3º
Trimestre/2013
Texto
Básico: Filipenses 3:1-10
“Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus
obreiros, guardai-vos da falsa circuncisão!”(Fp 3:2)
INTRODUÇÃO
Sem
dúvida nenhuma, os conselhos do apóstolo Paulo contidos em Fp 3:1-10 são
bastante atual, oportuno e urgente. Como ocorria na igreja de Filipos, em
nossos dias, a verdade de Deus tem sido atacada. Esses ataques não vêm apenas
dos insolentes críticos da fé cristã, mas daqueles que se infiltram na igreja,
com falsa piedade e perigosas heresias. Estamos vendo, com profunda consternação,
a igreja evangélica brasileira deixando o antigo evangelho, o evangelho da
cruz, para abraçar um evangelho híbrido, sincrético e místico. Um evangelho
centrado no homem, e não na consumada e bendita obra de Cristo. Precisamos
também nos acautelar!
I.
A ALEGRIA DO SENHOR
“... Alegrai-vos no Senhor...”(Fp 3:1. Como já disse no inicio deste
trimestre, a nota dominante em toda a carta aos FIlipenses é a alegria triunfante.
Paulo, embora fosse um prisioneiro, era muito feliz, e incentivava e ainda
incentiva seus leitores a sempre a alegrarem-se em Cristo. Aliás, a alegria
aqui não é um substantivo é um verbo, que está no imperativo: “alegrai-vos”, isto porque o evangelho
que nos alcançou é “nova de grande alegria”, o reino de Deus que está dentro de
nós é alegria no Espírito Santo, o fruto do Espírito é alegria, e a ordem de
Deus é “alegrai-vos. E
mais, a alegria do cristão não é um sentimento, é uma pessoa: o Senhor Jesus.
Por isso, Paulo diz : “Alegrai-vos no
Senhor”.
Quem tem Jesus, experimenta essa verdadeira alegria; Quem não tem Jesus, pode
ter momentos de alegria, mas não a alegria verdadeira.
A verdadeira alegria não se confunde
com momentos felizes.
A felicidade é frequentemente confundida com a alegria, mas as duas são muito
diferentes. A alegria cristã vem de conhecer e confiar em Deus; a felicidade
vem como resultado de circunstâncias favoráveis. A alegria cristã não é
ausência de problemas nem circunstâncias favoráveis; a alegria cristã é
duradoura, é ultracircunstancial; podemos sentir alegria apesar dos nossos
problemas mais profundos; a felicidade é temporária, porque ela é baseada em
circunstâncias externas. A alegria cristã está centrada não em coisas ou situações,
mas na Pessoa de Cristo; Ele é a nossa alegria; nossa alegria é cristocêntrica!
Paulo
era capaz de se alegrar apesar de seu sofrimento porque ele conhecia e confiava
em Deus. Ele não deixava que as circunstâncias adversas o desanimassem. Para permanecermos
alegres, devemos nos lembrar, constantemente, do amor de Deus por nós e da
nossa vida definitiva com Ele no Céu. A alegria de conhecer a Cristo mantinha
Paulo equilibrado, não importando quais fossem as suas circunstâncias, boas ou
ruins (ler Fp 4:12). Paulo nunca se
cansava de dizer isto aos crentes de Filipos, porque era para o próprio bem
deles. Uma atitude de alegria ajudaria os crentes a se guardarem contra as
práticas sobre as quais Paulo tão intensamente advertia: dissensão, murmuração,
e atitudes de superioridade. Se perdermos a alegria do Senhor, estaremos
suscetíveis a estas atitudes. A alegria atua como uma barreira contra elas. Ela
garante a segurança da nossa esperança cristã.
II.
A TRÍPLICE ADVERTÊNCIA CONTRA OS INIMIGOS (Fp 3:2-4)
“Guardai-vos
dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão! Porque a circuncisão somos nós, que
servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos
na carne”(Fp 3:2,3).
Paulo
adverte os crentes a se guardarem de um grupo de pessoas em particular que ele
descreveu usando três termos depreciativos diferentes: cães, maus obreiros e circuncisão.
É provável que essas três expressões se refiram ao mesmo grupo de homens: os
falsos ensinadores, que procuravam submeter os cristãos ao judaísmo e ensinavam
que só haveria justificação para quem guardasse a lei e seus rituais.
1.
“Guardai-vos dos cães”. Em
primeiro lugar, tais ensinadores
eram “cães”. Na Bíblia, os “cães”
são animais imundos. Esse termo era usado pelos judeus para descrever os
gentios. Nas terras do Oriente, os cães eram criaturas sem lar e, como não
tinham dono, viviam nas ruas procurando alimento onde pudessem. Paulo vira o
feitiço contra o feiticeiro, aplicando a alcunha de “cães” aos falsos
ensinadores do judaísmo que procuravam corromper a Igreja. Eles viviam à
margem da Igreja, procurando sobreviver de rituais e de cerimônias. “Apanhavam
migalhas quando podiam estar assentados dentro da festa”.
2.
“Guardai-vos dos maus obreiros”.
Em segundo lugar, aqueles ensinadores eram “maus obreiros”. Eles eram
obreiros da iniquidade (Lc 13:27) e obreiros fraudulentos (1Co 11:13).
Desviavam a atenção de Cristo e de Sua redenção perfeita e a fixavam em rituais
ultrapassados e em obras humanas. Eles trabalhavam contra Deus e para
desfazerem a obra de Deus. Laboravam para o erro e para desviarem as pessoas da
verdade. Para esses mestres judaizantes, agir com justiça era observar a lei e
segui-la em seus múltiplos detalhes e cumprir suas inumeráveis regras e prescrições.
Mas Paulo estava seguro de que a única classe de justiça que agrada a Deus
consiste em render-se livremente à Sua graça.
3. “Guardai-vos da circuncisão”. Em terceiro lugar, Paulo se referem
a esses ensinadores como homens da “circuncisão” ou da “falsa
circuncisão”(ARA). Esses ensinadores que se diziam cristãos de origem
judaica erroneamente acreditavam que era essencial que os gentios seguissem
todas as leis do Antigo Testamento, dizendo que os crentes gentios tinham que
ser circuncidados para que pudessem ser salvos. Esses mestres judaizantes
trocaram a graça de Deus por um rito físico. Eles queriam inserir na mensagem
do evangelho a obrigatoriedade da circuncisão como condição indispensável para
a salvação (At 15:1). Assim, a salvação deixava de ser pela fé somente e
passava a depender do esforço humano. Eles se vangloriavam de uma incisão na
carne, em vez de uma mudança no coração. Eles cortavam o prepúcio do órgão
sexual masculino, porém não cortavam o prepúcio do coração. Paulo escarnece
dessa falsa confiança deles no rito da circuncisão, em vez de confiarem na
graça de Deus.
Paulo, mesmo sob
algemas, não cala sua voz. Ele denuncia e desmascara esses mestres com
veemência como já fizera outras vezes (Gl 1:6-9; 3:1; 5:1-12; 6:12-15; 2Co 11:13).
A preocupação de Paulo era que nada ficasse no caminho da verdade simples de
sua mensagem: que a salvação, para judeus e gentios igualmente, vem somente
através da fé em Jesus Cristo. E a igreja primitiva já tinha confirmado o
ensino de Paulo no Concílio de Jerusalém, há onze anos (veja At 15).
III.
A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO (Fp 3:3)
Assim
como Paulo fez uma tríplice descrição dos falsos mestres, também faz uma
tríplice identificação do povo de Deus. Os falsos mestres queriam tornar o
cristianismo uma seita judaica. Eles ensinavam que a salvação dependia da
circuncisão, anulando, assim, a suficiência do sacrifício de Cristo. Pregavam
que a graça de Deus não era suficiente para a salvação e que o homem tinha de
concorrer e cooperar com Deus nessa obra, circuncidando-se. Paulo refuta
vigorosamente essa heresia, mostrando que a verdadeira circuncisão não é aquela
feita na carne, mas a circuncisão do coração, operada pelo Espírito Santo de
Deus. A Igreja, e não os falsos mestres, é que possui a verdadeira circuncisão.
Paulo diz: "Porque nós é que somos a circuncisão...” (Fp 3:3).
1.
A circuncisão no Antigo Testamento.
No Antigo Testamento, a circuncisão tinha sido um sinal e selo da aliança ou pacto que Deus fez com
Abraão e seus descendentes – “Disse mais
Deus a Abraão: guardarás a minha aliança, tu e tua descendência no decurso das
suas gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós e a tua
descendência: todo macho entre vós será
circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal
de aliança entre mim e vós” (Gn
17:9-11-ARA). Era, portanto, um
sinal físico para o povo de Deus do seu relacionamento com o Senhor. Também,
era um meio de fazer o povo de Deus, os judeus, lembrar-se das promessas que
Deus lhe dera, e das suas próprias obrigações pessoais ante a aliança (Gn
17:14). Esse ato tinha também uma aplicação
espiritual, porque a marca física deveria ser o sinal de um relacionamento
espiritual com Deus – “E o SENHOR, teu
Deus, circuncidará o teu coração e o
coração de tua semente, para amares ao SENHOR, teu Deus, com todo o coração
e com toda a tua alma, para sempre” (Dt 30:6).
2. A verdadeira circuncisão não deixa
marcas físicas.
Em determinada época, o sinal físico de circuncisão separou o povo de Deus, os
judeus, dos gentios. Depois de Jesus Cristo, todas as pessoas podem fazer parte
da família de Deus, crendo em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Os cristãos
autênticos são os únicos verdadeiros circuncidados.
Diz
o apóstolo Paulo: “Porque nós é que somos
a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus
Cristo, e não confiamos na carne” (Fp 3:3). Nós [os cristãos
autênticos] é que somos a circuncisão – não aqueles que por sorte nasceram
de pais judeus nem os que são circuncidados fisicamente, mas aqueles que
reconhecem que a carne para nada aproveita, que o homem, na própria força, nada
pode fazer para conseguir um sorriso de aprovação de Deus. A verdadeira
circuncisão não deixa marcas físicas.
Para aqueles que fazem
parte da verdadeira circuncisão, o apóstolo Paulo apresenta três
características:
a) Adoramos a Deus no
Espírito (Fp 3:3b). O
povo de Deus é identificado pela adoração. Os crentes adoram por meio do Espirito
de Deus e no Espirito de Deus. O Espirito Santo, que é a terceira Pessoa da Trindade,
é vital para todos os aspectos da nossa vida cristã. A igreja adora a Deus e o
faz mediante a ação do Espírito Santo. Toda adoração que não é prestada a Deus
é idolatria; toda adoração oferecida a Deus sem a ação do Espírito não é
aceitável por Ele. A adoração é sempre inspirada pelo Espirito Santo.
b) Nos gloriamos em
Cristo Jesus (Fp 3:3c).
A palavra traduzida como “gloriar-se”
também poderia ser traduzida como “exaltar”. Paulo explicou que os verdadeiros
cristãos exultam, não em suas obras, como se de alguma forma salvassem a si
mesmo, mas somente em Cristo Jesus. Somente Ele é a base de nosso regozijo. O
povo de Deus se gloria na cruz de Cristo, isto é, em sua expiação, como a única
base para a sua salvação. O Senhor é o objeto da exultação dos crentes.
Portanto, aquele que se gloria, glorie-se no Senhor (1Co 1:31; 2Co 10:17).
c) Não confiamos na
carne (Fp 3:3d). “Carne” aqui é a natureza humana centrada
em si mesma. Mesmo quando exerce a moral e a religião, o ser humano fica preso
a seu eu, cultiva e o gloria, até mesmo quando cita o nome de Deus. Na igreja de Filipos, os judaizantes estavam
cofiados na “carne”, em rituais, em
cerimônias externas, em realizações humanas. Eles dependiam de sua obediência à
lei judaica, e especialmente à aliança da circuncisão, para torná-los
aceitáveis a Deus. Em contraste, os
autênticos cristãos não colocavam a sua confiança em nada que fizessem ou
deixassem de fazer, mas naquilo que Deus, através de Jesus Cristo, havia feito
por eles. A igreja é um povo que põe sua confiança em Deus e sua fé na Pessoa
bendita de Jesus Cristo.
CONCLUSÃO
Tenhamos cuidado para não perdermos a
identidade de verdadeiros cristãos. Conservemos a sã doutrina, pois o Inimigo
tenta macular a Igreja de Cristo mediante as heresias, modismos e costumes
mundanos, através de influências externas e, principalmente internas. Sigamos o
conselho de Paulo a Igreja de Filipos: “Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos
maus obreiros, guarda-vos da falsa circuncisão” (Fp 3:2); e também a Timóteo:
"Tem cuidado de ti mesmo e da
doutrina..." (1Tm 4:16).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD –
Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Comentário
Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
O
Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário
Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista
Ensinador Cristão – nº 55 – CPAD.
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.
Filipenses
– A alegria triunfante no meio das provas – Rev. Hernandes Dias Lopes.
Foi bom encontrar o seu blo,e poder ver e ler o que está a escrever pois tenho encontrado bons textos, que edificam e ajudam a cada um.
ResponderExcluirContinue nesta força e na firmeza da Santa Palavra, pois é essa nos trás conforto e segurança.
Sou António Batalha, do Peregrino E Servo.
Deixo-lhe a minha bênção, e que a paz de Jesus encha sempre
seu coração.
Abraço.