2° trimestre de 2024
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 7
Texto Base: Êxodo
16:1-7; 1Corintios 10:10,11.
“E não murmureis, como
também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor“ (1Corintios 10:10).
Êxodo 16:
1.E,
partidos de Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de
Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mês segundo, depois que
saíram da terra do Egito.
2.E
toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no
deserto.
3.E
os filhos de Israel disseram-lhes: Quem dera que nós morrêssemos por mão do
Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne,
quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes tirado para este deserto,
para matardes de fome a toda esta multidão.
4.Então,
disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá
e colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu veja se anda em minha
lei ou não.
5.E
acontecerá, ao sexto dia, que prepararão o que colherem; e será o dobro do que
colhem cada dia.
6.Então,
disse Moisés e Arão a todos os filhos de Israel: À tarde sabereis que o Senhor
vos tirou da terra do Egito,
7.e
amanhã vereis a glória do Senhor, porquanto ouviu as vossas murmurações contra
o Senhor; porque quem somos nós para que murmureis contra nós?
1Corintios 10:
10.E
não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor.
11.Ora,
tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para
quem já são chegados os fins dos séculos.
INTRODUÇÃO
Na
caminhada espiritual do cristão, a murmuração representa um perigo sutil, capaz
de minar a fé e a comunhão entre os irmãos. Ao longo das Escrituras,
encontramos exemplos marcantes que ilustram as consequências desastrosas desse
comportamento. Desde os tempos do Antigo Testamento, como registrado em Números
14:27, até as orientações apostólicas do Novo Testamento, como em Filipenses
2:14, a murmuração é tratada como um obstáculo à vida cristã frutífera e
harmoniosa.
Nesta
Lição, exploraremos o perigo representado pela murmuração, analisando suas
causas, consequências e como podemos superá-la em nossa caminhada de fé.
I. A MURMURAÇÃO
NA BÍBLIA
1. O
que é murmurar?
Segundo as Escrituras
Sagradas, “murmurar” é mais do que simplesmente expressar descontentamento ou
queixas; envolve uma atitude de desaprovação constante, acompanhada por uma
disposição de coração rebelde e crítica. As palavras hebraicas e gregas usadas
para descrever a murmuração sugerem um murmúrio baixo, uma expressão de
descontentamento em um tom sussurrante, muitas vezes feito secretamente ou em
conspiração contra alguém ou algo.
ü No hebraico: verbo
"liyn". Este termo significa "resmungar" ou
"queixar-se". É usado em passagens como Números 14:36 para descrever
a murmuração dos israelitas no deserto.
ü No grego: verbo
"goggúzõ". Esta palavra grega significa "murmurar",
"queixar-se" ou "dizer algo contra, em um tom baixo". É
usada, por exemplo, em João 7:32, onde descreve a murmuração das pessoas contra
Jesus.
Essa atitude de
murmuração pode se manifestar de várias formas, desde reclamações abertas e
diretas até comentários negativos feitos nas entrelinhas, insinuações e
fofocas.
A murmuração pode
surgir em momentos de dificuldade, frustração, ou mesmo em situações
aparentemente triviais do cotidiano.
No contexto bíblico,
vemos exemplos de murmuração contra Deus, líderes espirituais e até mesmo entre
irmãos. Os israelitas, por exemplo, murmuraram repetidamente durante sua
jornada no deserto, questionando a liderança de Moisés e rebelando-se contra as
instruções de Deus. Essa murmuração resultou em consequências graves e até
mesmo em punição divina.
Veja alguns exemplos
na Bíblia:
a)
Murmuração
contra Deus:
·
Êxodo
16:2,3. Os israelitas murmuraram contra Moisés e Arão no deserto, mas sua
queixa era contra Deus, pois reclamavam da falta de comida.
·
Números
14:27-29. Os israelitas murmuraram contra Deus no deserto após os relatos dos
espias sobre a terra prometida.
b)
Murmuração
contra líderes espirituais:
·
Números
16:11. Corá, Datã e Abirão murmuraram contra Moisés e Arão, questionando sua
liderança e autoridade designadas por Deus.
·
1Samuel
8:6-8. O povo de Israel murmurou contra o governo teocrático liderado por
Samuel e pediu um rei humano.
c)
Murmuração
entre irmãos:
·
Atos
6:1,2. Houve murmuração entre os discípulos porque as viúvas gregas estavam
sendo negligenciadas na distribuição diária de alimentos.
·
1Coríntios
1:10. Paulo exorta os crentes em Corinto a não haver divisões entre eles,
indicando a presença de murmuração e desunião na igreja.
Esses são apenas
alguns exemplos que demonstram como a murmuração pode se manifestar em
diferentes contextos e relacionamentos no meio do povo de Deus, mostrando a
importância de combater essa atitude com amor, paciência e respeito mútuo.
Portanto, murmurar não
é apenas uma expressão de descontentamento, mas uma postura de rebeldia e falta
de fé. É uma tentativa de minar a autoridade e a vontade de Deus, bem como a
harmonia e unidade entre os irmãos.
2. O
comportamento dos murmuradores
O comportamento dos
murmuradores, conforme observado nos relatos bíblicos, é caracterizado por uma
série de atitudes e padrões de pensamento que revelam uma falta de
contentamento, gratidão e confiança em Deus. Aqui estão algumas características
desse comportamento:
a) Ingratidão.
Os murmuradores frequentemente expressam insatisfação e reclamações em relação
às circunstâncias da vida, mesmo quando têm sido abençoados por Deus. Eles se
esquecem das bênçãos recebidas e se concentram nos aspectos negativos.
·
Em
Números 11:4-6, o povo de Israel murmura contra Moisés e expressa desejo de
voltar ao Egito, desconsiderando as bênçãos que receberam de Deus.
·
Em
Salmos 106:25, o salmista descreve a murmuração dos israelitas no deserto,
destacando sua falta de gratidão pelos milagres e livramentos de Deus.
b) Falta de confiança em
Deus. A murmuração muitas vezes reflete uma falta de fé e confiança em Deus. Em
vez de confiar na providência divina e na sabedoria de Deus, os murmuradores
duvidam do cuidado e da provisão de Deus para suas vidas.
·
Em
Números 14:2,3, os israelitas duvidam da capacidade de Deus de levá-los à Terra
Prometida, mesmo após testemunharem Seus poderosos feitos.
·
Em
Mateus 6:25-34, Jesus exorta Seus seguidores a confiar na providência divina e
não se preocuparem com as necessidades materiais.
c) Crítica e negatividade.
Os murmuradores tendem a criticar constantemente os outros e a situação ao seu
redor. Eles destacam o que está errado em vez de reconhecer o que é bom e
louvável.
·
Em
Números 12:1,2, Miriã e Arão criticam Moisés por causa de sua esposa,
demonstrando uma atitude crítica e negativa.
·
Em
Filipenses 2:14,15, Paulo instrui os filipenses a fazerem todas as coisas sem
murmurações nem contendas, para que possam brilhar como luzes no mundo.
d) Descontentamento
constante. Murmuradores estão sempre em busca do que falta, em vez de apreciar
o que já têm. Eles nunca estão satisfeitos e estão sempre procurando razões
para reclamar.
·
Em
Êxodo 16:2,3, o povo de Israel murmura por causa da falta de comida no deserto,
mesmo após Deus ter acabado de libertá-los da escravidão no Egito.
·
Em
Filipenses 4:11,12, Paulo aprendeu a estar contente em todas as circunstâncias,
demonstrando a importância do contentamento em todas as situações.
e) Falta de humildade e
submissão. A murmuração muitas vezes revela um coração orgulhoso e teimoso, que
se recusa a se submeter à vontade de Deus e às autoridades estabelecidas por
Ele.
·
Em
Números 16:1-3, Corá, Datã e Abirão se rebelam contra Moisés e Arão, desejando
para si mesmos uma posição de liderança que não lhes foi dada por Deus.
·
Em
Hebreus 13:17, os crentes são instruídos a obedecer e submeter-se aos líderes
espirituais, reconhecendo sua autoridade e ensinamentos.
Essas características
mostram como o comportamento dos murmuradores pode ser prejudicial não apenas
para sua própria saúde espiritual e emocional, mas também para a unidade e o
testemunho da comunidade de fé como um todo. Portanto, é crucial cultivar uma
atitude de gratidão, confiança em Deus e contentamento em todas as
circunstâncias da vida.
3. O crente murmurador
O
crente murmurador é alguém que, apesar de afirmar sua fé em Cristo e possuir o
Espírito Santo em sua vida, se entrega à prática da murmuração. Isso revela uma
falta de disciplina espiritual e um descuido com as virtudes do Espírito Santo,
como mencionado em Gálatas 5:16.
Ao
se tornar um murmurador, o crente se torna um instrumento nas mãos do Maligno,
permitindo que o Diabo o domine e o utilize para suas próprias finalidades.
Essa atitude vai contra a obra de Cristo no mundo e mina a credibilidade do
testemunho cristão.
Além
disso, a murmuração afeta profundamente a alma do crente murmurador, tornando-a
doente e impedindo que ele manifeste a alegria, a bondade e a gratidão que
deveriam caracterizar um seguidor de Cristo. Como Jesus ensinou em Mateus 6:22,23,
se os olhos do crente forem bons, seu corpo estará cheio de luz, mas a
murmuração obscurece essa luz, levando a uma vida espiritual opaca e
desagradável.
Portanto,
é essencial que o crente reconheça o perigo da murmuração e busque viver em
obediência aos ensinamentos de Cristo, cultivando uma atitude de gratidão,
contentamento e confiança em Deus em todas as circunstâncias.
II. MURMURAÇÃO: IMPEDIMENTO DA PRIMEIRA
GERAÇÃO À TERRA PROMETIDA
1. A murmuração contra os líderes
escolhidos por Deus
A
murmuração contra os líderes escolhidos por Deus no Antigo Testamento é um tema
recorrente que ilustra a gravidade desse pecado e suas consequências. Deus
designou Moisés e seu irmão Arão como líderes do povo de Israel durante o êxodo
do Egito em direção à Terra Prometida (Êxodo 7:1,2). No entanto, mesmo após
testemunhar os grandes livramentos realizados por meio desses líderes, o povo
frequentemente murmurava e se queixava contra eles (Êxodo 16:3).
Essa
murmuração era uma expressão de incredulidade e falta de fé no plano e na
liderança de Deus. Em vez de confiar na promessa de Deus e na orientação dos
líderes que Ele havia designado, o povo se entregou à descrença e à
insatisfação, culminando em murmúrios contra Moisés e Arão. Essa atitude revelava
uma escolha pelo mal, pois os murmuradores optavam por ignorar os benefícios
concedidos por Deus e focavam apenas em suas próprias dificuldades e
descontentamento.
O
resultado dessa murmuração foi severo. A primeira geração que saiu do Egito não
entrou na Terra Prometida, pois sua murmuração e rebelião contra Deus e seus
líderes resultaram em consequências desastrosas. A murmuração minou a fé do
povo, gerou desunião e desrespeito à liderança estabelecida por Deus, e, como
resultado, essa geração foi impedida de desfrutar da promessa divina.
Essa
narrativa nos ensina sobre a importância da confiança e obediência à liderança
espiritual designada por Deus, bem como sobre os perigos da murmuração e da
incredulidade. Devemos aprender com os erros do povo de Israel e buscar
cultivar uma atitude de confiança e gratidão em relação aos líderes escolhidos
por Deus em nossas vidas, evitando cair na armadilha da murmuração e descrença.
Atentemos
para os seguintes textos bíblicos:
1Tessalonicenses
5:12,13:
12.Agora, vos rogamos,
irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem
no Senhor e vos admoestam;
13.e que os tenhais
com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em
paz uns com os outros”.
Hebreus
13:17:
“Obedeçam aos seus
líderes e sejam submissos a eles, pois zelam pela alma de vocês, como quem deve
prestar contas. Que eles possam fazer isto com alegria e não gemendo; do
contrário, isso não trará proveito nenhum para vocês”.
2. A murmuração contra Deus
A
murmuração contra Deus é um comportamento que revela uma atitude de
descontentamento e falta de confiança na providência divina. No relato do Êxodo
do povo de Israel, vemos que, apesar de Deus prover o sustento diário do povo
no deserto, eles frequentemente murmuravam e se queixavam contra Ele (Êxodo
16:4). Em vez de confiar na provisão de Deus e na Sua orientação, o povo
demonstrava ingratidão e desconfiança, questionando as decisões e ações de
Deus.
Essa
murmuração contra Deus reflete uma falta de reconhecimento da soberania e
bondade divinas. Em vez de buscar a Deus em humildade e gratidão, o povo se
entregava à murmuração, expressando insatisfação e descontentamento com as
circunstâncias da vida. No entanto, Deus, em Sua misericórdia, continuava a cuidar
do Seu povo, mesmo diante de sua murmuração (Êxodo 16:12).
É
importante reconhecer que Deus conhece as nossas necessidades e está sempre
pronto para nos socorrer em nossas aflições. No entanto, Ele espera que nos
aproximemos d'Ele com confiança e gratidão, em vez de nos entregarmos à
murmuração e à ingratidão (Hebreus 4:16).
A
murmuração contra Deus não apenas revela uma atitude de desconfiança e falta de
fé, mas também pode nos afastar do Seu cuidado e bênção. Portanto, devemos
buscar cultivar um coração grato e confiante na providência divina, evitando
cair na armadilha da murmuração e da ingratidão.
3. Por que é perigoso murmurar?
De
acordo com o ensinamento da Bíblia, a murmuração é perigosa por várias razões.
Em primeiro lugar, ela reflete uma falta de confiança e gratidão para com Deus.
Em vez de reconhecer Suas bênçãos e Seu cuidado constante, os murmuradores se
queixam das circunstâncias e questionam a providência divina. Isso revela uma
atitude de incredulidade e desrespeito para com Deus.
Além
disso, a murmuração tem o potencial de corromper a mente e o coração daqueles
que a praticam. Ao focar nas dificuldades e nos problemas, em vez de nas
promessas e na fidelidade de Deus, os murmuradores se tornam cada vez mais cegos
para Sua presença e ação em suas vidas. Isso os impede de experimentar a paz e
a alegria que vêm da confiança em Deus.
Outro
perigo da murmuração é o seu efeito corrosivo no meio da Igreja Local. Quando
os crentes se entregam à murmuração, eles minam a unidade e a comunhão entre
si, criando divisões e conflitos. Isso enfraquece o testemunho da igreja e
prejudica sua capacidade de cumprir sua missão no mundo.
Além
disso, a murmuração pode levar a consequências graves e até mesmo à disciplina
divina. A Bíblia registra vários exemplos de julgamento
sobre aqueles que murmuraram contra Deus e Sua liderança. Aqui estão alguns
exemplos:
a) Os Israelitas no
Deserto.
Após a libertação do Egito, os israelitas murmuraram repetidamente contra
Moisés e contra Deus por causa de várias situações no deserto, como a falta de
comida (Êxodo 16:2,3), a falta de água (Êxodo 17:2,3), e outros desafios
(Números 14:27-29). Como consequência de sua murmuração e incredulidade, Deus
os julgou, muitas vezes resultando em punições severas, como pragas e até mesmo
morte (Números 14:29-35; Números 16:41-50).
b) O Julgamento de Corá,
Datã e Abirão.
Corá, Datã e Abirão lideraram uma rebelião contra Moisés e Arão, murmurando
contra sua liderança designada por Deus (Números 16:1-3). Como resultado, Deus
julgou-os de forma terrível, abrindo a terra para que eles fossem engolidos
vivos juntamente com suas famílias e seguidores (Números 16:31-35).
c) Os Israelitas na jornada
para Canaã.
Durante sua jornada para a Terra Prometida, os israelitas murmuraram várias
vezes contra Deus e contra Moisés, duvidando de Sua provisão e poder (Números
21:4-6). Como resultado, Deus enviou serpentes venenosas entre o povo,
resultando em muitas mortes, até que eles se arrependessem e pedissem perdão
(Números 21:6-9).
Esses
exemplos ilustram como a murmuração contra Deus e Sua liderança resultou em
julgamento e punição divina na história do povo de Israel. Eles nos alertam
sobre a seriedade desse pecado e as consequências graves que ele pode trazer. Portanto,
é importante que os crentes evitem a murmuração e cultivem uma atitude de
gratidão, confiança e louvor a Deus, mesmo nas dificuldades e provações da
vida.
Alguns
textos bíblicos que destacam o potencial corruptivo da murmuração na mente e no
coração daqueles que a praticam. Por exemplo:
Ø Filipenses 2:14,15
(NVI) -
"Façam tudo sem queixas nem discussões, para que venham a tornar-se puros
e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida
e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo". Estes
versículos destacam a importância de evitar queixas e discussões, indicando que
tal atitude contribui para a pureza e a irrepreensibilidade dos filhos de Deus.
Isso implica que a murmuração pode corromper e comprometer essa pureza.
Ø Efésios 4:29 (NVI). "Não saia da boca de vocês nenhuma palavra prejudicial, mas apenas a
que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda
graça aos que a ouvem". Este versículo adverte contra palavras
prejudiciais, sugerindo que a murmuração não edifica os outros, mas, ao
contrário, pode causar dano e corrupção tanto a quem murmura quanto aos que
ouvem.
Esses
são apenas dois exemplos que ilustram como a murmuração pode afetar a mente e o
coração daqueles que a praticam, mostrando a importância de cultivar uma
atitude positiva e edificante em vez de se entregar a queixas e murmurações.
III. MURMURAÇÃO: UM PECADO QUE NOS IMPEDE
DE ENTRAR NA CANAÃ CELESTIAL
1. O fim dos
israelitas murmuradores
A
murmuração dos israelitas não foi um evento isolado, mas um padrão recorrente
ao longo de sua jornada no deserto. Desde a saída do Egito, eles demonstraram
uma tendência de reclamar e questionar as decisões de Deus e de Moisés. Essa
atitude revelava uma falta de confiança na providência divina e uma disposição
para se voltarem ao conforto do passado, mesmo que isso significasse retornar à
escravidão no Egito.
A
murmuração dos israelitas teve consequências severas. Em Números 14, após o
relato dos espias que exploraram a Terra Prometida, a nação se rebelou contra
Deus e Moisés, recusando-se a entrar na terra devido ao medo das dificuldades e
dos habitantes da terra. Como resultado, Deus declarou que aquela geração não entraria
na Terra Prometida, exceto Calebe e Josué. Eles vagariam no deserto até que todos
os adultos dessa geração morressem, privados da promessa de uma terra
abundante.
Para
os crentes, a história dos israelitas murmuradores oferece várias lições
práticas. Primeiramente, destaca a importância da fé e confiança em Deus, mesmo
em tempos de incerteza e adversidade. Também enfatiza a importância da gratidão
e da obediência, reconhecendo os benefícios das bênçãos de Deus e seguindo Seus
mandamentos, mesmo quando parecem difíceis.
O
fim dos israelitas murmuradores nos lembra da fidelidade de Deus em cumprir
Suas promessas, mas também da responsabilidade do homem em responder com fé e
obediência. Como cristãos, devemos aprender com os erros do passado e buscar
viver em gratidão e confiança no Senhor, sabendo que Ele é fiel para
conduzir-nos em nossa jornada espiritual. Portanto, a história dos israelitas
murmuradores é muito mais do que um relato histórico, é um lembrete atemporal
da importância da fé, obediência e gratidão na vida do crente, e das
consequências da descrença e murmuração.
2. O destino dos murmuradores
À
luz dos relatos do livro de Números, o apóstolo Paulo faz uma séria advertência
ao povo da Nova Aliança: “e não murmureis, como também alguns deles murmuraram
e pereceram pelo destruidor” (1Coríntios 10:10). Embora o contexto original deste
texto faça referência à morte física dos israelitas murmuradores no deserto, a
advertência de Paulo também pode ser entendida no contexto espiritual.
Aqueles
que persistem na murmuração podem experimentar uma morte espiritual gradual,
caracterizada pela ausência de vida espiritual vibrante e pela presença do
pecado não confessado e não tratado. Essa morte espiritual pode eventualmente
se manifestar em consequências físicas e emocionais, afetando a saúde e o
bem-estar geral.
Aqueles que se entregam à murmuração podem
gradualmente perder o interesse e o prazer nas práticas espirituais, como a
oração, a leitura da Bíblia, a comunhão com outros crentes e serviço ao
próximo. A atitude negativa e crítica pode obscurecer a visão espiritual,
tornando difícil experimentar a alegria e a plenitude que vêm da presença de
Deus.
A murmuração representa um obstáculo
significativo no processo de santificação do crente. Para progredir na vida
cristã e crescer em maturidade espiritual, é essencial abandonar a murmuração e
cultivar uma atitude de gratidão, confiança e submissão à vontade de Deus. Isso
envolve a renovação da mente e a busca contínua pela transformação pelo
Espírito Santo.
Em resumo, o destino dos murmuradores é um
alerta para os crentes sobre os perigos espirituais da murmuração. É um chamado
à vigilância espiritual, à renovação do coração e à busca contínua pela
comunhão com Deus, evitando as armadilhas da insatisfação e da incredulidade.
Ao abandonar a murmuração e abraçar uma
atitude de fé, gratidão e obediência, os crentes podem experimentar a plenitude
da vida espiritual e viver em conformidade com os propósitos de Deus.
3. Os males da
murmuração
A murmuração é uma
prática prejudicial que pode causar uma série de males tanto na vida da Igreja
Local quanto no caráter espiritual do indivíduo. Veja alguns males da
murmuração:
a) Desânimo espiritual e contendas
comunitárias. A murmuração dentro
da Igreja Local pode minar o ânimo espiritual dos membros, gerando
descontentamento e desunião. As conversas negativas e críticas podem levar a
contendas e conflitos entre os irmãos, prejudicando a comunhão e o testemunho
da igreja perante a sociedade.
b) Rebeldia espiritual e
divisões ministeriais. A murmuração muitas
vezes está ligada à rebeldia espiritual, onde os indivíduos se recusam a
aceitar a autoridade espiritual estabelecida por Deus na igreja. Isso pode
levar a divisões ministeriais, onde grupos dissidentes se separam do corpo
principal, enfraquecendo assim o testemunho e a eficácia do trabalho
ministerial.
c) Destruição da comunhão
da Igreja. A murmuração pode
corroer a comunhão da igreja, minando a confiança e o respeito entre os
membros. Quando os crentes se ocupam em fofocas e críticas constantes, torna-se
difícil experimentar a verdadeira comunhão e compartilhar as bênçãos
espirituais em conjunto.
d) Afastamento do
Espírito Santo. A murmuração está
intrinsecamente ligada a outros pecados, como mentira, calúnia e difamação.
Essas obras carnais entristecem o Espírito Santo e o afastam da vida do crente.
Uma pessoa dominada por tais práticas não pode experimentar a plenitude do
Espírito Santo em sua vida, resultando em um declínio espiritual e afastamento
da presença de Deus (Ef.4:30; Gl.5:19-21).
e) Atração de outros pecados. A murmuração serve como um portal para outros pecados,
como idolatria, rebelião, adultério e blasfêmia contra Deus. Ao permitir que a
murmuração domine suas vidas, os indivíduos abrem a porta para uma espiral
descendente de pecado e distanciamento de Deus.
f) Estagnação espiritual
e serviço ao Inimigo. Aqueles que se
entregam à murmuração acabam estagnando em sua jornada espiritual, incapazes de
progredir na fé e no conhecimento de Deus. Além disso, ao se envolverem em
comportamentos contrários ao caráter de Cristo, acabam prestando serviço ao
inimigo e comprometendo seu testemunho como filhos de Deus.
Em suma, os males da
murmuração são vastos e profundos, afetando não apenas a vida da Igreja Local, mas
também o caráter espiritual e a comunhão pessoal com Deus. É vital que os
crentes estejam vigilantes contra esse pecado, buscando viver em harmonia, amor
e unidade, e evitando as armadilhas da murmuração e da divisão. O nosso Senhor
disse que o reino dividido contra si mesmo é “devastado” e não “subsistirá“ (Mt.12:25;
cf. Lc.1:17-22).
CONCLUSÃO
Este
estudo sobre o Perigo da Murmuração na vida do crente destaca a seriedade desse
pecado e suas consequências devastadoras tanto na comunidade da fé quanto na
vida espiritual individual. A murmuração não é apenas uma expressão de
descontentamento passageiro, mas uma atitude que revela um coração endurecido e
descrente, afastando-se da comunhão com Deus e minando a unidade e o testemunho
da Igreja.
Diante
desse perigo, é imperativo que os crentes estejam vigilantes contra a
murmuração, cultivando uma atitude de gratidão, fé e submissão à vontade de
Deus. Devemos buscar a unidade e a comunhão na igreja, evitando fofocas e
críticas prejudiciais, e dedicando-nos ao amor mútuo e ao serviço ao próximo.
Somente assim podemos preservar a saúde espiritual da Igreja Local e continuar
a avançar na jornada da santificação, vivendo em conformidade com os propósitos
de Deus para nossas vidas.
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Luciano
de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia
de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William
Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Pr.
Hernandes Dias Lopes. Efésios – Igreja, a noiva gloriosa de Cristo.
Pr.
Hernandes Dias Lopes. 1Corinios – Como resolver conflitos na Igreja.
Pr.
Hernandes Dias Lopes. Hebreus, a superioridade de Cristo.
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