domingo, 29 de setembro de 2024

AS PROMESSAS DE DEUS

         4° Trimestre de 2024



SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 01

Texto Base: Isaias 55:6-13

“E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la” (Jr.1:12).

Isaías 55:6-13

6.Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.

7.Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno, os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é perdoar.

8.Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor.

9.Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.

10.Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come,

11.assim será a palavra que sair da minha boca ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei.

12.Porque, com alegria, saireis e, em paz, sereis guiados; os montes e os outeiros exclamação de prazer perante a vossa face, e todas as árvores do campo baterão palmas.

13.Em lugar do espinheiro, crescerá a Faia, e, em lugar da sarça, crescerá a murta; isso será para o Senhor por nome, por sinal eterno, que nunca se apagará.

INTRODUÇÃO

No 4º trimestre de 2024, exploraremos profundamente as “Promessas de Deus” conforme reveladas na Bíblia Sagrada. As promessas divinas têm o propósito de cumprir os planos de Deus, exigindo nossa fé total nEle e em Sua Palavra para se realizarem. Ao longo do Trimestre, analisaremos não apenas o que são essas promessas, mas também como estão fundamentadas nas Escrituras.

Nesta primeira Lição, definiremos o que são as “Promessas de Deus” e como elas estão fundamentadas. Além disso, classificaremos os tipos e os propósitos das Promessas de Deus, compreendendo seu impacto em nossa vida cristã.

I. UM CONVITE DE DEUS

1. Um convite, uma Promessa

Isaías 55:6-13 é um dos textos mais ricos da Bíblia em termos de promessa divina e convocação para a redenção. Neste trecho, Deus convida o povo de Israel a buscar Sua face e a se arrepender, oferecendo-lhes uma oportunidade de transformação e bênção. Este convite, no entanto, não é apenas uma simples oferta, mas uma promessa carregada de poder e propósito.

Em Isaias 55:11, lemos: “assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei”. Este versículo destaca a soberania de Deus e a eficácia de Sua Palavra. A Palavra de Deus, quando proclamada, carrega em si a certeza do cumprimento. Ela é viva, eficaz e sempre alcança o objetivo para o qual foi enviada, seja para a redenção daqueles que a recebem com fé ou para a condenação daqueles que a rejeitam.

Este texto de Isaias sublinha a importância de responder ao convite divino. Deus não apenas convida, mas garante que Sua Palavra, quando acolhida, trará consigo o cumprimento das Promessas. No entanto, para que essas Promessas se manifestem na vida do crente, é necessário um movimento ativo em direção a Deus — buscar ao Senhor enquanto se pode achar, invocar enquanto está perto (Isaias 55:6).

2. É preciso Buscar ao Senhor

O primeiro passo essencial para viver as promessas de Deus é buscar ao Senhor de forma ativa e contínua. Em Isaías 55:6, lemos: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto”. Este versículo é um chamado urgente para um relacionamento profundo e constante com Deus. Ele não é apenas um conselho, mas um imperativo que destaca a necessidade de uma busca diligente e persistente por Deus.

Buscar ao Senhor implica em dedicar tempo à oração, meditação na Palavra e em cultivar uma vida espiritual que reflita um desejo genuíno de conhecer e experimentar a presença de Deus. No contexto do Antigo Testamento, essa busca era uma resposta ao convite de Deus para o arrependimento e restauração. Era uma convocação para o povo de Israel retornar ao Senhor com todo o coração.

O Novo Testamento reafirma essa necessidade de buscar a Deus, como ensinado por Jesus em Mateus 7:7,8: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre”. Aqui, Jesus assegura que a busca sincera por Deus não é em vão. Ele promete que aqueles que O buscam de coração encontrarão Sua presença, Sua direção e Suas bênçãos.

A busca por Deus, conforme Jesus ensinou, não é passiva; ela requer esforço, perseverança e fé. É um processo que envolve pedir com humildade, buscar com determinação e bater com insistência. Essa busca é uma expressão de dependência total de Deus, reconhecendo que Ele é a fonte de toda provisão, sabedoria e direção.

Além disso, essa busca deve ser feita “enquanto se pode achar” e “enquanto está perto”, como destaca Isaías. Isso sugere que há um tempo oportuno para buscar ao Senhor, que não deve ser desperdiçado. Deus está sempre acessível, mas é vital que aproveitemos o momento presente para nos voltarmos a Ele, pois a oportunidade de buscar Sua face pode não estar disponível para sempre.

Buscar ao Senhor é, portanto, um ato de fé e obediência, essencial para que as Promessas de Deus se tornem realidade em nossas vidas. Essa busca deve ser caracterizada por sinceridade, arrependimento e uma entrega total ao propósito de Deus. Quando buscamos ao Senhor com todo o coração, não apenas encontramos a realização de Suas Promessas, mas também experimentamos uma transformação profunda em nosso relacionamento com Ele.

3. É preciso se Arrepender

O Segundo passo para se viver as Promessas de Deus: “É preciso se arrepender”. Isaías 55:7 chama ao arrependimento: “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar”. Esse arrependimento é essencial para que as Promessas de Deus se cumpram plenamente. Deus promete abundância e bênção, mas estas estão condicionadas à obediência e à transformação do coração.

Além disso, Isaías 55:7 chama ao arrependimento: “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar”. Esse arrependimento é essencial para que as Promessas de Deus se cumpram plenamente. Deus promete abundância e bênção, mas estas estão condicionadas à obediência e à transformação do coração.

As Promessas de Deus muitas vezes vêm com condições que exigem a obediência do Seu povo para que sejam cumpridas. Aqui estão três exemplos bíblicos de bênçãos que dependiam da obediência a Deus:

a)   A Promessa de vida longa e prosperidade na Terra Prometida (Êx.20:12 e Dt.5:33)

ü  Promessa: Deus prometeu ao povo de Israel que, se obedecessem aos Seus mandamentos, teriam vida longa e prosperariam na terra que Ele lhes deu.

ü  Condição: A obediência à Lei, especificamente o mandamento de honrar pai e mãe, é destacada em Êxodo 20:12: "Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá."

ü  Cumprimento: Essa promessa de vida longa e prosperidade estava diretamente ligada à prática da obediência.

b)   A Promessa de vitória sobre os inimigos (Dt.28:1-7)

ü  Promessa: Deus prometeu que, se Israel obedecesse diligentemente à Sua voz e guardasse todos os Seus mandamentos, Ele os exaltaria sobre todas as nações da terra e garantiria a vitória sobre os inimigos.

ü  Condição: A obediência total a Deus é a chave para receber essa bênção: "E será que, se ouvires a voz do Senhor teu Deus... o Senhor entregará os teus inimigos, que se levantarem contra ti, feridos diante de ti" (Dt.28:1,7).

ü  Cumprimento: A vitória sobre os inimigos estava condicionada à obediência completa aos mandamentos de Deus.

c)   A Promessa de ser feito povo de Deus (Dt.28:9,10)

ü  Promessa: Deus prometeu que Israel seria estabelecido como Seu povo santo, separado para Ele, se obedecessem aos Seus mandamentos.

ü  Condição: "O Senhor te confirmará para si por povo santo, como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do Senhor teu Deus, e andares nos seus caminhos" (Dt.28:9).

ü  Cumprimento: Ser reconhecido como povo santo de Deus, com todas as bênçãos que isso traz, estava ligado à obediência fiel aos caminhos do Senhor.

Esses exemplos demonstram que as Promessas de Deus frequentemente exigem uma resposta de fé expressa em obediência para que sejam plenamente realizadas na vida de Seu povo.

Portanto, o convite de Deus em Isaías 55 é uma oferta de redenção fundamentada na veracidade e no poder de Sua Palavra. As Promessas de Deus não são apenas palavras vazias; elas são garantias do cumprimento de Seu propósito em nossas vidas, desde que respondamos com fé, arrependimento e busca contínua por Sua presença.

II. AS PROMESSAS E SEUS FUNDAMENTOS

1. A Promessa na Bíblia

As Promessas de Deus são um tema central na Bíblia, refletindo o comprometimento divino em realizar Seu propósito na vida das pessoas. Desde o início das Escrituras, vemos Deus fazendo Promessas a Seus servos, estabelecendo um relacionamento baseado na confiança e na fé em Sua Palavra.

No Antigo Testamento, as Promessas de Deus aparecem de forma implícita e explícita em diversos momentos. Embora a palavra "promessa" nem sempre seja mencionada diretamente, o conceito é claramente manifestado nas alianças que Deus fez com Abraão, Isaque, Jacó e o povo de Israel. Por exemplo, em Gênesis 12:1-3, Deus prometeu a Abraão que ele seria pai de uma grande nação, que sua descendência seria abençoada, e que todas as nações da terra seriam abençoadas por meio dele. Essas Promessas estabeleceram a base do relacionamento de Deus com Israel e antecipavam o plano de redenção que se desenrolaria ao longo da história bíblica.

O Novo Testamento, por sua vez, revela o cumprimento dessas Promessas na pessoa de Jesus Cristo. Ele é o cumprimento das Promessas messiânicas do Antigo Testamento, trazendo à plenitude a obra redentora que Deus prometeu realizar. Por exemplo, em Lucas 4:16-21, Jesus lê na sinagoga a profecia de Isaías e declara que ela se cumpriu nEle. O apóstolo Pedro, em Atos 2:29-31, também afirma que as Promessas feitas a Davi foram realizadas em Cristo, que foi ressuscitado dos mortos e exaltado à direita de Deus.

Além disso, o Novo Testamento introduz novas Promessas que se estendem à Igreja e a todos os crentes. Essas Promessas incluem a ressurreição dos mortos e a transformação dos corpos dos fiéis por ocasião do Arrebatamento da Igreja, conforme 1Tessalonicenses 4:13-18. Essas Promessas não são apenas esperanças futuras, mas são fundamentos da fé cristã, reforçando a certeza de que Deus cumprirá tudo o que prometeu.

Os fundamentos das Promessas de Deus estão enraizados na Sua natureza imutável e fiel. A palavra "promessa" na Bíblia refere-se ao ato de Deus comprometer-Se a realizar algo. E esse compromisso é infalível porque Deus é fiel e justo, incapaz de mentir ou falhar em Sua palavra. Como declara o autor de Hebreus: "Guardemos firme a confissão da nossa esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel" (Hebreus 10:23).

Portanto, as Promessas de Deus são mais do que simples declarações; elas são garantias de que Ele cumprirá Sua vontade no tempo certo. Elas são a base sobre a qual a fé dos crentes é edificada, oferecendo segurança e esperança inabaláveis. Ao longo da Bíblia, vemos que Deus é zeloso em cumprir o que promete, e é essa confiança que sustenta a vida e a fé de todos que nEle confiam.

2. Deus é Infalível

A infalibilidade de Deus é uma verdade central e confortadora da fé cristã. Ela se fundamenta nos atributos incomunicáveis de Deus, que O diferenciam de toda a criação e garantem que Suas Promessas e propósitos jamais falharão. Quando afirmamos que Deus é infalível, estamos reconhecendo que Ele é absolutamente perfeito em poder, conhecimento e presença, qualidades que são exclusivas da Sua natureza divina.

Em primeiro lugar, Deus é Onipotente — Ele possui todo o poder. Em Sua onipotência, Deus é capaz de realizar tudo o que deseja, sem limitações. Não há circunstância ou força no universo que possa frustrar Seus planos ou impedir que Suas Promessas se cumpram. Isso está claramente refletido em Isaías 43:13, onde Deus declara: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?”. Essa declaração de poder absoluto reforça que, quando Deus decide agir, nada nem ninguém pode impedir Sua vontade.

Em segundo lugar, Deus é Onisciente — Ele conhece todas as coisas. O conhecimento de Deus é perfeito e abrangente, abrangendo o passado, o presente e o futuro em sua totalidade. Ele conhece todos os detalhes do universo e da vida humana, desde o mais insignificante até o mais grandioso. Como Deus sabe todas as coisas, Ele nunca é surpreendido ou enganado, e Suas Promessas são feitas com pleno conhecimento de tudo o que acontecerá. A onisciência de Deus garante que Suas palavras são verdadeiras e fiéis, pois Ele nunca promete algo sem saber exatamente como e quando irá cumprir.

Em terceiro lugar, Deus é Onipresente — Ele está presente em todos os lugares ao mesmo tempo. Isso significa que não há lugar no universo onde Deus não esteja plenamente presente. A onipresença de Deus assegura que Ele está sempre perto de nós, acompanhando cada detalhe de nossa vida e sustentando a criação. Essa presença constante é um lembrete de que Deus nunca nos abandona, e que Suas Promessas se aplicam a nós em todos os momentos e circunstâncias.

Esses atributos incomunicáveis — Onipotência, Onisciência e Onipresença — constituem a base da infalibilidade de Deus. Diferente dos seres humanos, que são limitados e falíveis, Deus é absolutamente confiável em todas as Suas ações e palavras. Sua infalibilidade significa que Ele nunca falha, nunca muda, e nunca deixa de cumprir aquilo que prometeu. Como o profeta Isaías afirma em Isaías 55:11, a Palavra de Deus “não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei”.

Portanto, quando confiamos nas Promessas de Deus, podemos ter plena certeza de que elas serão cumpridas, porque elas são sustentadas pela natureza infalível do próprio Deus. Ele é imutável e eternamente fiel, e é por isso que Suas Promessas são um fundamento seguro para a nossa fé e esperança. Ao entendermos a infalibilidade de Deus, somos levados a uma confiança mais profunda nEle, sabendo que, independentemente das circunstâncias, Ele jamais falhará.

3. Deus zela por Sua Palavra

A expressão "Deus zela por Sua Palavra" encapsula uma verdade profunda sobre o caráter divino: Deus é absolutamente fiel e comprometido com o cumprimento de tudo o que Ele declara. Sua Palavra não é meramente uma comunicação sem consequência; ela é viva, eficaz e carregada de poder para realizar exatamente o que Ele determina.

Em Isaías 55:11, lemos: “assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei”. Este versículo enfatiza que a Palavra de Deus é enviada com um propósito específico e infalível. Quando Deus fala, Suas palavras não são ocas nem vazias. Elas carregam a autoridade e o poder do próprio Deus e, portanto, são irresistíveis e inalteráveis. O que Deus declara será cumprido, sem exceção.

A fidelidade de Deus em cumprir Sua Palavra é ilustrada de maneira vívida em Jeremias 1:11,12, onde o profeta tem uma visão de uma vara de amendoeira. Quando Deus pergunta a Jeremias o que ele vê, e ele responde corretamente, Deus confirma a visão dizendo: “Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir”. A vara de amendoeira, uma árvore que floresce precocemente na primavera, simboliza vigilância e prontidão. Assim como a amendoeira floresce no tempo certo, Deus está constantemente vigiando para assegurar que Sua Palavra se cumpra exatamente como foi proferida.

Esse zelo de Deus por Sua Palavra revela Sua imutabilidade e integridade. Diferente dos seres humanos, cujas Promessas podem ser falíveis ou não cumpridas, Deus não pode mentir, nem Se contradizer. Sua Palavra é um reflexo perfeito de Seu caráter: fiel, verdadeiro e constante. Quando Deus faz uma promessa, Ele se compromete a realizá-la com todo o Seu ser, porque Ele é fiel a Si mesmo e à Sua Palavra.

Além disso, o zelo de Deus por Sua Palavra também nos oferece segurança e confiança. Podemos depositar nossa fé nas Promessas de Deus, certos de que Ele cumprirá cada uma delas. Nenhuma circunstância, adversidade ou força contrária pode impedir o cumprimento daquilo que Deus declarou. Este zelo é um sinal da soberania divina, mostrando que Deus não apenas decreta, mas também vela atentamente para garantir que tudo ocorra conforme Seu plano perfeito.

O entendimento de que Deus zela por Sua Palavra deve impactar profundamente nossa vida de fé. Ele nos chama a confiar plenamente em Suas Promessas, sabendo que elas são inquebrantáveis. Em um mundo onde tantas palavras são ditas sem responsabilidade, a Palavra de Deus se destaca como um alicerce sólido e imutável. Podemos viver em paz, sabendo que aquilo que Deus disse se cumprirá, porque Ele mesmo está atento e comprometido com a realização de cada uma de Suas Promessas.

III. TIPOS E PROPÓSITOS DAS PROMESSAS DE DEUS

1. Promessas incondicionais

As Promessas Incondicionais de Deus são declarações soberanas que Ele faz, garantindo que Seu propósito se cumprirá independentemente de qualquer condição ou resposta humana. Essas Promessas não dependem de circunstâncias, tempo, ou atitudes do destinatário. Elas são fundamentadas unicamente na vontade imutável de Deus, que, em Sua soberania e fidelidade, assegura que o que Ele determinou acontecerá de maneira infalível.

Um dos exemplos mais claros de uma promessa incondicional na Bíblia é a profecia do nascimento de Jesus Cristo. Isaías 9:6 anuncia: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. Esta profecia foi dada séculos antes de seu cumprimento, independentemente das circunstâncias que pudessem ocorrer ao longo da história. Deus prometeu e, na plenitude dos tempos, Ele cumpriu essa promessa ao enviar Seu Filho ao mundo, nascido de uma virgem, como anunciado em Isaías 7:14.

Outro exemplo é a promessa do local de nascimento de Jesus. Em Miquéias 5:2, lemos: “E tu, Belém Efrata, pequena demais para estar entre as milhares de Judá, de ti sairá aquele que será dominador em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Esta profecia especifica que o Messias nasceria em Belém, uma pequena e aparentemente insignificante cidade, mas escolhida soberanamente por Deus para este propósito. Nada que a humanidade pudesse fazer mudaria essa realidade, pois estava estabelecida pelo decreto incondicional de Deus.

Além das Promessas já cumpridas, a Bíblia também apresenta Promessas incondicionais que ainda aguardam cumprimento. Um exemplo significativo é a promessa do Arrebatamento da Igreja, conforme descrito em 1Tessalonicenses 4:13-17. Esse evento escatológico inclui a ressurreição dos que morreram em Cristo e a transformação dos crentes que estiverem vivos na vinda do Senhor. Não há condições anexadas a essa promessa; ela ocorrerá no tempo determinado por Deus, independentemente das ações humanas. Isso reflete a soberania de Deus sobre a história e Seu plano redentor.

A incondicionalidade dessas Promessas é uma garantia para os crentes de que o plano de Deus será realizado de maneira perfeita e imutável. Mesmo quando Promessas parecem distantes ou quando as circunstâncias parecem contradizer o que foi prometido, os crentes podem ter plena confiança na fidelidade de Deus. Como Hebreus 10:23 nos exorta: “Guardemos firme a confissão da nossa esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel”.

Portanto, as Promessas Incondicionais são um testemunho do poder soberano e da fidelidade de Deus. Elas revelam que Deus está no controle absoluto de toda a criação e que Seu propósito será realizado sem falha. Para os crentes, essas Promessas são uma fonte de esperança e segurança, lembrando-nos que, independentemente das circunstâncias, a Palavra de Deus é firme, imutável e digna de total confiança.

2. Promessas Condicionais

As Promessas Condicionais de Deus, diferentemente das Promessas Incondicionais, requerem uma resposta ou ação específica por parte do ser humano para que se cumpram. Elas estabelecem uma relação direta entre a obediência ou cumprimento de certas condições e a recepção das bênçãos prometidas. Ao longo das Escrituras, essas Promessas são frequentemente apresentadas como parte de alianças e instruções divinas, demonstrando que o relacionamento de Deus com Seu povo envolve responsabilidades mútuas.

Um exemplo clássico de uma Promessa Condicional é encontrado em Êxodo 15:26, onde Deus faz uma promessa de saúde plena ao povo judeu, condicionada à obediência às Suas ordenanças:

"Se ouvires atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e deres ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre os egípcios; porque eu sou o Senhor, que te sara".

Aqui, Deus oferece proteção contra as doenças, mas essa proteção está condicionada à obediência e fidelidade a Ele.

Outro exemplo de Promessa Condicional é encontrado em Deuteronômio 28:1,2, onde Deus promete bênçãos abundantes ao povo de Israel, mas com a condição de que eles obedeçam cuidadosamente a todos os Seus mandamentos:

"E será que, se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor, teu Deus".

Neste capítulo, Deus detalha tanto as bênçãos pela obediência quanto as maldições que viriam pela desobediência, enfatizando a natureza condicional das Suas Promessas.

No Novo Testamento, vemos Promessas Condicionais ligadas ao perdão e à comunhão com Deus. Em Mateus 6:14,15, Jesus ensina que o perdão de Deus está condicionado ao perdão que oferecemos aos outros:

"Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas".

Esta Promessa ressalta a importância do perdão na vida cristã, mostrando que a misericórdia que recebemos de Deus depende de nossa disposição de mostrar misericórdia aos outros.

Jesus também condiciona o permanecer no amor de Deus à obediência aos Seus mandamentos. Em João 14:23, Ele afirma:

"Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada".

Da mesma forma, em João 15:10, Ele declara:

"Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço".

Nessas passagens, o vínculo com o amor de Deus e a intimidade com Ele são condicionados à nossa fidelidade e obediência a Cristo.

Essas Promessas Condicionais sublinham a importância da responsabilidade humana no relacionamento com Deus. Elas nos lembram que, embora Deus seja gracioso e desejoso de abençoar, Ele espera que respondamos à Sua graça com obediência e fidelidade. O cumprimento dessas Promessas depende de nosso comprometimento em seguir as diretrizes divinas.

Em resumo, as Promessas Condicionais são um reflexo da aliança entre Deus e a humanidade, onde as bênçãos divinas estão ligadas à nossa obediência e à forma como respondemos ao Seu chamado. Elas nos encorajam a viver de maneira que honre a Deus, sabendo que nossas escolhas podem influenciar a realização das bênçãos que Ele deseja derramar sobre nós.

3. O propósito das Promessas de Deus

As Promessas de Deus, conforme reveladas na Bíblia, carregam propósitos profundos e multifacetados que envolvem tanto a realização dos planos divinos quanto o desenvolvimento de um relacionamento íntimo e duradouro com a humanidade. Cada promessa divina é uma expressão do amor, da graça e da soberania de Deus, e o cumprimento dessas promessas serve para evidenciar o caráter imutável e fiel de Deus.

-O primeiro propósito das Promessas de Deus é estabelecer uma aliança com o ser humano. Desde o início da criação, Deus demonstrou Seu desejo de se relacionar com a humanidade de maneira íntima e significativa. Em Gênesis 1:27-30, Deus cria o homem à Sua imagem e semelhança e concede-lhe domínio sobre a terra. Logo depois, em Gênesis 2:16,17, Deus estabelece um mandamento, formando assim uma aliança inicial com Adão e Eva. As Promessas associadas a essa aliança refletem o desejo de Deus de que a humanidade viva em harmonia com Ele, seguindo Suas direções e desfrutando das bênçãos que Ele preparou.

-Outro propósito significativo é a reconsideração do destino da raça humana, particularmente evidente na história de Noé. Após a corrupção generalizada da humanidade, Deus, em Sua justiça, decide trazer um dilúvio para purificar a terra, mas em meio à destruição, Ele faz uma promessa a Noé. Em Gênesis 9:11-17, Deus estabelece um pacto com Noé, prometendo nunca mais destruir a terra por meio de um dilúvio e dando à humanidade uma nova oportunidade para recomeçar. Esta promessa revela a graça e a misericórdia de Deus, que, mesmo diante da rebeldia humana, oferece redenção e uma nova chance de viver segundo os Seus preceitos.

-Além disso, as Promessas de Deus também servem para mostrar a eleição de um povo específico, Israel, como parte de Sua aliança com Abraão. Em Gênesis 12:1-3, Deus chama Abraão e promete fazer dele uma grande nação, através da qual todas as famílias da terra seriam abençoadas. Essa promessa é reiterada em Êxodo 19:5,6, onde Deus, após libertar os israelitas da escravidão no Egito, reafirma Seu compromisso de fazer de Israel um “reino de sacerdotes e uma nação santa”. As Promessas relacionadas à eleição de Israel mostram que Deus escolhe agir por meio de pessoas e nações para realizar Seus propósitos redentores no mundo.

-Outro grande propósito das Promessas de Deus é zelar pela Sua Palavra e aprofundar o Seu relacionamento com a humanidade. Em Isaías 55:11,12, Deus declara que a Sua Palavra não voltará vazia, mas cumprirá tudo o que Ele deseja. Quando experimentamos o cumprimento das Promessas de Deus, percebemos Sua presença ativa em nossas vidas e Sua fidelidade em cumprir o que foi prometido. Isso nos dá a certeza de que Deus está intimamente envolvido em nossa jornada, fortalecendo nossa fé e nos assegurando que não estamos sozinhos no mundo. A realização das Promessas divinas reforça a confiança de que Deus é um Pai amoroso e zeloso, comprometido com o bem-estar e a redenção de Seus filhos.

-Em última análise, o cumprimento das Promessas de Deus visa a demonstrar Sua glória e promover Seu reino. Cada promessa cumprida aponta para o caráter soberano e fiel de Deus e nos chama a uma vida de fé e obediência, sabendo que Ele é digno de confiança.

Quando entendemos os propósitos das Promessas de Deus, somos levados a uma adoração mais profunda e a um compromisso renovado com Sua vontade, confiando que Ele sempre age para o nosso bem e para a Sua glória eterna.

CONCLUSÃO

Deus, em Sua soberania, é fiel e comprometido com a realização de Suas Promessas; essas Promessas são compromissos profundos que revelam Sua natureza imutável e amorosa. Aprendemos que existem Promessas incondicionais, como o nascimento de Jesus e a redenção, que Deus cumprirá independentemente das circunstâncias, e Promessas condicionais que dependem da nossa obediência e resposta às Suas orientações. Vimos também que os propósitos das Promessas incluem estabelecer alianças, oferecer oportunidades de redenção e aprofundar nosso relacionamento com Deus. O cumprimento dessas Promessas confirma a fidelidade divina e fortalece nossa confiança de que Deus está constantemente presente em nossas vidas. Somos chamados a esperar com paciência e fé, sabendo que cada promessa reflete o amor e a graça de Deus, e que Sua Palavra jamais retorna vazia.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.

Comentário Bíblico Beacon. CPAD.

Dicionário VINE.CPAD.

O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.

Lawrence O. Richards. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.

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