sábado, 13 de dezembro de 2025

DIA DA BÍBLIA - Domingo,14/12/2025

 


“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3:16,17).

Introdução

Celebrar o Dia da Bíblia é reafirmar nossa confiança na revelação divina e nossa submissão à autoridade das Escrituras. Não é apenas para lembrar a existência de um Livro Sagrado, mas para reafirmar nossa fé de que a Bíblia é a Palavra viva de Deus, inspirada, poderosa e suficiente para formar o caráter do cristão e nos conduzir à salvação e nos sustentar até a eternidade.

Em um mundo onde muitas vozes disputam nossa atenção e muitas “verdades” são apresentadas, levantamos hoje a Bíblia e declaramos: ela continua sendo a nossa única regra de fé e prática.

1. A origem do Dia da Bíblia

O Dia da Bíblia surgiu em 1549, na Grã-Bretanha, quando o bispo Crammer incluiu no livro de orações do rei Eduardo VI uma data especial para incentivar a leitura das Escrituras. A data escolhida foi o segundo domingo do advento, antes do Natal, e desde então esse dia passou a ser celebrado em diversos países. Atualmente, cerca de 60 nações comemoram o Dia da Bíblia, embora em alguns lugares a celebração ocorra em setembro, em referência ao trabalho de Jerônimo na tradução da Vulgata.

No Brasil, a comemoração começou por volta de 1850 com missionários vindos da Europa e dos Estados Unidos, mas a liberdade religiosa era restrita, dificultando manifestações públicas. A partir de 1880, essa liberdade cresceu e o movimento evangélico popularizou o Dia da Bíblia. Em 1948, a fundação da Sociedade Bíblica do Brasil fortaleceu a celebração, que foi oficializada pela Lei nº 10.335, de 19 de dezembro de 2001, estabelecendo o segundo domingo de dezembro como data oficial.

2. A origem da Bíblia

A Bíblia tem sua origem em Deus. Paulo afirma que “toda a Escritura é inspirada por Deus” (2Tm.3:16). Ela não é fruto da imaginação humana, mas da revelação divina. Os escritores foram usados por Deus sem perder sua personalidade, pois “homens santos falaram movidos pelo Espírito Santo” (2Pd.1:21). As Escrituras nasceram na mente de Deus e foram comunicadas pelo Seu Espírito, tornando-se a Palavra de Deus. Por isso, a Bíblia possui autoridade suprema e é a única regra infalível de fé e prática para o cristão.

3. A Autoridade da Bíblia

A autoridade da Bíblia fundamenta-se em seu autor: Deus. O selo dessa autoridade aparece em expressões como "assim diz o SENHOR" (Êx.5:1; Is.7:7); "veio a palavra do SENHOR" (Jr.1:2); "está escrito" (Mc.1:2). Ante tais considerações, não temos como deixar de reconhecer que a Bíblia Sagrada é dotada de autoridade absoluta, isto é, deve ser aceita pela Igreja como única regra de fé e de prática; ou seja, o crente se quiser ser fiel e obediente ao seu Criador, deve crer no que a Bíblia diz e fazer exatamente o que ela determina.

No entanto, apesar disto, não têm sido poucas as tentativas, ao longo da história, e no meio do povo que se diz cristão, para descaracterizar esta autoridade absoluta e prioritária que deve ter a Bíblia Sagrada na vida de um crente.

Ao longo da história de Israel, todos quantos procuraram se rebelar contra a autoridade da Bíblia Sagrada foram apresentados como pessoas que se fizeram inimigas de Deus, demonstrando, claramente, que a desconsideração da autoridade das Escrituras Sagradas é atentado contra o próprio Deus.

4. A supremacia da Bíblia

A Bíblia é o Livro dos livros: inspirada por Deus, concebida no céu, nascida na terra, pregada pela Igreja, perseguida pelo mundo e crida pelos fiéis. É infalível, inerrante e suficiente. Apesar das críticas e perseguições, permanece firme e vitoriosa. É semente divina que gera nova vida, água que sacia, pão que alimenta e luz que guia. É arma de combate e escudo de proteção, mais preciosa que o ouro e mais doce que o mel. Nenhum outro escrito pode ser colocado ao lado ou acima dela, pois somente a Palavra de Deus permanece para sempre (Mt.24:35).

5. O poder da Bíblia, a Palavra de Deus

A Palavra é fogo que purifica e martelo que despedaça (Jr.23:29). É viva e eficaz, mais penetrante que espada de dois gumes, capaz de discernir pensamentos e intenções do coração (Hb.4:12). Derruba fortalezas espirituais (2Co.10:4,5), torna sábio para a salvação (2Tm.3:15) e foi usada por Jesus para vencer Satanás no deserto (Mt.4:4,7,10). Por meio dela conhecemos a vontade de Deus e a Palavra encarnada: Jesus Cristo (João 1).

6. O propósito da Bíblia

O apóstolo Paulo ensina que desde a infância Timóteo conhecia as Escrituras, que podem torná-lo sábio para a salvação pela fé em Cristo - “E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (2Tm.3:15-17). Assim, a Bíblia tem três propósitos principais (Adaptado do Livro 1Timóteo, escrito pelo Pr. Hernandes Dias Lopes):

a) A Bíblia conduz as pessoas à salvação “E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação...” (2Tm.3:15).

A Bíblia é essencialmente um manual de salvação. Seu propósito mais alto não é ensinar fatos da ciência que o homem pode descobrir por sua investigação experimental, mas ensinar fatos da salvação que nenhuma exploração humana pode descobrir e somente Deus pode revelar. A Bíblia Sagrada fala sobre a criação e a queda do homem. Ensinam sobre o juízo de Deus e também de seu amor redentor.

b) A Bíblia anuncia a salvação por intermédio de Cristo pela fé em Cristo Jesus” (2Tm.3:15b).

A salvação é por meio de Cristo.

No Antigo Testamento, as pessoas eram salvas pelo Cristo da promessa; no Novo Testamento, elas são salvas pelo Cristo da história.

No Antigo Testamento, as pessoas olhavam para frente, para o Cristo que haveria de vir; no Novo Testamento, elas olham para trás, para o Cristo que já veio.

No Antigo Testamento, as pessoas creram no Cristo da promessa; no Novo Testamento, as pessoas creram no Cristo da história.

O Antigo Testamento anuncia a promessa e a preparação para a chegada de Cristo; os Evangelhos expõem o nascimento, a vida, o ensino, os milagres, a morte, a ressurreição e a ascensão de Cristo.

O livro de Atos relata a propagação do evangelho de Cristo desde Jerusalém até Roma. As epístolas apresentam a ilimitada glória da Pessoa e da obra de Cristo, aplicando-a à vida do cristão e da Igreja. O Apocalipse traz a consumada vitória de Cristo e da sua Igreja.

Cristo é o centro da eternidade, da história e das Escrituras Sagradas; Ele é o Salvador do mundo, o único nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos (Atos 4:12).

c) A Bíblia trata tanto da doutrina quanto da conduta – “...e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm.3:16b,17).

Pressupõe-se o ensino ou doutrina (o que é certo); repreensão (o que não é certo); correção (como se tornar certo); educação na justiça (como permanecer certo).

John N.D. Kelly explica essa passagem da seguinte forma:

“A Escritura é pastoralmente útil para o ensino, isto é, como fonte positiva de doutrina cristã; para repreensão, isto é, para refutar o erro e para reprender o pecado; para a correção, isto é, para convencer os mal-orientados dos seus erros e colocá-los no caminho certo outra vez; e para a educação na justiça, isto é, para a educação construtiva na vida cristã”.

Conclusão

Em tempos de confusão espiritual e relativização da verdade, a Igreja deve reafirmar que a Bíblia Sagrada é a única regra de fé e prática. Toda experiência espiritual deve ser julgada à luz das Escrituras (1Co.14:29; João 7:24). Somente aqueles que se apegarem firmemente à Palavra de Deus permanecerão fiéis até a volta de Cristo ou até a consumação eterna com o Senhor.

Que o Dia da Bíblia não seja apenas comemorado, mas vivido diariamente!

 

Luciano de Paula Lourenço

 

 

 

 

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