Subsídio Teológico para a lição 12 – Educação Cristã Continuada
Texto Básico: João 21:15-17
“Disse-lhe Jesus: Pastoreai as minhas ovelhas” (João 21:16)
Um
alvo é um objetivo específico que se pretende alcançar em um tempo específico.
Na vida, de um modo em geral, só conseguimos êxito quando concretizamos nossos
alvos. Cada área da nossa vida tem de ser consolidada por alvos alcançados.
Estabeleça seus alvos na sua vida espiritual, familiar, material e pessoal e
lute porque o seu sucesso depende de sua capacidade de perseguir e concretizar
os alvos.
I. SISTEMA DE LIDERANÇA
Um sistema é um conjunto de
elementos interconectados, de modo a formar um todo organizado. Todo sistema possui um objetivo geral
a ser atingido.
Líderes
vencedores tem iniciativa e estabelecem alvos, e trabalham para alcançá-los.
Vencedores são pessoas comprometidas com aquilo que fazem, e a dura realidade é
que “quem não estabelece alvos, na verdade não quer se comprometer”. Líderes
vencedores fazem todos os dias o que desanimados fazem de vez em quando.
Líderes vencedores estabelecem alvos.
1. Critérios importantes. Estabelecer
alvos não é uma tarefa difícil, porém existem alguns critérios importantes para
isso:
a) Faça um planejamento. Planejar não é
perda de tempo, é aperfeiçoar a aplicação dos recursos e as chances de sucesso.
É ampliar significativamente as possibilidades de concretizar a visão. É mirar
o alvo com precisão antes de queimar a pólvora e disparar o tiro. E quando
regamos o planejamento com oração, o Espírito Santo opera maravilhosamente
tanto nessa fase quanto na execução. Ele é especialista em planejamento.
b) Seja específico. Um
alvo não deve ser um vago desejo, mas algo específico. Quanto
mais específico for seu alvo, melhor será e muito mais perto você estará de
alcançá-lo. É muito vago dizer: “neste ano vamos ganhar o bairro inteiro para
Jesus”. Porém, aquele que especifica o seu alvo diz: “até o final do mês
evangelizaremos aquelas três famílias”. Quando você especifica seu alvo, ele se
torna um alvo real, atingível, você vê o progresso do seu objetivo e Deus honra
a sua atitude.
c) Anuncie seu alvo à sua igreja local, ou à sua equipe de
liderados. Ninguém irá cooperar com algo que não
conhece. Quando o líder anuncia seu alvo, ele eleva seu nível de
comprometimento e também compromete a equipe com o alvo anunciado.
d) Faça os preparativos para alcançar o alvo. Todo casal que espera um bebê, faz o seu enxoval. Se você quiser
mais pessoas na congregação que você dirige, prepare no mínimo mais cadeiras. É
claro que este é um exemplo do mínimo que se pode fazer, mas realmente se o
líder quer mais pessoas na sua igreja local, ele não medirá esforços para que
isso aconteça, envolvendo todos os seus liderados com planejamento inteligível,
a fim de concretizar o alvo pretendido. Chamamos isso de coerência.
2. O exemplo de Paulo. Paulo era um dos líderes espirituais da igreja do seu tempo. Ele
compreendia o seu papel e se esforçava para concretizar aquilo que Deus havia
colocado sobre suas mãos.
Alguns alvos do ministério de Paulo em relação à igreja de
Colossos:
a)
Consolar o coração dos irmãos - “para que o coração deles seja confortado...”
(Cl 2:2). Paulo entendia que o seu ministério
implicava em encorajar aqueles que estavam desfalecendo. Para isso, ele
ensinava o evangelho da glória de Cristo (cf Cl 1:27).
b) Manter os irmãos unidos pelo amor - “... e vinculado juntamente
em amor...”(Cl 2:2b). Para vivermos perfeitamente os nossos relacionamentos
no corpo de Cristo precisamos do amor. Paulo lutava por isso. Seus esforços
eram para que todos pudessem vivenciar o amor em suas relações. Segundo ele, o
amor é o “vínculo da perfeição” (cf. Cl 3:14).
c) Proporcionar o
deleite dos irmãos em Cristo - “... e eles
tenham toda a riqueza da forte convicção do entendimento, para compreenderem
plenamente o mistério de Deus, Cristo, em quem todos os tesouros da sabedoria e
do conhecimento estão ocultos” (Cl 2:2c, 3). Além de estar unida pelo amor,
Paulo deseja ver a igreja se maravilhando na “riqueza” provinda da “forte
convicção do entendimento” (Cl 2:2). Essa convicção deveria ser na pessoa de
Cristo, o “mistério de Deus”. Nele, estão “ocultos” o “tesouro da sabedoria e
do conhecimento” (Cl 2:3) – tesouro porque a sabedoria e o conhecimento do amor
de Deus foi revelado em Cristo.
Cristo é o maior tesouro que podemos ter. Nada nessa vida poderia
proporcionar a certeza da salvação, senão a obra redentora de Deus em Cristo.
d) Impedir o engano entre os irmãos - “Assim, digo para que ninguém vos
engane com raciocínios falazes” (Cl 2:4). O bom
líder não pode se omitir de exortar a igreja contra os falsos mestres. Paulo
advertiu aos Colossenses acerca das maquinações que alguns falsos mestres
estavam tentando convencê-los. Com seus raciocínios ardilosos procuravam
desviar a fé deles em Cristo. Os falsos líderes se utilizavam de vãs sutilezas
em sua filosofia (cf. Cl 2:8). A omissão dessa função pode ser fatal para a fé
daqueles que são crianças espirituais. Atualmente temos visto muitos falsos
mestres, que se utilizam da mídia para ludibriar a fé de muitos. A teologia da
prosperidade é um exemplo dos falsos ensinos que tentam relegar Cristo da fé.
3. O exemplo de Pedro. Pedro era um líder entre
os discípulos devido à sua personalidade. Ele era aquele que "dava a sua
cara a tapa" fazendo aquilo que os discípulos tinham vontade, mas não
tinham coragem para fazer.
Todavia,
antes de se converter, Pedro tinha um grande defeito: se sentia muito
autoconfiante. Ele era um homem que confiava em suas próprias forças. Antes de
Jesus ser crucificado, ele olhou para Jesus e disse: “... Ainda que me seja
necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei" (Mc 14:31). Pedro
achava que outros poderiam cair, mas, ele nunca. Outros poderiam trair o Senhor
Jesus, mas, ele nunca. Nunca devemos confiar nas
forças humanas, nós não passamos de barro. Não somos nada sem Cristo. Ele
disse: "... sem Mim nada podeis fazer"(João 15:5). A coluna
vertebral do cristianismo é Cristo. Pedro se esqueceu disso e caiu. Caiu feio,
beijou o pó. Desceu lá no fundo do poço, traiu. Negou a Cristo três vezes. Mas,
confrontado por sua consciência e pelo olhar do Mestre, chorou amargamente,
arrependido do seu fracasso (Lc 22:61-62).
A
despeito dos fracassos vergonhosos de Pedro, Jesus não desistiu dele
Após
a ressurreição, Jesus aparece pela terceira vez aos
discípulos, junto ao mar de Tiberíades (João 21:1,13). Depois de uma refeição
que oferecera aos discípulos, Jesus conversou com Simão Pedro. Em dado momento,
perguntou-lhe três vezes: “Amas-me? (João 21:15-17).
Jesus
estava ensinando que, se Pedro não o amasse acima de qualquer coisa, jamais
estaria apto para pastorear seu rebanho. Talvez este tenha sido um princípio já
esquecido por muitos. Não tenho dúvidas de que o que verdadeiramente encoraja e
leva um pastor a se desgastar e trabalhar na obra do Senhor não é a recompensa
do dinheiro e dos bens materiais, mas o amor por Jesus e ao seu rebanho,
o amor pelos pecadores perdidos e a certeza de que a obra é de Deus e dele vem
a nossa recompensa.
AMAS-ME?
Jesus
não questionou as respostas de Pedro. Antes, lhe desafiou a levantar-se com
proeminência para a vida, em concretizar com amor o alvo de segui-lo e
pastorear Suas ovelhas. É o que qualquer líder inspirador deve fazer.
Esta
pergunta, também, é dirigida a todos nós cristãos. Devemos estar cônscios de
que para servir ao Senhor é necessário, acima de qualquer ato ou bem neste
mundo, amá-lo de coração. Em se tratando do pastor, especificamente, que é
visto por todos como exemplo do rebanho, amar a Jesus é a maior garantia de que
se está preparado para apascentar suas ovelhas - a igreja.
Ações de Pedro, no período da formação da Igreja, no afã de concretizar o
alvo proposto por Jesus
Embora os outros apóstolos tenham muitos
a ensinar, Pedro pode servir como paradigma por ter sido um dos primeiros
líderes da Igreja do Senhor Jesus.
a) A prática da
oração. Em Atos 1:13-14, os discípulos e,
naturalmente Pedro, estavam orando. Aguardavam o cumprimento da promessa do
derramamento do Espírito Santo para prosseguir a caminhada histórica do
cristianismo. A experiência da oração constitui-se no elemento central da vida
pastoral de Pedro. Foi o segredo da prática ministerial da igreja nascente. A
oração estabelece equilíbrios: em nossa vida interior, entre nós e o próximo e
entre nós e Deus. E, ainda hoje, nenhum projeto terá sucesso sem essa base de
sustentação espiritual.
b) A prática da pregação. Na pregação, a
prática do apóstolo Pedro pode ser vista em Atos 2:14-40, no dia do
pentecostes; em Atos 3:11-26, na porta do templo, chamada Formosa; em Atos
10:34-43, na casa de Cornélio. As pregações de Pedro sempre deram um
significado cristão e salvífico aos fenômenos do Espírito.
c) A prática de ganhar almas. Dentro
do trabalho cristão, o maior de todos os alvos é ganhar almas para Jesus. Em
Atos 3:1-10, através de Pedro e João, acontece a cura de um coxo; em Atos 5:15,
o apóstolo faz muitos milagres; e, em Atos 9:32-43, acontece a cura de Eneias e
a ressurreição de Dorcas. Ele conseguiu agir da mesma forma que seu Mestre. O
interesse principal nos episódios miraculosos era o de suscitar nas pessoas a
decisão de aceitar a salvação em Jesus. Por isso, compete ao pastor ou ao que
ministra a enfermos e aflitos trazer conforto e consolo, reavivar sua esperança
e fortalecer sua fé.
d) A prática do testemunho. Alguns textos,
como Atos 4:1-23; 5:17-18; 5:26-32; 5:41-42, mostram que, nas mais diversas
situações, Pedro fazia questão de se identificar como cristão. As ondas de
perseguição foram iniciadas pelos saduceus. Mas Pedro não se importava com
isso, pois, pregando à multidão no templo ou respondendo às acusações no
tribunal, sua preocupação não era a sua própria defesa, mas a honra e a glória
do Senhor.
e) A prática do
supremo serviço. Jesus tinha determinado uma
tarefa suprema a ser realizada, e que Pedro devia cumpri-la conforme o próprio
Senhor a faria: pastorear com amor o rebanho de Deus (João 21:15-17).
Humildemente, Pedro buscava compreender as necessidades dos outros, certo de que
a ele cabia a tarefa de pastorear as ovelhas com amor sacrifical, mas que o
rebanho pertencia ao próprio Deus, a quem um dia todos teriam de prestar contas
(1Pe 4:5,8; 5:1-4).
Pedro, o grande líder da igreja
primitiva, concretizou o alvo estabelecido pelo Senhor. No final de sua vida, à
semelhança do Sumo Pastor, exorta aos presbíteros de então: “Apascentai o
rebanho de Deus, que está entre vós...” (cf 1Pe 5:1-4). A exortação é
atemporal. O alvo está proposto. Pense nisso!
III. COMPREENDENDO AS NECESSIDADES
Um líder deve ter sensibilidade - quase espiritual - para perceber
e entender as necessidades prementes das pessoas, do meio em que atua ou
pretende atuar. Após termos determinado as necessidades das
pessoas e expresso de forma clara, então poderemos estabelecer os nossos alvos. Isto pode estar relacionado tanto ao aspecto profissional
secular (negócios em geral) como ao orbe evangélico, visando o crescimento do
reino de Jesus Cristo: a Igreja.
Uma das formas de constatar as necessidades das pessoas com relação
a alguma atividade que se pretende implementar é através de pesquisa de campo.
Se o método aplicado for bem feito e capaz de representar bem o universo da
pesquisa, então se conhecerá as necessidades das pessoas, e assim pode-se
estabelecer os alvos a serem concretizados.
IV. GERENCIAMENTO ATRAVÉS DE ALVOS
Quando falamos em gerir através de
alvos, queremos dar a entender que terá de identificar os seus alvos, e
então conduzir o trabalho a ser feito de modo que os alvos determinados sejam
alcançados. Provavelmente, essa é a maneira mais eficiente de conduzir qualquer
espécie de trabalho.
A maior parte dos problemas que envolvem o
trabalho cristão resulta do fato de os líderes evangélicos não terem fixado
alvos claros, ou então nem mesmo compreendem a diferença entre um alvo e uma
atividade. Eles dão mais atenção a terem reuniões e a traçarem projetos a curto
prazo. Fazem uma ideia de que essas atividades são para a glória do Senhor, mas
não sabem como julgar se tais atividades são tão bem sucedidas quanto deveriam
ser.
Aprendemos a gerir por meio de alvos quando contemplamos as nossas
organizações como um todo, com propósitos definidos que somos capazes de
compreender. E então, nós e aqueles com quem estamos a trabalhar, podemos
estabelecer alvos que podem ser atingidos e avaliados.
Pensemos em Ester. O alvo dela
era a salvação do seu povo. Tudo quanto ela fazia tinha o propósito de salvá-lo
da morte decretada. A fim de atingir o seu propósito, concretizar o seu alvo
final, ela precisou de alcançar outros alvos, secundários, como o de obter a
atenção e a aprovação do rei.
Vamos pensar um
pouco sobre a preparação e o dar um sermão
evangélico. Digamos que o alvo final é obter decisões a favor de Jesus Cristo.
Para atingirmos esse fim, estabelecemos para nós mesmos o seguinte alvo: um
sermão eficaz. A fim de conseguir isso, precisamos de bom conteúdo, precisamos
saber como se estuda a Bíblia. Isso pode significar que teremos de aprender
como se usam instrumentos como uma concordância bíblica ou um comentário.
Naturalmente, isso significa que precisamos saber ler. E para que apresentemos
um bom sermão, talvez tenhamos de fazer um curso de homilética (a arte de
pregar). Também teremos de ter um bom conhecimento da gramática da nossa língua
e dispor de um vocabulário eficiente. Desta maneira vemos que, para que
cheguemos ao nosso alvo final, teremos de atingir certo número de alvos. Isto é
gerir por meio de alvos. Um líder cristão precisa compreender isso, devendo ser
capaz de explicar isto aos seus obreiros.
CONCLUSÃO
O desejo de Deus é que aprendamos a colocar em prática o propósito
maravilhoso que Ele tem para as nossas vidas através de alvos mensuráveis e não
vivamos por aí fazendo as coisas de qualquer jeito, sem organização. Lute
e descubra o que Deus tem pra você e estabeleça como você vai fazer cada coisa
e quando vai fazer. Deus o abençoe e conte com a sabedoria e a unção do
Espírito Santo.
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Elaboração:
Luciano
de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista.
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal, CPAD.
Princípios para uma boa liderança - Pr. Cleverson de
Abreu Faria.
Caro Luciano
ResponderExcluirParabéns pela sua iniciativa.
Por tratar-se de uma revista, ainda que cristã, há muito termos e conceitos técnicos do mundo secular. Sendo você um apreciador da escrita, me traz este sentimento, faz muito bem a todos nós termos uma fornte de consulta adicional para as aulas da EBD.
Que Deus te dê graça para continuar e digo parafrasenado a bíblia: "Vai nesta sua sua força, varão valoroso"