sábado, 19 de março de 2011

Aula 13 - PAULO TESTIFICA DE CRISTO EM ROMA















Texto Base: Atos 27:1-44; 281:31

"E, na noite seguinte, apresentando-se-lhe o Senhor, disse: Paulo, tem bom ânimo! Porque, como de mim testificaste em Jerusalém, assim importa que testifiques também em Roma"(At 23:11)

INTRODUÇÃO

Com a graça de Deus chegamos ao final do 1º trimestre de 2011. Creio que os estudos bíblicos dominicais sobre o livro de “Atos dos Apóstolos”, ao longo do trimestre, proporcionaram edificação, exortação e consolação a todos aqueles – professores e alunos – que estudaram os temas propostos. A Igreja de Cristo segue vitoriosa, e como nós fazemos parte dela devemos dar continuidade a evangelização dos povos e ao ensino da palavra de Deus àqueles que estão dispostos à salvação de Cristo Jesus, concedida através de sua morte vicária na cruz.
Na aula de hoje estudaremos a respeito da viagem de Paulo a Roma. Veremos que essa não foi uma viagem fácil. Paulo enfrentou grande perigo, todavia o Senhor o guardou e o levou em segurança até o seu destino final; foi da vontade de Deus que Paulo se apresentasse em Roma(cf At 23:11). Paulo proclamou com ousadia e destemor o evangelho de Cristo, tanto durante a viagem como na cidade de Roma. Ele estava preso, mas não o Evangelho de Cristo. Aliás, nenhuma criatura poderá obstar a mensagem da cruz.

I. VIAGEM DE PAULO A ROMA (At 27:1 – 28:10)

Ao chegar a Jerusalém, de sua terceira viagem missionária, após uma semana o apóstolo Paulo foi preso no Templo. Numa noite em que esteve preso, o Senhor lhe disse que ele seria testemunha em Roma, a capital do império. Paulo foi escoltado até Cesaréia, onde permaneceu sob custódia por dois anos. Foi ouvido por Félix, o governador romano da Judéia, e depois por Festo, sucessor de Félix no governo. Este sabia da inocência de Paulo, mas estava inclinado a entregá-lo aos judeus, e por esse motivo Paulo apelou para o imperador César, pois tinha esse direito como cidadão romano. A viagem de Paulo a Roma começou no outono do ano 60 de nossa era. O que parecia um simples traslado de preso haveria de ser registrado pela história como o início da maior expansão do Cristianismo que, conquistando toda a Europa Ocidental, não tardaria a chegar aos pontos mais ignorados do planeta.
1. De Cesaréia a Malta (27.1-44). A viagem começou em Cesaréia. Paulo foi colocado sob a custódia de um oficial chamado Júlio. Esse centurião fazia parte da Coorte Imperial, uma legião importante do exército romano. Como todos os outros centuriões mencionados no Novo Testamento, Júlio era um homem bondoso, justo, de excelente caráter, e que mostrava consideração por outros.
O navio levava outros prisioneiros que, como Paulo, seriam julgados em Roma. Na lista de passageiros, também estavam os nomes de Aristarco e Lucas, dois companheiros do apóstolo em viagens anteriores(ver 19:29; 20:4; Cl 4:10; Fm 24). Como diz o sábio rei de Israel, é na angústia que nasce o irmão (Pv 17:17; 18:24). O navio no qual embarcaram era de Adramítio, uma cidade da Mísia, na extremidade noroeste da Ásia Menor.
O navio passou pela costa da Palestina e aportou em Sidom, a cento e doze quilômetros de Cesaréia. Tratando de Paulo com humanidade, o centurião Júlio permitiu que o apóstolo desembarcasse para ver os amigos e obter assistência. Quando Deus nos envia, até os inimigos fazem-se amigos e os amigos tornam-se irmãos.
De Sidom, o navio atravessou a extremidade nordeste do Mediterrâneo, passando por Chipre. Apesar de serem contrários os ventos, o navio atravessou para a costa sudeste da Ásia Menor e, de lá, rumou para oeste, passando a Cilícia e Panfília, até chegar a MIRRA, uma cidade portuária na Lícia.
Lá, o centurião transferiu os prisioneiros para outro navio. A primeira embarcação não poderia levá-los até a Itália, pois voltaria ao seu porto de origem navegando pela costa oeste da Ásia Menor. O segundo navio era de Alexandria, uma cidade na costa norte da África. Carregava duzentas e setenta e seis pessoas, entre passageiros e tripulantes, e também levava uma carga de trigo.
Durante muitos dias, a embarcação avançou vagarosamente devido aos ventos contrários. Por fim, com dificuldade, a tripulação levou o navio até defronte de CNIDO, um porto na extremidade sudoeste da Ásia Menor. Uma vez que o vento estava contra eles, rumaram para o sul e navegaram ao longo da costa leste de Creta, sob a proteção da ilha. Depois de contornar o cabo de Salmona, rumaram para oeste e avançaram penosamente em meio a ventos fortes até chegar a BONS PORTOS, na costa centro-sul de Creta(At 27:8).
A essa altura, haviam perdido muito tempo devido às condições desfavoráveis de navegação, e, tendo em vista a aproximação do inverno, seria perigoso prosseguir. Devia ser final de setembro ou inicio de outubro, pois o Dia do jejum (Dia da Expiação) já havia passado. Paulo advertiu a tripulação sobre o perigo de continuar navegando. Se seguissem viagem, corriam o risco de perder a carga, o navio e até mesmo a vida(At 27:9-10). Contudo, o piloto e o mestre do navio desejavam prosseguir. O centurião aceitou a decisão deles, e a maioria dos tripulantes concordou. Imaginavam que o porto onde estava não era tão próprio para invernar quanto Fenice, situada a sessenta e quatro quilômetros a oeste de Bons Portos, na extremidade sudoeste de Creta.
Ao sentirem o vento sul soprar brandamente, os marinheiros pensaram que poderiam chegar até FENICE. Levantaram âncora e rumaram para oeste, costeando Creta de perto. Então, um tufão de vento, chamado Euroaquilão(At 27:14), sobreveio dos penhascos ao longo da costa. Impossibilitada de pilotar a embarcação dentro do curso desejado, a tripulação teve de deixá-la ser levada pelo vendaval. O navio foi arrastado até uma ilhota chamada CAUDA(27:16), situada de trinta a cinquenta quilômetros de Creta. Chegando ao lado protegido da ilha, tiveram dificuldade em recolher o bote que estavam rebocando, mas, por fim, conseguiram trazê-lo a bordo. Então, amarraram cordas em torno do casco do navio para que não fosse danificado pelas fortes ondas. A maior preocupação era que o navio fosse arrastado para o sul até Sirtes, um golfo na costa norte da África(costa Líbia) conhecido por seus bancos de areia. A fim de evitar que isso acontecesse, arriaram as velas e foram ao léu(27:17).
Depois de vários dias à mercê da tempestade, os tripulantes começaram a lançar fora a carga. Ao terceiro dia a armação (isto é, os mastros e velas) do navio foi lançada ao mar. Sem dúvida, uma grande quantidade de água havia entrado na embarcação, e, portanto, era necessário aliviar a carga para evitar que afundasse. Durante alguns dias, foram levados de um lado para o outro, sem poder fazer nada, sem ver o sol nem estrelas e, portanto, sem ter como determinar sua localização. Dissipou-se, afinal, toda a esperança de sobrevivência(cf 27:18-20).
O desespero foi acentuado pela fome. Os homens haviam ficado vários dias sem comer. Por certo, passaram grande parte do tempo trabalhando para salvar o navio e baldeando água para fora da embarcação. Talvez não tivessem onde cozinhar. Provavelmente, haviam perdido o apetite devido à náusea, ao medo e ao desanimo. Não havia falta de comida, mas também não havia vontade de comer.
Então, Paulo, pondo-se em pé no meio deles, transmitiu uma mensagem de esperança. Primeiro, lembrou-os com toda a delicadeza de que deveriam tê-lo atendido e permanecido em Creta. Em seguida, garantiu-lhes que, apesar da impossibilidade de salvar o navio, nenhuma vida se perderia. Como ele sabia disso? Um anjo do Senhor lhe havia aparecido naquela noite e assegurado que ele compareceria perante César em Roma. Deus havia concedido ao apostolo todos quantos navegavam com ele(27:24). Em outras palavras, eles também seriam preservados. Assim, deviam ter bom ânimo. Os tripulantes e passageiros naufragariam numa ilha, mas Paulo estava certo de que tudo ocorreria bem. Enquanto Deus tiver um lugar e um propósito na vida de alguém aqui na terra, e tal pessoa buscar a Deus e seguir a direção do Espírito Santo(cf 23:11;24:16), o Senhor o protegerá da morte.
Já se haviam passado quatorze dias desde a partida de Bons Portos. O navio estava à deriva numa região do Mediterrâneo conhecida na antiguidade como mar Adriático(chamado hoje de mar Jônico), entre a Grécia, a Itália e a áfrica. Por volta da meia-noite, pressentiram os marinheiros, talvez por som de arrebentação na praia, que se aproximava de alguma terra. Ao sondarem da primeira vez, acharam vinte braças(trinta e sete metros). Pouco tempo depois, sondaram novamente e acharam quinze braças(vinte e sete metros). Para evitar que o navio encalhasse, os marinheiros lançaram da popa quatro âncoras e oraram para que amanhecesse(cf 27:27-29).
Alguns dos marinheiros, amedrontados, tramaram deixar o navio usando o bote. Com o pretexto de largar mais âncoras da proa, estavam descendo a embarcação quando Paulo relatou a trama ao centurião. O apóstolo advertiu que, se aqueles marinheiros não permanecessem a bordo, o restante dos homens não seria salvo. Os soldados cortaram os cabos do bote e o deixaram afastar-se. Os marinheiros foram obrigados a tentar salvar-se com os outros a bordo.
Pouco depois do amanhecer, Paulo rogou a todos que se alimentassem, lembrando-os de que haviam passado duas semanas sem comer. Era chegada a hora disso. O apostolo lhes garantiu que não se perderia nem mesmo um fio de cabelo da cabeça de ninguém. Então, para dar exemplo, tomou um pão, deu graças a Deus publicamente e começou a comer(27:35). Como é fácil ficarmos com vergonha de orar na frente de outros! Muitas vezes, porém, essas orações falam mais alto que nossa pregação. Todos recobraram o ânimo e se puseram também a comer. Havia duzentas e setenta e seis pessoas a bordo do navio(At 27:35-37).
Depois de comer, aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar. Avistaram terra firme, mas não conseguiram reconhecê-la. Decidiram, por fim, encalhar ali o navio, o mais perto possível da praia. Levantaram as âncoras e deixaram a embarcação ir ao mar. Também desamarraram o leme que havia sido suspenso anteriormente e baixaram-no de volta à sua posição normal. Alçaram a vela de proa, dirigiram-se para a praia e encalharam o navio num lugar onde duas correntes se encontravam, provavelmente um canal entre duas ilhas. A proa encravou-se firmemente na areia, mas a popa logo começou a se romper devido à violência do mar(At 27:38-41).
O parecer dos soldados era que matassem os presos, para que nenhum deles fugisse; mas o centurião, querendo salvar a Paulo, impediu-os. Ordenou aos que sabiam nadar que fossem para a praia. Os demais deviam boiar usando tábuas e outras partes do navio. Desse modo, tripulação e passageiros se salvaram em terra(cf 27:42-44). Assim que a tripulação e os passageiros chegaram à praia, descobriram que estavam na ilha de MALTA(cf 28:1).

CONTRASTE ENTRE A EXPERIÊNCIA DE PAULO NA TEMPESTADE, DENTRO DA VONTADE DE DEUS, COM A DE JONAS, QUE ESTAVA EM DESOBEDIÊNCIA.

Comparando as duas experiências, notamos: “Paulo viajava para cumprir sua sagrada vocação. Jonas fugia da chamada que recebeu. Este se escondeu e dormiu durante a tempestade. Aquele dirigia as operações e encorajava os passageiros. A presença de Jonas no navio era a causa da tempestade. O navio em que Paulo viajava seria preservado de todo dano se os tripulantes respeitassem seu aviso (At 27.9,10). Jonas foi forçado a dar testemunho acerca de Deus (Jn 1.8,9). Paulo, com boa vontade e coragem, falou acerca da sua visão e do seu Deus. A presença de Jonas no navio ameaça a vida dos gentios. A presença de Paulo era uma garantia para a vida dos seus companheiros de viagem. O navio em que Jonas viajava recebeu alívio quando ele foi jogado no mar. A conversão de Paulo salvou a tripulação do navio no qual era prisioneiro. Há muita diferença em atravessar uma tempestade dentro e fora da vontade de Deus! Paulo, andando segundo o querer de Deus, em comunhão com Ele tornou-se bênção para todos quantos atravessavam o perigo com ele. Conforme Paulo anunciou, todos escaparam ilesos para a terra. Ficaram na ilha durante o inverno, um período de três meses. Mais uma vez foi manifestada a presença de Deus através de Paulo" (PEARLMAN, Myer. Atos. 1. ed. RJ: CPAD, 1995, pp. 248-49).

2. Paulo na ilha de Malta (At 28.1-10). Forçados a desembarcar em Malta, todos são tratados com singular bondade pelos nativos. Alguns deles viram o naufrágio e acompanharam o esforço das vitimas para alcançar a terra. Num gesto de bondade, acenderam uma fogueira para os recém-chegados que estavam encharcados e com frio por causa da água do mar e da chuva que caía.
Enquanto ajudava a manter a fogueira acesa, Paulo foi picado por uma cobra venenosa. Ao que parece, a cobra estava dormindo no meio dos gravetos. Quando Paulo lançou-os na fogueira, a víbora despertou e prendeu-se à mão dele, não apenas enrolando-se, mas cravando as presas. A princípio, o povo da ilha imaginou que o apóstolo era um assassino. Havia escapado do mar, mas a Justiça não o deixa viver. Em breve, começaria a inchar ou cairia morto de repente. Contudo, como Paulo não apresentou nenhuma reação à picada, mudando de parecer, chegaram à conclusão de que ele era um deus! Vemos aqui mais uma ilustração clara da leviandade e inconstância da mente e do coração humanos (cf 28:3-6).
Na época, o homem principal de Malta era Públio. Tinha uma propriedade extensa perto da praia aonde os náufragos chegaram. Esse oficial romano abastado recebeu Paulo e seus amigos benignamente e hospedou-os por três dias, até que se provessem alojamentos onde poderiam passar o inverno. A bondade desse gentio foi recompensada. Quando seu pai achou-se enfermo de disenteria e febre Paulo foi visitá-lo e, orando, impôs-lhe as mãos, e o curou (cf 28:7,8). A notícia do milagre de cura espalhou-se rapidamente por toda a ilha. Nos três meses subseqüentes, os demais enfermos foram levados ao apóstolo e curados. Dessa maneira, semeia Paulo uma igreja que não tardaria a florescer.
Quando chegou a hora dos náufragos partirem, como prova de sua gratidão a Paulo e Lucas, o povo de Malta lhes trouxe muito presentes que seriam de grande proveito na viagem a Roma(cf 28:9,10).
3. Paulo chega a Roma (Mt 28.11-15). Passados os três meses de inverno, quando era seguro voltar a navegar, o centurião e seus prisioneiros embarcaram num navio de Alexandria, que invernara na ilha de Malta. A embarcação tinha por insígnia “Castor e Pólux”[os “deuses gêmeos”, que na mitologia greco-romana, eram os filhos de Júpiter(Zeus), considerados pelos pagãos os deuses da navegação e os padroeiros dos navegadores].
De Malta, navegaram quase cento e trinta quilômetros até Siracusa, a capital da Silícia. O navio aportou ali três dias antes de prosseguir para Régio, na extremidade sudoeste da Itália. No dia seguinte, um vento favorável soprou do sul, permitindo aos viajantes percorrer duzentos e noventa quilômetros rumo ao norte, junto à costa oeste da Itália, até Potéoli, no norte da baía de Nápoles. Potéoli ficava a cerca de duzentos e quarenta quilômetros de Roma. Lá, o apostolo encontrou alguns irmãos e recebeu permissão de permanecer com eles sete dias, provavelmente enquanto Júlio aguardava as instruções finais em relação aos prisioneiros. O Senhor jamais abandona os seus mensageiros. Mesmo distantes da pátria querida, faz-nos Ele nos sentirmos em casa.
A quarta etapa da viagem de Paulo, de Malta até Roma, foi feita por terra, e não por mar. Depois de poucos quilômetros eles devem ter encontrado a famosa VIA ÁPIA, que apontava diretamente para Roma, considerada por muitos como “a estrada romana mais antiga, mais reta e mais perfeita”. Os cristãos de Roma souberam da chegada e mandaram uma delegação para encontrar Paulo e seus companheiros no caminho. Alguns enfrentaram os cinquenta e poucos quilômetros até “Três Vendas”, enquanto outros perseveraram por mais quinze quilômetros até a cidade-mercado chamada “Praça de Ápio”. Deve ter sido uma experiência emocionante para Paulo encontrar pessoalmente os primeiros moradores da cidade de seus sonhos e os primeiros membros da igreja à qual ele havia escrito o seu grande tratado teológico e ético. Não nos surpreende que ele tenha dado “graças a Deus” sentindo-se “mais animado” ao vê-los(cf 28:15b).
Quando chegou, Lucas nos conta que Paulo recebeu custódia militar, o que lhe permitira viver em sua própria casa, embora permanecesse sob a vigilância de um solado romano, a quem ficava acorrentado pelo seu pulso direito(cf At 28:16).
“Embora Paulo fosse fiel, Deus não proveu um caminho fácil e livre de problemas. Nós, da mesma forma, podemos estar na vontade de Deus, ser inteiramente fiéis a Ele, e mesmo assim sermos dirigidos por Ele através de caminhos desagradáveis, com aflições. No meio de tudo isso, sabemos, porém, que “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus”(Rm 8:28)”(Bíblia Pentecostal).

II. O EVANGELHO É PROCLAMADO NA CAPITAL DO IMPÉRIO (AT 28.16-31)

1. Prisão domiciliar (28.16). Uma vez em Roma, o apostolo recebeu permissão de morar numa residência particular, tendo em sua companhia um soldado que o guardava. Apesar de ser vigiado por um soldado, tinha liberdade de ler, escrever, receber visitas e, naturalmente, evangelizar. Paulo ficou dois anos vivendo em sua própria casa, que alugara, e ministrando aos visitantes que o procuravam com frequência. Provavelmente foi durante esse período que escreveu Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Mesmo sem liberdade, o Senhor deixa-nos livres para realizar a sua obra.
2. Apologia entre os judeus (28.17-22). Uma vez que costumava testemunhar primeiro aos judeus, Paulo enviou um convite aos seus líderes religiosos. Quando se reuniram na casa alugada do apóstolo, ele explicou o seu caso. Disse-lhes que não havia feito coisa alguma contra o povo judeu ou contra os seus costumes, mas, ainda assim, os judeus de Jerusalém o haviam entregado nas mãos dos romanos para ser julgado. As autoridades gentias não o consideraram culpado de nenhum crime e quiseram soltá-lo. Quando, porém, os judeus acusaram-no mais uma vez, o apóstolo sentiu-se compelido a apelar para César. Ao fazer esse apelo, o propósito de Paulo não era apresentar acusações contra a nação judaica, mas se defender.
Era por isto, ou seja, para não ser culpado de nenhum crime contra o povo judeu, que o apóstolo havia chamado os líderes judeus de Roma para se reunirem com ele. Na verdade, estava preso com uma cadeia por causa da esperança de Israel. A esperança de Israel é uma referencia ao cumprimento das promessas feitas aos patriarcas judeus, especialmente a promessa do Messias. Os líderes judeus afirmaram não ter nenhuma informação sobre o apóstolo Paulo. Não haviam recebido da Judéia nenhuma carta a respeito dele, e nenhum dos seus compatriotas judeus havia falado mal dele. Estavam interessados, porém, em ouvir mais acerca das experiências de Paulo, pois sabiam que a fé cristã à qual ele estava associado era contestada por toda parte.
O apóstolo Paulo aproveita bem a oportunidade para anunciar que Jesus era, de fato, o Messias de Israel. Alguns deixaram-se persuadir, outros preferiram continuar na incredulidade. Entre os gentios, contudo, o evangelho expandiu-se até mesmo na elite romana.
3. Progresso do evangelho em Roma (28.23-31). Algum tempo depois, um grande número de judeus foi à residência de Paulo para ouvi-lo. O apóstolo aproveitou a oportunidade para lhes dar testemunho acerca do Reino de Deus e persuadi-los a respeito de Jesus. Para isso, usou tanto a lei de Moisés quanto os profetas, e sua exposição estendeu-se desde a manhã até à noite. Alguns creram em sua mensagem, enquanto outros continuaram incrédulos. Ao perceber que, mais uma vez, a nação judaica estava desprezando o evangelho, Paulo citou Isaias 6:9,10, em que o profeta recebeu a comissão de levar a Palavra a um povo de “coração [...] endurecido, ouvidos surdos e olhos cegos”. O apóstolo voltou a sentir o desgosto de pregar as boas-novas àqueles que não desejavam ouvi-la. Diante dessa rejeição, Paulo anunciou que levaria o evangelho aos gentios. E eles dariam ouvidos. Os judeus incrédulos partiram, discutindo entre si.
Paulo tinha liberdade considerável de pregar o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo. Apesar das intempéries surgidas e de déspotas romanos contrários à fé cristã, o progresso do Evangelho de Jesus ultrapassou os limites da inflexibilidade e rumou para conquistar as nações de forma inabalável. E ele nos alcançou. Somos gratos à determinação, ousadia e destemor deste grande missionário de Jesus Cristo, Paulo.

CONCLUSÃO

pregando o Reino de Deus e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum”(Atos28:31). Assim termina o livro de Atos. De modo repentino, sem nenhuma conclusão formal quanto ao que Deus realizou através do Espírito Santo e dos apóstolos. É preciso observar, porém, que o padrão esboçado logo no início havia se cumprido. O evangelho tinha sido pregado em Jerusalém, na Judéia, em Samaria e, por fim, no mundo gentio. Acredito que a intenção de Deus é que os Atos do Espírito Santo e a pregação do Evangelho continuem na vida do povo de Cristo até o fim dos tempos(At 2:17-21; Mt 28:18-20).
O Espírito Santo, através de Lucas, revelou o padrão daquilo que a igreja deve ser e fazer. Ele registrou exemplos da fidelidade dos crentes, do triunfo do evangelho em meio a oposição do inimigo e do poder do Espírito Santo operante na igreja e entre os homens. Esse é o padrão de Deus para as igrejas atuais e futuras, e devemos fielmente guardá-lo, proclamá-lo e vivê-lo(2Tm 1:14). Todas as igrejas devem avaliar-se segundo o que o Espírito Santo disse e fez entre os crentes dos primeiros tempos. Se o poder, a justiça, a alegria e a fé das nossas igrejas atuais não são idênticas às que lemos nas igrejas em Atos, devemos pedir a Deus, mais uma vez, uma renovação da nossa fé no Cristo ressurreto, e um novo derramamento do seu Espírito Santo. Amem!
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento)
John Stott – A mensagem de ATOS(Até os confins da Terra)
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Revista Ensinador Cristão – nº 45.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

4 comentários:

  1. BOA NOITE PASTOR LUCIONO DE PAULA QUE DEUS TE ABENÇÕE CADA VEIS MAIS POR ESTE COMENTARIO ass irmão flavio flavio2.n@ig.com.br

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  2. Ótimo comentário pastor Luciano que Deus continue te abençoando

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  3. gostei muito foi muito edificante

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