), e daí para frente estarão para sempre junto do Senhor, seja no reinado de Cristo no milênio (Ap 3:21 e 20:4), e na eternidade futura na nova Jerusalém celestial (Ap 21).

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Luciano de Paula Lourenço

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 64. CPAD.

Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento) - William Macdonald.

Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards

Teologia do Antigo Testamento – ROY B. ZUCK.

Comentário Bíblico Beacon – CPAD.

O Pentateuco. Paul Hoff.

Gênesis. Bruce K. Waltke. Editora Cultura Cristã.

Manuel do Pentateuco. Victor P. Hamilton. CPAD.

História de Israel no Antigo Testamento. Eugene H. Merrill. CPAD.

 

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Aula 03 – E DEUS OS CRIOU HOMEM E MULHER


4º Trimestre/2015

 
Texto Base: Gênesis 2:7,18-24

 
“E de um só fez toda a geração dos homens para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação” (At 17:26).

 

INTRODUÇÃO

Em um ponto do tempo, o homem e a mulher foram, de maneira especial, criados por Deus (Gn 1:26-28; 5:2; Mt 19:4). Gênesis 2:7-25 supre pormenores mais específicos a respeito disto. O homem e a mulher foram criados à “imagem” e “semelhança” de Deus. À base dessa imagem, podiam comunicar-se com Deus, ter comunhão com Ele e expressar de modo incomparável o seu amor, glória e santidade. Eles fariam isso conhecendo a Deus e obedecendo-o (Gn 2:15-17). É bom dizer que o fato do homem e da mulher terem sido feitos à imagem de Deus não significa que são deuses. Eles foram criados segundo uma ordem inferior e dependentes de Deus – “Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste” (Sl 8:5).

I. COMO O HOMEM FOI CRIADO

Finda a criação dos Céus e da Terra, Deus coroou sua criação com a formação do homem - “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gn 1:26b). O verbo “fazer”, na primeira pessoa do imperativo, no plural, denota que o Criador não estava sozinho, na criação do homem. A compreensão humana não alcança a grandeza daquele momento único e singular, totalmente distinto de todo processo criador dos demais seres. Apesar disso, pode-se entender que, num ponto do planeta, no Oriente, Deus (o Pai, o Filho e o Espírito Santo) se reuniram solenemente para fazer surgir o novo ser: o homem à imagem e semelhança de Deus, obra prima da criação, que haveria de revolucionar toda a criação. O fato de que os membros da Trindade falaram entre si indica que este foi o ato transcendental e a consumação da obra criadora.

“... o homem à nossa imagem...”. Que significa "a imagem de Deus" no homem? Não se refere a seu aspecto físico, já que Deus é espírito, e não tem corpo. A imagem de Deus no homem tem quatro aspectos: (a) somente o homem recebeu o sopro de Deus, e, portanto, tem um espírito imortal, por meio do qual pode ter comunhão com Deus; (b) é um ser moral, não obrigado a obedecer a seus instintos, como os animais, porém possui livre-arbítrio e consciência; (c) é um ser racional, com capacida­de para pensar no abstrato e formar ideias; (d) é um ser que tem domínio sobre a natureza e sobre os seres vivos, à semelhança de Deus. É o representante de Deus, investido de autoridade e domínio, como visível monarca e cabeça do mundo.

1. A matéria prima do homem. O corpo do homem foi formado do pó da terra, à semelhança do que se deu com os animais (Gn 2:7,19), o que nos ensina que ele se relaciona com as outras criaturas.

A ciência tem demonstrado que a substância do corpo humano contém os mesmos elementos químicos do solo. Seu nome em hebraico "Adão" (homem) é semelhante a "Adama" (solo). Gênesis 2:7 diz: “Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra…". A palavra "formou" dá, no original, a ideia de "manipulação", trabalho com as mãos.

Que o corpo do homem é feito do pó da terra não se pode negar, cientificamente. Eis a sua constituição segundo os estudiosos deste assunto:

CONSTITUINTE
% NO CORPO HUMANO
Oxigênio
66,0
Carvão
17,5
Hidrogênio
10,2
Nitrogênio
2,4
Cálcio
1,6
Fósforo
0,9
Potássio
0,4
Sódio
0,9
Cloro
0,3
Magnésio
0,105
Ferro
0,005
Iodo
Idem
Flúor
Idem
Outros elementos
Idem

2. O sopro divino (Gn 2:7). Mas o trecho bíblico prossegue, dizendo que, feita a parte material do homem, “… Deus soprou em seus narizes o fôlego de vida; e o homem foi feito alma vivente", ou seja, criou a parte imaterial do homem, constituída da alma e do espírito. Este é o aspecto totalmente diverso entre o homem e os demais seres vivos criados na Terra. O homem é dotado de uma parte imaterial, que o coloca acima da natureza e que lhe permite dominar sobre ela. Esta parte imaterial, resultado do sopro de Deus, é o que Paulo denomina de "homem interior", porque é a parte do homem que não aparece aos nossos olhos, parte do homem que as Escrituras identificam figurativamente como "mente"(Rm 7:25) e "coração"(Pv 4:23; Ap 2:23).

O fôlego de vida soprado por Deus não é o ar que conhecemos, mas a própria vida dada ao homem, a própria imagem e semelhança de Deus. O homem é imagem e semelhança de Deus exatamente porque Deus lhe imprimiu algo de Sua essência, algo que veio diretamente dEle, ao contrário do restante da criação, que foi feito a partir da vontade divina expressa por Sua Palavra.

Ao se dizer que o homem foi feito "alma vivente”, está sendo dito que o homem é uma alma que tem vida, ou seja, é uma alma que está em comunhão com Deus, pois vida, aqui, não é uma mera existência, mas é uma demonstração de existência de uma comunhão entre Deus e a Sua criatura. Deus soprou nos narizes do homem e ele foi feito "alma vivente", ou seja, surgiu deste sopro uma alma e esta alma tinha consciência de que vinha de Deus e estava ligada a Ele. Temos, então, as duas instâncias do homem interior: a alma e o espírito.

- A alma é a sede dos pensamentos e dos sentimentos do homem; a sede da sua personalidade, da sua individualidade; a parte do homem que tem consciência de si mesmo.

- O espírito é a parte do homem que faz a relação dele com Deus; é a sede da consciência, o instrumento que nos permite discernir o certo do errado; é o elo de ligação entre Deus e o homem, a instância em que tomamos consciência da existência e da soberania de Deus.

Alguém disse que o homem tem espírito para ter comunhão com Deus, vontade para obedecê-lo e corpo para servi-lo.

3. A missão do homem. Sendo imagem de Deus, deu-lhe uma posição de autoridade para dominar sobre a Criação: “Domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a Terra” (Gn 1:26). Nesta posição, o homem deveria manifestar um contraste entre ele e as demais criaturas.

O fato de poder exercer domínio sobre a Criação não significa que o homem pudesse fazer o que desejasse, que destruísse os animais (matança de forma indiscriminada) ou poluísse a Terra. Como um ser criado por Deus, o homem deveria usar de sabedoria na administração da Terra, usando-a para habitação, para seu prazer, tendo boa alimentação a seu dispor, preservando as obras criadas, tratando-as com equilíbrio. Sempre cônscio que a criação não pertence ao homem, mas ao Criador (cf. Sl 24:1)

II. A CRIAÇÃO DA MULHER (Gn 2:18-23)

18. E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.

19. Havendo, pois, o SENHOR Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.

20. E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele.

21. Então, o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.

22. E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.

23. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.

As Escrituras indicam que o homem não foi feito para viver solitariamente. Muito pelo contrário, a Bíblia é explícita ao dizer que, ao contemplar o homem, Deus afirmou que “não é bom que o homem esteja só" (Gn 2:18), tendo, então, estabelecido a necessidade de criar a mulher, que serviria como uma adjutora, ou seja, como uma ajudadora, que estivesse diante do homem.

Durante o processo de nomear os animais, Adão, sendo um ser muito inteligente, deve ter percebido a diferença entre macho e fêmea. Cada animal tinha um parceiro semelhante e, ao mesmo tempo, diferente. Essa percepção preparou Adão para receber “uma auxiliadora” semelhante a ele. E assim surgiu Eva, formada de “uma de suas costelas” (a primeira clonagem humana), a qual foi retirada enquanto Adão dormia um “pesado sono”. Observe que a mulher não foi formada da cabeça de Adão, para dominá-lo; nem de seus pés, para ser pisada; mas do seu lado, para ser protegida, e próxima ao coração, para ser amada.

A intenção divina era dotar o homem não só de domínio sobre a criação na terra, mas também, de capacidade de reprodução (Gn 1:28), o que exigia a formação da família, único ambiente em que se poderia concretizar o desejo de Deus para o homem.

Sem a providência divina de criação da mulher e, por conseguinte, da família, o homem não teria condições sequer de dominar o restante da natureza, pois, acometido que estava de um sentimento de solidão, não teria condições psicológicas para se impor frente aos demais seres. Sem o matrimônio, seria impossível que o homem frutificasse e se multiplicasse sobre a face da Terra e, por conseguinte, que o homem pudesse dominar sobre a criação que estava na Terra.

Alguns estudiosos costumam dizer que a mulher é uma criatura mais excelente que o homem, porque é o resultado do suprimento de uma carência do homem, sendo, portanto, por assim dizer, um aperfeiçoamento da criação divina. No entanto, se bem observarmos a narrativa bíblica, chegaremos à conclusão de que não é a mulher a criação mais excelente na humanidade, mas, sim, a criação da família, pois foi a criação desta instituição que significou a supressão da carência tanto do homem (que havia motivado a criação da mulher), como da própria mulher. O texto bíblico é claro ao indicar que a tão só criação da mulher era uma condição necessária, porém não suficiente para que se tivesse a solução da questão da solidão. Esta solução, diz-nos o texto sagrado, somente se deu a partir do instante que Deus estabeleceu que homem e mulher, doravante, se uniriam, formando famílias, de modo a permitir que o propósito divino de domínio e frutificação fosse realizado e concretizado pela humanidade. Assim, a família é a mais excelente criação divina para a humanidade.

A destruição da instituição familiar representa a própria destruição da humanidade, da imagem e semelhança de Deus na vida dos seres humanos, e é por isso que o adversário de nossas almas, que nos odeia e nos detesta, tem investido tanto na destruição desta instituição. Destrua-se a família e estarão destruídos os seres humanos e, por conseguinte, toda a sociedade. (1)

III. A INSTITUIÇÃO DO CASAMENTO

O casamento é uma instituição divina. Foi Deus quem criou o casamento, para ser uma união sagrada e permanente com um firme compromisso entre marido e mulher. Quando Deus falou a Adão que um homem deveria deixar a sua parentela e se juntar a uma mulher, assim se tornando um (Gn 2:24), ele estava descrevendo o casamento.

Jesus ratificou o casamento entre um homem e uma mulher, como criação divina, quando disse: "desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher. E serão os dois uma só carne: e assim já não serão dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem" (Mc 10:6-9).

Deus instituiu o casamento com leis claras e balizas definidas:

1. O casamento é heterossexual. Deus criou um homem e uma mulher - “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1:27).

O modelo divino para o ser humano é a heterossexualidade (cf. Gn 1:27; 5:1-2; 2:22-24; Mt 19:4). O “macho”, a Bíblia chama de “homem”; a “fêmea”, a Bíblia chama de “mulher”. O macho - o homem - é chamado de um ser do sexo masculino; a fêmea - a mulher - é chamada de um ser do sexo feminino. Para a Bíblia, ou a criatura é homem, ou, então, é mulher. Não existe a “coluna do meio”. Um homem e uma mulher, biblicamente, formam um casal.

Quando Paulo diz que cada um tenha a sua esposa e cada uma tenha o seu marido (1Co 7:2), fica clara a ideia de uma relação heterossexual. Embora a união homossexual fosse algo comum no tempo de Paulo, ele define essa prática como uma paixão infame, um erro, uma disposição mental reprovável, uma abominação para Deus. A relação homossexual pode chegar a ser aprovada pelas leis dos homens, por causa da corrupção dos costumes, mas jamais será chancelada pelas leis de Deus. Uma decisão não é ética, apenas por ser legal. Ainda que a relação homossexual se torne legal pelas leis dos homens, jamais será aprovada por Deus, pois fere frontalmente a Sua Lei.

A Bíblia sempre condenou o homossexualismo voluntário, atitude que é típica dos rebeldes e pecadores, como demonstra a Palavra de Deus, inequivocamente, em diversas passagens (cf. Lv 18:22; 20:13; Dt 23:17; 1Rs 14:24; 15:12; 22:47; Rm 1:24,27; 1Co 6:10; Gl 5:19; 1Tm 1:10; Ap 21:8).

2. O casamento é monogâmico (Gn 2:24; Mt 19:5).Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher...”.

O Criador instituiu o matrimônio com a união de um homem e uma mulher. Não é dito que o homem deve unir-se às suas mulheres. Deus não criou mais de uma mulher para Adão (poligamia) nem mais de um homem para Eva (poliandria). Tanto a poligamia quanto a poliandria estão em desacordo com os princípios de Deus para o casamento (Dt 28:54,56; Sl 128:3; Pv 5:18-21; Ml 2:14). No coração do homem, não há espaço para amar mais de uma mulher. Salomão tinha mil mulheres e, dentre elas, não encontrou nenhuma, porque no seu coração só havia espaço para amar uma mulher, seu nome: Sulamita (Ct 6:13).

A monogamia não foi apenas estabelecida na criação, mas também foi reafirmada na entrega da lei moral. A lei de Deus ordena: “Não cobiçarás a mulher do teu próximo...”(Ex 20:17). O uso do singular é enfático. Moisés não deu provisão à questão da poligamia.

3. O casamento é monossomático (Gm 2:24; Mt 19:5,6). “... e serão ambos uma carne”.

O propósito de Deus é que no casamento, o homem e a mulher se tornem uma “só carne”, numa intimidade tal que não pode ser separada. É como se dois copos d’água incolores se misturassem; depois disso, não dá mais para separar, pois não se saberá quem é quem.

A união conjugal é a mais próxima e intima relação de todo relacionamento humano. A união entre marido e mulher é mais estreita do que a relação entre pais e filhos. Os filhos de um homem são parte dele mesmo, mas sua esposa é ele mesmo. O apóstolo Paulo diz: “Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a Igreja” (Ef 5:28,29).

4. O casamento é indissolúvel. “... o que Deus ajuntou não separe o homem”(Mt 19:6; Mc 10:9).

No projeto de Deus, o casamento não é apenas heterossexual, monogâmico e monossomático; é também indissolúvel. É uma união permanente. O apóstolo Paulo diz que a união do casamento só termina com a morte (1Co 7:2,3). Quando o marido e a esposa celebram essa união dentro desse entendimento e comprometimento, eles podem oferecer uma segurança mútua, um lar estável para os filhos, e a força necessária para resistirem às tempestades e tensões da vida.

O casamento é indissolúvel porque foi Deus quem o instituiu e o ordenou. Logo, nenhum ser humano tem competência nem autoridade para desfazer o que Deus faz. Mesmo que um juiz lavre uma certidão de divórcio e declare uma pessoa livre dos vínculos do casamento, aos olhos de Deus, essa relação não é desfeita. O divórcio é um atentado contra a família. Quem mais sofre com ele são os filhos. As consequências amargas do divórcio atravessam gerações. Deus odeia o divórcio (Ml 2:16).

CONCLUSÃO

Deus fez o homem e a mulher para dominar sobre as criaturas terrenas e para serem, por assim dizer, o elo de ligação entre o Criador e a criação. Homem e mulher deveriam cuidar da criação, administrá-la e, de forma livre e espontânea, amar a Deus, obedecer-lhe e desfrutar de uma íntima comunhão com seu Criador. Era este o propósito divino estabelecido quando da criação do ser humano. O homem, portanto, não seria jamais dono de si, mas existiria para fazer a vontade daquele que o criou. Embora o pecado tenha-o destituído da glória divina, o homem não ficou abandonado à própria sorte. O Pai Celeste providenciou-lhe eficaz redenção por intermédio de Cristo Jesus. Hoje, somos chamados filhos de Deus, apesar de não ter se manifestado ainda a plenitude de nosso ser, mas quando Cristo voltar, seremos tomados por Ele e, assim, estaremos para sempre em sua companhia, e seremos como Ele é (1João 3:2). Aleluia!

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Luciano de Paula Lourenço

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 64. CPAD.

Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento) - William Macdonald.

Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards

Teologia do Antigo Testamento – ROY B. ZUCK.

Comentário Bíblico Beacon – CPAD.

O Pentateuco. Paul Hoff.

Gênesis. Bruce K. Waltke. Editora Cultura Cristã.

Manuel do Pentateuco. Victor P. Hamilton. CPAD.

História de Israel no Antigo Testamento. Eugene H. Merrill. CPAD.

 (1) Dr. Caramuru Afonso Francisco. A Família – Obra Prima de Deus. PortalEBD. 2ºTrimestre/2004.