4º Trimestre/2015
Texto Base: Romanos 5:12-19
“Pelo que, como por um homem entrou o
pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os
homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5:12).
INTRODUÇÃO
Como começou a maldade e
todo o sofrimento no mundo? A única resposta satisfatória da origem do mal
encontra-se no capítulo 3 do Gênesis, que relata como o pecado entrou no mundo
e como tem produzido consequências trágicas e universais. A queda de Adão e Eva
é apresentada, literalmente, na Bíblia, de modo explícito. Não é um relato
teórico ou figurativo, mas um relato histórico. O seu pecado foi uma
transgressão deliberada ao limite que Deus lhe havia colocado.
O homem deliberadamente pecou contra o seu
Criador, e ao pecar, tornou-se escravo do pecado (João 8:34), dominado
totalmente por ele (Gn 4:7), sem condição alguma de modificar esta situação.
Entretanto, a história não terminou com esta tragédia. Bem ao contrário, a
Bíblia Sagrada nos ensina que, antes da fundação do mundo, dentro de sua
presciência, Deus já havia elaborado um plano para retirar o homem desta
situação tão delicada (Ef 1:4; Ap 13:8). Este plano foi revelado ao homem no
dia mesmo de sua queda, quando o Senhor anunciou que haveria de surgir alguém
da semente da mulher que feriria a cabeça da serpente e tornaria a criar
inimizade entre o homem e o mal e, consequentemente, comunhão entre Deus e o homem
(Gn 3:15). O Plano divino para a salvação da humanidade foi plenamente cumprido
no sacrifício inocente, amoroso e vicário de nosso Senhor Jesus Cristo (cf. João
1:29; Cl 1:19-22; Gl 4:4,5). Só Jesus é quem pode dar a Salvação, pois “ em nenhum outro há salvação, porque também
debaixo do céu nenhum outro
nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos
ser salvos”(Atos 4:12).
I. O PARAÍSO NO ÉDEN (Gn 2:8-25)
Quando Deus fez os Céus e a Terra, e quando
Ele criou o sol, a lua, as estrelas, as plantas e as aves, os animais da terra
e os animais das águas, nenhum lugar específico tinha sido separado para ser a
morada do homem. Deus dá um intervalo antes de criar o homem e prepara para ele
um jardim ou paraíso no Éden. Esse jardim é organizado de uma forma especial.
Deus planta todos os tipos de árvores nesse jardim – árvores agradáveis à vista
e de bons frutos. Duas dessas árvores são chamadas pelo nome: a árvore da vida, plantada no meio do
jardim; e a árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2:9). O jardim foi
preparado de tal forma que um rio que tinha sua nascente no próprio jardim fluía
através dele, e dividia-se em quatro braços, a saber, Pisom, Giom, Tigre e Eufrates (Gn 2:10-14).
1. Solicitude de Deus pelo homem. Na
visão de Paul Hoff, podemos ver a solicitude de Deus pelo homem nos seguintes
fatos:
a) colocou-o no jardim do Éden (ou
paraíso na Terra), um ambiente agradável, protegido e bem regado (Gn 2:8-14). Ali,
Deus deu a Adão trabalho para fazer, a fim de que não se entediasse. Há quem
pense que o trabalho é parte da maldição, porém a Bíblia não ensina tal coisa;
ensina, sim, que a maldição transformou o trabalho bom em algo infrutuoso e com
fadiga (Gn 3:17).
b) Deus
proveu a Adão de uma companheira idônea, instituindo assim o matrimônio (Gn
2:21,22). No capítulo 2 encontra-se, em forma
embrionária, o ensino mais avançado dessa relação. O propósito primordial do
matrimônio é proporcionar companheirismo e ajuda mútua: "Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei
uma auxiliadora que lhe seja idônea [semelhante ou adequada]” (Gn 2:18).
O
matrimônio deve ser monógamo,
pois Deus criou uma só mulher para o homem; deve ser exclusivista, porque "deixará
o varão o seu pai e a sua mãe"; deve ser uma união estreita e
indissolúvel: "apegar-se-á à sua
mulher, e serão ambos uma carne".
Deus, em sua infinita sabedoria, instituiu o
lar para formar um ambiente ideal em que os filhos possam ser criados
cabalmente em todos os aspectos: física, social e espiritualmente. Ensina-se a
igualdade e dependência mútua dos sexos - "Nem o varão é sem a mulher, nem a mulher sem o varão, no Senhor"
(1Co 11:11). Um não é completo sem o outro.
O comentarista Matthew Henry observa que a
mulher não foi formada da cabeça do homem, para que não exerça domínio sobre
ele; nem de seus pés, para que não seja pisada; mas de seu lado, para ser igual
a ele, e de perto de seu coração, para ser amada por ele. A mulher deve ser uma
companheira que compartilhe a responsabilidade de seu marido, reaja com
compreensão e amor à natureza dele, e colabore com ele para levar a cabo os
planos de Deus.
c) Deus
concedeu a Adão ampla inteligência, pois ele podia dar nomes a todos os animais
(Gn 2:19,20). Isto demonstra o fato de que tinha poderes
de percepção para compreender suas características.
d)
Deus mantinha comunhão com o homem (Gn 3:8).
Desta
feita,
o homem podia cumprir seu mais elevado fim. Possivelmente, Deus tomava a forma
de um anjo para andar no jardim com o primeiro casal. A essência da vida eterna
consiste em conhecer pessoalmente a Deus (João 17:3), e o privilégio mais
glorioso desse conhecimento é desfrutar da comunhão com Ele.
e)
Deus pôs o casal à prova (Gn 2:16,17). Para os filhos de
Deus as provas são oportunidades de demonstrar-lhe amor, obedecendo a Ele.
Também constituem um meio de desenvolver seu caráter e santidade. Adão e Eva
foram criados inocentes, porém a santidade é mais do que a inocência: é a
pureza mantida na hora da tentação.
2. Cultivar
e guardar o Jardim do Éden (Gn 2:15). Adão recebeu uma dupla
tarefa para realizar: cultivar e guardar (preservar) o jardim do Éden. Isto é,
ele tinha que cultivar a terra, e assim extrair dela todos os tesouros que Deus
tinha reservado para o uso humano; e ele tinha que vigiar a terra, protegê-la
contra todo o mal que pudesse ameaçá-la e preservá-la. Todavia, o homem só
poderia cumprir essa missão se ele não quebrasse a conexão que o unia ao Céu,
ou seja, somente se ele continuasse a obedecer a Deus.
Essa dupla tarefa, como podemos observar, é
essencialmente uma só tarefa. Adão deveria dominar toda a terra, não de forma
ociosa e passivamente (isto é: inerte, indiferente), mas através do trabalho de
sua mente, de seu coração e de suas mãos. E para que isso fosse possível, ele
deveria servir a Deus, que é o seu Criador e Legislador. Trabalho e descanso,
domínio e serviço, vocação terrena e celestial, cultura e culto, são pares que
caminham juntos desde o princípio. Eles pertencem e estão contidos na vocação
do grande, santo e glorioso propósito do homem. Todo trabalho que o homem
realiza para subjugar a Terra, seja através da agricultura, da pecuária, do
comércio, da indústria, da ciência, ou de qualquer outra forma, é o cumprimento
de um mandato divino. Mas para que o homem realmente cumpra esse mandato divino
ele tem que depender e obedecer à Palavra de Deus.
II. A TENTAÇÃO NO PARAÍSO (Gn 3:1-6)
No Jardim do Éden, Deus colocou
a árvore do conhecimento do bem e do mal como forma de testar a obediência do
homem. A única razão para não comerem daquele fruto era o fato de Deus assim
haver ordenado. De muitas maneiras, tal fruto ainda se encontra em nosso meio
nos dias de hoje.
1.
O Agente ativo da tentação. Satanás é o agente ativo
da tentação. Ele instigou o primeiro casal a desobedecer à ordem de Deus.
Satanás utilizou uma das suas armas preferidas: a sutileza. Esta é a marca registrada do diabo (João 8:44). As
Escrituras registram ser ele o mais sutil de todos os seres criados por Deus e
não há coisa alguma sutil que não esteja, de modo direto ou indireto,
relacionado a ele.
Observamos,
no relato da queda do primeiro casal, que o diabo surge como uma serpente, ou
seja, de forma quase imperceptível, quase sem ser notada, apresentando-se à
mulher de repente, de surpresa, num momento em que a mulher não esperava, diríamos
que num instante de distração. Ante
à distração do primeiro casal, o
diabo conseguiu entrar no Jardim para efetuar a sua tarefa destruidora. A distração, o “cochilo espiritual”, é fatal para a saúde espiritual da Igreja.
O caminho da vigilância está relacionado com a meditação diuturna da Palavra de
Deus. Quando meditamos nas Escrituras, quando as estudamos ininterruptamente, o
adversário não encontra brecha para agir.
Observe os passos que levaram a raça
humana a pecar:
a) Satanás instigou dúvida em relação à
Palavra de Deus: “É
assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim? ” (Gn 3:1b).
Eva estava distraída e, por causa
disto, o diabo pôde se aproximar e iniciar um diálogo com a mulher, lançando-a
no campo da dúvida. Diante de tanta amabilidade, Eva aceitou o diálogo, porém,
não mostrou firmeza, pois a sua resposta não correspondeu aquilo que, de fato,
Deus havia dito. Nossas dúvidas e inseguranças na Palavra de Deus tornam
Satanás mais ardiloso.
b)
Eva demonstrou desconhecimento da Palavra de Deus. Eva
declarou (falando sobre a árvore do conhecimento do bem e do mal): “... do fruto das árvores do jardim comeremos,
mas, do fruto da árvore que está no meio
do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais”.
Dá para perceber que a
mulher demonstrou desconhecimento da Palavra de Deus. Enquanto a ordem divina
era para que não se comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal (cf. Gn
2:16,17), a mulher respondeu à serpente que a ordem era a proibição de comer e tocar na árvore que estava no
meio do jardim (Gn 3:3). Vemos aqui, portanto, que a mulher alterou em dois
pontos a ordem divina, a saber: (a) árvore da ciência do bem e do mal por
árvore que está no meio do jardim; (b) não comereis por não comereis nem
tocareis.
c) Satanás contradita o próprio Deus. Face
o desconhecimento da Palavra de Deus, agora Satanás estava em condições de
contraditar o próprio Deus, pois, sentiu que já tinha o controle sobre a
mulher. Mais uma vez, com muita sutileza, lançou dúvidas quanto à veracidade da
Palavra do próprio Deus - “... certamente não morrereis”. Uma
maneira muito sutil de afirmar que Deus havia mentido.
Satanás deturpou o
mandamento do Senhor ao sugerir que Deus ocultava algo benéfico para Adão e
Eva. Satanás se atreveu a negar as consequências da desobediência, como fazem
até hoje seus seguidores, ao continuarem negando a existência do inferno e a
punição eterna.
d)
Satanás desperta na mulher a soberba e o desejo de ser como Deus. Não
tendo havido nenhuma reação por ter ouvido que a Palavra do Criador não era
verdadeira, então Satanás com maior sutileza deu sua cartada final, despertando,
agora, a soberba e o desejo de ser como Deus: “Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos
olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gn 3:5).
Satanás utilizou-se de um
motivo sincero para testar Eva: “sereis como Deus”. Eva não estava errada em
querer ser como Deus. Tornar-se mais parecido com Deus é o maior objetivo da
humanidade. Deveríamos ser assim. Mas Satanás enganou Eva no que diz respeito
ao modo de alcançar esse objetivo. Ele alegou que ela poderia parecer-se com
Deus desafiando a autoridade dele, tomando o seu lugar e decidindo por si mesma
o que era melhor para a sua vida. Na verdade, ele a instruiu a ser seu próprio
deus. Entretanto, parecer-se com Deus não é o mesmo que querer ser Deus. Ao
contrário, é refletir nas características de Deus e reconhecer a autoridade
dele sobre a sua vida. Assim como Eva, possuímos um objetivo valioso, mas
tentamos alcançá-lo de forma errada. Agimos como um candidato politico que usa de
suborno para ser “eleito”; ao fazer isto, servir a comunidade já não é mais seu
objetivo.
A exaltação própria conduz
à rebelião contra Deus. Logo que começamos a retirar Deus de nossos planos, colocamo-nos
acima dele. E é exatamente isto o que Satanás deseja (Bíblia de estudo Aplicação
Pessoal).
O humanismo secular tem
perpetuado a mentira de Satanás: “você será igual a Deus”.
e)
A derrocada de Adão e Eva. O diabo mentiu, pôs em
descrédito os ditos do Senhor e criou fantasias nas quais o primeiro casal
acreditou e que foram a sua derrocada. Sem qualquer ameaça, sem nenhuma palavra
forte, apenas na sutileza, Satanás já estava com a mulher na “palma de sua
mão”. Eva se deixou enganar – pensou que seria como Deus. Olhou – “vendo a mulher que a
árvore era boa para se comer, agradável aos olhos”; Desejou – “... árvore
desejável para dar entendimento...”; Tomou
– “... tomou-lhe do fruto...”; Comeu - “... comeu...”; Morreu:
morte espiritual instantânea e morte física gradativa. A punição por
transgredir o mandamento era a morte - “... no
dia em que dela comeres, certamente morrerás”(Gn 2:17).
Uma vez se desprendendo das
Escrituras, os homens são iludidos com falsas promessas e fantasias (que as
Escrituras denominam de “fábulas”, ou seja, “contos da carochinha” (1Tm 1:4;
4:7; 2Tm 4:4; 2Pe 1:16), falsidades que a seu tempo se revelarão e que,
infelizmente, para muitos, significarão a morte eterna.
2.
O agente passivo da tentação. “... e deu também a seu marido, e ele comeu com ela” (Gn 3:6). Eva foi
enganada (1Tm 2:14), mas Adão agiu intencionalmente, em rebelião deliberada
contra Deus. Concordo com o pr. Claudionor quando diz que Eva pecou antes de
Adão, e Satanás, por seu turno, pecara muito antes de Eva. Todavia, o pecado entrou
no mundo não através da mulher, nem por intermédio do Diabo. O grande
responsável pela introdução da apostasia no mundo foi Adão. É o que esclarece
Paulo: "Portanto, assim como por um
só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também morte
passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Rm 5.12).
Adão
e Eva tiveram o que queriam: um conhecimento profundo do bem
e do mal. Mas isto eles conseguiram cometendo pecado e os resultados foram,
portanto, desastrosos. Algumas vezes, temos a ilusão de que “liberdade” é fazer
o que queremos. Mas Deus diz que a verdadeira liberdade vem da obediência e da
consciência do que não deve fazer. As restrições impostas por Ele são para o
nosso bem, para ajudar-nos a evitar o mal. Temos a liberdade de andar em frente
a um carro em alta velocidade, mas não precisamos ser atropelados para perceber
quão tolo isto seria. Não dê ouvidos às tentações de Satanás. Você não precisa
fazer o mal para adquirir mais experiências e aprender mais sobre a vida
(Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal).
III. O JUÍZO DE DEUS (Gn 3:8-19)
Deus havia provido tudo
para o bem do homem e havia proibido uma única coisa. Ao ceder à voz de
Satanás, o homem escolhia agradar-se a si mesmo, desobedecendo deliberadamente
a Deus. Era um ato de egoísmo e rebelião inescusável. Na realidade, era
atribuir a si o lugar de Deus.
1. As
consequências teológicas da queda são as seguintes:
a) Adão e Eva conheceram pessoalmente o mal:
seus olhos "foram abertos". Adão e Eva chegaram a assemelhar-se a
Deus, distinguindo entre o bem e o mal, porém, seu conhecimento se diferencia
do conhecimento de Deus em que o conhecimento deles foi o da experiência
pecaminosa e contaminada. Deus, ao contrário, conhece o mal como um médico
conhece o câncer, porém, o homem caído conhece o mal como o paciente conhece
sua enfermidade. A consciência deles despertou para um sentimento de culpa e
vergonha.
b) Interrompeu-se a comunhão com Deus, e então
fugiram de sua presença. O pecado sempre despoja a alma da pureza e do gozo
da comunhão com Deus. Essa é a morte espiritual e cumpre, num sentido mais
profundo, a advertência de que o homem morreria no dia em que comesse do fruto
proibido (Gn 2:17).
c) A natureza humana corrompeu-se e o homem
adquiriu a tendência para pecar. Já não era inocente como uma criança, mas
sua mente se havia sujado e ele sentia vergonha de seu corpo. Outra prova da
sua natureza corrompida: ele lançou a culpa sobre sua mulher. Adão chegou a
insinuar que Deus era o culpado: "A
mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi" (Gn
3:12). Isto é uma demonstração clara da natureza decaída do homem.
2.
Juízo de Deus. Deus castigou o pecado com dor, sujeição e
sofrimento. Um Deus santo e justo não pode fazer vista grossa à rebelião de
suas criaturas. Ele é o justo Juiz.
a)
Sobre a serpente (Gn 3:14,15). ”Então,
o SENHOR Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás mais que
toda besta e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás e
pó comerás todos os dias da tua vida” (Gn 3:14). “E porei inimizade entre ti e a mulher e
entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás
o calcanhar” (Gn 3:15).
O
Senhor Deus amaldiçoou a serpente a viver de modo degradante
e em desgraça e derrota. O fato de a serpente ter sido amaldiçoada junto com
todos os animais domésticos e todos os animais selváticos sugere que o texto de
Gn 3:14 está se referindo à espécie biológica dos répteis, e não a Satanás.
Mesmo no Milênio quando a natureza dos animais for restaurada, ela não será
redimida de sua degradação (Is 65:25).
b)
Sobre a mulher (Gn 3:16). “E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua
conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele
te dominará”.
A mulher sofreria dores no
parto e estaria sujeita a seu marido. Mas, estar sujeita a seu esposo é
maldição? Não deve ter a família uma cabeça? Além do mais, não está aí uma
figura da relação entre Cristo e a Igreja? (Ef 5:22,23). O mal consiste em que
a natureza decaída do homem torna-o propenso a abusar de sua autoridade sobre a
mulher; do mesmo modo que a autoridade do marido sobre a mulher pode trazer
sofrimento, o desejo feminino a respeito de seu esposo pode ser motivo de
angústia. O desejo da mulher não se limita à esfera física, mas abrange todas
as suas aspirações de esposa, mãe e dona-de-casa. Se o casamento fracassa, a
mulher fica desolada.
c)
Sobre o homem (Gn 3:17-19). “E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste
da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por
causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos
também te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto, comerás o
teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e
em pó te tornarás”.
O
homem sentenciado a obter alimento de uma terra amaldiçoada
com espinhos e cardos. Isto significa que ele teria de trabalhar o resto da
vida em fadigas e com suor do rosto até retornar ao pó.
Devemos observar que o
trabalho não é uma maldição. Em geral, o trabalho é uma bênção. A maldição está
mais ligada à tristeza, à frustração, ao suor e ao cansaço que acompanham o
trabalho.
Toda a raça humana e a
própria natureza ainda continuam sofrendo como consequência do juízo
pronunciado sobre o primeiro pecado. O apóstolo Paulo fala poeticamente de uma
criação que "geme e está juntamente
com dores de parto até agora" (Rm 8:22).
3.
A promessa de um juízo redentivo (Gn 3:15). “E porei inimizade entre ti e a mulher e
entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás
o calcanhar”.
Esta é a mais gloriosa promessa de redenção,
de soerguimento do homem da condenação. Ao invés de lançar apenas juízos
inclementes e condenatórios sobre o casal, Deus, o justo Juiz, abriu um
espaço para a redenção. Observe a bondade de Deus ao prometer a vinda do
Messias antes mesmo de decretar a sentença de juízo condenatório ao homem e a
mulher.
Este
versículo é conhecido como protoevangelho,
isto é, “o primeiro evangelho”. O texto anuncia a inimizade perpétua entre Satanás
e a mulher (que representa toda a humanidade), e entre a descendência de
Satanás (seus representantes) e o seu descendente (o descendente da mulher, o
Messias). O descendente da mulher feriria a cabeça de Satanás. Essa ferida foi
infligida no Calvário, quando o Salvador triunfou sobre Satanás. Este, por sua
vez, feriria o calcanhar do Messias. Essa ferida se refere ao sofrimento
(incluindo morte física), mas não à derrota final. Cristo sofreu na cruz e
morreu, mas ressuscitou dentre os mortos, vitorioso sobre o pecado, o inferno e
Satanás.
CONCLUSÃO
Embora a queda tenha
acarretada tanta desgraça para o ser humano, nós aprendemos que há uma
esperança para o pecador, em Cristo Jesus. Através de Cristo, Deus Pai
provê-nos eterna e suficiente redenção, dispensando-nos um tratamento mui
especial.
O homem enquanto vive neste
mundo, antes da morte física, ele tem a escolha de aceitar ou não o amor de
Cristo. Se ele o aceita, estará aceitando ir morar com Cristo, estar ao lado dEle
para sempre (João 3:16-21; 14:1-3; 17:24). A alma daqueles que aceitam a Cristo
estarão na luz para sempre; no momento da morte física vão para o paraíso (Lc
23:43), um lugar de gozo espiritual, um lugar de alegria. O Paraíso é um lugar de espera até o
arrebatamento da Igreja, pois neste dia Jesus Cristo virá até as nuvens e todos
os mortos que morreram em Cristo, ressurgirão num corpo incorruptível, um corpo
glorioso (Fp 3:21, 1Co 15:12, 51,52), e daí para frente estarão para sempre
junto do Senhor, seja no reinado de Cristo no milênio (Ap 3:21 e 20:4), e na
eternidade futura na nova Jerusalém celestial (Ap 21).
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível
no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo
Pentecostal.
Bíblia de estudo –
Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador
Cristão – nº 64. CPAD.
Comentário Bíblico
popular (Antigo Testamento) - William Macdonald.
Guia do Leitor da
Bíblia – Lawrence O. Richards
Teologia do Antigo
Testamento – ROY B. ZUCK.
Comentário Bíblico
Beacon – CPAD.
O Pentateuco. Paul Hoff.
Gênesis. Bruce K. Waltke. Editora Cultura Cristã.
Manuel do
Pentateuco. Victor P. Hamilton. CPAD.
História de Israel
no Antigo Testamento. Eugene H. Merrill. CPAD.
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