1° trimestre/2024
Subsídio para a Lição 10
Texto
Base: 1Corintios 11:17-34
“Porque, todas as
vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do
Senhor, até que venha”. (1Co.11:26).
1 Coríntios 11:
17.Nisto,
porém, que vou dizer-vos, não vos louvo, porquanto vos ajuntais, não para
melhor, senão para pior.
18.Porque,
antes de tudo, ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vós
dissensões; e em parte o creio.
19.E
até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se
manifestem entre vós.
20.De
sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a Ceia do Senhor.
21.Porque,
comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome,
e outro embriaga-se.
22.Não
tendes, porventura, casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de
Deus e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisso não
vos louvo.
23.Porque
eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em
que foi traído, tomou o pão;
24.e,
tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é
partido por vós; fazei isto em memória de mim.
25.Semelhantemente
também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo
Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória
de mim.
26.Porque,
todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte
do Senhor, até que venha.
27.Portanto,
qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será
culpado do corpo e do sangue do Senhor.
28.Examine-se,
pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão, e beba deste cálice.
29.Porque
o que come e bebe indignamente come e bebe para sua própria condenação, não discernindo
o corpo do Senhor.
30.Por
causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem.
31.Porque,
se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
32.Mas,
quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos
condenados com o mundo.
33.Portanto,
meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros.
34.Mas,
se algum tiver fome, coma em casa, para que vos não ajunteis para condenação.
Quanto às demais coisas, ordená-las-ei quando for ter convosco.
INTRODUÇÃO
Na
última Ceia de Páscoa foi instituída a Ceia do Senhor Jesus. Esta é a lembrança
contínua da Sua entrega por nós. A morte de Jesus significa a completa
demonstração do interesse divino em ter novamente comunhão conosco.
Ao
longo da história, a Igreja tem a Ceia do Senhor como uma das celebrações mais
significativas. Nesse sentido, o cristão pode contemplar a Ceia sob três
perspectivas:
Ø Primeira, a Ceia do
Senhor aponta para o passado (1Co.11:23-25) e ali vemos a cruz de Cristo e seu
sacrifício vicário em nosso favor.
Ø Segunda, a Ceia do
Senhor aponta para o presente, quando se vê a nossa real condição diante de
Deus e como fomos alcançados pela graça de Deus.
Ø Terceira, a Ceira do
Senhor também aponta para o futuro (1Co.11:26) e ali vemos o Céu, a festa das
Bodas do Cordeiro (Ap.19:9), quando Ele vai nos receber como Anfitrião para o
grande banquete celestial. Jesus Cristo será o centro do banquete que Deus Pai
vai oferecer (Ap.2:7).
A
Ceia do Senhor substituiu a Páscoa judaica (Lc.22:19-23), assumindo o
significado que a Páscoa possuía e levando esse significado ao máximo. Dessa
forma, a Ceia do Senhor assumiu um significado universal e a libertação total a
todos os povos. É importante conhecermos os detalhes de como Jesus modificou a
Páscoa judaica transformando-a num memorial:
a)
A Páscoa judaica celebrava o fato de Deus ter libertado o
seu povo do cativeiro egípcio; a Ceia do Senhor celebra o fato de Deus nos ter
libertado da escravidão do pecado.
b)
O cordeiro sacrifical da Páscoa judaica aplacou o anjo da
morte; o Pão da Ceia significa o corpo de Cristo, partido na condenação do
nosso pecado.
c)
O vinho da Páscoa judaica simbolizava o sangue do cordeiro
nas portas; o vinho da Ceia do Senhor simboliza o sangue de Cristo dado por
nós. A sua morte é que nos compra a vida eterna.
d)
A Páscoa judaica representava a antiga aliança de Deus com
o seu povo; a Ceia do Senhor nos lembra da sua Nova Aliança.
Através
de todos esses detalhes, reconhecemos o valor que devemos dar à Ceia do Senhor.
O cordeiro pascal foi substituído na Ceia do Senhor pelo pão, e o sangue do
cordeiro pelo vinho, símbolo do sangue de Jesus. Então, podemos definir qual é
o significado da Ceia do Senhor: ela simboliza o supremo dom do amor de Deus em
Jesus, que entregou seu próprio corpo e derramou seu sangue em nosso lugar para
nos perdoar os pecados.
I. A NATUREZA DA CEIA DO SENHOR NA TRADIÇÃO CRISTÃ
1. Na tradição romana
O entendimento da
Igreja Católica Romana sobre a Ceia do Senhor é baseado no ensinamento da
transubstanciação. Este ensinamento afirma que durante a “eucaristia”, os
elementos do pão e do vinho se transformam literalmente no corpo e no sangue de
Cristo, mantendo apenas as aparências físicas dos elementos originais.
A doutrina da
transubstanciação é uma parte fundamental da teologia católica e é baseada na
interpretação literal das palavras de Jesus durante a última Ceia, registradas
nos Evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) e em 1Coríntios 11. Nestes
relatos, Jesus diz aos discípulos: "Isto é o meu corpo", referindo-se
ao pão, e "este cálice é o novo testamento no meu sangue",
referindo-se ao vinho.
Segundo a visão
católica, durante a consagração feita pelo sacerdote na missa, ocorre o que é
chamado de transubstanciação. Isso significa que a substância do pão e do vinho
é transformada na substância do corpo e do sangue de Cristo, enquanto as
características físicas (aparência, gosto, cheiro etc.) permanecem as mesmas. A
presença real de Cristo, então, é adorada e recebida pelos fiéis na eucaristia.
Em relação aos
argumentos levantados contra a transubstanciação, a Igreja Católica sustenta
que a presença de Cristo na Eucaristia não está limitada pelas restrições
físicas do tempo e do espaço. Ou seja, a compreensão católica é que, embora
Jesus estivesse fisicamente presente na última Ceia, a presença dele na
Eucaristia não é limitada pela sua presença física naquele momento.
Quanto à questão das
metáforas, a Igreja Católica ensina que Cristo usou expressões diretas e
literais sobre seu corpo e sangue na Eucaristia, diferentemente de outras
metáforas que Ele usou em seus ensinamentos. Portanto, a interpretação católica
entende essas declarações como algo a ser tomado literalmente.
Em suma, a posição da
Igreja Católica Romana sobre a Eucaristia como transubstanciação é um ponto
central de sua teologia e liturgia, diferenciando-se de outras interpretações
sobre a Ceia do Senhor presentes em outras tradições cristãs.
Mas o bom exegeta deste
texto sagrado não interpreta os elementos da Ceia do Senhor dessa maneira. O
pão e o vinho são apenas emblemas, símbolos, do corpo e do sangue de Cristo. A
Ceia do Senhor é um ato cerimonial.
2. Na tradição
protestante
Na
tradição luterana, por exemplo, há uma divergência em relação à doutrina
católica da transubstanciação. Martinho Lutero, líder da Reforma Protestante,
elaborou o conceito de consubstanciação como uma alternativa à crença católica
na transubstanciação.
Na
consubstanciação luterana, diferentemente da transubstanciação católica, não se
ensina que o pão e o vinho se transformam literalmente no corpo e sangue de
Cristo. Em vez disso, os luteranos acreditam que o corpo e o sangue de Cristo
estão realmente presentes juntamente com os elementos do pão e do vinho na Ceia
do Senhor.
A
concepção luterana da consubstanciação mantém a presença física real de Cristo
na Ceia, mas não afirma que os elementos se transformam substancialmente em seu
corpo e sangue. Em vez disso, acredita-se que a presença de Cristo coexiste com
os elementos do pão e do vinho.
No
entanto, como mencionado, Lutero não se afastou completamente da tradição
católica em sua visão da Ceia do Senhor. A consubstanciação ainda mantém uma
conexão com a ideia de presença real de Cristo nos elementos da Ceia, enquanto
se distancia da noção de transubstanciação ao afirmar que os elementos não
sofrem uma mudança substancial.
Assim,
enquanto Lutero rejeitou a transubstanciação católica, sua teologia da
consubstanciação ainda mantém um grau de proximidade com a ideia de presença
real de Cristo na Ceia, marcando uma diferença significativa em relação à visão
simbólica ou memorialista de outras tradições protestantes.
3. A posição
pentecostal
A
tradição pentecostal entende que o pão da Ceia não é o corpo literal de
Cristo, nem está ele presente invisivelmente. Quando Jesus disse que
aquele pão era o seu corpo oferecido por nós, não estava falando literalmente,
porque ainda estava vivo e o seu corpo não tinha sido partido por nós na cruz.
Estando vivo, não podia pegar com suas mãos parte do seu corpo em forma de pão
para oferecer aos seus apóstolos dizendo: “isto é o meu corpo que é oferecido
por vós; fazei isto em memória de mim” (Lc.22:19). Jesus, então, usou uma
linguagem simbólica, como fez em outras ocasiões: “Eu sou a porta”, “Eu sou
o caminho”, “Eu sou a videira” (João 10:7-9; 14:6; 15:1) e assim por
diante. Representa, então, a sua encarnação, que Ele deixou sua glória e tomou
um corpo humano (João 1:14), nasceu de uma virgem e viveu entre os
pecadores em perfeição de caráter. Era Ele o Homem Perfeito, idôneo para servir
de sacrifício pelos nossos pecados (Hb.7:26; 2Co.5:21). Ele partiu o pão da
Ceia significando que ia se sacrificar em resgate da humanidade caída e
escravizada pelo Diabo.
Do
mesmo modo que o pão, quando fez referência ao cálice da Nova Aliança (Lc.22:20)
no seu sangue, que foi derramado por nós, também falou de maneira simbólica.
Portanto, não ocorreu e, ainda hoje quando participamos da Ceia do Senhor, não
ocorre a transubstanciação, isto é, a transformação das substâncias que compõem
o pão e o vinho em verdadeira carne e sangue de Jesus. Não! Quem acredita que
essa transformação ocorre entende o texto de forma equivocada. Devemos crer,
com toda a reverência e ação de graças, mas, simbolicamente, em memória da
morte de Jesus Cristo por nós (1Co.11:24,25).
Portanto,
o pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de Jesus. Contudo, como afirma o
pr. José Gonçalves, Jesus se faz presente espiritualmente nos símbolos da Ceia
(Mt.18.20). Essa é a posição da maioria dos pentecostais.
Também
enfatizamos o aspecto memorial na celebração da Ceia do Senhor. Nesse sentido,
a Ceia do Senhor é para quem está em comunhão, e não para dar comunhão. Esse
entendimento se ajusta ao ensino do Novo Testamento sobre a Ceia do Senhor.
II. O PROPÓSITO DA
CEIA DO SENHOR
1. Celebrar a expiação
de Cristo
Este
propósito da Ceia do Senhor, conforme destacado pelo apóstolo Paulo em
1Coríntios 11:26 e em outras passagens bíblicas, é realmente anunciar e lembrar
a morte do Senhor Jesus Cristo. Este é um dos elementos centrais da Ceia do
Senhor, onde os cristãos comemoram a morte sacrificial de Jesus na cruz em
favor da humanidade.
A
Ceia do Senhor é um memorial, um ato de lembrança e proclamação da obra
redentora de Cristo. Ela aponta para o Calvário, onde Jesus ofereceu sua vida
como sacrifício pelos pecados da humanidade. Ela celebra a vitória de Cristo na
cruz sobre o pecado, a morte e o Diabo (Hb.2:14,15), que também é a nossa
vitória (Ap.12:11). Este evento histórico é crucial para a fé cristã, pois é
através da morte e ressurreição de Jesus que a reconciliação entre Deus e a
humanidade é realizada (2Co.5:21).
Ao
participar da Ceia do Senhor, os cristãos recordam o sacrifício vicário de
Cristo, sua entrega voluntária para redimir os pecados da humanidade. É um
momento de gratidão, reflexão e adoração diante do amor e da graça de Deus
manifestados na pessoa de Jesus Cristo.
2. Proclamar a segunda
vinda de Cristo
A
Ceia do Senhor não apenas lembra o sacrifício passado de Cristo na cruz, mas
também aponta para o futuro, proclamando a esperança da segunda vinda de Cristo
(1Co.11:26). Portanto, a perspectiva escatológica, ou seja, a visão sobre o fim
dos tempos e a consumação do Reino de Deus, está intrinsecamente ligada à
celebração da Ceia do Senhor.
Na
passagem de 1Coríntios 11:26 Paulo enfatiza que sempre que os cristãos comem o
pão e bebem do cálice na Ceia, proclamam a morte do Senhor até que Ele venha.
Essa afirmação ressalta a ligação entre a Ceia do Senhor e a espera pela
segunda vinda de Cristo.
Portanto,
a Ceia do Senhor não é apenas uma lembrança do passado, mas também um ato de
antecipação e esperança no retorno de Jesus. Ela é um lembrete para os cristãos
de que este mundo não é o fim da história e que aguardam a consumação do Reino
de Deus, onde haverá a restauração total e a plenitude da presença de Cristo.
Manter
o foco na segunda vinda de Cristo através da celebração da Ceia do Senhor
também serve como um lembrete da natureza temporária da vida terrena e da
identidade dos cristãos como peregrinos neste mundo, aguardando sua verdadeira
pátria nos céus, conforme mencionado em Filipenses 3:20,21.
Portanto,
a celebração da Ceia do Senhor não é apenas um evento histórico, mas também tem
implicações escatológicas significativas, encorajando os cristãos a viverem com
uma esperança firme na consumação do Reino de Deus e na volta de Jesus Cristo.
Essa esperança espiritual também influencia a maneira como os crentes vivem
suas vidas no presente, comprometidos com os valores e princípios do Reino,
enquanto aguardam a realização plena da promessa da volta de Cristo.
3. Celebrar a comunhão
cristã
A
Ceia do Senhor não é apenas um ato de lembrança da morte de Cristo e uma
antecipação de Sua segunda vinda, mas também é um momento de comunhão e unidade
entre os crentes. Paulo, ao abordar a questão da Ceia do Senhor na Primeira
Carta aos Coríntios, repreendeu a Igreja por suas divisões e falta de união
durante essa celebração (1Co.1:11; 11:17; 11:21).
A
comunhão cristã é um elemento essencial na celebração da Ceia do Senhor. A Ceia
não é apenas um ato individual, mas uma expressão da unidade da família de
Deus, onde os crentes compartilham juntos do pão e do cálice em memória do
sacrifício de Cristo. Paulo enfatiza isso ao confrontar a falta de harmonia e
compartilhamento entre os membros da Igreja de Corinto durante a Ceia.
O
apóstolo destaca que a divisão e a falta de espera pelos outros para celebrar a
Ceia juntos demonstravam uma completa distorção do propósito da Ceia do Senhor
(1Co.11:21). Quando há desunião, contendas e falta de amor fraternal entre os
crentes, a celebração da Ceia perde sua significância espiritual e testemunho
público. Paulo exorta os coríntios a corrigirem suas atitudes, a buscarem a
reconciliação e a restauração da comunhão, para que a celebração da Ceia do
Senhor fosse realizada de maneira digna e em um espírito de unidade.
Portanto,
a Ceia do Senhor é um momento não apenas para lembrar a morte de Cristo, mas
também para fortalecer os laços de comunhão entre os membros do corpo de
Cristo. A falta de unidade e amor mútuo entre os crentes compromete o
verdadeiro significado e propósito da Ceia do Senhor, enfatizando assim a
importância da comunhão e da harmonia na vida da Igreja durante essa
celebração.
III. O MODO DE
CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR
1. O que é participar
“indignamente”?
Concernente
à celebração da Ceia do Senhor, Paulo advertiu sobre o perigo de participar da
Ceia indignamente (1Co.11:27). Este texto destaca a importância de abordar a
Ceia do Senhor com respeito, reverência e consciência do seu significado
espiritual.
O
vocábulo “indignamente” é a tradução do advérbio grego “anaxiós”, que se refere
a algo inadequado, inapropriado ou sem merecimento. No contexto da Ceia do
Senhor, Paulo está confrontando os coríntios por suas atitudes e comportamentos
durante a celebração, que não estavam de acordo com o propósito e o significado
da instituição da Ceia.
Paulo
estava preocupado com a falta de consideração e respeito demonstrados pelos
coríntios durante a celebração da Ceia. Eles estavam se comportando de maneira
egoísta, desordenada e até mesmo irreverente, desconsiderando a santidade e o
propósito da Ceia.
Ao
comerem sem esperar uns pelos outros, ao se comportarem de forma desordenada,
ao excederem nos alimentos disponíveis e até mesmo ao se embriagarem, os
coríntios estavam demonstrando falta de respeito não apenas em relação à
comunhão entre os irmãos, mas também em relação ao simbolismo da Ceia do
Senhor, que remete à morte sacrificial de Jesus Cristo (1Co.11:18,21,22).
Participar
da Ceia "indignamente" não significa somente que alguém é moralmente
indigno de participar, mas sim que a atitude e o comportamento durante a
celebração não estão alinhados com o respeito e a reverência devidos à
significância espiritual da ocasião.
Portanto,
é fundamental que os participantes da Ceia do Senhor abordem a celebração com
reverência, humildade, gratidão e consideração pelos outros irmãos,
reconhecendo o significado profundo e sagrado desse ato de comunhão e lembrança
do sacrifício de Cristo.
2. Uma celebração
reverente
Há
uma diferença entre participar da Ceia do Senhor de maneira indigna (modo ou
maneira) e a questão da dignidade pessoal (estado, qualidade ou natureza) de
cada indivíduo.
É
verdade que ninguém é digno por si mesmo de participar da Ceia do Senhor, pois
todos são pecadores dependentes da graça de Deus. A participação na Ceia não é
baseada na nossa própria dignidade ou mérito, mas na graça e no sacrifício de
Jesus Cristo. No entanto, é crucial entender que participar da Ceia de forma
indigna, como Paulo mencionou, refere-se principalmente à atitude, postura e
comportamento dos participantes durante a celebração. Trata-se de uma
advertência contra a irreverência, falta de respeito e falta de discernimento
espiritual durante o momento da comunhão.
Contudo,
como bem afirma o pr. José Gonçalves, “ninguém seja tentado em pensar que, pelo
fato de ser um pecador alcançado pela graça, pode participar da Ceia vivendo
deliberadamente em pecado. Se a simples maneira irreverente de celebrar a Ceia
atrai o juízo divino, o que dizer então de quem participa com pecados não
confessados? Pecado não confessado atrai o juízo divino”.
O
crente regenerado deve participar da Ceia do Senhor com uma consciência limpa e
humilde. A Bíblia nos instrui a examinar nossos corações e a nos arrependermos
de nossos pecados antes de participar da Ceia (1Co.11:28). O pecado não
confessado pode impedir a comunhão íntima com Deus e com os outros membros do Corpo
de Cristo.
É
importante buscar a reconciliação com Deus e com os outros, confessando nossos pecados
e buscando a purificação espiritual através do arrependimento genuíno. O
objetivo é participar da Ceia com um coração que busca a santidade, a comunhão
e o reconhecimento do significado profundo da morte e ressurreição de Cristo.
Assim,
embora reconheçamos nossa indignidade pessoal, é fundamental abordar a Ceia do
Senhor com reverência, humildade, gratidão e um coração sincero diante de Deus,
evitando qualquer atitude irreverente, desrespeitosa ou pecaminosa durante esse
momento sagrado de comunhão e lembrança do sacrifício de Cristo.
3. Celebração festiva
A
Ceia do Senhor é um momento de profunda reverência e ao mesmo tempo de grande
alegria. Ela não é apenas um memorial sombrio da morte de Cristo, mas também
uma celebração jubilosa da vitória de Cristo sobre a morte através da Sua
ressurreição.
A
Ceia do Senhor é um ato de adoração que nos lembra do sacrifício redentor de
Jesus na cruz, onde Ele deu Sua vida por nós. No entanto, essa celebração não
se limita à morte, pois ela aponta também para a vitória final de Cristo sobre
o pecado, a morte e a ressurreição que traz vida eterna àqueles que creem Nele.
Portanto,
enquanto participamos da Ceia, é apropriado ter uma atitude de reverência
diante da grandeza desse ato, reconhecendo o amor e o sacrifício de Cristo por
nós. Ao mesmo tempo, essa reverência não deve excluir a alegria que temos por
causa da esperança e da vida que temos em Cristo ressuscitado.
Paulo,
em sua carta aos Coríntios, fala sobre a Páscoa cristã e incentiva a celebração
festiva da Ceia do Senhor, exortando a Igreja a viver em santidade e gratidão
pelo sacrifício de Cristo, enquanto se regozijam na liberdade e na vida que Ele
proporciona.
Portanto,
a celebração da Ceia do Senhor deve ser um momento equilibrado entre reverência
profunda pelo sacrifício de Cristo e alegria pela salvação que Ele nos trouxe
através de Sua morte e ressurreição, manifestando assim a esperança viva que
temos Nele.
CONCLUSÃO
Nesta
lição, sob diferentes perspectivas, vimos alguns aspectos que revelam o sentido
e propósito da Ceia do Senhor. Não é um ritual mágico que confere graça
automaticamente àqueles que participam, nem é uma espécie de remédio espiritual
para conceder comunhão a quem não a possui. Participar deste importante ato não
é um direito adquirido, mas sim um privilégio resultante da graça que foi
concedida a cada crente.
É
crucial ter discernimento ao participar dessa ordenança sagrada. Ela não deve
ser tratada de maneira descuidada, nem deve ser participada por aqueles que
deliberadamente persistem no pecado. Em vez disso, a Ceia do Senhor é um ato
sagrado que requer reverência, reflexão e um coração pronto para reconhecer e
honrar o sacrifício de Cristo. É uma oportunidade para os crentes se reunirem
em gratidão pela graça divina demonstrada através da vida, morte e ressurreição
de Jesus Cristo. É um momento para examinar nossos corações, confessar nossos
pecados e renovar nossa comunhão com Deus e com a comunidade de fé,
reconhecendo o significado profundo e a relevância espiritual da Ceia do Senhor
em nossas vidas como crentes.
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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento).
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Pr. Elienai Cabral. A Igreja e Sua Missão. CPAD.
Pr. Caramuru Afonso Francisco. A Igreja e Sua Missão.
PortalEBD_2007.
Pr. Elienai Cabral. Missão Profética da Igreja - A Proclamação da
Palavra. CPAD.
Pr. Caramuru Afonso Francisco. Missão Profética Da Igreja - A
Proclamação Da Palavra. PortalEBD_2007
Pr. Hernandes Dias Lopes. 1Corintios – como resolver conflitos na
Igreja.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Atos - A ação do Espírito Santo na vida
da igreja.
Pr. Hernandes Dias Lopes. A Carta da liberdade cristã.
A Paz do Senhor,professor Luciano.Gostaria de um parecer do sr.em relação ao seguinte procedimento na Ceia do Senhor. É correto substituir o pão da Céia,por um biscoito?Aguardo resposta.
ResponderExcluirTem que se saber o porquê dele está trocando o pão por biscoito, tendo em vista que o emblema, biblicamente costumeiro, é o pão.
ExcluirTodavia, se uma igreja reunida realiza a Ceia num lugar de acesso difícil (deserto, no meio de uma selva etc.), e naquele momento não se dispõe de pão, poder-se-á substituir por outro ingrediente naquele momento. O mais importante da Ceia é o memorial, o cumprimento da ordenança do Senhor, que deve ser feito com o máximo de reverência, sinceridade, pois estar-se naquele momento relembrando o ato mais importante de Deus por todos nós: a morte do Senhor Jesus para remissão de nossos pecados.
Por outro lado, se o pastor dirigente dispõe facilmente do pão e do vinho (suco da vide), e se não o fizer conforme é a tradição bíblica, é cabível afirmar que a pessoa está sendo relaxada, irreverente, indiferente, no cumprimento da ordenança do Senhor. Para ser mais enfático, ele está pecando contra a mais sublime ordenança do Senhor Jesus.
É o meu parecer.
Graça e Paz de Cristo!
Shalom Aleichem, excelente explicação!
ResponderExcluirShalom Aleichem, excelente explicação.
ResponderExcluirpaz do senhor, gosto muito de suas explicações, penso que falta mais referencias biblicas.
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