No 4º Trimestre letivo de 2020, estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o seguinte tema: A Fragilidade Humana e a Soberania Divina - Lições do Sofrimento e da Restauração de Jó. O comentarista das Lições é o pastor José Gonçalves, e estão distribuídas sob os seguintes assuntos:
Lição 1 - O Livro de Jó.
Lição 2 - Quem
Era Jó.
Lição 3 - Jó e a
Realidade de Satanás.
Lição 4 - O Drama
de Jó.
Lição 5 - O
Lamento de Jó.
Lição 6 - A
Teologia de Elifaz: Só os Pecadores Sofrem?
Lição 7 - A
Teologia de Bildade: Se Há Sofrimento, Há Pecado Oculto?
Lição 8 - A
Teologia de Zofar: O Justo não Passa por Tribulação?
Lição 9 - Jó e a
Inescrutável Sabedoria de Deus.
Lição 10 - A
Última Defesa de Jó.
Lição 11 - A
Teologia de Eliú: O Sofrimento É uma Correção Divina?
Lição 12 - Quando
Deus se Revela ao Homem.
Lição 13 - Quando Deus Restaura o
Justo.
Neste trimestre
estudaremos preciosas lições por ocasião da Escola Bíblica Dominical, e teremos
como base o sofrimento e a restauração de Jó, cujo relato consta no livro que
leva o seu nome.
Em Jó, enxergamos
que a integridade e sinceridade no servir a Deus não depende das circunstâncias
que cercam o homem na sua vida terrena, bem como de que Deus está, sempre, no
controle de todas as coisas, de forma que não podemos, de forma alguma, pelas
aparências julgarmos a espiritualidade de alguém; antes, pelos resultados de
seus atos é que poderemos tirar alguma conclusão a respeito.
Está escrito que
Jó era um homem grandemente próspero, cuja prosperidade material era
consequência de uma vida de comunhão com Deus. Não que uma vida de comunhão com
Deus vá trazer, necessariamente, prosperidade material, pois, se falarmos isto
estaremos faltando com a verdade, pois há inúmeros exemplos de pessoas que foram
e são virtuosas e verdadeiros instrumentos nas mãos de Deus, mas que não
possuíam nem possuem qualquer patrimônio exuberante, tendo de viver às custas
de seu trabalho, como foi o caso, por exemplo, dos apóstolos de Jesus.
Entretanto, Jó tinha plena consciência de que todo aquele bem-estar econômico
era fruto de seu relacionamento com Deus, relacionamento este que era o mais
importante e o que deveria sempre perdurar, sendo a prosperidade material uma
consequência, bem-vinda, que não lhe era, em absoluto, um estorvo, mas onde o
patriarca não punha o seu coração. Ela existia, mas não estava nela a sua
esperança, tanto que, quando tudo se foi, e em um só dia, mesmo assim, Jó ainda
pôde adorar ao seu Deus, porque seu relacionamento com Ele independia de tudo
isto (Jó 1:20,21).
“Então, Jó
se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra,
e adorou, e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o
Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor”.
Deus foi
testemunha ocular da fidelidade de Jó. Certa feita, o adversário compareceu
diante de Deus, juntamente com os demais "filhos de Deus", como que
para prestar contas de suas andanças e vagueações ao redor da Terra. O texto
sagrado afirma-nos que isto ocorreu, e é o que basta para crermos e admitirmos
que isto assim se deu, não devendo nos meter em coisas que não vimos e tentar
explicar porque o adversário pôde entrar na presença de Deus, porque ele assim
o fez (ou faz) (Cl.2:18). O fato é que o adversário apresentou-se diante de
Deus e o próprio Deus deu testemunho a respeito de Jó, dizendo ser ele sincero,
reto, temente a Deus e que se desviava do mal (Jó 1:8).
O testemunho de
Deus a respeito de Jó ressalta que "não havia ninguém semelhante a ele"
na face da Terra. Isto mostra que o servo de Deus deve sempre se sobressair
pelo seu caráter diferenciado no meio de um mundo pecaminoso. É neste sentido
que Jesus afirmou que o cristão é luz do mundo e, como tal, não pode ser
escondido debaixo do alqueire (Mt.5:14,15).
O crente deve se
sobressair não pelo seu dinheiro, não por sua posição, mas pela sua obediência
ao Senhor. O importante é que o servo de Deus seja distinguido não pelos
homens, mas por Deus. Jesus conta-nos a história de alguém que queria ser
louvado pelos semelhantes e que, por isso, não foi justificado por Deus
(Lc.18:9-14). Devemos, portanto, evitar querermos aparecer diante dos homens,
mas que possamos ser relevantes diante do Senhor.
Além de fiel a
Deus, em quaisquer circunstâncias, Jó também era um pai exemplar. Ele tinha um
cuidado sobremodo exemplar para com os seus filhos. O
cuidado de Jó para com seus filhos era, sobretudo, espiritual. Sendo um homem
muito rico, Jó, naturalmente, cuidava das necessidades materiais de seus filhos
e com grande opulência, a ponto de seus filhos terem, cada um, sua casa, servos
a seu dispor e realizarem, costumeiramente, banquetes, vivendo, assim,
regaladamente, como pessoas de grande poder aquisitivo que eram. No entanto, Jó
não se limitava a providenciar a manutenção material de seus filhos, mas
buscava santificá-los ao término do turno dos banquetes. Assim, buscava manter
seus filhos em padrões de santidade. Será que temos tido esta preocupação de
buscar a santificação de nossos filhos? Uma ordem vinda dos céus afirma-nos
que, quem é justo, faça justiça ainda, e quem é santo, santifique-se ainda
(Ap.22:11b).
Na verdade, a vida de Jó é
emblemática; ela tem
servido de inspiração para milhões de indivíduos que atravessam o vale escuro
das provas. A sua história tem sido bálsamo para os que choram, conforto para
os aflitos e esperança para os desesperançados.
Jó foi
elevado às alturas excelsas e despencou de lá. Sofreu os golpes mais duros.
Perdeu seus bens, seus filhos, sua saúde, o apoio de sua mulher e de seus
amigos. Caiu não apenas ao chão, mas desceu aos vales mais tenebrosos. Foi
nocauteado e jogado na lona sem nenhuma força para se levantar. Quando seu
destino parecia irremediável, Deus o levantou das cinzas, ergueu-o do pó e
restaurou sua sorte, cumulando-o com o dobro de tudo quanto possuíra. A
restauração de Jó traz aos corações
quebrados pela dor uma réstia de esperança, um facho de luz, um sinal do favor
de Deus.
Por
pior que seja a situação, por mais sombria que seja a realidade, Deus é poderoso
para reverter o quadro e trazer-nos à tona para respirar. Com Deus não tem
causa perdida. Para ele
não há impossíveis.
Com Deus, nossas noites escuras e frias podem converter-se em manhãs cheias de
luz e calor.
Como
bem diz o Rev. Hernandes Dias Lopes, Deus ainda está escrevendo a nossa
biografia. O último capítulo ainda não foi escrito. Aquilo que parecia ser
nossa morte, pode converter-se em trampolim para a nossa mais expressiva
vitória. Aquilo que foi motivo das nossas maiores lágrimas pode transformar-se
na razão da nossa maior alegria. Aquilo que nos fez chorar e sangrar pode converter-se
numa fonte de consolo para milhares de pessoas. O Deus soberano jamais
permitirá que soframos sem um santo propósito. Deus não desperdiça sofrimento
na vida de seus filhos. Para cada lágrima que rola em nossa face, Deus tem um
consolo. Para cada prova, uma providência libertadora. Se as provações têm
diferentes tonalidades para nos afligir, também a graça de Deus tem diferentes tons
para nos consolar.
Que,
neste trimestre, possamos compreender os sublimes propósitos de Deus ao
permitir o sofrimento dos justos, bem como busquemos ter uma vida diante de
Deus que possa fazer com que o Senhor nos dê diante do universo o mesmo
testemunho que deu de Jó e que seja esta a nossa finalidade e o nosso objetivo
no servir a Deus, e não nos deixemos levar pela pregação da falaciosa "teologia
da prosperidade", cabalmente desmentida nestas páginas inspiradas do livro
de Jó.
Ev.
Luciano de Paula Lourenço
Jó é um exemplo além do conhecido sofrimento pelo qual passou. Ele nos ensina a persistir e crer em inimagináveis soluções que o Senhor proporciona em meio à atmosfera de desesperança que nos cerca.
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