4ºTrimestre/2023
Subsídio para a Lição 13
Texto Base: Apocalipse 5:9-14
“Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é
imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1Co.9:16).
Apocalipse 5:
9. E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de
abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus
homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação;
10.e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão
sobre a terra.
11.E olhei e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos
animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões e milhares de
milhares,
12.que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de
receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações
de graças.
13.E ouvia toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da
terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está
assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e
glória, e poder para todo o sempre.
14.E os quatro animais diziam: Amém! E os vinte e quatro anciãos
prostraram-se e adoraram ao que vive para todo o sempre.
INTRODUÇÃO
Jesus veio ao mundo com uma missão de morrer pelos nossos pecados e, por
meio dessa morte de cruz, fazer com que tivéssemos acesso livre ao Pai e a
promessa da salvação. Jesus foi enviado pelo próprio Deus para tão nobre Missão
(João 3:16). Deixou a sua glória e veio ao mundo sofrer e morrer como homem
para que hoje, eu e você pudéssemos ser livres, pois somente por meio de Cristo
somos verdadeiramente livres (João 8:36). E quando Jesus veio a Terra, nos
deixou também uma voz de comando, pois assim como ele foi enviado pelo Pai, ele
também nos envia - ”assim com o Pai me enviou eu também vos envio” (João
20:21).
Assim, fazer missões é levar as boas novas do Senhor para aqueles que
precisam ser alcançados por uma palavra de cura, esperança e salvação para
aqueles que estão desacreditados. Mas para alcançar povos de todo o canto do
mundo é necessário se dedicar a aprender a língua e a cultura do lugar de forma
que apliquem a mensagem para que todos possam compreender. Apesar de ter
pessoas com esse chamado específico de missionário, a ordem é para todos nós,
pois Jesus diz: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt.28:19).
Então, para que fazer missão? (a) Para que vidas sejam
alcançadas (Lc.4:18) - “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me
ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade
aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos”; (b)
Para que o evangelho seja propagado (Atos 13:47) - Pois assim o Senhor nos
ordenou: “Eu fiz de você luz para os gentios, para que você leve a salvação até
aos confins da terra”; (c) Para que conheçam Jesus Cristo (Is.12:04) - “E
direis naquele dia: Dai graças ao Senhor, invocai o seu nome, fazei notório os
seus feitos entre os povos, contai quão excelso é o seu nome”; (d) Para que
haja liberdade de vida por meio daquele que nos enviou (2Pd.2:9) - “Assim, sabe
o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do
juízo, para serem castigados”; (e) Para que o Reino cresça (João 3:30) – “É
necessário que ele cresça e que eu diminua”.
I. O ALVO
DA OBRA MISSIONÁRIA
1. O
fundamento da realidade salvífica
O entendimento da realidade salvífica, conforme descrito na Bíblia, é
fundamental para todos os cristãos. O livro do Apocalipse é o último livro da
Bíblia Sagrada que descrevem visões proféticas de João sobre a vitória da
Igreja, o juízo divino sobre a humanidade, e sobre satanás e seus anjos, bem
como mostra o propósito de Deus de redimir a humanidade desde o livro de
Gênesis.
Apocalipse 5:9 destaca a redenção através do sacrifício de Jesus Cristo,
o Cordeiro de Deus que foi sacrificado para redimir a humanidade, permitindo a
reconciliação entre Deus e os seres humanos. Nenhum outro sacrifício, tanto o
de animais no Antigo Testamento quanto o de seres humanos na história das
nações pagãs, com vistas a alcançar a salvação do homem, teve o êxito de apagar
os pecados do passado, do presente e do futuro; somente o sacrifício de Cristo
foi completo nesse sentido, a ponto de anular uma aliança antiga para inaugurar
um novo tempo de relacionamento com Deus, estabelecendo uma aliança nova,
superior e perfeita.
A ideia de anunciar essa realidade salvífica para toda a humanidade é
central na missão da Igreja. Os cristãos têm a convicção de que pregar o
Evangelho e a mensagem da salvação é uma responsabilidade fundamental. Eles
buscam propagar a fé, compartilhar o amor e a graça de Deus, e convidar as
pessoas a aceitarem a redenção oferecida por meio de Jesus Cristo.
Essa missão de pregar a mensagem de salvação vai ao encontro do que é
conhecido como a Grande Comissão, encontrada nos Evangelhos, onde Jesus instrui
seus discípulos a pregar o Evangelho a todas as nações e fazer discípulos
(Mt.28:18-20).
2. Um
propósito global
Em Mateus 28:18-20, Jesus diz: "Portanto, vão e façam discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo". A palavra “toda” traz a mesma conotação de alcance em que
encontramos em Apocalipse 5. Essas passagens enfatizam a universalidade do
Evangelho e o propósito glorioso de Deus para sua igreja: proclamar o Evangelho
a todas as nações e pessoas.
A Grande Comissão evidencia um chamado para levar a mensagem do
Evangelho a todos os povos, sem restrição de etnia, nacionalidade ou
localização geográfica. Apocalipse 5:9 destaca a redenção proporcionada por
Jesus Cristo, que é universal em sua abrangência, abarcando pessoas de
"toda tribo, e língua, e povo, e nação". Isso reforça a compreensão
de que o plano de Deus para a salvação é global, alcançando todas as culturas e
grupos étnicos.
Essa visão universal da missão da Igreja implica uma responsabilidade
fundamental para os cristãos, conforme expresso em 1Coríntios 9:16, onde Paulo
menciona uma obrigação de pregar o Evangelho. A proclamação do Evangelho não é
apenas uma tarefa, mas uma parte integrante do plano de Deus para a salvação da
humanidade. Assim, a missão da igreja é pregar a mensagem do Evangelho de
maneira a alcançar todas as pessoas, convidando-as a aceitar a redenção em
Jesus Cristo e a participar da vida transformada por meio da fé em Cristo. Este
é um propósito glorioso e desafiador que orienta as ações e esforços dos
cristãos no mundo todo.
II.
PREGAR O EVANGELHO: A RESPONSABILIDADE DE TODO CRISTÃO
1. Qual é
a nossa disposição?
A Grande Comissão, mencionada em Mateus 28:18-20, é um chamado central
para os seguidores de Jesus Cristo, onde Ele instrui a pregar o Evangelho e
fazer discípulos de todas as nações. A urgência dessa comissão é ressaltada em
Mateus 24:14, onde Jesus diz: "E será pregado este evangelho do reino por
todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim". Esta
passagem associa a vinda de Jesus ao cumprimento da Grande Comissão,
sublinhando a importância da evangelização global na perspectiva escatológica. A
Igreja está integralmente comprometida com esta ordem de Jesus?
A eficácia na execução da Grande Comissão está intrinsecamente ligada à
mobilização e treinamento de obreiros suficientes; isso inclui líderes
capacitados e membros da igreja, incluindo os jovens, que são uma parte vital
do Corpo de Cristo. É essencial que a igreja invista na formação e capacitação
de obreiros e discípulos que estejam dispostos a se envolverem ativamente na
missão de espalhar o Evangelho. Além disso, é importante cultivar uma
consciência da urgência da obra missionária, como destacado em João 4:35. No
exato momento em que o Senhor falava as palavras exaradas neste texto, Ele
estava no meio de um campo pronto para a colheita agrícola. Ele aproveitou a
situação e falou aos discípulos que uma grande colheita estava perante eles,
uma colheita contendo almas de homens e mulheres, e que eles deveriam
dedicar-se a esse serviço imediatamente e com toda a diligência.
Portanto, hoje, o Senhor diz a nós, que somos crentes: “erguei os olhos
e vede os campos”. Ao passarmos tempo contemplando as grandes necessidades do
mundo, o Senhor colocará em nosso coração uma responsabilidade para com as
almas perdidas ao nosso redor. Depois disso dependerá de nós irmos em frente
para o Senhor, procurando trazer os feixes maduros.
Como está a nossa disposição em levar o Evangelho a todo o mundo? Temos
formado obreiros suficientes para cumprir a Grande Comissão? E os jovens
crentes? Eles enxergam a grande urgência deste trabalho (João 4:35)? A
advertência sobre o juízo contra a negligência, mencionada em Mateus 24:45-51 e
Mateus 25:14-30, ressalta a responsabilidade que os crentes têm de ser fiéis ao
chamado de Deus e serem diligentes na disseminação do Evangelho.
O entendimento da urgência da Grande Comissão e a dedicação em levar o Evangelho
a todo o mundo são fundamentais para o propósito da igreja e para o testemunho
cristão. Isso requer liderança eficaz, treinamento, mobilização e a
conscientização contínua da responsabilidade compartilhada de cumprir a missão
de Cristo.
Quero, porém, enfatizar uma verdade: a vinda de Jesus para buscar a Sua
Igreja não está condicionada à pregação do Evangelho em todo o mundo. O texto
de Mateus 24:14 muitas vezes é usado erroneamente para mostrar que Cristo não
poderia voltar para a Igreja a qualquer momento porque tantas tribos ainda não
ouviram o evangelho. A dificuldade é removida quando reconhecemos que isso se
refere à sua vinda com os santos, e não para os santos. E isso se refere ao
evangelho do Reino, não o evangelho da graça de Deus. Há um paralelo
impressionante entre os eventos registrados nos versículos 3-14 de Mateus 24 e
os de Apocalipse 6:1-11. O cavaleiro no cavalo branco (messias falso); o
cavaleiro no cavalo vermelho (guerra); o cavaleiro no cavalo preto (fome); o
cavaleiro no cavalo amarelo (pestilência ou morte). As almas debaixo do altar
são os mártires do período da grande tribulação que há de vir. Os eventos
descritos em Apocalipse 6:12-17 são ligados com os de Mateus 24:1-31.
2. “Pois
me é imposta essa obrigação“.
O apóstolo Paulo via a responsabilidade de pregar o Evangelho como uma
obrigação imposta a ele - “Se anuncio o
evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação;
porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (1Co.9:16). Paulo, ao escrever
a Carta à igreja de Corinto, não a escreve para pedir suporte financeiro
(1Co.9:15). Ele chega a dizer que preferia morrer a ter de fazer isso. A
recompensa de Paulo não era financeira. Sua alegria era pregar o evangelho. Ele
diz: “[...] pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar
o evangelho” (1Co.9:16). A expressão “ai de mim se não pregar o evangelho” tem
dois sentidos claros: a obrigação; e a punição. O apóstolo estava
consciente de que pregar o Evangelho é uma obrigação que incide privilégio,
pois é a partir do que Cristo fez por nós. Nesse sentido, é um ato de
obediência a Deus.
Paulo disse que “os que pregam o evangelho que vivam do evangelho”
(1Co.9:14). Mas ele não se serviu desse direito, ou seja, não insistiu em seus
direitos e não escrevia aos Corintos para pedir dinheiro. Paulo não era um
mercadejador do evangelho (2Co.2:17). Ele não se servida do evangelho, ele
servia ao evangelho. Ele não estava no ministério para locupletar-se, mas para
gastar-se a favor das almas. Paulo não via a igreja como um balcão de negócio.
A Igreja não era para ele uma empresa familiar. Paulo não era o dono da Igreja.
Segundo argumenta o pr. Hernandes Dias Lopes, atualmente, há líderes que
fazem da igreja uma empresa particular, onde o evangelho é um produto, o
púlpito é um balcão, o templo uma praça de negócios e os crentes consumidores.
Há pastores que embolsam todo o dinheiro arrecadado na igreja para fins
pessoais e se tornam grandes empreendedores, acumulando fortunas e vivendo no fausto.
Há muitos pregadores inescrupulosos que enriquecem em nome do evangelho. Paulo
tinha um comportamento diferente. Ele se recusou a aceitar dinheiro daqueles
para quem ele liderava e ministrava. Ele queria que o evangelho estivesse livre
de qualquer obstáculo para avançar. Preferia morrer, antes que alguém o
privasse dessa glória (1Co.9:15). Paulo diz que não se pode gloriar no fato de
pregar o evangelho. Ele foi chamado pelo Senhor, e seria o homem mais miserável
do mundo se não tivesse obedecido a essa comissão.
Diz ainda que “é lamentável que haja hoje tantas igrejas que parecem
mais uma empresa financeira do que uma agência do Reino de Deus; que haja
tantos pastores com motivações duvidosas no ministério; que haja tantas pessoas
enganadas, abastecendo a ganância insaciável de líderes avarentos e
inescrupulosos. É triste ver as indulgências da Idade Média estejam ressurgindo
com roupagens novas dentro de algumas igrejas chamadas evangélicas. A salvação
está sendo vendida e comercializada. A religião está sendo usada com um
instrumento de exploração dos incautos e para o enriquecimento dos
inescrupulosos”.
CONCLUSÃO
Há um propósito divino imperativo em proclamar a mensagem de salvação
aos pecadores. A evangelização é vista como uma obrigação, não uma escolha,
resultado da influência transformadora de Jesus e do Espírito Santo na vida dos
crentes. A mensagem destaca a importância de proclamar a boa nova da salvação
em Cristo a todos aqueles que ainda não ouviram falar de Cristo como o Salvador
do mundo e o único Caminho, a Verdade e a Vida, independentemente de onde
estejam. É bom enfatizar que isso representa o propósito mais nobre e elevado
da Igreja de Cristo.
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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia
de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William
Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Caramuru
Afonso Francisco – Evangelização, a Missão máxima da Igreja.
Pr.
Hernandes Dias Lopes. Atos, A ação do Espirito Santo na vida da igreja.
Pr.
Caramuru Afonso Francisco. A Evangelização: a missão máxima da Igreja.
PortalEBD_2007.
Ruben
Tito Paredes. A Dimensão Transcultural do Evangelho.
Paz de Cristo!
ResponderExcluirMais uma vez como sempre na verdade, um excelente ensino, Deus continue abençoando!