3º Trimestre/2013
Texto
Básico: Filipenses 3:12-17
“prossigo
para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp
3:14).
INTRODUÇÃO
O apóstolo Paulo toma emprestado da cultura
grega a figura do atleta. Este para alcançar o prêmio final de uma maratona se
esforça, dedica-se e trabalha com todo o esmero. Paulo não havia se enganado
com a falsa ideia de que a perfeição plena era já uma realidade em sua vida.
Pelo contrário, como um atleta que se prepara à exaustão, o discípulo de Cristo
deve deixar os entraves desta vida e manter o foco na pessoa do Senhor Jesus
Cristo. Paulo se achava qual um atleta numa corrida,
esforçando-se e correndo o máximo, totalmente concentrado no que fazia, a fim
de não ficar aquém do alvo que Cristo estabeleceu para a sua vida. Esse alvo
era a perfeita união entre Paulo e Cristo (Fp 3:8-10), sua salvação final e sua
ressurreição dentre os mortos (Fp 3:11). Sem dúvida, esta é a suprema aspiração
do autêntico cristão.
I. A ASPIRAÇÃO PAULINA
1.
“Prossigo para o alvo”.
“Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em
Cristo Jesus”(Fp 3:14). Paulo utiliza neste texto a analogia do atletismo,
a fim de mostrar aos filipenses que o crente em sua caminhada também precisa se
esforçar para conhecer a Cristo. Como um corredor esforçando-se para chegar à
linha de chegada, Paulo prosseguia para alcançar o final da corrida e
receber “o prêmio”. O objetivo de Paulo
era conhecer a Cristo, ser como Cristo, e ser tudo o que Cristo tinha em mente
para ele. Esse objetivo absorvia a sua energia. Isto fornece um exemplo útil.
Não devemos permitir que nada desvie os nossos olhos do nosso alvo que é
conhecer a Cristo. O pleno conhecimento de Cristo é o prêmio final pelo qual os
crentes alegremente deixam de lado todas as outras coisas. Com a simplicidade
de um atleta em treinamento, devemos deixar de lado tudo que seja prejudicial e
abandonar tudo o que possa nos distrair de sermos cristãos eficazes.
2.
O sentimento de incompletude de Paulo. Embora
tenha sido um homem de Deus, um vaso de honra, um servo fiel, um instrumento
valoroso na pregação do evangelho e na implantação de igrejas, Paulo nunca
ficou satisfeito com suas vitórias espirituais. À semelhança de Moisés, ele
sempre queria mais (Ex 33:18).
"...
uma coisa faço..." (Fp 3:13b). O apóstolo
Paulo tinha seus olhos fixos na meta e não se desviava de seu objetivo. Ele era
um homem dedicado exclusivamente à causa do evangelho. Não se deixava distrair
por outros interesses. Sua mente estava voltada inteira e exclusivamente para
fazer a vontade de Deus.
Uma "insatisfação
santa" é o primeiro elemento essencial para
avançar na corrida cristã. Muitos cristãos estão satisfeitos consigo mesmos ao
se compararem àqueles que já estão trôpegos e parados. Paulo não se comparava
com outros, mas com Cristo. Ele ainda não chegou à perfeição (Fp 3:12), muito
embora seja amadurecido na fé (Fp 3:15). Uma das características dessa
maturidade é a consciência da própria imperfeição. O cristão maduro faz uma
auto-avaliação honesta e se esforça para melhorar. A luta contra o pecado ainda
não terminou, pois a perfeição não se alcança na presente vida – “Porque
todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal
varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo” (Tg 3:2).
Veja mais: Rm 7:14-24 e 1João 1:8.
3.
O engano da presunção espiritual. Os judaizantes se
vangloriavam de sua "perfeição", quer fosse como judeus que
professavam guardar a lei em sua inteireza, quer como judeus cristãos que se
"gloriavam" da circuncisão. Os cristãos gnósticos, por sua vez,
reivindicavam serem iluminados, como homens do Espírito. Paulo, porém,
explicitamente negou aquilo que eles afirmavam ter obtido, isto é, a "perfeição''.
A presunção
espiritual é um engano e um sinal evidente de
imaturidade espiritual. A igreja de Sardes julgava a si mesma uma igreja
viva, mas na avaliação de Jesus estava morta (Ap 3:1). A igreja de Laodicéia
se considerava rica e abastada, mas Jesus a considerou uma igreja pobre, cega e
nua (Ap 3:17). Sansão pensou que ainda tinha força quando, na realidade,
a perdera (Jz 16:20).
O despertamento
espiritual de uma igreja começa não pela altivez espiritual,
mas pela humildade e o reconhecimento de que ainda precisa buscar mais a Deus.
Tenhamos, pois, o mesmo sentimento que tinha Davi: “Como o cervo brama pelas
correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma
tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de
Deus? (Sl 42:1,2).
II. A MATURIDADE
ESPIRITUAL DOS FILIPENSES (Fp 3:15,16)
“Pelo que todos
quantos já somos perfeitos sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa
doutra maneira, também Deus vo-lo revelará. Mas, naquilo a que já chegamos,
andemos segundo a mesma regra e sintamos o mesmo” (Fp 3:15,16).
1.
Somos perfeitos (Fp 3:15)? Ainda não! Leia
Romanos 7:14-24 para se conscientizar disto! Todavia, nos esforçamos para que
um Dia cheguemos à estatura de varão perfeito (Ef 4:13), que se dará,
certamente, na nossa glorificação, ou seja, quando o nosso corpo corruptível
for revestido da incorruptibilidade - “Porque convém que isto que é
corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se
revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da
incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então
cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória (1Co
15:53,54)
O apóstolo Paulo,
apesar de todas as suas experiências, desde o seu encontro
com o Cristo ressuscitado no caminho para Damasco, não considerava ter
alcançado a perfeição, mas também não transigia em afirmar: "esquecendo-me
das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim,
prossigo para o alvo". Com estas palavras Paulo demonstra que o
discípulo de Cristo sempre deve encarar a sua peregrinação cristã como um
caminho inacabado. A vida que Deus dá ao discípulo é uma caminhada de
construções e crescimentos. Uma hora ele pode cair, mas o Senhor o acolhe e levanta.
Outra vez, ele pode se sentir imaturo, mas o Senhor o ensina. A vida do
discípulo de Cristo está em constante desenvolvimento.
2.
O cristão deve andar conforme a maturidade alcançada (Fp 3:16). ”Mas, naquilo a que já chegamos,
andemos segundo a mesma regra e sintamos o mesmo”.
Neste texto, a palavra grega “stochein”,
“andemos”, é um termo militar
que significa “permanecer em linha”.
Não basta correr com disposição e vencer a corrida; o corredor também deve
obedecer às regras. Nos jogos gregos, os juízes eram extremamente rígidos com
respeito aos regulamentos, e o atleta que cometesse qualquer infração era
desqualificado. Em Filipenses 3:15,16, Paulo enfatiza a importância de os
cristãos lembrarem as "regras
espirituais" que se encontram na Palavra de Deus. A Bíblia está cheia
de exemplos de pessoas que começaram bem a corrida, mas não chegaram ao fim por
não levarem as regras de Deus a sério. Devemos correr sem carregar pesos
inúteis do pecado e olhar firmemente para Jesus, o nosso alvo.
Portanto, a maturidade
cristã envolve agir com base na instrução que já recebemos, a saber, a doutrina
de Cristo, que é a Palavra de Deus. Assim, esse “andemos segundo a mesma regra”(Fp 3:16) significa que devemos ter o mesmo modo de viver de
Cristo, tanto nas atitudes, ações e comportamento em geral. Foi agindo dessa
maneira que os crentes de Antioquia foram chamados de cristãos, porque tudo que
eles faziam se parecia com Cristo (At 11:26).
3.
Exemplo a ser imitado (Fp 3:17). “Sede também meus imitadores, irmãos, e tende
cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam”.
Paulo desafiou os
filipenses a buscarem a semelhança de Cristo seguindo o exemplo do próprio
Paulo, assim como os exemplos de outros cujas vidas eram baseadas na dele
(aqueles crentes maduros mencionados em Fp 3:15). Isto não era egoísmo da parte
de Paulo, porque ele sempre enfocou Jesus Cristo e rogou aos crentes para
também seguirem o exemplo de outros que seguiam a Cristo. Eles não deveriam
seguir os falsos obreiros ou os inimigos da cruz(Fp 3:18). Em vez disso, como
Paulo enfocava a sua vida em ser como Cristo, eles também deveriam fazer o
mesmo. Portanto, ele rogou que eles o imitassem como um guia prático de
conduta.
O fato de Paulo
poder dizer às pessoas para seguirem o seu exemplo é um testemunho de seu
caráter. Você pode fazer o mesmo? Que tipo de seguidor um novo cristão se
tornaria se ele lhe imitasse? Às vezes, de brincadeira, ouvimos alguém dizer:
“faça o que eu digo, mas não o que eu faço”. Não era assim com o apóstolo Paulo.
Ele pôde apresentar sua vida como modelo de devoção total a Cristo e sua causa.
III. A ASPIRAÇÃO CRISTÃ HOJE
Viver no centro da
vontade de Deus deve ser a aspiração do cristão que é sincero em sua prática
cristã. Todo esforço neste sentido é sem dúvida extremamente compensador.
Devemos cumprir a vontade de Deus, não de boca, mas de atos concretos de
obediência à Sua Palavra.
1.
A atualidade do desejo Paulino. O propósito de
Paulo em relação a si e aos cristãos de Filipos deve servir-nos de instrução,
pois as dificuldades, tentações e demais obstáculos que serviam de empecilhos à
vida de comunhão naquela época continuam atuais e bem maiores. A
vida cristã não é um mundo de fantasia! Não é a falsa ideia de ter Deus na
perspectiva de um papai Noel ou de um garçom que está disponível a servir o
próprio capricho do ser humano. A vida de Paulo nos mostra uma verdade
inevitável: a de quem quiser viver uma vida de fidelidade a Deus e de intensa
busca pela maturidade espiritual precisa reconhecer que padecerá as mesmas
angústias que o apóstolo padecia. Você ama ao Senhor? Deseja estar com Ele por
onde quer que você ande? Então, o caminho é desembaraçar-se das coisas deste
mundo, pois mesmo em angústias receberemos "o prêmio da soberana
vocação de Deus em Cristo Jesus". Precisamos ter uma vida centrada na
Pessoa de Jesus Cristo, e ter uma vida centrada nEle é saber que apesar das
angústias desta vida, todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam
ao Senhor.
2.
O cristão deve almejar a maturidade espiritual.
Ao aceitarmos a Jesus e recebermos a salvação, candidatamo-nos à carreira
cristã que exigirá esforço e determinação, a fim de que alcancemos a maturidade
na fé. A salvação nos é dada pela graça mediante a fé em Cristo Jesus. Mas, o
crescimento espiritual na salvação depende de esforço e disciplina constante
para que cheguemos à estatura de varão perfeito, segundo o modelo de Cristo
Jesus. Então a salvação que alcançamos pela fé na obra redentora de Cristo, não
é o fim, mas o início da caminhada. Nenhum esforço humano poderia ter causado a
salvação, pois a redenção da alma é caríssima. Entretanto, uma vez salvo, temos
o dever de desenvolver a nossa salvação até o ponto da maturidade plena no
Senhor Jesus.
Devemos nos
conscientizar, pois, que a busca constante da maturidade espiritual é um
desafio que está posto a todos nós que aspiramos a concretização do alvo que
Jesus estabeleceu para todos nós, o Céu. O que era responsabilidade de Deus
fazer, Ele efetivamente fez. Temos, então, de cumprir a nossa parte no processo,
desenvolvendo-nos na fé, confiados no poder que Deus liberou-nos pela presença
do Espírito Santo que em nós habita. Ainda não somos perfeitos na qualidade e
proporção que o Senhor deseja. Mas, estamos a caminho, perseguindo a perfeição
até que um dia cheguemos a estatura de varões perfeitos em Cristo. Certamente,
não somos ainda o que gostaríamos de ser em outro mundo, mas graças a Deus, não
somos mais aquilo que fomos um dia, e pela Graça de Deus somos o que somos.
3.
Rejeitando a fantasia da falsa vida cristã. Qual a sua
aspiração cristã hoje? Na sociedade atual, temos visto muitos cristãos lutando
arduamente pela conquista de bens materiais, fama, prestigio e poder. As
pessoas querem, a todo o custo, serem VIPs. Mas, o que adianta ter todos os bens
nesta terra, ser VIP, ter prestigio e no fim de tudo não desfrutar da vida
eterna com Cristo? Creio que o desejo maior do autêntico cristão deve ser a
conquista do prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus, a salvação. Sigamos o
exemplo da vida de Paulo; seu alvo era a pessoa de Jesus Cristo; seu ideal e
sua aspiração constituíam em conhecer mais do Mestre.
CONCLUSÃO
No decurso da
nossa vida, há todos os tipos de distrações e tentações, tais como os cuidados
deste mundo, as riquezas e os desejos ímpios, que ameaçam sufocar nossa
dedicação ao Senhor. Necessário é esquecer-se das “coisas que atrás ficam”,
isto é, o mundo iníquo e nossa velha vida de pecado, e avançar para as coisas
que estão adiante, a saber, a salvação completa e final em Cristo. Que posamos
fazer a mesma declaração do apóstolo Paulo: “Já estou crucificado com Cristo; e
vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne
vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim”
(Cl 2:20).
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Elaboração: Luciano
de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista.
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento)
- William Macdonald.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 55 – CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal.
Filipenses – A alegria triunfante no meio
das provas – Rev. Hernandes Dias Lopes.
Passando no seu blog para parabenizar por esta ferramenta que tem muito nos ajudado. Eu dou aula utilizando esse estudo. Temos um blog na qual eu compartilho seus estudos e cito a fonte. Nosso blog é http://luzevida123.blogspot.com.br/ Que Deus abençoe todos.
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