4º Trimestre/2015
Texto Base: Gênesis 14:12-20
“E abençoou-o e disse: Bendito seja
Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra” (Gn 14:19)
INTRODUÇÃO
Quando Abraão retorna da renhida batalha para
libertar Ló, entra em cena Melquisedeque. Pouco se sabe a respeito desse Ser,
que abençoou Abrão e o acolheu com alimentos. Embora pareça que fosse cananeu,
servia ao Deus verdadeiro, El Elyon
(Deus Altíssimo). Seu nome significa "rei de justiça" e era rei de
Salém (paz), isto é, que também era "rei de paz". Considerando que a
Bíblia não menciona sua genealogia, seu sacerdócio era singular em sua ordem.
Não dependia de sua genealogia, mas de sua nomeação direta por Deus (Salmo
110:4; Hb 7:1-3,11,15-18) e simboliza um sacerdócio perpétuo. Assim,
Melquisedeque prefigurava o Rei-sacerdote eterno Jesus Cristo. O autor de
Hebreus entende que o fato de Melquisedeque abençoar a Abraão indica que
Melquisedeque é maior do que Abraão (Hb 7:7).
I. MELQUISEDEQUE, REI DE SALÉM
Melquisedeque é, no texto sagrado, alguém
que não tinha genealogia, ou seja, não tinha estabelecido a sua etnia, a sua
origem, sendo apresentado tão somente como rei de Salém. Isto não quer dizer
que não fosse uma pessoa que tivesse uma origem, uma família. Não merecem
guarida as interpretações que fazem de Melquisedeque um anjo, ou, mesmo, o
próprio Jesus numa “aparição teofânica”, porquanto o sacerdote era, antes de
tudo, um ser humano e a apresentação de Jesus como “sacerdote segundo a ordem de
Melquisedeque” enfatiza esta humanidade.
1.
Rei de Salém (Gn 4:18). Salém é aparentemente um nome antigo
para Jerusalém (Sl 76:2). Enquanto rei, Melquisedeque é apresentado como rei de
Salém, ou seja, rei de paz, pois
este é o significado do nome da cidade por ele governada.
Jesus, enquanto rei, também é assim
apresentado: Ele é profetizado como o Príncipe
da Paz (Is 9:6); ao nascer é apresentado como Aquele que traz paz aos homens (Lc 2:14); antes de ser separado dos
Seus discípulos para sofrer e morrer por nós, deixa a eles a paz (João 14:27); quando se reencontra com os seus
discípulos, concede-lhes esta mesma paz
(João 20:19). Como disse o apóstolo Paulo, Ele
é a nossa paz (Ef 2:14), sendo o Seu evangelho o evangelho da paz (Ef 2:17; 6:15).
2.
Sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14:18). Melquisedeque
(que significa “rei de justiça”) era tanto “rei de Salém” (possivelmente a
Jerusalém primitiva), como “sacerdote do Deus Altíssimo”. Ele servia ao único
Deus verdadeiro, assim como Abrão. Melquisedeque é um tipo ou figura da realeza
e sacerdócio eternos de Jesus Cristo (Sl 110:4; Hb 7:1,3). Melquisedeque é a
primeira pessoa que foi chamada de “sacerdote” nas Escrituras Sagradas, sendo
um gentio, denominado de “sacerdote do Deus Altíssimo”, que abençoou Abrão e
dele recebeu o dízimo de tudo, ou seja, dos despojos da guerra (Gn 14:18-20).
A Bíblia não nos diz como e porque
Melquisedeque, que também era rei de Salém, era sacerdote do Deus Altíssimo,
Deus este que era o mesmo Deus de Abrão, pois assim foi identificado pelo
próprio sacerdote, quando o abençoou. Melquisedeque, portanto, era um sacerdote
que servia a Deus, entre as nações, apesar da idolatria reinante, da rejeição a
Deus por parte dos gentios.
Como entender que o "Deus
Altíssimo" de Melquisedeque era o mesmo Deus de Abrão? Isto nos mostra,
com grande clareza, que o discernimento que havia aqui era um discernimento
espiritual. O Espírito de Deus testifica com o nosso espírito que somos filhos
de Deus (Rm 8:16) e há uma comunhão entre os servos de Deus, de forma que surge
uma sintonia tal que culturas, cerimônias, rituais e nomes não são capazes de
desfazer.
3.
Figura de Jesus (Gn 4:18) - “rei de Salém...sacerdote do Deus Altíssimo”. A apresentação de
Melquisedeque não só enfatiza que ele era um rei, mas também um sacerdote.
Desta forma, ele é um tipo de Cristo, que é nosso Profeta, Sacerdote e Rei.
a) enquanto
rei,
Melquisedeque é apresentado como rei de
justiça, pois este é o significado de seu nome (Hb 7:2). Jesus, enquanto rei, também é assim
apresentado: Ele é profetizado como o Justo
(Is 53:11); ao ser apresentado no templo
é mostrado como Aquele que é colocado para queda e elevação de muitos em
Israel, ou seja, como o aferidor, o julgador(Lc 2:34); ao ser levado perante as autoridades, nele não é encontrada culpa
alguma pelo presidente que ali representava a autoridade de César(João 18:38,
At 3:14); enquanto era crucificado,
foi reconhecido como inocente por um dos malfeitores(Lc 23:41); bem como quando expirou foi reconhecido
como justo (Lc 23:47) e, porque era justo, não pôde ser mantido na sepultura(At
2:24-27) e permanece justo para sempre(1João 3:7).
b)
como sacerdote, Melquisedeque
trouxe pão e vinho para o ritual da bênção. Jesus, como sacerdote, ofereceu-se a Si mesmo como oferta para
satisfação da justiça de Deus - corpo e sangue que são representados, em
comemoração, exatamente pelo pão e pelo vinho na igreja até o dia da Sua vinda
(1Co 11:26).
c) como
sacerdote, Melquisedeque
intercedeu por Abrão perante Deus, abençoando-o e reconhecendo sua
fidelidade ao Senhor. Jesus, como
Sacerdote, intercede pelos transgressores (Is 53:12, 1João 2:1,2), obtém para
nós a bênção e aguarda o momento em que nos levará para que com Ele estejamos
para sempre (João 14:3).
II. A OCASIÃO DA BÊNÇÃO
“Porque este Melquisedeque,
que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de
Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou” (Hb 7:1).
Abrão conquista grande vitória militar e,
por direito, assume uma posição que lhe poderia dar a liderança e a chefia de
Canaã, a terra prometida por Deus. Entretanto, Abrão não se deixa levar pelo
sentimento humano, nada levando para si, nem poder, nem fama, nem riquezas,
contentando-se, tão somente, em desfrutar do reconhecimento divino. Neste passo,
é abençoado por um rei, personagem estranho e enigmático, mas que ressalta o
caráter devocional da operação militar do patriarca.
1.
Objetivo da visita. Depois de uma vitória espetacular, Abraão,
já nas imediações de Salém, foi recepcionado por Melquisedeque, o sacerdote do
Deus Altíssimo (Gn 4:18). Melquisedeque celebra a Abraão como guerreiro de Deus
e o abençoa. Abraão reconhece Melquisedeque como o legítimo sacerdote e rei de
seu Deus.
O objetivo de Melquisedeque outro não era
senão o de abençoar a Abrão. Abrão identificou este objetivo daquele
rei-sacerdote e aceitou ser por ele abençoado, inclusive reconhecendo a sua
supremacia (Gn 14:20). Abraão reverencia Melquisedeque, o sacerdote do Deus
Altíssimo, com o dízimo do despojo (cf. Hb 7:4). A prática de se pagar o dízimo
ao rei ou a um deus era comum no antigo Oriente Próximo (Gn 28:22; Lv 27:30-33;
Nm 18:21-32). O presente de Abraão a Melquisedeque não era, provavelmente, o
pagamento do “dízimo do rei” (cf 1Sm 8:15,17), porém, uma oferta que refletia o
respeito de Abraão para com Melquisedeque como sacerdote do Deus verdadeiro. O
tributo de Quedorlaomer (o rei-líder
invasor) é pago como um dízimo ao Senhor. O texto não insinua que Melquisedeque
chegasse a coletar seu dízimo, ainda que alguns lhe impinjam essa insinuação.
2.
A autoridade de Melquisedeque. A autoridade de
Melquisedeque não residia propriamente em sua realeza; fundamentava-se no
ofício que exercia. Todos sabiam que, ali, na principal cidade da região,
achava-se um homem de Deus. Por seu intermédio, os peregrinos consultavam o
Eterno. Até Abraão foi à sua procura, pois sabia que, espiritualmente, havia
alguém superior a si. Por intermédio de Abraão, toda a nação hebreia
reverenciou Melquisedeque, até mesmo os sacerdotes da tribo de Levi, que sequer
haviam nascido (Hb 7:9). Não resta dúvida de que o sacerdócio de Melquisedeque era
diferente do levítico. Este sobressaía-se pelas oferendas cruentas; aquele
tinha como essência o sacrifício único e suficiente de Jesus que, na
presciência divina, jazia vicariamente morto desde a fundação do mundo (Ap 13:8).
Não podemos descartar, porém, a imolação de animais, porque, desde Abel,
cordeiros e novilhos eram oferecidos ao Senhor, prefigurando a morte do Unigênito
Filho de Deus.
3.
A simbologia da visita (Gn 14:18) – “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote
do Deus Altíssimo”.
Segundo o pr. Claudionor de Andrade, o pão e o vinho faziam parte do
cardápio oriental; eram alimentos básicos. Mas, agora, o pão e o vinho de Salém
adquirem um caráter sacramental. A vitória de Abrão, portanto, será comemorada
com uma ceia que se faz santa.
Observemos como a narrativa sagrada descreve a celebração: "Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e
vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo" (Gn 14:18).
Observemos a precisão da narrativa bíblica.
Melquisedeque traz pão e vinho a Abraão na qualidade de sacerdote, e não como
rei de Salém. Era, pois, uma refeição sacramental, não um banquete oficial.
Conclui-se que o pão e o vinho ali servidos já prefiguravam o corpo e o sangue de Cristo. Levemos em conta,
também, que o sacerdócio de Melquisedeque era superior ao de Levi, porquanto
messiânico, eterno e universal. O que isso significa? Acima de tudo, que o pão
e o vinho, naquele momento, eram mais adequados do que um cordeiro.
III. A LIÇÃO DE ABRAÃO
Diz
o texto sagrado (Gn 14:1-4;11-14):
“1
- E aconteceu, nos dias de Anrafel, rei
de Sinar, Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de
Goim, 2 - que estes fizeram guerra a Bera, rei de Sodoma, a Birsa, rei de
Gomorra, a Sinabe, rei de Admá, e a Semeber, rei de Zeboim, e ao rei de Bela
(esta é Zoar). 3 - Todos estes se ajuntaram no vale de Sidim (que é o mar de
Sal). 4 - Doze anos haviam servido a Quedorlaomer, mas, ao décimo-terceiro ano,
rebelaram-se. 11- E tomaram toda a fazenda de Sodoma e de Gomorra e todo o seu
mantimento e foram-se. 12 - Também tomaram a Ló, que habitava em Sodoma, filho
do irmão de Abrão, e a sua fazenda e foram-se. 13 - Então, veio um que escapara
e o contou a Abrão, o hebreu; ele habitava junto dos carvalhais de Manre, o
amorreu, irmão de Escol e irmão de Aner; eles eram confederados de Abrão. 14 -
Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso, armou os seus criados,
nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã”.
O líder desses reis invasores foi Quedorlaomer.
Nada se sabe a respeito desse rei, exceto o que temos na Bíblia, mas
aparentemente ele era muito poderoso. No tempo de Abrão, a maioria das cidades
possuía seus próprios reis, e eram comuns as guerras e rivalidades entre estes.
Uma cidade conquistada pagava imposto ao rei vitorioso. Cinco cidades,
incluindo Sodoma, haviam pago impostos a Quedorlaomer
durante 12 anos (Gn 14:4). Quando as cinco cidades fizeram uma aliança e se
negaram a pagar os impostos (Gn 14:4), Quedorlaomer
reagiu rapidamente e reconquistou todas elas. Ao derrotar Sodoma, foram
capturados Ló, sua família e seus pertences.
Abrão
reagiu com fé a invasão dos reis invasores e Deus lhe deu vitória plena. Sua fé
e ação, seu caráter, nesse episódio, traze-nos lições preciosas.
1. Fé Ativa e amor fraternal. Ao
ser avisado do desastre militar que haviam sofrido as cidades do vale, Abraão
armou seus 318 servos, conseguiu a
ajuda de seus aliados amorreus e perseguiu os invasores. Abraão arrisca sua
vida e fortuna para resgatar o seu sobrinho Ló, o qual foi sequestrado, perdeu
suas posses e estava enfrentando escravidão. Abraão recuperou os cativos e o
despojo, mediante um ataque de surpresa à noite. Não obstante, o elemento mais
importante foi a intervenção de Deus: “bendito
seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos” (Gn
14:20).
Nota-se que Abraão, o homem separado do
mundo, não era indiferente aos sofrimentos dos que se encontravam ao seu
derredor. Estava disposto a proteger seu indigno sobrinho e os de Sodoma. Isto
demonstra que os que mantêm uma vida separada da pecaminosidade são os que
atuam com mais prontidão e êxito em favor de outros no momento de crise.
2. Rejeitando um reino temporal.
Após vencer os exércitos dos reis mesopotâmicos e conquistar os cativos e seu
patrimônio, Abrão, pela lógica natural da lei de guerra, tornar-se-ia o novo
senhor de Canaã (ou, pelo menos, da parte de Canaã ocupada pelos reis
palestinos que haviam lutado contra os reis mesopotâmicos). Entretanto, tal não
ocorreu, para surpresa de todos. Abrão não assumiu esta posição que as armas
lhe haviam dado nem mesmo quis ter qualquer despojo pela vitória alcançada. Seu
objetivo não era outro senão a cidade celestial (Hb 11:14-16).
Dia após dia, também, encontramo-nos em
situações de vitória e de glória, em que, após grande esforço, luta e
dedicação, alcançamos os objetivos a que nos propusemos. Mas é neste momento
que o adversário vem ao nosso encontro, oferecendo-nos a fugaz e passageira
glória deste mundo (Mt.4:8,9),
que promete nos entregar se tão somente com ele nos comprometermos. Será que
temos tido o mesmo desprendimento e a mesma sinceridade de propósitos do
patriarca, ou temos sucumbido como tantos outros na história da humanidade?
3. Resistindo à tentação do
enriquecimento ilícito (Gn 14:22,23). Obtida a vitória, vem ao
encontro de Abrão nada mais, nada menos que o rei de Sodoma, depois que Abrão
voltava vitorioso, após ter liquidado seus inimigos. Abrão manteve a sua
sobriedade e, quando o rei de Sodoma sai ao seu encontro, recebe-o, como
deveria fazer qualquer pessoa civilizada. O rei de Sodoma ofereceu a Abrão
todas as riquezas sodomitas, mas ele recusa a sua oferta. Segundo o costume
daquele tempo, o libertador guardava para si o despojo quando resgatava do
inimigo; mas Abraão não quis que ninguém, exceto Deus, pudesse dizer que o
havia enriquecido. Demonstrou que ele não dependia de um rei humano, mas do Rei
do Céu a quem havia "levantado a sua mão" -"Levantei minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos
céus e da terra, que desde um fio até a correia de um sapato, não tomarei coisa
alguma do que é teu, para que não digas: eu enriqueci a Abrão".
Temos tornado esta expressão do patriarca
uma realidade, ou já temos sido enriquecidos pelas benesses e vantagens
aparentes do mundo de pecado? Será que não temos tido dores e problemas em
nossas vidas por causa do "enriquecimento" proveniente do inimigo?
Não nos esqueçamos que a Bíblia não nega que o adversário pode nos trazer
riquezas. O que a Bíblia diz é que só as bênçãos do Senhor é que enriquecem e
não acrescentam dores (Pv 10:22).
Por isso, recusemos todo e qualquer enriquecimento que não provenha de Deus!
4. Discernindo entre o bem e o mal (Gn
14:21). O rei de Sodoma ofereceu a Abrão que ficasse com todas
as riquezas sodomitas, mas que lhe entregasse
as almas, ou seja, os homens. Aqui verificamos, de pronto, que o interesse do
rei de Sodoma era com as pessoas. Ele tratava seus súditos como verdadeira
propriedade, como verdadeiros escravos. O rei de Sodoma é, assim, o verdadeiro
tipo de nosso adversário, cujo objetivo é matar, roubar e destruir o homem. O
diabo odeia o ser humano, quer, a todo custo, destruí-lo e, para tanto, oferece
ao homem as fugazes e passageiras riquezas materiais em troca da alma humana.
Abrão, com seu discernimento espiritual,
logo percebeu a falácia e o engano na expressão do rei de Sodoma. Se entregasse
os homens de Sodoma ao seu rei, que havia, inclusive, fugido da batalha, sem os
seus bens, como poderiam estes homens sobreviver? Se deixasse os homens nas
mãos do rei de Sodoma, como permitir uma escravidão dura de tantas almas? Abrão
foi consciente, colocou a pessoa humana em primeiro plano e não aceitou
qualquer comprometimento com Sodoma e sua gente ímpia.
5. Reconhecendo que Deus é o dono de
tudo (Gn 14:22). Quando reconhecemos que Deus é o dono de
tudo e que nada somos do que simples mordomos, administradores destes bens que
pertencem a Deus (Sl 24:1),
teremos o mesmo comportamento que teve Abrão. Não era do rei de Sodoma toda
aquela fazenda que havia sido recuperada, nem tampouco as vidas humanas que
estavam cativas. Eram de Deus. E Deus não as havia dado a Abrão, de forma que o
patriarca, que tudo fazia sob a direção divina, não ousou tomar aquilo que não
era seu, por direito divino, embora a ética humana até lhe concedesse direito
sobre tudo, por força da lei da guerra.
6. Expressando civilidade (Gn 14:24).
Abrão continuava o mesmo homem independente e social de sempre. Entrara na
luta, vencera. Não era um isolado nem um alienado. Tinha recebido, inclusive,
ajuda de seus confederados, mas continuava diferente dos demais, com seus
próprios valores, princípios e propósitos. Tanto assim é que, apesar da recusa
do despojo da guerra, deixa seus amigos completamente livres para tomar do referido
despojo (Gn 14:24), prova de que
a aliança que Abrão tinha com Manre, Escol e Aner preservava a independência de
cada um (daí porque eram "confederados", como se vê em Gn 14:13).
É exatamente este o relacionamento que o
crente deve ter com os ímpios, visto que o isolamento é impossível, já que
estamos no mundo, sendo, igualmente, indispensável que mantenhamos nossa
santidade, ou seja, nossa separação do pecado. Só assim poderemos nos
apresentar como "irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no
meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como
astros no mundo"(Fp 2:15).
Em suma: o crente não deve nem pode se separar dos pecadores, mas, sim, do pecado.
CONCLUSÃO
“Abraão encontrou-se com Melquisedeque, e
foi espiritual e teologicamente edificado. Em Salém, teve uma visão mais clara
de seu chamamento. Sabia, agora, que a sua missão ia além do tempo; era eterna.
Nele, seriam abençoadas todas as nações da terra por intermédio de Jesus
Cristo, seu mais ilustre descendente. Hoje, através de Cristo, é-nos facultada
a entrada ao trono da graça. E, agora, podemos adentrar não a Salém terrena,
mas a Jerusalém Celeste, cujo arquiteto e construtor é o próprio Deus”
(Claudionor de Andrade).
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível
no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista
Ensinador Cristão – nº 64. CPAD.
Comentário
Bíblico popular (Antigo Testamento) - William Macdonald.
Guia
do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards
Teologia
do Antigo Testamento – ROY B. ZUCK.
George Herbert Livingston - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
O
Pentateuco. Paul Hoff.
Gênesis.
Bruce K. Waltke. Editora Cultura Cristã.
Manuel
do Pentateuco. Victor P. Hamilton. CPAD.
O
Começo de todas as coisas – Estudos sobre o Livro de Gênesis. Claudionor de
Andrade. CPAD.
O
Sacerdócio Eterno de Cristo. Caramuru Afonso Francisco. PORTALEBD-2008.
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