Texto Básico: Ap
3:7-13
“Mas qualquer que guarda a sua palavra,
o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conheceremos que
estamos nele”(1João 2:5)
INTRODUÇÃO
A Igreja em Filadélfia era cheia de vida, e representava
o autêntico Cristianismo sem a contaminação que havia atingido outras das sete
igrejas do Apocalipse. Ela não recebeu reprovação, mas apenas palavras de
louvor por parte do Senhor. Seus membros haviam sido fiéis e zelosos em boas
obras.
Somos cônscios de que não há igrejas ou pessoas
perfeitas, pois ainda não chegamos à estatura de varão perfeito, à medida da
estatura completa de Cristo (Ef 4:13), o que ocorrerá quando formos glorificados
na vinda do Senhor. Como ser humano, estamos sujeitos ao erro. Todavia, como
servos de Cristo e igreja do Senhor, não amamos o pecado e não somos mais
dominados por ele. Não temos mais prazer no erro.
Cientes de sua fraqueza humana, os crentes de
Filadélfia tinham confiado no Senhor e, em decorrência disso, preservado a
verdade ao colocá-la em prática. Uma vez que não haviam negado o nome de
Cristo, o Senhor colocaria diante deles uma porta aberta de oportunidade que
ninguém poderia fechar.
I. A CIDADE DE FILADÉLFIA
1. A história
da Cidade. Conforme relatos históricos, a cidade de
Filadélfia possuía uma localização estratégica de acesso entre os países
antigos de Frígia, Lídia e Mísia. Foi fundada pelo rei de Pérgamo, Atalo,
no segundo século a.C. Átalo foi conhecido por sua lealdade ao seu
irmão, Eumenes, cuja lealdade lhe fizera merecer o nome de Filadelfo,
dando assim origem ao nome da cidade (Filadélfia significa amor fraternal).
A região produzia uvas e o povo especialmente honrava Dionísio, o deus grego
do vinho. A cidade servia como base para a divulgação do helenismo às regiões
de Lídia e Frígia. Ficava localizada num vale no caminho entre Pérgamo e
Laodicéia. A área era sujeito a terremotos frequentes. Um severo terremoto, em
17 d.C., destruiu a cidade; e, visto que os choques continuavam de maneira
intermitente, o povo passou a viver fora da cidade em tendas e ao ar livre.
Depois que a generosidade imperial ajudou a recuperação da cidade, seus
habitantes voluntariamente deram à sua cidade o nome de Neocesaréia – a
nova cidade de César. Posteriormente, sob o domínio do imperador Vespasiano,
tomou outro nome imperial: Flávia, pois Flávio era o apelido do imperador.
Atualmente, a cidade de Alasehir fica no mesmo lugar, construída sobre
as ruínas de Filadélfia.
Átalo criou a cidade para ser embaixadora da cultura helênica,
missionária da filosofia grega. Mas Cristo diz para a igreja que Ele colocou
uma porta aberta diante da igreja para ela proclamar não a cultura grega, mas o
evangelho da salvação. A razão por que a porta permanece aberta diante da
igreja é que sua “chave” está na mão de Cristo.
A cidade de Filadélfia fora castigada por vários terremotos, e as
pessoas viviam assustadas pela instabilidade. Existiam muitos terremotos e
grandes tremores de terra na cidade de Filadélfia. Muitos viviam em tendas fora
da cidade. Paredes rachadas e desabamentos eram coisas comuns na cidade. Era
uma região perigosamente vulcânica. Mas para a igreja assustada com os abalos
sísmicos da cidade, Jesus diz: "Farei do vencedor uma coluna no templo
do meu Deus, de onde jamais sairá" (Ap 3:12).
Como já dissemos, a
cidade fora batizada com um novo nome depois de sua reconstrução - Flávia
(a forma feminina de um dos nomes de Vespasiano). Jesus aproveita esse gancho
cultural para falar à igreja que os vencedores teriam um novo nome: "Escreverei
nele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que
desce do céu da parte do meu Deus, e também o meu novo nome" (Ap
3:12). A igreja terá nela o nome de Deus gravado, e não o nome de César. Jamais
a igreja deve assemelhar-se àqueles que pertencem à “sinagoga de Satanás”, cujo
rei é César – “Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei,
senão César”(João 19:15). Jesus é o Senhor e Rei do seu povo, e não
César.
2. A igreja em Filadélfia. Assim como em
Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira e Sardes, o Evangelho pode ter chegado
naquela cidade através da obra missionária de Paulo (At 19:10). Mas não devemos
descartar a hipótese de que testemunhas e convertidos no dia de Pentecostes
poderiam ter sido os primeiros a levar o Evangelho para aquela região (At
2:5-11).
Tal como a igreja em Esmirna, a igreja em
Filadélfia não recebeu nenhuma repreensão do Senhor. Tal como a igreja em
Esmirna, a igreja em Filadélfia havia encontrado oposição da parte dos judeus
da cidade (Ap 3:9). Mas os judeus arrogantes, que haviam feito oposição tão
ferrenha, seriam humilhados diante desses cristãos simples. Aqueles que
afirmavam ser o povo escolhido de Deus quando, na verdade, não passavam de sinagoga
de satanás, seriam obrigados a reconhecer que os cristãos desprezados eram,
de fato, o rebanho escolhido.
Filadélfia não era uma igreja opulenta, mas
chamou a atenção do Senhor pelas seguintes características:: Era uma igreja que
guardava a Palavra. Por duas vezes, Jesus fala que aquela igreja conseguira
reter a Palavra do Senhor: “... tendo pouca força, guardaste a minha palavra..."(Ap
3:8); e “... como guardaste a palavra da minha paciência..." (Ap
3:10). Ocorre que essa "guarda" não se restringiu à mera
observação contemplativa das Escrituras, mas redundou em ação: “...não
negaste o meu nome" (Ap 3;8); e também resultou em uma promessa: "...também
eu te guardarei da'hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para
tentar os que habitam na terra". Portanto, guardar a Palavra de Deus e
vivê-la nos motiva a honrar o nome do Senhor; e da parte dEle, a promessa de
nos guardar de tentações futuras.
A carta ao “anjo da igreja em Filadélfia”(Ap
3:7-13) provavelmente faz alusão a algumas das circunstâncias da cidade:
a) Assim como Filadelfo
se tornou famoso pela lealdade demonstrada a seu irmão, semelhantemente a
Igreja, a verdadeira Filadélfia, herda e cumpre o caráter daquele mediante sua
constante lealdade a Cristo(Ap 3:8,10).
b) Assim como a cidade fica próxima da “porta aberta” de uma região
de onde derivava a sua riqueza, semelhantemente à congregação cristã ali
existente era dada uma “porta aberta” de oportunidade para que a explorasse (Ap
3:8; cf 2Co 2:12).
c) Os símbolos da “coroa” e do “templo”(Ap 3:11,12), salientam um
contraste com as festividades religiosas e ritos da cidade.
d) Em contraste com a inconstância de vida numa cidade sujeita aos
terremotos, aqueles que são vencedores recebem a promessa da estabilidade final
de serem parte da edificação do templo de Deus.
e) Enquanto que a cidade recebera novos nomes da parte dos
imperadores divinizados, os “vencedores” receberão novos nomes que denotarão
sua participação permanente na cidade do verdadeiro Deus (Ap 3:12).
II. COMO O SENHOR JESUS SE APRESENTA À IGREJA EM FILADÉLFIA
O Senhor Jesus se
apresenta ao pastor da igreja em Filadélfia da seguinte forma: “E ao anjo da
igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro,
o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e
ninguém abre”(Ap 3:7).
1. Jesus, o Santo de Deus. Jesus não
apenas se apresenta como Deus, mas destaca que Ele é “Santo”, ou seja, sua natureza não permite a convivência nem a tolerância
com o pecado. Deus é santo (Lv 11:44,45;20:26), abomina o pecado, nem o tolera,
tanto que, quando foi achada iniquidade no querubim ungido, foi ele lançado
fora da presença do Senhor (Ez 28:15,17), bem como o mesmo ocorreu com o
primeiro casal (Gn 3:22-24). Quando o nosso pecado foi lançado sobre o Senhor
Jesus, Deus Pai dEle se apartou, desamparando-o (Is 53:6; Mc 15:34). Cristo é santo em seu caráter, obras e propósitos, e exige que todos os seus servos também o sejam - ”Sede santos, porque eu sou santo”(1Pe 1:16).
2. Verdadeiro. Para uma igreja
perseguida pelos falsos mestres, Jesus se apresenta como “o que é Verdadeiro”.
Ele não é a sombra da verdade, é sua essência. Havia centenas de divindades
naqueles dias, mas somente Jesus poderia reivindicar o título de verdadeiro
Deus. Ele é Deus confiável, real em contraste com os que mentem (Ap 3:9). Ele
não é uma cópia de Deus, é o Deus verdadeiro. Apresentando-se assim, Jesus
exige da Igreja uma postura verdadeira e confessante, disposta a professar o
nome do Senhor até o fim, tal como exigiu da igreja em Filadélfia.
3. O que tem a Chave de Davi. Quando Jesus disse que tinha a Chave de Davi ele estava usando
uma linguagem figurada. Por que Jesus usou essa figura? O quê significa?
Na época dos reis de Israel era escolhido um homem para cuidar das finanças do
reinado, e a este homem escolhido era dada uma figura simbólica que
representava a sua posição: uma enorme chave que era colocada sobre seu ombro
chamada de "Chave de Davi". Esta chave era o sinal de
autoridade e confiança que o rei tinha pelo seu tesoureiro-mor. Vemos no
reinado de Ezequias o próprio Deus escolhendo o novo tesoureiro. Está
escrito em Isaias 22:20-22: “E será naquele dia que chamarei a meu servo
Eliaquim, filho de Hilquias; E vesti-lo-ei da tua túnica, e cingi-lo-ei com o
teu cinto, e entregarei nas suas mãos o teu domínio, e será como pai para os
moradores de Jerusalém, e para a casa de Judá. E porei a chave da casa
de Davi sobre o seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e
ninguém abrirá”. Aqui, o Senhor promete dar a “Eliaquim, filho de
Hilquias”, uma túnica, um cinto e uma chave,
que são símbolos de sua autoridade. A túnica aponta para
autoridade profética - os profetas comumente usavam uma túnica, que os
identificava entre a multidão. O cinto aponta para o ofício
sacerdotal. E a Chave representa a autoridade de rei.
Portanto, a figura de Eliaquim representa o próprio Cristo. É Ele
“o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém
abre” (Ap 3:7). Ele tem a chave mestra do palácio real. Ele tem acesso a
todas as riquezas do Pai, e as revela a quem quiser. Ele declarou: “Tudo por
meu Pai me foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho, senão o Pai, nem
quem é o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Lc
10:22). Assim como o tesoureiro tinha toda confiança e a autoridade do rei,
Jesus também tem toda autoridade e confiança do Pai Eterno para exercer a sua
vontade (Mt 28:18). Ele tem não apenas as chaves da morte e do inferno (Ap
1:18), mas também a chave de Davi, a chave da salvação; o que abre, e ninguém
pode fechar; o que fecha, e ninguém pode abrir. Portanto, se a porta é o
símbolo da oportunidade da igreja, a Chave é o símbolo da autoridade de Cristo.
III. UMA IGREJA AMOROSA, PACIENTE E CONFESSANTE
A igreja de Filadélfia
não recebeu reprovação do Senhor. Ela O agradava em todos os aspectos. Era uma
igreja “amorosa, paciente e confessante”. Uma das características
marcantes dessa igreja era o exercício do amor. Aliás, o amor é uma
característica indispensável para quem diz ser filho de Deus, é como se fosse o
próprio DNA espiritual do cristão sincero e verdadeiro. Devemos
observar que este amor não é apenas a essência da comunhão entre Deus e o
homem, o próprio núcleo da vida espiritual, mas é, como afirma Paulo, a
primeira característica do fruto do Espírito (Gl 5:22), ou seja,
necessariamente este amor tem de se traduzir em atitudes; tem de ser
demonstrado não só por palavras, mas, principalmente, por obras(1João 3:18).
A prova de que alguém é, realmente, um filho de Deus está, precisamente, em
ter este amor (vide 1Jo 4:7). Jesus deixou-nos isto muito claro ao dizer
que Seus discípulos seriam reconhecidos pelo amor (João 15:12; 1João
2:10,11; 3:10,11).
1. Amar é a maior das obras. Não há obra
tão elevada como amar a Deus: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22:37). Amar
a Deus significa submeter-se à vontade do Senhor, fazer aquilo que Ele
nos manda na Sua Palavra. Significa renunciar à vontade própria, ao ego, à sua
individualidade, para fazer aquilo que o Senhor determinou que fizéssemos. Não
é possível que alguém ame a Deus e não seja um observador da Palavra do Senhor.
Aqueles que amam realmente a Deus, desejam promover o seu reino (1Co 9:23), desejam
cumprir a Grande Comissão(Mt 28:19; At 1:8). A igreja de Filadélfia demonstrava
isso, tanto que Jesus lhe exalta: “eu sei as tuas obras...”(Ap 3:8).
Temos também amado assim? Pense nisso!
2. Força na fraqueza. Filadélfia era uma
congregação pequena, formada de crentes pobres e escravos, fazendo com que
tivesse pouca influência sobre a cidade. Aos olhos dos homens era fraca, tinha
pouca força, mas era um poderoso instrumento nas mãos de Jesus para anunciar o
evangelho.
Não basta ser uma igreja que guarda
a Palavra (Ap 3:8), é preciso proclamar a Palavra. Não basta não negar o nome
de Cristo (Ap 3:8), é preciso anunciá-lo. Não basta ser uma igreja ortodoxa, é
preciso ser uma igreja missionária! Assim como a cidade de Filadélfia tinha uma
missão - ser a missionária da cultura grega -, a igreja deveria ser a
missionária do evangelho. A porta estava aberta. A porta está aberta.
Precisamos aproveitar as oportunidades enquanto é dia!
A igreja
contemporânea está perdendo a capacidade de sofrer pelo evangelho; está
perdendo a capacidade de denunciar o pecado. Os púlpitos estão se transformando
em um balcão; o evangelho, em um produto; e os crentes, em consumidores.
Pastores com ares de superespirituais já não aceitam ser questionados; estão
acima do bem e do mal. Consideram-se os "ungidos". Dizem ouvir a voz
direta de Deus. Nem precisam mais das Escrituras. E o povo lhes segue cegamente
para sua própria destruição.
3. Amorosa perseverança. Filadélfia era uma
igreja fiel, que guardava a palavra de Cristo e não O negava. Os membros tinham
suportado a oposição do mundo, resistindo à conformação às tendências malignas
das demais igrejas e perseverados na lealdade a Cristo e na verdade do santo
evangelho de Cristo.
Além das perseguições
externas, principalmente aquelas impostas pelos déspotas do império romano, os
santos de Filadélfia enfrentavam, no âmbito interno, perseguições advindas de
falsos irmãos. Esses falsos irmãos se diziam judeus, chamados por Jesus de
"sinagoga de Satanás"(Ap 3:9), que pregavam heresias e que,
desfraldando impiamente a bandeira da Lei de Moisés, buscavam anular a graça de
Cristo. Paulo, aliás, tivera muitas dificuldades com esses indivíduos (cf Gl
1:1-7). Portanto, a perseguição era tremenda, mas eles foram amorosamente
perseverantes. No começo pareciam que iam recuar, mas Cristo disse para a
igreja: coloquei diante de vocês uma porta aberta que ninguém pode fechar(Ap
3:8). Mais que isso, aqueles que hoje perseguem vocês, virão e se prostrarão
diante de vocês e saberão que os amei (cf Ap 3:9). Isso mostra que o amor do
Senhor é demonstrado de forma clara também quando ele impõe justiça contra os
nossos adversários, julgando as ofensas que lançam contra nós.
Por causa da
perseverança na fidelidade dos cristãos de Filadélfia, o Senhor Jesus promete
livrá-los da hora da grande provação (Ap 3:10).
IV. FILADÉLFIA NOS ÚLTIMOS DIAS
A igreja de Filadélfia nos últimos dias tem compromisso com o
reino de Deus, com a santidade, com a Palavra de Deus e encara com sinceridade
a iminência da volta de Jesus Cristo. É a igreja fiel e sincera, e que tem como
principal fundamento o amor. A ela Jesus não tem nenhuma reclamação, só elogio.
Ela ocupa o centro de sua atenção, de seu amor e de seu cuidado providente.
1. A iminência
da volta de Jesus(Ap 3:11). Jesus envia um
telegrama à igreja: "Eis que venho sem demora!". A vinda de Cristo é
apresentada aos santos como motivação para a perseverança. Não deviam permitir
que ninguém tomasse deles a coroa de vencedor. É só mais um pouco e chegará o
Dia da recompensa. A herança que ele preparou para nós é gloriosa. Cristo virá
em breve. Não precisamos de nada novo. Precisamos guardar o que temos – o Fruto
do Espírito Santo (Gl 5:22).
2. A Grande
Tribulação (Ap 3:10). Uma vez que os cristãos de Filadélfia
haviam guardado a verdade de Deus ao vivê-la perante os homens, o Senhor os
guardaria “da hora da provação (ARA)” que está prestes a “vir sobre
todos que habitam sobre a terra”. Trata-se de uma promessa de isenção do
período de tribulação descrito em Apocalipse (capítulos 6-19), a saber, a
“Grande Tribulação”. Observe que serão guardados “da” hora “da provação”, ou
seja, do período todo, e não em meio a ele.
Haja vista o que está escrito no versículo 13 deste mesmo capítulo
- “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” -, esta mensagem não
é apenas para uma igreja local. Conquanto a igreja de Filadélfia estivesse
passando por tribulações, naqueles dias, os seus santos membros não passaram
pela “hora da tentação[provação –ARA] que há de vir sobre todo o mundo” — todos
os mortos em Cristo têm a garantia de que não passarão pela Grande Tribulação,
uma vez que ressuscitarão e serão tirados da Terra antes dela.
Antes de o Cordeiro
de Deus desatar o primeiro selo, dando início a uma série de juízos contra a
Terra (Ap 6), João viu os 24 anciãos diante de Deus, no Céu (Ap 4:4). E estes
representam a totalidade da Igreja: as doze tribos de Israel e os doze
apóstolos de Cristo. Isso prova que, desde o início da Grande Tribulação, na
Terra, os salvos já estarão no Céu. Glória ao Cordeiro, pois estaremos com Ele
nesse período de trevas e aflições.
A Grande Tribulação, o pior período da história da humanidade,
terminará com a volta de Cristo a esta Terra, quando colocará Seus pés no monte
das Oliveiras, o mesmo lugar de onde ascendeu aos céus (At 1:9-12), vencendo o
Anticristo e todos os seus exércitos, sendo, então, reconhecido pelo
remanescente de Israel como o Messias. Esta volta de Cristo, conhecida como
“parousia”, “revelação de Cristo em glória”, “volta triunfal de Cristo”, “vinda
de Jesus em glória”, será plenamente visível a todos os povos e nações e estava
predita desde o início dos tempos, pois Enoque, o sétimo depois de Adão, já se
referia a este episódio (Jd 14,15). É o fato que marca o início da vitória do
bem sobre o mal.
3. A coroa de glória. A igreja de
Filadélfia é exortada a conservar o que tem para que ninguém tome sua coroa (Ap
3:11). Essa igreja havia recebido a aprovação do Senhor, no entanto, Jesus a
alerta para conservar os valores, a verdade recebida para que seu galardão não
lhe fosse tirado. Precisamos de vigilância, pois vivemos um tempo perigoso. São
muitas as coisas que nos distraem e nos seduzem. Corremos o risco de perdemos
nossas dracmas dentro de casa. Corremos o risco de nos desviarmos do
caminho e sermos saqueados.
CONCLUSÃO
Se a igreja em
Filadélfia fosse avaliada pelo ser humano talvez não passasse no crivo dos
críticos de plantão. Por ser constituída de pessoas humildes, pobres e sem
expressão social, certamente iriam dizer que era uma igreja “sem fé”, “não
visionária”, “sem unção”, “praticante da mesmice”, “legalista”, “desassociada
dos costumes modernos”, “sem vinho novo”. Só que Jesus julga a sua igreja por critério diferente do nosso. Ele pode ver
uma igreja pobre ou fraca como uma congregação fiel, dedicada e perseverante.
Foi como Ele avaliou a igreja em Filadélfia, tanto que nenhuma reclamação lhe
imputou.
Portanto, ao invés de
tentar impressionar as pessoas, devemos nos dedicar ao desenvolvimento do
caráter que agrada a Deus. É claro que para se manter firme e fiel no patamar
que agrada a Deus a igreja passará por mais provas e perseguições, tanto por
parte dos de fora como por parte dos de dentro da igreja(Ap 3:9). Mas a
recompensa é preciosa: “A quem vencer, eu farei coluna no templo do meu Deus, e
dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus e o nome da cidade
do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do Céu, do meu Deus, e também o meu
novo nome”(Ap 3:12). Sabe o que significa isso? Significa que pertenceremos
para sempre ao Senhor, viveremos para sempre com Ele em glória.
Para uma igreja
fraca, mas fiel, o vencedor recebe a promessa de ser coluna do santuário de
Deus. A coluna é que sustenta o santuário. Os fiéis cristãos podem ser fracos
diante dos homens, mas são poderosos e fortes diante de Deus. Os vencedores não
são os fortes e poderosos deste mundo, mas aqueles, que embora fracos aqui,
serão colunas no reino celestial. Os vencedores podem ter sido desprezados
aqui, mas serão enaltecidos na glória. Os vencedores poderão ter sido escravos
aqui, mas reinarão com Cristo na glória. “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às
igrejas”(Ap 3:13).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD –
Assembléia de Deus – Fortaleza-Ce. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular
(Antigo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 50.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon – CPAD.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Rev.Hernandes Dias
Lopes – Ouça o que o Espírito diz às Igrejas.
A Paz do Mestre
ResponderExcluirPrezado Irmão!
Aprecio seus comentários da EBD, que tem sido de grande valia para o aprendizado de muitos com certeza. Mas uma coisa tem me intrigado nesta Revista em especial sobre as cartas do Apocalipse, o fato de ser cartas dirigida as ESTRELAS que ministrão sobre os CASTIÇAIS (Ap 1.20), ao meu ver de leigo, tudo indica que as cartas parecem ser direcionadas a pessoa do ANJO e não ao coletivo IGREJA, deste modo entendo que são os lideres os principais alvos das cartas. (O fogo deverá arder continuadamente no ALTAR) tomando está primicia os nossos lideres são os culpados por igrejas: mortas, amasiadas com o mundo, doentes e desviadas dos principios. São cegos guiando cegos...ambos cairam no buraco. Que Deus tenha misericordia de nós.
Prezado irmão “Anônimo”, muito obrigado pela tua participação neste blog e por acompanhar-me nesta empreitada. Realmente, as cartas foram enviadas diretamente ao “anjo”[líder da igreja] por ser ele o responsável pelo rebanho do Senhor. O pastor é um mordomo do Senhor, por isso deve guardar cada uma das ovelhas que lhe confiou o Sumo Pastor. Sua função principal é conduzir os santos ao Senhor Jesus. O pastor é alguém que convive com a ovelha. Está perto dela. Leva para os pastos verdes as famintas; às águas tranquilas as sedentas; atravessa os vales escuros dando segurança à ovelha que está insegura e carrega a fraca no colo; resgata a que caiu no abismo; disciplina aquela que põe em risco a vida do rebanho. Então, o pastor é o maior responsável pela ovelha. Vivemos, porém, dias difíceis em que as igrejas locais estão nuveadas de falsos pastores, que têm contaminado o rebanho com alimentação falsa[doutrinas falsas]. Por isso, estas cartas de Jesus à sete igrejas da Ásia estão cada vez mais viva nestes tempos pós –modernos.
ExcluirDeus o abençoe sempre!
Luciano Lourenço
Paz de Cristo. Meu irmão hoje orei por você. Pode ter certeza que seu trabalho não tem sido vão no Senhor. Seu comentario, principalmente o que diz respeito a Igreja em Filadelfia com certeza moveu meu coração, além de enriquecer muitissimo minha aula de domingo. Não sou muito de comentar em blogs, até pelo correr dos nossos dias. Mas fiz e faço questão de deixar aqui minha opinião como um humilde servo de Deus sobre o seu trabalho que é louvável. Pode ter certeza meu querido irmão que desde já tens um intercessor aqui em Itaperuna-Rj.
ResponderExcluirPrezado irmão Juliano Gonçalves, muito grato pelas tuas incentivadoras palavras! Elas me transmitiram uma dose de ”vitamina” vital para o meu deleite espiritual! Estou certo de que todo esforço que dediquei na preparação desta aula foi recompensado por este teu gesto.
ExcluirQue o Senhor Jesus te abençoe muito mais, em todos os aspectos de tua vida!
Luciano Lourenço
Amem. Li sua resposta e fico feliz por nos animarmos no Senhor. Ah. Além desse comentario aqui amei tambem o do dia 15 de novembro de 2010 que fala a respeito da oração do Pai nosso. Espero que me dê licença mas usei como uma mensagem aqui no Rio. Se puder depois adicionar em algum dos sites de relacionamento segue abaixo meu e-mail (mesmo msn):
Excluirmissionariojulianogoncalves@hotmail.com. Desde já sigo grato a Deus pela maravilhosa oportunidade de ler essas palavras de sabedoria.
Querido irmão Juliano Gonçalves, fique à vontade para utilizar, como subsídio, em suas pregações, os estudos aqui publicados. A doutrina genuinamente cristã é como o “maná” do Céu àqueles que a ouvem. Fico feliz por compartilharmos a mensagem de Cristo, com o fim único do crescimento do Reino de Deus.
ExcluirFique em Paz!
Luciano