3º Trimestre/2016
Texto Base: Lucas 24.44- 53
"E eles, tendo partido, pregaram
por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com
os sinais que se seguiram. Amém!" (Mc 16.20).
INTRODUÇÃO
Com a graça de Deus chegamos ao final de
mais um trimestre letivo. Esperamos que as Aulas ministradas tenham causado um
despertamento singular, contribuindo para que todos nós cumpramos a missão
primordial que Jesus nos comissionou: a evangelização integral.
A realização da evangelização integral é uma
ordem concreta e específica de Jesus, expressa nos textos da “Grande Comissão”
(Mateus 28:19,20). Neste texto, notamos que Jesus nos envia em seu poder e
autoridade para irmos a todas as nações e façamos discípulos (seguidores de
Cristo), batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Porém, aqui
não termina o imperativo de Cristo; Ele continua dizendo: “... ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado...”. Nós
geralmente nos esquecemos desta última parte. Colocamos todo o esforço e ênfase
na “salvação de almas” (e damos graças a Deus por estes esforços), porém
devemos ter sempre presente que a Grande Comissão também inclui o ensinar todas as coisas que Jesus determinou.
Proclamemos o Evangelho, batizemos e façamos
discípulos, porém ensinemos o povo de Deus a também viver uma vida santa, pura,
que demonstre preocupação com o estabelecimento de justiça em nossa sociedade,
com uma relação mais justa entre os homens e com a situação dos que sofrem
perseguição, fome, opressão social e espiritual. Apresentemos o Evangelho de Cristo
a todo o contexto humano. O Evangelho deve ser pregado aos pobres, aos ricos,
aos setores médios, às nossas autoridades, enfim, a todos os segmentos da
sociedade.
É bom entender que uma igreja só se
envolverá de maneira séria e responsável com a Grande Comissão, quando estiver
sob forte poder e unção do Espírito Santo. No princípio da Igreja, a
evangelização atingiu o ápice quando experimentou um efusivo derramamento do
Espírito Santo (At 2:1-4). Essa unção extraordinária modificou a estrutura
espiritual de um grupo de homens assustados em verdadeiras brasas ardentes, e
os levou a testemunharem do amor de Deus, mesmo com o sacrifício de suas próprias
vidas. Se levarmos em conta o modelo autenticamente pentecostal de
evangelização, cumpriremos, de forma cabal, o programa divino para alcançar
tanto o nosso bairro, nossa cidade, nosso país, quanto as nações mais
distantes. Mas, para isso, temos de nos voltar ao método de evangelização
simples, porém eficaz, dos primeiros evangelistas e missionários.
I. O QUE É A EVANGELIZAÇÃO
INTEGRAL
A
Igreja de Cristo é a Agência evangelizadora por excelência. Quando ela
evangeliza, cumpre integralmente a sua missão, pois integralmente promove o
ser humano, o qual é constituído de corpo, alma e espírito (1Ts 5:23). A
evangelização integral alcança todos os aspectos que direcionam o ser humano ao
padrão que Deus sempre quis para ele: paz, justiça, alegria, felicidade,
equilíbrio, vida eterna. Se a Igreja descumprir a sua tarefa básica,
certamente, perderá a sua condição de Corpo de Cristo, reduzindo-se a uma mera
organização humana.
1.
Evangelização integral. A evangelização integral consiste na
proclamação do Evangelho todo, para o homem todo, para todos os homens, e em
todos os âmbitos: local, nacional e transcultural. O Evangelho é o agente
transformador do caráter do ser humano, por isso Deus comissionou à Igreja
fazer a evangelização a todos os povos e etnias(Mc 16:15), no afã de
possibilitar a restauração do ser humano ao status quo da criação: imagem e
semelhança de Deus(quanto ao caráter), dignidade, plena felicidade, comunhão
com Deus e vida eterna.
Jesus direcionou os olhos dos discípulos
para a ação missionária e deu-lhes um esboço geral da obra que deveriam fazer:
“...e ser-me--eis testemunhas tanto em
Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (Atos
1:8). Jesus não ordenou aos discípulos evangelizar primeiro Jerusalém, depois
a Judeia, em seguida Samaria e, finalmente, os confins da terra. Não. O seu
plano-diretor era bem claro e objetivo: os discípulos deveriam ser testemunhas
não apenas no território de Israel, mas até aos confins da terra; não apenas
aos judeus, mas também aos gentios. O reino de Deus abrange todos os povos, de
todos os lugares, de todas as línguas e culturas. O reino de Deus alcança a
todos, em todos os lugares, de todos os tempos, que foram lavados no sangue do
Cordeiro (Ap 5:9). Os discípulos eram testemunhas que haviam presenciado um
fato glorioso, a ressurreição de Cristo, e essa notícia da exaltação de Jesus
deveria ser anunciada até aos confins da Terra, ainda que, para isso, a morte
fosse o preço a ser pago.
Todas as nossas ações, todo o nosso cotidiano
deve ser criado e executado diante da perspectiva de que somos testemunhas de
Cristo Jesus (At 1:8) e que devemos, portanto, testificar do Senhor, mostrar ao
mundo, através da mensagem da Palavra de Deus e de atitudes, que Deus é nosso
Pai, que somos filhos de Deus e, por meio deste comportamento, levar os homens
a glorificar o nosso Pai que está nos céus (Mt 5:16).
2.
Avivamento e evangelização. Onde começa a vida cristã?
No Calvário. Mas, onde tem início a semeadura eficiente? No Cenáculo. Nenhum
plano evangelístico, ainda que elaborado, terá êxito a menos que retornemos ao Cenáculo.
Ou seja, sem o revestimento de poder do alto, não teremos força suficiente para
anunciar o evangelho de Cristo. Naquele recanto humilde de Jerusalém - o
Cenáculo -, apóstolos e discípulos aguardaram, em oração, o derramamento do
Espírito Santo. Até mesmo Maria, a mãe do Senhor, ali estava à espera do
Consolador que, na plenitude do Pentecostes, haveria de descer e revestir a
todos com o poder do alto. A partir daquele instante, a Igreja foi chamada para
fora, a fim de ganhar o mundo no poder do Espírito Santo.
Chamada para fora do Cenáculo, a igreja evangelizou
Jerusalém. Chamada para fora de Jerusalém, a Igreja inundou a Judeia com a
Palavra de Deus. Chamada para fora da Judeia, a Igreja chegou a Samaria, a
Antioquia e a Roma. De cidade em cidade, a Igreja alcançou os confins da Terra.
No Pentecostes, todos somos chamados para
fora, a fim de proclamar o evangelho de Cristo. Por essa razão tão santa,
anunciemos que Jesus salva, batiza com o Espírito Santo, cura as enfermidades
do corpo, da alma e do espírito, opera sinais e maravilhas e, em breve, há de
voltar para levar-nos à Jerusalém Celeste.
No poder do Espírito, falaremos de Cristo
sem impedimento algum. Infelizmente, há igrejas pentecostais, quer entre as neos, quer entre as históricas, que,
apesar do título que ostentam, já não têm o Espírito Santo. São místicas, mas
não espirituais; sincréticas, mas não bíblicas; em vez de evangelizar,
fidelizam clientes que se escravizam a um cristianismo divorciado de Cristo e a
um pentecostes sem o Espírito Santo. Urge um avivamento como aquele do
Cenáculo.
II. DISCIPULADO INTEGRAL
O discipulado, conhecido como a missão
educadora da Igreja, é, ao lado da evangelização, um dos pilares fundamentais
da Igreja. São duas tarefas indissociáveis, impostas por ordem de nosso Senhor
Jesus e que está exarado na passagem de Mateus 28:19,20.
Quando alguém se converte a
Cristo e nasce de novo é considerado um recém-nascido, é uma pessoa que tem pouco
ou nenhum conhecimento a respeito das coisas de Deus, a respeito da vida com o
Senhor Jesus. Embora tenha recebido uma nova natureza, embora seu espírito
tenha se ligado novamente a Deus, ante a remoção dos pecados, é um ser humano
e, como tal, precisa ser ensinado a respeito do Senhor, ensino este que deve
ser protagonizado pela Igreja, que é a quem o Senhor incumbiu esta tarefa sobre
a face da Terra. Jesus é quem salva, mas é a Igreja que deve “fazer
discípulos”, que deve “ensinar”. O discipulado não deve ser parcial, mas
integral; este, compreende as seguintes ações: doutrinação, integração,
treinamento e identificação. “A salvação é de graça, mas o discipulado custa
tudo o que temos" (Billy Graham).
1.
Doutrinação. A doutrinação consiste no ensino das
verdades centrais da fé cristã, tanto aos novos convertidos quanto aos que são
antigos na fé. Isto é uma atividade contínua da Igreja, a fim de que o cristão
possa pensar, agir e viver de acordo com o mandamento de Cristo; ou melhor,
para que o cristão adquira firmeza na fé, maturidade cristã. A doutrinação deve
ser iniciada no ato da conversão, tendo continuidade durante toda a vida cristã
(At 2:41-43).
Paulo jamais se mostrou remisso à
doutrinação da igreja de Cristo. Em Trôade, ministrou aos irmãos até altas
horas: “No primeiro dia da semana,
ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia
seguinte, falava com eles e alargou a prática até meia-noite”(At
20:7-8). Nem o incidente com o jovem Êutico lhe arrefeceu o ardor do ensino da
Palavra de Deus: “E, subindo, e partindo
o pão, e comendo, e ainda lhes falou largamente até à alvorada; e, assim partiu”(At 20:11). Este é o desvelo
que o líder obreiro do rebanho do Senhor deve ter.
2.
Integração. Integrar significa juntar, incorporar,
tornar parte. Só a doutrinação não é suficiente; é indispensável que aja
facilitação para que o ente cristão seja integrado na comunidade, na igreja
local. Sem a integração social do novo crente, sua doutrinação torna-se
ineficaz. O novo convertido precisa sentir que é parte da família de Deus. Há
igrejas onde tornar-se membro significa apenas adicionar o nome no rol de
congregados, sem nenhum requisito ou expectativa. Seguir a Cristo, porém,
inclui integrar, não apenas acreditar. É bom saber que a igreja é um corpo, não
um edifício; um organismo, não uma organização.
Segundo estatísticas divulgadas, de cada cem
pessoas que aceitam a Cristo, apenas dez descem às águas batismais, e dessas,
apenas três permanecem após o primeiro ano do batismo. Uma das razões
principais para isso é a falta de integração do novo convertido ao seio da
igreja. O amor que integra não compreende apenas palavras, mas ações efetivas -
“Meus filhinhos, não amemos de palavra,
nem de língua, mas por obra e em verdade”(1João 3:18). Aqui, o apóstolo
João adverte que, se os cristãos não se amarem mutuamente, jamais se sentirão
parte do corpo de Cristo.
Portanto, quando falamos em integrar o novo
convertido, estamos falando simplesmente de fazê-lo parte do corpo visível do
Senhor - a igreja local -, promovendo-o à integração espiritual, doutrinária,
social emocional e cultural, bem como envolvendo-o no serviço cristão. A sua
união ao corpo místico de Cristo é obra do Espírito Santo; entretanto, cabe a
nós a missão de levá-lo pela mão em seus primeiros passos na fé, e de ajudá-lo
a ocupar o seu lugar na comunidade dos salvos.
3.
Treinamento. Ainda na fase da doutrinação e da
integração, o novo convertido deve ser treinado a fazer novos discípulos. A
igreja de Antioquia se preocupava com esta fase da evangelização integral. Lá,
o ministério era completo. A igreja estudava a Palavra de Deus (Atos 13:1),
buscava a face de Deus em oração (Atos 13:3) e obedecia a Deus (Atos 13:3).
Dentre os seus membros, saíram os primeiros missionários transculturais do
Cristianismo. Enquanto a igreja e os seus obreiros oravam, jejuavam e serviam
ao Senhor, disse o Espírito Santo: "Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a
obra a que os tenho chamado" (At 13:2). Vê-se que o Espirito Santo não age
à parte da igreja, mas em sintonia com ela. É a igreja que jejua e ora; é a
igreja que ensina, que treina; é a igreja que impõe as mãos e despede. Todavia,
é o Espírito Santo quem envia os missionários. Assim, os missionários exercem
seu ministério pelo Espirito Santo. Foi o próprio Espirito Santo quem enviou os
missionários para o campo de trabalho (Atos 13:3,4). A partir daquele momento,
a Igreja de Cristo, irradiando-se a partir do Oriente Médio, universalizou-se
até chegar a nós.
4. Identificação. Uma
vez que o crente recebe a justificação por meio de Jesus Cristo, deve andar de
modo digno da vocação a que foi chamado. Isso será demonstrado através de sua
conduta, o seu viver diário. A conduta do crente deve refletir a de uma pessoa
transformada, que foi lapidada pelo poder do Espírito Santo. Mas essa
identificação cristã não se dá de imediato, é preciso um discipulado radical
contínuo para se chegar à maturidade cristã.
A igreja em Antioquia era uma igreja que
havia dado lugar prioritário ao ensino exaustivo da Palavra de Deus, à doutrina
(At 11:22-26). Barnabé, ao verificar que havia conversão autêntica de muitos
irmãos naquela igreja, tratou de buscar a Paulo e, durante todo um ano, houve o
ensino da Palavra àqueles crentes. O resultado daquele ano de ensino não
poderia ser melhor: os convertidos passaram a ter uma vida muito semelhante à
de Jesus; passaram a ser diferentes dos demais moradores de Antioquia; passaram
a ser provas vivas da transformação que o Evangelho produz nas pessoas. Após
terem sido ensinados na Palavra e terem mudado de vida, os moradores de
Antioquia passaram a notar a diferença e, cumprindo o que disse Jesus a
respeito do efeito das boas obras dos Seus discípulos, passaram a chamar os
discípulos de “cristãos”, isto é, “parecidos com Cristo”, “semelhantes a
Cristo” (At 11:26). Eram os homens glorificando ao Pai que está nos céus (Mt
5:16); era o resultado do ensino da Palavra.
Hoje, há uma grande necessidade de mantermos
uma conduta exemplar. Infelizmente, o modo de comportamento de milhões foi deformado
pelo mundo; ao invés de evangelizar, desevangeliza. Quem nos olha como
evangélicos, já não nos vê como cristãos. É hora de resgatarmos nossa
identidade como servos de Deus para que, à semelhança dos crentes antioquinos,
sejamos conhecidos como autênticos discípulos de Cristo.
Concordo com o Pr. Claudionor de Andrade,
quando diz que “houve um tempo em que nós, pentecostais, recebíamos os mais abençoados
codinomes. Em São Paulo, éramos cognominados de ‘crentes’, pois fazíamos
questão de alardear a santíssima fé no poder do evangelho. Já no Rio de
Janeiro, apelidavam-nos de ‘bíblias’, porque não escondíamos nosso apego à
Palavra de Deus. Noutros lugares, as alcunhas oscilavam entre o elogio e a
calúnia. Os católicos mais romanos chamavam-nos de ‘quebra-santos’, porquanto
ensinávamos que há um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, o Homem
Perfeito.
“O tempo passou. As coisas
mudaram. Hoje, somos conhecidos por um agnome elegante e chique: ‘evangélicos’.
Já não nos tratam de crentes, nem de bíblias, ou de quebra-santos. E, como
evangélicos, fomos associados à prosperidade, ao luxo e à luxúria. Se
continuarmos assim, logo perderemos também o nome de cristãos.
“Ontem, o mundo nos odiava,
porque éramos biblicamente corretos. Hoje, o seu príncipe nos bajula, por
estarmos entre os, política e socialmente, conformados. Ganhamos influência
junto aos palácios e câmaras, mas já não temos ousadia junto ao trono daAquele
cuja soberania não deve ser ignorada.
“Ontem, o joio entre o
trigo. Hoje, o trigo entre o joio. E, pouco a pouco, vai a erva daninha
sufocando a boa semente.
“No início, a igreja era
evangelizadora. Agora, meramente evangélica. Se no passado fazíamos história,
no presente, nem históricos somos. Já não temos perspectiva quanto ao futuro.
Perdemo-nos no tempo, e já não temos noção de eternidade.
“Sim, há exceções e não são
poucas. No entanto, fizemo-nos conhecidos não pelas exceções, mas pela regra
geral. Se as exceções fazem o cristianismo invisível e militante, a regra geral
dá corpo e forma à cristandade visível e já bem acomodada a este século”. (Pr. Claudionor de Andrade. O desafio da
evangelização, pp.151 a 157).
III. A IGREJA DA EVANGELIZAÇÃO INTEGRAL
A igreja da evangelização
integral é caracterizada por três ações básicas na divulgação do Evangelho de
Cristo: promoção, comissão e manutenção.
1.
Promoção. À
semelhança de Antioquia, a igreja da evangelização integral não vive de si e
para si. Antes, promove a proclamação de Cristo em todos os âmbitos (At 13:1-3).
Para ela, não existe maior evento do que evangelizar e fazer missões. Cabe à
igreja, portanto, na plena responsabilidade que lhe foi dada por Jesus Cristo,
cuidar do ser humano em sua forma integral (1Co 6:18-20), promovendo a sua
reconciliação com o Criador e proporcionando-lhe as condições necessárias para
que ele sinta a plena comunhão da família de Deus.
Para cumprir a evangelização integral não é
necessário nenhum método inovador, nem de fórmulas extravagantes, precisamos,
sim, que retornemos ao Cenáculo para sermos revestidos de poder, e, assim,
cumprir plenamente o cronograma divino do anúncio universal do Evangelho. O
poder que a igreja recebe não é político, intelectual ou ministerial, mas um
poder espiritual, pessoal e moral. A fonte desse poder é o Espirito Santo, e
esse poder é dado para que a Igreja seja testemunha de Cristo até aos confins
da Terra. Disse Jesus: “Mas recebereis a
virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me--eis testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra"
(At 1:8). Jesus está dizendo aos discípulos que não lhes bastaria o poder do
intelecto, da vontade ou da eloquência humana. Era preciso que o Espírito Santo
agisse neles, dentro deles e através deles. Que o Senhor avive as igrejas locais,
impulsionando-as aos confins da Terra.
2.
Comissão. Na
evangelização integral, a igreja tem de agir como a agência evangelizadora e
missionária por excelência. Nenhuma organização pode substituí-la nessa
tarefa. Jesus deu a ordem: “ide, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a
observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco
todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28:19,20).
O homem não tem condições
de salvar-se a si próprio e, mais, o deus deste século lhe cegou o entendimento
para que não tenha condições de ver a luz do evangelho da glória de Cristo (2Co
4:4). Portanto, é tarefa da Igreja ir ao encontro de judeus e de gentios para
lhes anunciar as boas-novas da salvação.
A ordem do Senhor é para
que se pregue a toda criatura, mesmo aquela que, pela sua conduta, pela sua
forma de proceder, é alvo de todo ódio, de toda repugnância, de todo o desprezo
da sociedade e do mundo (vide Mc 5:1-20). Observe o exemplo de Jesus - Ele ia
ao encontro dos publicanos e das meretrizes, considerados a escória da
sociedade de seu tempo. E nós, o que estamos a fazer?
3. Manutenção. É
dever de cada crente incentivar missões, orar pelos missionários e pelos que
estão sendo enviados, e contribuir financeiramente para o sustento dos
missionários. Quando olhamos para o princípio da Igreja, notamos nela o empenho
dos crentes para que houvesse a manutenção e o sustento daqueles que tinham se
dedicado à obra de Deus (At.2:44-46; 6:1-3; Fp.2:25; 4:18; 1Tm.5:18), como
também o cuidado para que os pobres não passassem por necessidades que
comprometessem a sua sobrevivência digna (2Co 8,9).
Não há qualquer fundamento
para que se diga, como alguns, na atualidade, que não há qualquer necessidade
de uma contribuição financeira na Igreja. Os textos bíblicos mostram,
claramente, que devemos contribuir para a manutenção e sustento da obra de Deus
e que esta obra envolve despesas e a necessidade de sustento daqueles que se
dedicam integralmente a ela. Como se não bastasse isso, não podemos ter, na
Igreja, qualquer necessitado, o que impõe a contribuição para que seja possível
a ação social, não só entre os crentes, mas também em relação aos incrédulos,
pois a ação social é elemento integrante da evangelização integral.
Em nossos dias, dias de “amor do dinheiro” (1Tm 6:10),
vemos dois fenômenos totalmente
inadmissíveis para o povo de Deus:
- Primeiro, a
“mercantilização da fé”, em que, aproveitando-se dos mandamentos bíblicos
referentes à contribuição financeira, muitos estão a tornar as igrejas locais
em verdadeiras “empresas religiosas”, onde há uma sede de arrecadação que tem
em vista tão somente a formação de impérios empresariais travestidos de
organizações ou empreendimentos eclesiásticos e a nutrição de uma vida
nababesca de poucos, que não estão nem um pouco preocupados com a obra de Deus,
que se fazem cercar de um sem-número de “parasitas”, aproveitadores das
“migalhas” que caem das mesas destes “mercenários”.
- Segundo, o “consumismo
desenfreado”, que tem tomado conta dos corações de muitos crentes que
direcionam os seus recursos para a satisfação de seus desejos e prazeres
incontidos, com o desvio dos recursos que deveriam ser destinados à obra de
Deus, e que servem apenas para a satisfação dos interesses materiais e mundanos
dos que cristãos se dizem ser, e que fazem com que muito do que poderia ser
utilizado na obra de Deus seja destinado para “mercenários” e para pessoas
totalmente descompromissadas com a evangelização.
Como bem diz o Pr.
Claudionor de Andrade, “evangelizar não é expandir impérios, ainda que estes
exibam títulos eclesiásticos e igrejeiros. O evangelizar autêntico e
pentecostal é mais semeadura que colheita, é mais chorar que rir, é mais pregar
que teologizar. Que exemplo o semeador da parábola nos traz! O Mestre disse que
ele saiu, mas calou-se quanto ao seu retorno, pois a evangelização integral tem
a ver com o sair, e não com o retornar”.
“No auge da prosperidade
econômica do Brasil, o que fizemos em prol da evangelização mundial? Sabemos
que algumas igrejas aproveitaram aquele momento para chegar aos confins da
Terra. Outras, porém, viveram apenas para si, como se aquele instante não
tivesse fim”.
Quando
há compromisso com a Palavra de Deus, também comprometemos o nosso patrimônio
com as “coisas de cima”, com aquilo que contribuirá para a salvação
das almas e a glorificação do nome do Senhor. Pensemos nisto!
CONCLUSÃO
“Para que existe no mundo a
Igreja Cristã? Ela não é um barco, em que podem flutuar os favoritos, felizes,
e sem cuidado algum, por sobre o mar da vida até chegar à praia áurea. Ela não
é uma companhia de seguros, à qual se podem pagar prêmios! Ela não é um clube
social, cujos membros se reúnem ocasionalmente para gozar a companhia uns dos
outros, se divertirem e trocarem ideias! Não. A Igreja de Cristo é uma
instituição ganhadora de almas, a proclamar, a tempo e fora de tempo, que Jesus
Cristo salva a todos os homens que O aceitarem...”(Orlando Boyer - Esforça-te para ganhar almas).
Foi
um prazer estar com vocês neste trimestre letivo. Espero que as Aulas
ministradas tenham despertado em cada coração o desejo de ganhar almas para o
Reino de Deus. Que Deus nos conceda ânimo, saúde física e mental, e inspiração
para enfrentarmos o novo desafio que está por vir. Deus os abençoe
sobremaneira!
------
Luciano de Paula Lourenço
Disponível
no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário
Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Revista
Ensinador Cristão – nº 67. CPAD.
Ev.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. Evangelização – a Missão máxima da Igreja.
PortalEBD_2007.
O
desafio da Evangelização. Pr. Claudionor, de Andrade. CPAD.
Orlando Boyer. Esforça-te para ganhar almas. Ed. Vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário