1° Trimestre/2024
Subsídio para a Lição 07
Texto
Base: Efésios 4:11-16.
“E ele
mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef.4:11).
Efésios 4:
11.E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e
outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
12.querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do
ministério, para edificação do corpo de Cristo,
13.até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do
Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,
14.para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda
por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam
fraudulosamente.
15.Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele
que é a cabeça, Cristo,
16.do qual todo o corpo, bem-ajustado e ligado pelo auxílio de
todas as juntas, segundo ajusta operação de cada parte, faz o aumento do corpo,
para sua edificação em amor.
INTRODUÇÃO
É crucial
ressaltar que, de acordo com a perspectiva bíblica, não há distinção
fundamental entre os membros individuais e a liderança no que se refere ao
sacerdócio pessoal. Todos os crentes são investidos do chamado sacerdotal,
habilitando-os a se aproximarem de Deus e a servirem como ministros em sua
comunidade de fé.
No
entanto, as Escrituras também revelam que Deus, em sua soberania, designa
certos indivíduos para exercerem funções específicas e ofícios particulares
dentro da Igreja Local. Esses ministros chamados têm a responsabilidade sagrada
de servir à Igreja de Cristo e trabalhar ativamente para o aperfeiçoamento e
edificação dos santos.
Nesta
Lição sobre o ministério na Igreja, exploraremos as nuances dessa dualidade
bíblica, examinando as qualificações exigidas para o exercício dessas funções,
as responsabilidades inerentes aos ministros designados por Deus e a maneira
como a interconexão entre o sacerdócio geral dos crentes e os ministérios
específicos contribui para o florescimento e crescimento saudável da comunidade
da fé.
Ao
mergulharmos mais profundamente nesse tema, poderemos compreender melhor como a
diversidade de funções e dons dentro da Igreja é essencial para o cumprimento
da missão coletiva de proclamar o Evangelho, edificar os crentes e glorificar a
Deus por meio do serviço mútuo e da dedicação ao propósito maior do Reino dos
céus.
I. O MINISTÉRIO
SACERDOTAL DE TODO CRENTE
1. O Sacerdócio no Antigo Testamento
O
sacerdócio no Antigo Testamento é um tema complexo e rico em nuances,
demonstrando uma transformação significativa desde os primórdios até o
estabelecimento de um sistema sacerdotal mais estruturado. A análise detalhada
dessa evolução revela diferentes estágios e mudanças na prática do sacerdócio
ao longo da história do povo Hebreu:
- Sacerdócio nos
primórdios. Inicialmente,
quando surgiu a necessidade de oferecer sacrifícios, os chefes das
famílias assumiam o papel de sacerdotes em suas próprias casas (Gn.4:3; Jó
1:5). Não havia uma estrutura formalizada, e cada líder familiar
desempenhava essas funções religiosas.
- Era dos
patriarcas. Durante a Era
dos patriarcas, vemos exemplos como Abraão, que construía altares e
oferecia sacrifícios (Gn.12:8). Nessa fase, os chefes das famílias
continuaram exercendo o papel de sacerdotes em suas comunidades.
- Israel como nação
sacerdotal. Mais tarde, após
a libertação do Egito, Deus designou Israel como uma "nação
sacerdotal" para as outras nações (Êx.19:6). Isso indicava um status
especial de proximidade com Deus e uma responsabilidade de interceder e
representar Deus diante das outras nações.
- Limitação do
sacerdócio. No Monte Sinai,
Deus restringiu a prática sacerdotal, especificando que ela seria
realizada pela família de Arão, pertencente à tribo de Levi (Êx.28:1;
Nm.3:5-9). Isso marcou uma mudança significativa, concentrando o serviço
sacerdotal em uma linhagem específica e estabelecendo um sistema mais
formalizado de sacerdócio.
Essa
evolução demonstra um movimento do sacerdócio descentralizado e baseado em
líderes familiares para um sistema mais estruturado, com sacerdotes designados
dentro de uma linhagem específica. Esse desenvolvimento culminou na instituição
de um sistema sacerdotal altamente organizado, com funções, deveres e rituais
específicos atribuídos aos sacerdotes descendentes de Arão.
A
transição do sacerdócio desde os primórdios até a estruturação formal reflete a
progressão do relacionamento de Deus com Seu povo e a necessidade de um sistema
mais organizado para a prática religiosa, culminando na centralização do culto
e dos sacrifícios no Tabernáculo e, posteriormente, no Templo em Jerusalém.
Essa análise destaca a importância do sacerdócio na história e na adoração do
povo de Israel no contexto do Antigo Testamento.
2. Uma doutrina
bíblica confirmada no Novo Testamento
O Novo Testamento, de fato, apresenta uma transformação
significativa no entendimento do sacerdócio, revelando uma mudança fundamental
em relação à Antiga Aliança. O livro de Hebreus, em particular, destaca essa
transição ao retratar o sacerdócio da Antiga Aliança como um tipo ou figura que
aponta para o papel supremo de Cristo como Sumo Sacerdote (Hb.8:1), que
realizou o sacrifício perfeito e definitivo pelos pecados.
Ao oferecer-se como o sacrifício perfeito, Cristo aboliu a
necessidade de um sistema sacerdotal terreno baseado em uma linhagem específica
ou tribo, inaugurando um novo modelo de sacerdócio. Nesse novo paradigma, a
Igreja é considerada o sacerdócio universal de todos os crentes, conforme
expresso em passagens como 1Pedro 2:5 e Apocalipse 5:10, ecoando a profecia do
Antigo Testamento em Jeremias 31:34.
Sob a Nova Aliança, os crentes são identificados como sacerdotes
espirituais e têm um papel ativo e significativo no serviço a Deus:
- Oferecimento
do próprio corpo em sacrifício vivo. Em Romanos 12:1,2, Paulo exorta
os crentes a apresentarem seus corpos como sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, destacando a transformação da adoração por meio da
entrega pessoal a Deus.
- Ministração
do louvor e adoração. Hebreus 13:15 enfatiza o papel dos crentes em
oferecerem continuamente um sacrifício de louvor, que são os frutos dos
lábios que confessam o nome de Jesus.
- Intercessão
pelos outros.
O Novo Testamento também exorta os crentes a intercederem por outros
(1Tm.2:1) e enfatiza que, através de Cristo, têm acesso direto a Deus Pai
(Hb.10:19,20).
- Proclamação
das virtudes de Deus. Em 1Pedro 2:9, os crentes são descritos como um povo
escolhido para proclamar as virtudes daquele que os chamou das trevas para
a Sua maravilhosa luz.
- Manutenção
de comunhão direta com Deus. O Novo Testamento enfatiza a relação
direta e pessoal entre os crentes e Deus, possibilitada pela obra
redentora de Cristo (2Co.13:13).
Assim, sob a Nova Aliança em Cristo, todos os crentes são
considerados parte desse sacerdócio universal, participando ativamente na
adoração, serviço e testemunho, cumprindo um papel vital na expansão do Reino
de Deus. Esta compreensão redefine o conceito de sacerdócio, enfatizando a
participação e responsabilidade de cada crente no serviço e culto a Deus.
3. Uma doutrina
bíblica resgatada na Reforma Protestante
No contexto do catolicismo romano o sacerdócio é centralizado na
figura dos padres, aos quais é atribuída a função sacerdotal de administrar
sacramentos, incluindo a Eucaristia, ou Missa, entendida como a renovação do
sacrifício de Cristo. Nesse sistema, os membros da Igreja não são vistos como
sacerdotes no sentido do sacerdócio universal, mas têm um papel devocional e de
participação nos rituais conduzidos pelos padres.
Dentro da estrutura hierárquica da Igreja Católica, o Papa é
considerado o vigário de Cristo na Terra, ocupando uma posição de liderança
máxima e autoridade espiritual. Esta visão da autoridade papal é uma das
características distintivas do catolicismo romano.
Entretanto, durante a Reforma Protestante do século XVI, liderada
por figuras como Martinho Lutero, João Calvino e outros reformadores, houve um
retorno às Escrituras como a autoridade máxima na fé e prática cristã. Um dos
princípios fundamentais da Reforma, expresso no "Sola Scriptura"
(somente a Escritura), enfatizava a ideia de que a Bíblia é a única fonte
infalível para a doutrina e vida cristã.
Martinho Lutero e outros reformadores redescobriram e enfatizaram
fortemente a doutrina do sacerdócio universal dos crentes, como está claramente
articulado no Novo Testamento. De acordo com essa doutrina, todos os crentes
têm acesso direto a Deus e podem desempenhar um papel sacerdotal no serviço,
adoração e ministério uns para com os outros.
A Reforma enfatizou a ideia de que não é necessário um
intermediário humano entre Deus e os crentes, pois Cristo é o único mediador
(1Tm.2:5). Essa redescoberta da doutrina do sacerdócio universal dos crentes
representou uma mudança significativa na compreensão do papel e
responsabilidade de todos os cristãos na vida da Igreja, reconhecendo a dignidade
e a responsabilidade de cada indivíduo na fé e na comunidade cristã.
II. A ESTRUTURA
MINISTERIAL DO NOVO TESTAMENTO
1. O Ministério
quíntuplo
a) Apóstolo. O termo
"apóstolo" no Novo Testamento é usado de maneira variada e com
diferentes contextos. Enquanto há um entendimento mais amplo do termo
"apóstolo" como alguém enviado em uma missão, há também requisitos
específicos associados ao papel de apóstolo.
ü Estar com
o Senhor Jesus. Um dos requisitos fundamentais para ser considerado um apóstolo,
como mencionado em Atos 1:21,22, era ter sido um dos discípulos que acompanhou
Jesus durante seu ministério terreno. Isso incluiu a experiência direta de
testemunhar os ensinamentos, milagres e a vida de Jesus.
ü Testemunha
da ressurreição de Jesus. Além de ter estado com Jesus, um apóstolo
precisava ser uma testemunha ocular da ressurreição de Jesus Cristo. Isso é destacado
em Atos 1:22, quando Matias é escolhido para substituir Judas Iscariotes como
apóstolo.
ü Experiência
pessoal com o Senhor. Em alguns casos, a experiência direta ou o encontro sobrenatural
com Jesus Cristo foi um critério, como visto no caso de Paulo, que teve uma
visão do Senhor na estrada de Damasco (Atos 9:1-5).
ü Capacidade
de operar sinais e maravilhas. Embora não seja exclusivamente
mencionado como um critério, os apóstolos frequentemente tinham o poder de
realizar milagres como evidência do seu chamado e autoridade, como visto nos
relatos do Novo Testamento.
É importante ressaltar que o termo "apóstolo" pode ter
um sentido mais amplo, referindo-se não apenas aos Doze originais escolhidos
por Jesus, mas também a outros líderes cristãos enviados para estabelecer
igrejas, como Paulo, Barnabé, Tiago (irmão de Jesus) e outros. No entanto, há
uma distinção entre os Doze Apóstolos escolhidos por Jesus e outros líderes
enviados pela Igreja primitiva. Apóstolo no mesmo sentido dos Doze não existe
mais.
Em resumo, enquanto há certos critérios mencionados no Novo
Testamento para alguém ser considerado um apóstolo, o termo também pode ser
entendido como uma função específica de liderança e envio missionário na
expansão do evangelho. Assim, no Novo Testamento, o apostolado pode ser visto
mais como uma função do que como um ofício.
b) Profeta. O profeta
era alguém escolhido e autorizado por Deus para comunicar mensagens divinas ao
povo. Nesse aspecto, ele era um porta-voz de Deus. Eles não apenas exortavam e
consolavam (Atos 15:32), mas também traziam revelações sobre o futuro (Atos
11:27-29), direcionamento espiritual e correções à comunidade. Seu papel era
crucial na comunicação da vontade de Deus ao povo.
Contudo, as Escrituras distinguem o ministério de profeta do dom
da profecia. No Novo Testamento, vemos essa distinção. Enquanto o profeta era
um chamado específico dado por Deus para um ministério contínuo na Igreja (como
mencionado em Efésios 4:11), o dom da profecia era um dos muitos dons
espirituais disponíveis a todos os crentes (1Co.12:4-11). Assim, somente alguns
eram chamados para ser profetas (Ef.4:11) enquanto todos poderiam exercer o dom
da profecia (1Co.14:5,31). O dom de profecia era acessível a todos os crentes
para edificação, encorajamento e consolação da Igreja (1Co.14:3). Enquanto o
ministério de profeta envolvia uma chamada específica e contínua, o dom da
profecia permitia que qualquer pessoa, sob a direção do Espírito Santo,
comunicasse mensagens edificantes inspiradas por Deus para o benefício da
comunidade cristã.
c) Evangelista. O papel
do evangelista no Novo Testamento é primariamente focado na pregação e
propagação do evangelho para alcançar e trazer pessoas à salvação por meio de
Jesus Cristo (Atos 8:5; 21:8). Os Evangelistas são frequentemente retratados
como indivíduos que têm um chamado específico para proclamar as boas novas da
salvação. Eles viajam, ensinam, pregam e testemunham sobre Jesus Cristo,
buscando a conversão daqueles que ainda não conhecem a fé cristã.
O livro de Atos, especialmente o exemplo de Filipe (Atos 8:5-8),
mostra um evangelista pregando a Palavra e vendo muitas pessoas serem
convertidas ao aceitarem a mensagem do evangelho. Eles têm um dom especial para
comunicar a mensagem de salvação de forma clara e persuasiva. Veja que Filipe
era Diácono, mas foi agraciado com o dom de evangelista. Portanto, o cerne do
ministério do evangelista é levar as pessoas a uma compreensão do sacrifício de
Jesus Cristo pela humanidade e à decisão de aceitá-Lo como Senhor e Salvador. Seu
trabalho é orientado para alcançar os não crentes e levá-los a um
relacionamento pessoal com Deus.
Os evangelistas desempenham um papel crucial na expansão do Reino
de Deus, compartilhando o evangelho em áreas onde ele ainda não foi proclamado
e contribuindo para o crescimento e a vitalidade da Igreja ao trazer novos
convertidos para a fé. Eles são instrumentos-chave no processo de fazer
discípulos, chamando as pessoas ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo.
d) Pastores. Eles têm
a responsabilidade de cuidar, alimentar, guiar e proteger o “rebanho” de Deus.
Eles oferecem cuidado pastoral, orientação espiritual e liderança, ajudando os
membros da Igreja no seu crescimento espiritual e no entendimento das
Escrituras.
e) Mestres. São
responsáveis por ensinar e explicar as Escrituras, oferecendo uma compreensão
mais profunda da Palavra de Deus. Eles têm a habilidade de instruir e edificar
a Igreja através do ensino sólido e da explicação clara dos princípios
bíblicos.
Todos esses ministérios são dados por Deus para o aperfeiçoamento
dos santos, para a obra do ministério e para a edificação do Corpo de Cristo.
Juntos, eles proporcionam uma base sólida para o crescimento espiritual, a
unidade e a maturidade da Igreja, capacitando os crentes para cumprir o propósito
de Deus na Terra. É importante notar que, embora haja essa diversidade de
ministérios, todos são igualmente essenciais para o funcionamento saudável e
equilibrado do corpo de Cristo.
2. O serviço de diáconos e presbíteros
Os
Diáconos e os Presbíteros desempenham papéis distintos na estrutura e no
serviço da Igreja no Novo Testamento.
a) Diáconos. O Diácono é caracterizado por seu serviço
prático e é alguém que se dedica a ajudar os membros da Igreja em suas
necessidades materiais. Sua função está mais associada ao aspecto prático do
ministério, embora isso não exclua a possibilidade de envolvimento em outras
áreas conforme as necessidades da comunidade.
No início
da Igreja, o diaconato foi instituído para atender às necessidades práticas da
comunidade cristã, como mencionado em Atos 6:1-7. A palavra grega
"diakoneo" está relacionada ao serviço e é usada para descrever essa
função de servir e cuidar das necessidades físicas e práticas da Igreja. Geralmente,
os diáconos são encarregados de questões como cuidar dos necessitados,
distribuir alimentos, oferecer assistência social e outros serviços práticos.
b)
Presbíteros. O termo
grego "presbyteros" se refere aos anciãos ou líderes da Igreja. Em
Atos 14:23 e 20:17, vemos referências aos presbíteros que exerciam papel de
liderança, supervisionando e presidindo as igrejas locais. Esses líderes
possuíam autoridade espiritual e pastoral na comunidade cristã. Portanto, os
presbíteros também desempenham funções pastorais, guiando espiritualmente o
rebanho, cuidando do ensino das Escrituras e exercendo uma liderança espiritual
que visa ao bem-estar espiritual da congregação. Isto ocorria corriqueiramente
no princípio da Igreja.
Em resumo,
os diáconos estão mais envolvidos no serviço prático e nas necessidades físicas
da Igreja, enquanto os presbíteros estão mais focados na liderança espiritual,
orientação pastoral e ensino das Escrituras. Ambos desempenham papéis vitais no
funcionamento e no crescimento saudável da Igreja, cada um com suas
responsabilidades específicas dentro da comunidade de fé.
III. AS QUALIFICAÇÕES PARA O MINISTÉRIO
1. Qualificações de natureza moral
As
qualificações para o ministério eclesiástico, conforme descritas por Paulo em
suas cartas pastorais (1Tm.3:1-15; Tito 1:5-9), são uma combinação de requisitos
morais, éticos e espirituais. Essas características não apenas delineiam um
padrão de conduta para líderes das igrejas, mas também estabelecem um exemplo
para os crentes em geral. Vamos explorar mais detalhadamente algumas dessas
qualificações:
a) Integridade
Moral:
- Não ser apegado
ao dinheiro (não avarento).
Isso se refere à ausência de uma mentalidade gananciosa, não buscando o
ministério como um meio de enriquecimento pessoal. Líderes devem
demonstrar desapego material e uma postura não voltada para o lucro
financeiro em detrimento do serviço espiritual.
b)
Irrepreensibilidade:
- Ser
irrepreensível. Isso significa
ter uma conduta íntegra e um caráter que não dê margem a acusações
válidas. Não se trata de ser perfeito ou sem pecado, mas de viver de tal
maneira que não haja base para acusações legítimas que comprometam a
credibilidade do ministério.
c) Vida
Pessoal e Testemunho:
- Acima de qualquer
acusação legítima. Isso vai além de
não ser culpado de pecados notórios ou escandalosos. Envolve ter um histórico
de vida transparente, de modo que mesmo em situações difíceis, a conduta
do líder permaneça além de qualquer suspeita razoável.
d)
Qualidades Espirituais e Éticas:
- Ser apto para
ensinar. Além das
qualidades morais, é necessário ter competência para transmitir e ensinar
a Palavra de forma correta e edificante.
- Ser moderado,
justo, piedoso, controlado.
Essas características apontam para um equilíbrio emocional, justiça,
piedade e domínio próprio no comportamento do líder.
e) Boa
Reputação:
- Ter boa reputação
entre os de fora. Além da
comunidade de fé, o líder também deve ser bem visto pela sociedade em
geral, mantendo uma conduta que não traga descrédito ao ministério.
Paulo
enfatiza que essas qualificações são essenciais para os líderes na Igreja, pois
o ministério não é apenas uma questão de habilidades ou conhecimento teológico,
mas também de caráter, integridade e testemunho pessoal. Esses requisitos não
devem ser vistos como uma barreira, mas como uma base sólida para um serviço
eficaz e responsável na Igreja Local.
2.
Qualificações de natureza social
As
qualificações de natureza social, mencionadas nas Cartas Pastorais de Paulo
(como em Tito 1:7), são igualmente importantes para os líderes eclesiásticos.
Elas se referem às características pessoais e comportamentais que influenciam a
interação do líder com os outros e a comunidade em geral. Vamos explorar essas
qualidades com mais detalhes:
a) Humildade
e ausência de soberba:
- Não ser soberbo
(arrogante e orgulhoso). Essa qualidade
se opõe à humildade e à arrogância. Líderes devem ser humildes,
reconhecendo suas próprias limitações e não agindo de forma arrogante ou
superior em relação aos outros. A soberba pode afastar as pessoas e minar
a eficácia do ministério, causando divisões e conflitos.
b) Controle
emocional e temperança:
- Não ser irascível
(truculento, violento). Esta qualidade
está relacionada ao controle emocional e à temperança. Um líder não deve
ser dominado pela raiva ou agir de forma violenta, pois isso comprometeria
seu testemunho e capacidade de liderança. A falta de controle emocional
pode prejudicar relacionamentos e a eficácia no ministério.
c) Convivência
pacífica e respeitosa:
- Ser alguém de
fácil convívio social. Isso implica em
ter habilidades sociais para interagir e se relacionar bem com os outros.
Líderes devem ser acessíveis, amáveis e capazes de lidar com uma variedade
de pessoas, promovendo a paz e a harmonia na comunidade.
d) Comportamento
controlado e respeitoso:
- Não ser obstinado
em sua própria opinião, agir com teimosia e arrogância. Isso envolve a capacidade de ouvir,
considerar diferentes pontos de vista e não impor suas opiniões de forma
autoritária. Um líder deve ser aberto ao diálogo, respeitar as opiniões
dos outros e buscar a unidade na diversidade.
Paulo
destaca a importância dessas qualidades sociais para os líderes, pois elas
afetam diretamente a maneira como eles interagem, lideram e influenciam a
comunidade. A ausência de soberba, o controle emocional, a humildade e a
capacidade de conviver pacificamente são essenciais para manter relacionamentos
saudáveis e para o testemunho do ministério cristão. Essas qualificações não
apenas fortalecem o caráter do líder, mas também contribuem para a coesão e o
bem-estar da Igreja Local.
3. Qualificados para o
ministério
As Cartas pastorais fornecem diretrizes claras sobre as
qualificações essenciais para aqueles que desejam exercer o ministério na
Igreja de Cristo. Elas destacam a necessidade fundamental de os ministros
possuírem tanto qualidades morais quanto sociais, delineando critérios
inegociáveis para o serviço no Corpo de Cristo.
Estas qualificações não são meramente sugeridas, mas são
apresentadas como requisitos imprescindíveis para quem busca liderar no
ministério cristão. São critérios de caráter, comportamento e integridade que
não podem ser desconsiderados ou subestimados.
As exigências morais, como a ausência de avareza, a
irrepreensibilidade e a boa reputação, são fundamentais para garantir não
apenas a integridade pessoal do ministro, mas também a credibilidade do ministério
perante a comunidade.
Além disso, as qualificações sociais, como a humildade, a
paciência, a capacidade de conviver em harmonia e a ausência de atitudes
autoritárias, são vitais para manter relacionamentos saudáveis, promover a
unidade e o bem-estar dentro da congregação.
Em resumo, as Cartas Pastorais delineiam critérios claros e
inegociáveis para os ministros do Corpo de Cristo. Elas enfatizam a importância
não apenas do conhecimento teológico, mas também da conduta moral e das
habilidades sociais para um serviço eficaz e edificante na comunidade dos fiéis.
CONCLUSÃO
Nesta Lição que estudamos sobre o Ministério da Igreja, exploramos
diferentes facetas desse tema crucial na vida cristã. Uma das principais lições
que aprendemos é sobre a riqueza da sabedoria divina, que confere a cada crente
qualificações específicas para exercer dons ministeriais e espirituais. É
responsabilidade de cada indivíduo buscar discernimento para compreender a
natureza do seu chamado espiritual.
Um dos pontos essenciais que discutimos é a doutrina do sacerdócio
universal dos crentes, uma verdade bíblica fundamental. Todo crente tem o
privilégio de se apresentar a Deus sem a necessidade de intermediários
terrenos. Este acesso direto à presença de Deus é um aspecto significativo da
fé cristã.
Adicionalmente, reconhecemos que Deus designou certos indivíduos
para desempenhar funções específicas na Igreja. Esses ministérios são presentes
concedidos por Deus à comunidade de fé, e cada um deles tem um papel vital na
edificação e no crescimento espiritual da Igreja como um todo.
Portanto, concluímos que o ministério na Igreja não se restringe
apenas aos líderes ou clérigos designados, mas é um chamado que cada crente
deve discernir em sua própria vida. A compreensão da diversidade de dons e
ministérios é crucial para o funcionamento saudável e dinâmico da Igreja, e
todos os dons devem ser vistos como dádivas preciosas de Deus à sua Igreja.
Em resumo, o ministério na Igreja é uma expressão da graça divina,
uma combinação de dons concedidos a cada crente e a designação de funções
específicas para edificação a Igreja. Essa compreensão nos encoraja a valorizar
e celebrar a diversidade de dons e ministérios presentes na Igreja,
reconhecendo-os como manifestações da multiforme sabedoria de Deus.
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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências
Bibliográficas:
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de Estudo Pentecostal.
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de estudo – Aplicação Pessoal.
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de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
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Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).
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do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
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Elienai Cabral. A Igreja e Sua Missão. CPAD.
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Caramuru Afonso Francisco. A Igreja e Sua Missão. PortalEBD_2007.
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Elienai Cabral. Missão Profética da Igreja - A Proclamação da Palavra. CPAD.
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Caramuru Afonso Francisco. Missão Profética Da Igreja - A Proclamação Da
Palavra. PortalEBD_2007
Pr.
Hernandes Dias Lopes. 1Corintios – como resolver conflitos na Igreja.
Pr.
Hernandes Dias Lopes. 1Timóteo – O pastor, sua vida e sua obra.
Pr.
Hernandes Dias Lopes. Atos - A ação do Espírito Santo na vida da Igreja.
A paz de Cristo Jesus meu amado irmão Luciano, me chamo Renato Aguila sou superintendente e professor da EBD da Assembleia de Deus Tradicional/Ceadtam filiada a CGADB na cidade de Manaus/AM, tenho usado seus subsídios das lições em minhas aulas, e tenho tido um proveito excelente nas aulas, fico muito grato por ter esse auxilio postado toda semana, que o nosso Deus continue lhe abençoando o senhor e toda sua família.
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