4º Trimestre/2016
Texto Base: 2Reis 4:1-7
“Pois
o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses [...], que não faz acepção de
pessoas, nem aceita recompensas; que faz justiça ao órfão e à viúva e ama o
estrangeiro, dando-lhe pão e veste”(Dt.10:17,18).
INTRODUÇÃO
Nesta Aula, trataremos acerca do milagre que
Deus operou por intermédio do profeta Eliseu para salvar uma viúva e seus dois
filhos de uma crise financeira. Essa história, relatada em 2Reis 4:1-7, é muito
conhecida no meio cristão tradicional e é um exemplo importantíssimo de como a
provisão de Deus funciona no nosso lar. Esse milagre nos ensina que o pouco com
Deus torna-se muito e a escassez pode converter-se em abundância. O Deus de
Elizeu é também o nosso Deus. Ele é imutável - “Porque eu, o Senhor, não
mudo...”(Ml.1:17); “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje e eternamente”(Hb.13:8)
-, e mediante sua graça continua a alcançar os corações daqueles que estão
desesperados por um milagre em sua casa.
I. UMA FAMÍLIA EM DIFICULDADES
1. A crise das dívidas. Não
sabemos o nome da viúva nem dos seus filhos, mas sabemos que ela era esposa de
um discípulo de Eliseu. De acordo com o historiador Flavo Josefo, “a viúva
desta história era a esposa de Obadias, o mordomo de Acabe em 1Reis 18:3. O
motivo de a família estar endividada era que Obadias havia sustentado os 100
profetas do Senhor que ele escondera de Acabe e Jezabel” (cf. 1Rs.18:4).
Naquela época, e até mesmo à época de Jesus, as viúvas eram sustentadas pelos filhos.
Tudo indica que os dois filhos dessa viúva ainda eram crianças. Como herança, o
aprendiz de profeta deixou-lhe dois filhos para criar e uma dívida para saldar.
Não havia pensão, não havia seguro de vida e não havia ninguém por ela. Por
isso, não tardou surgirem os “abutres do lucro fácil”, ávidos por confiscar os seus
filhos.
2.
O risco de perder os filhos. Achando-se incapaz de
saldar a dívida deixada pelo seu marido, a viúva enfrentou a possibilidade de o
credor tomar seus dois filhos para um período de escravidão. Os credores
queriam logo recuperar seu dinheiro. Então, a viúva deve ter-lhes dito: “Sinto muito, senhores, eu não tenho recursos
para pagar a dívida que o meu marido contraiu”. Ao que eles, talvez,
responderam: “Muito bem, senhora, como não
dispõe do valor necessário para quitar a dívida, de acordo com a lei, podemos
levar seus dois filhos como pagamento. Eles serão nossos escravos, para
compensar a dívida que seu a marido não saldou”. O texto em Levítico
25:39,40 determina que se o devedor não pudesse pagar a sua dívida, ele era
obrigado a servir ao credor como escravo até o ano do jubileu. Deus, porém,
interveio e concedeu àquela viúva a provisão suficiente para atender à sua
urgente necessidade e de seus dois filhos.
Aquela era uma época terrível! Eram dias de
plena apostasia, em que o temor de Deus havia desaparecido; cada um fazia o que
queria, ignorando por completo a lei de Deus. Os contemporâneos de Eliseu
abusavam das crianças necessitadas, tolhendo-lhes o direito, o respeito e a dignidade.
E os nossos contemporâneos, não têm feito o
mesmo? Nossas crianças têm sido comercializadas; sua inocência tem dado lucro a
muita gente; seu corpo angelical tornou-se um objeto de desejo; suas mãos
delicadas se transformaram em “mão-de-obra barata”; a formação do caráter e
personalidade de milhares de crianças inocentes e indefesas tem sido colocada à
mercê de casais homossexuais, com educação moral e espiritual totalmente
desviada do padrão judaico-cristão. Não podemos nos calar, nem fingir que tudo
isso não acontece.
3.
A viuvez. Dentro dos dramas sociais que o cristão
pode se deparar está a viuvez. É um fato comum em nossa sociedade,
caracterizado pela perda do companheiro de vida, que abarca milhares de
pessoas. Faz parte do processo natural da existência do ser humano, por isso
deve-se estar preparado para este estado aflitivo da vida. Quando o cônjuge
perde a sua companheira (ou companheiro) significa um rompimento do ciclo de um
convívio íntimo, intenso e profundo; a pessoa viúva enfrentará a solidão e a
saudade do cônjuge que se foi. Algumas pessoas suportam com resignação esta
lacuna da vida, mas outras se definham diante da amargura que lhe envolve,
resultando em insegurança existencial que paralisam a sua sociabilidade e
espiritualidade.
A palavra viuvez deriva da forma latina “vidua”, que significa “ser privado de algo”. É uma situação de
desconsolo por desamparo. É um fato dramático, que atinge não só o psiquê e a saúde dos indivíduos, mas
também suas relações sociais, tanto dentro da família quanto na sua comunidade.
A condição de viuvez pode fazer com que as pessoas após anos de convivência,
enfrentem um momento de solidão, processo profundamente sofrido, não só pela
perda do marido ou esposa, mas pelas dificuldades em administrar a casa e os
filhos na falta do chefe da família.
No Antigo Testamento, a viúva era personagem
marginalizada, especialmente se não tinha filhos crescidos para cuidar dela ou
algum familiar que se tornasse o remidor, casando-se com ela. Era facilmente
vitimada e tinha limitados recursos materiais e financeiros (vide Sl.94:6).
Mas, Deus sempre teve uma atenção especial à viuvez, quer no Antigo quer no
Novo Testamento. As recomendações foram claras e imperativas ao povo de Israel.
Cito algumas:
“Quando
no teu campo colheres a tua colheita, e esqueceres um molho no campo, não
tornarás a tomá-lo; para [...] a viúva será; para que o Senhor teu Deus te
abençoe em toda a obra das tuas mãos”(Dt.24:19);
“Quando sacudires a tua oliveira, não
voltarás para colher o fruto dos ramos; ...para a viúva será”(Dt.24:20);
“Quando vindimares a tua vinha, não voltarás
para a rebuscá-la; ...para a viúva será o restante”(Dt.24:21);
“Quando acabares de separar todos os dízimos
da tua colheita no ano terceiro, que é o ano dos dízimos, então os darás ao
levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas
portas, e se fartem”(Dt.26:12);
“A nenhuma viúva ... afligireis”(Ex.22:22).
“Se
algum crente ou alguma crente tem viúvas,
socorra-as, e não se sobrecarregue a igreja, para que se possam sustentar as
que deveras são viúvas”(1Tm.5:16).
A bondade demonstrada às viúvas era louvada
como um dos sinais da verdadeira religião. Diz o profeta Isaías: “Aprendei a fazer o bem; praticai o que é
reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas”
(Is.1:17). Diz também Tiago: “A religião
pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas
nas suas Tribulações...” (Tg.1:27).
Quando esta fase da vida chega na vida de um
irmão ou irmã, a Igreja e a família devem estar prontas para dar-lhe total
apoio, consolo e carinho, bem como acudi-la(o) no aspecto estrutural necessário
à sua convivência social e firmeza espiritual.
É bom ressaltar que a opressão e a injúria
contra as viúvas fazem o faltoso incorrer em horrenda punição – “E chegar-me-ei a vós para juízo, e serei uma
testemunha veloz contra os que [...] pervertem o direito da viúva [...]
(Ml.3:5).
No caso da viúva em epígrafe, a dívida
contraída por seu marido deveria ser paga com a venda de seus filhos. Em meio a
esta situação tenebrosa, a mulher lembrou-se do homem de Deus. Talvez Eliseu
tivesse conhecido aquela família nos tempos de bonança.
Deus não desampara as viúvas e os órfãos. Deus
é o socorro do Seu povo na hora da angústia. O salmista assim se expressou: “Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza,
auxílio sempre presente na adversidade” (Salmo 46:1). O socorro divino nem
sempre se manifesta em forma de milagre, de algo sobrenatural; pode ser de
forma muito simples e nem ser notada. Geralmente o socorro de Deus vem pela
ação de algum dos Seus servos que Ele usa para a glória do nome dEle; muitas
vezes vem como resposta à oração. É o Pai respondendo ao clamor de seus filhos.
II. DEUS REALIZA MILAGRES
1. A fé do profeta. O
milagre é uma forma perceptível de demonstração de que a fé é o meio pelo qual
alguém obtém os benefícios da parte de Deus. Os 14(quatorze) milagres operados
pelo profeta Eliseu evidenciam a fé dele e o cuidado de Deus para com todos
aqueles que creem nEle. Foram uma clara demonstração do poder de Deus, que teve
como propósito específico demonstrar a graça de Deus e sua glória nas mais
diferentes situações. Em nenhum momento Eliseu ensoberbeceu-se do dom que havia
nele, e nem deixou transparecer que se tratava de algo que ele conseguia
manipular através do domínio de alguma técnica ludibriante.
Os
milagres operados objetivam a glorificar a Deus. A
maioria deles é uma resposta de Deus ao sofrimento do ser humano, todavia, não
se concentra no ser humano, mas em Deus. Diferentemente do que acontece hoje em
muitos segmentos cristãos, principalmente aqueles que se expõem na mídia, os
profetas do Antigo Testamento bem como os discípulos de Cristo nunca buscaram
chamar a atenção para si através dos milagres que realizavam nem tirar
proveitos deles. No Novo Testamento, os milagres estão diretamente ligados com
a obra salvífica de Cristo e tem a função de confirmar a palavra que é pregada
pelos mensageiros do Senhor.
O
milagre não tem por objetivo criar um espetáculo. Observe
que os milagres não davam testemunho dos apóstolos e sim do Senhor Jesus e da
sua mensagem. Somente os que buscam a própria glória transformam os milagres em
um show (é o que estamos vendo hoje em muitas igrejas). Para esses, Jesus tem
um recado: “Muitos me dirão naquele Dia:
Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não
expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então,
lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais
a iniquidade”(Mt.7:22,23).
O
crente deve ter cuidado com a supervalorização dos milagres. Conquanto
Deus realize sinais e maravilhas através do seu povo santo, os mesmos não devem
nortear a vida do crente. Sinais e maravilhas são feitos pelo Senhor, que utiliza
a instrumentalidade humana para esse fim, mas isso não significa que eles são o
indicativo para a orientação de Deus às nossas vidas. Há pessoas que se colocam
como reféns de milagres, como se estes fossem o marco regulatório para a vida
cristã, e não tomam nenhuma postura ou atitude na vida se não virem milagres à
sua volta. Tais pessoas precisam aprender a crer que os milagres são parte do
Evangelho, mas que a Palavra de Deus é que deve nortear a vida do crente. Os
sinais seguem aqueles que seguem a Palavra de Deus, e não os que creem seguem
os milagres.
2.
A viúva procurou Eliseu. Não tendo a quem mais
recorrer, a pobre viúva apelou ao profeta Eliseu, apesar de saber que este
também não possuía recursos financeiros. Confiava que ele encontraria em Deus
uma saída para a crise. Ela sabia que o profeta Eliseu era um homem de Deus,
por isso recorreu a ele (2Rs.4:1). As Escrituras Sagradas mostram que o Senhor
socorre o necessitado:
“Porque
foste a fortaleza do pobre e a fortaleza do necessitado na sua angústia...” (Is.25:4);
“Porque
o Senhor ouve os necessitados…”(Sl.69:33);
“Cantai
ao Senhor, louvai ao Senhor; pois livrou a alma do necessitado da mão dos
malfeitores” (Jr.20:13);
“Eu
sou pobre necessitado; mas o Senhor cuida de mim; tu és o meu auxílio e o meu
libertador; não te detenhas, ó meu Deus” (Sl.40:17).
Diante do clamor daquela viúva (2Rs.4:1),
Eliseu ficou sensibilizado e não hesitou em atendê-la. Como homem de Deus, ele sabia
que o Senhor poderia reverter a situação financeira daquela viúva. Ele não quis
saber quem era o responsável pela dívida, mas decidiu ajudar uma pessoa
necessitada. Tal como Elias fizera em Sarepta (1Reis 17), usou do pouco que ela
tinha para resolver o problema. Deus compadeceu-se daquela mulher sofredora e
interveio na sua causa. O Senhor é compassivo, misericordioso e longânime –
“Piedoso é o Senhor e justo; o nosso Deus tem misericórdia” (Sl.116:5); “As
misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas
misericórdias não têm fim” (Lm.3:22).
Aquela mulher procurou um servo de Deus e
apresentou seu problema, pedindo socorro. Nosso comportamento deve ser o mesmo
hoje. Quando enfrentamos dificuldades, devemos clamar a Deus pedindo Sua ajuda.
Ele designará um cristão que o ama e obedece a Ele para nos socorrer. Deus está
sempre à nossa espera para atender e satisfazer todas as nossas verdadeiras
necessidades. Por isso nós, servos de Deus, podemos ser usados da mesma maneira
que o Senhor usou Eliseu, com o objetivo de auxiliar alguém que esteja passando
necessidades. Há grande suprimento para toda necessidade quando Deus intervém.
Coloque tudo o que tem nas mãos de Deus e, ainda que seja pouco, se fará mais
que suficiente.
3.
Deus utiliza aquilo que temos. Diante do clamor da
viúva, o profeta Eliseu perguntou-lhe: “Que
te hei de eu fazer? Declara-me que é o que tens em casa. E ela disse: tua serva
não tem nada em casa, senão uma botija de azeite” (2Rs.4:2). É uma resposta
bastante desanimada. Às vezes acontece conosco também, quando estamos diante das
crises que se agigantam de forma tenebrosa e nos deixa combalidos. Ora, se para
Deus o nada já é muita coisa, quanto mais uma botija de azeite. A provisão
milagrosa lhe veio mediante o que ela já tinha: um vaso de azeite. A provisão
foi dada na medida da fé que a mulher tinha e da sua capacidade de
armazenamento. Deus usou o que ela possuía para multiplicar-lhe os recursos e
realizar o milagre de que ela precisava. Para Deus operar um milagre a
quantidade não faz nenhuma diferença. Vejamos:
· Moisés
– tinha uma vara: “… e os filhos de Israel passaram pelo meio do mar em seco…”
(Êx.14:16,21,22).
· Sansão
– tinha uma queixada de um jumento: “… e feriu com ela mil homens” (Jz.15:15).
· Davi
– tinha uma funda e cinco pedras: “E assim… prevaleceu contra o gigante filisteu…”
(1Sm.17:40,50).
· A
viúva de Sarepta – tinha farinha na panela e azeite na botija: “… e assim comeu
ela… e a sua casa muitos dias” (1Rs.17:12,14,15).
· Elias
– tinha uma capa: “… e passaram ambos (Elias e Eliseu) o rio Jordão em seco”
(2Rs.2:8).
· Os discípulos
– tinham cinco pães e dois peixinhos: “… e deram de comer a quase cinco mil homens”
(Mc.6:37-44).
· O
apóstolo Pedro – tinha unção e poder e disse ao paralítico: “Não tenho prata
nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno,
levanta e anda” (At.3:6).
· O
apóstolo Pedro tinha uma rede de pesca e viu o milagre de Deus, depois de uma
noite sem pegar nada – “E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de
peixes, e rompia-se-lhes a rede” (Lc.5:6).
· A
mulher do profeta – tinha apenas uma botija de azeite. E foi a partir desta
botija de azeite que Deus operou o milagre: “E sucedeu que, todos os vasos
foram cheios…” (2Rs.4:2,6,7). É a partir de "uma botija de azeite"
que Deus torna tudo abundante, porque Ele é o Deus de toda provisão.
III. PROVISÃO NA MEDIDA CERTA
1. Preparação para receber o milagre. Eliseu
havia compreendido o que Deus podia fazer usando um simples vaso com azeite, a
princípio insignificante, e então disse à mulher e a seus filhos para pedir
emprestado aos vizinhos a maior quantidade de frascos vazios que pudessem (cf.
2Rs.4:3-5). A mulher precisaria de muitas vasilhas, pois a multiplicação do
azeite, que haveria em sua casa, seria sem medida, abundante. Ela precisava se
preparar para receber tal bênção. O azeite era uma mercadoria muito apreciada
em Israel, servindo como alimento, medicamento, cosmético, combustível e para
fins religiosos. Aquela mulher demonstrou o seu calor por meio da fé e por meio
de um especial empenho para vender rapidamente o produto e saldar sua dívida.
Muitas vezes, nos sentimos como aquela viúva
quando percebemos que o que nos resta parece algo absolutamente insignificante,
de modo que nem cogitamos que aquilo possa ser usado por Deus a nosso favor.
Contudo, essa história nos mostra que Deus tem poder para transformar em muito
aquilo que nos parece pouco.
Creia que o dia do seu milagre chegará,
assim como chegou para essa viúva. Só precisamos manter o que aquela viúva mantinha:
temor a Deus (2Rs.4:1). Aos seus servos o Senhor Deus não nega bem nenhum. No
tempo apropriado a provisão divina chegará. Está escrito: “Os filhos dos leões necessitam e sofrem fome,
mas àqueles que buscam ao Senhor bem nenhum
faltará”(Sl.34:10).
2.
Provisão abundante. A viúva recebeu mais do que precisava
- “... E sucedeu que, cheios que foram os
vasos, disse a seu filho: Traze-me ainda um vaso. Porém ele lhe disse: Não há
mais vaso nenhum. Então, o azeite parou “(2Rs.4:6). A viúva recebeu do
Senhor mais do que pedira. Seu pedido fora apenas que seus filhos ficassem
livres de viver na escravidão, mas em sua pobreza ela ainda tinha muitas outras
necessidades. Deus Se dispôs a suprir essas necessidades. Ele constantemente dá
aos seres humanos bênçãos muito maiores do que eles pedem para si mesmos.
O milagre, portanto, depende do que se têm.
O que é que você tem em casa? Diante da pergunta, você poderia responder: “Não
tenho nada”. Não seja tão pessimista para enxergar o quão é suficiente para
Deus para fazer um grande milagre através daquilo que você considera não ser
nada. Um martelo é suficiente para transformar você num homem de grandes
negócios. Deus irá operar o milagre em sua vida a partir do que você tem. Se
nada oferecemos a Deus, Ele nada terá para usar. Mas Ele pode usar o pouco que
temos e transformá-lo em muito. “Sem fé é impossível agradar a Deus”.
Nós podemos nem ter tudo, e, contudo,
podemos ter conosco alguma coisa que Deus é capaz de abençoar abundantemente -
“Ora, àquele que é poderoso para fazer
tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o
poder que em nós opera” (Ef.3:20).
Não perca a esperança! O pouco pode ser
transformado em muito se for colocado nas mãos do Senhor e por Ele abençoado. A
viúva tinha somente uma botija de azeite e a lição que aprendemos é que Deus
abençoa aquilo que temos. Sua medida é sempre além, sacudida, recalcada e
transbordante (Lc.6:38).
3.
Fé em ação. A viúva e seus dois filhos precisavam
seguir as orientações do profeta. A orientação do profeta Eliseu foi simples e
objetiva:
a) “...pede para ti vasos emprestados a
todos os teus vizinhos, vasos vazios, não poucos”. Às
vezes temos que fazer algo que esteja ao nosso alcance para receber o que Deus
nos quer dar.
b) “...fecha a porta sobre ti e sobre teus
filhos...”. A mulher devia fechar a porta, ficar a sós
com seus filhos e trabalhar. Nem sempre as bênçãos de Deus acontecem no meio de
muita gente. Neste sentido, Jesus orientou assim: “Mas quando você orar, vá
para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu
Pai, que vê em secreto, o recompensará” (Mt.6:6).
“...fecha a porta” (2Rs.4:4). O que se
percebe nesta expressão é que o homem de Deus, Eliseu, não buscou notoriedade
no milagre. Ele tinha plena certeza que Deus era quem estava operando aquele
grande milagre. Então a glória pertencia a Deus e não ao profeta. É possível
que uma das causas da escassez de milagres hoje esteja na publicidade
desenfreada. Deus quer privacidade, mas os homens gostam de notoriedade. Gostam
de aparecer e vangloriar-se (leia Lc.12:15). Deixam a porta aberta para serem
vistos!
c)
“... e eles
lhe traziam os vasos, e ela os enchia”. A mulher foi ajudada por
seus filhos. A participação de nossos filhos na obra de Deus é uma bênção!
d)
“...vivei do resto”(2Rs.4:7). A viúva e seus filhos olharam
para todos os vasos cheios do azeite oriundo de sua pequena botija e o fez
saber ao homem de Deus. E Eliseu disse para ela vender o azeite e pagar a
dívida deixada por seu marido. Com o dinheiro que sobrasse, ela e seus filhos,
poderiam viver por muito tempo. O milagre da multiplicação do azeite, além de
resolver o problema da dívida deixada pelo marido, proveu o sustento dela e dos
filhos por muito tempo. Às vezes Deus quer dar bênçãos duradouras e a pessoa
quer apenas as temporárias. Salvação é bênção duradoura; cura de alguma
enfermidade é temporária.
Portanto, precisamos agir com fé, pois a fé
sem obras, sem atitudes, sem ação, é morta. A mulher pegou as vasilhas e
começou a enchê-las a partir da botija de azeite que ela tinha em sua casa. Ela
foi quem encheu as vasilhas e não o profeta. Este somente deu a orientação. Da
mesma forma, Deus nos orienta, conforme as nossas forças e os nossos recursos,
a agirmos e buscarmos a solução para os nossos problemas. Mas, nós é que
devemos que correr atrás, que buscar, que agir.
A
fé que aquela mulher tinha no Senhor tornou possível que ela saísse daquela
situação crítica; permitiu que ela apresentasse seu problema a Deus e confiasse
nele para orientá-la no sentido de encontrar a solução. Deus também deseja que
você creia e busque em Sua Palavra a orientação sobre o que esperar dele e
sobre como agir com sabedoria nos momentos de escassez.
Prezado irmão e amigo, você está aguardando
no Senhor algum milagre em sua casa, em sua vida? Você tem passado por
provações na vida semelhante às desta viúva? Você é temente a Deus como essa
viúva? Você tem buscado em Deus a solução de seus problemas ou apenas tem
comentado com os outros o que você está passando? Faça como a viúva em comento:
seja obediente aos mandamentos de Deus, tenha fé e aja com ousadia e
determinação.
CONCLUSÃO
Muitos são os fatores que podem levar uma
família a passar escassez: a morte do provedor ou o descaso deste para com os
seus dependentes; desemprego, doenças, etc. É bom saber que estes fatores podem
acontecer tanto para os que amam e temem ao Senhor quanto para os que não o
temem. Temos que avaliar as causas disso. Muitas vezes a escassez advém de
desequilíbrio na família, no tocante ao consumismo. O mal de muitos é não saber
distribuir, é não ter método no gastar. Se tem muito, gastam tudo; quando não
tem bastante, tomam emprestado. Por isso a vida financeira de muitos que se
dizem cristãos é uma pedra de tropeço diante dos incrédulos. Sejamos cuidadosos
na maneira de gastar o nosso dinheiro, busquemos a direção do Senhor de nossas
vidas, para que ele nos ensine a usar o pouco que nos foi entregue. Economize
comprando no estabelecimento que é mais em conta. Racionalize os gastos com
água, luz, telefone, etc. (ler Gn.41:35,36; Pv.21:20). Fuja das dívidas! Evite
o desperdício e o supérfluo. Gaste somente o necessário, dentro da sua
capacidade financeira! Liberte-se do consumo irresponsável! Viva dentro do
orçamento cabível e, se for possível, reserve um pouco para imprevistos, que
sempre aparecem.
“O
Senhor é meu Pastor; de nada terei falta” (Sl 23:1,NVI). Deus,
o Pastor do Salmo 23, é Aquele que detém todas as coisas em Suas mãos, e faz
com que nada falte aos Seus. Restaura a saúde, proporciona tranquilidade,
segurança, proteção, prosperidade e fartura. Sua bondade e fidelidade
acompanham seus filhos por toda a vida. Creia nisso!
Assim como aquela viúva que pediu ajuda ao
profeta Eliseu, temos uma dívida que não podemos pagar, que herdamos de Adão e
na qual incorremos todos os dias: o pecado. E o pagamento dessa dívida
implicaria a morte espiritual e eterna, se não fosse o sacrifício de Cristo
Jesus em nosso lugar. Jesus pagou a nossa dívida com Sua própria vida. O
apóstolo Paulo com muita propriedade escreveu: “Havendo riscado a cédula que
era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária,
e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz”(Cl.2:14). Portanto, no momento em
que alguém aceita Jesus, com sinceridade, é salvo, e suas reais necessidades
(de perdão, paz, amor, salvação, vida eterna, etc.) são supridas.
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível
no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário
Bíblico popular (Antigo Testamento) - William Macdonald.
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Revista
Ensinador Cristão – nº 68. CPAD.
Rev.
Hernandes Dias Lopes. Quatro homens, um destino.
Pr.
Elienai Cabral. O Deus da Provisão, Esperança e sabedoria divina para a Igreja
em meio ás crises. CPAD.
Rev.
Hernandes Dias Lopes. Rute, uma perfeita história de amor.
Comentário
Bíblico Beacon, v.2 – CPAD.
Porção
Dobrada – Pr. José Gonçalves – CPAD.
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