3º
Trimestre/2014
Texto
Básico: Tiago 1:2-4,12-15
“Meus
irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a
prova da vossa fé produz a paciência” (Tg 1:2,3).
INTRODUÇÃO
Por que o povo de Deus sofre? Por que um
cristão passa provações? Por que um cristão sofre prejuízos? Por que um cristão
fica doente em cima de uma cama, às vezes sem nenhuma perspectiva de cura,
humanamente falando? Por que o povo de Deus é injustiçado? Estas são perguntas
corriqueiras feitas por inúmeras pessoas que não compreendem o propósito da
provação.
Muitos que se dizem cristãos têm se iludo
com a filosofia enganosa do “não sofrimento” que a falaciosa teologia da
Prosperidade tem propagado. De forma irresponsável, falsos pregadores vociferam
frases de efeitos como estas: “pare de
sofrer”, “é tempo de vitória”, “você vai conquistar”. Nestas frases, está
presente a ideia de que o cristão não sofre. Mas, quando chega o sofrimento, as
pessoas que foram iludidas com estes clichês têm sua fé definhada e sua
esperança apagada. Infelizmente, muitos desabam no esgoto da apostasia.
Deus nos adverte a esperar as provações. A
vida cristã não é um mar de rosas, não é uma redoma de vidro, não é uma estufa espiritual. Cristianismo
não é uma sala vip, não é uma colônia de férias, antes, é um campo de
batalha. Não temos imunidade
das provações da vida. Jesus advertiu: "no mundo tereis
tribulações... “ (João 16:33). O
apóstolo Paulo disse: "... por muitas tribulações nos é necessário
entrar no reino de deus" (At 14:22). Ainda, Paulo disse: "... todos os que querem viver piamente
em cristo Jesus padecerão perseguições" (2Tm 3:12). O grande patriarca Jó disse: "...
o homem nasce para a tribulação, como as faíscas voam para cima" (Jó 5:7).
Enquanto estivermos neste mundo,
enfrentaremos muitas provações. A Bíblia diz que somos peregrinos neste mundo. Nossa pátria permanente não é aqui. Nossa pátria está no Céu. Diz
o apóstolo Paulo: “pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos
o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de
humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder
que ele tem de até subordinar a si todas as coisas“ (Fp 3:20,21).
Nesta Aula, trataremos do ensino de Tiago
capítulo 1, quanto ao valor e o propósito do sofrimento por Cristo e da sua
importância para o nosso crescimento espiritual. Rumo à Terra Prometida, o
sofrimento é inevitável; contudo, visa à nossa maturidade espiritual. Em
Cristo, temos o privilégio de sofrermos para a honra do Seu nome – “Meus irmãos, tende por
motivo de toda alegria o passardes por várias provações” (Tg 1:2).
I. O FORTALECIMENTO PRODUZIDO PELAS
TENTAÇÕES/PROVAÇÕES (Tg 1:2,12)
“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação;
porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor
prometeu aos que o amam” (ARA).
1. O que é tentação/provação. Em Tiago 1:2,12, na versão ARC o vocábulo empregado é “tentação”; na versão ARA, o vocábulo
empregado é “provação”. Para ambos, o
termo grego original é “peirasmos”,
que significa literalmente “prova”, “provação” ou “teste” (1). O termo “sugere uma situação difícil, uma
pressão dolorosa” (2). As
duas traduções estão corretas, uma vez que “peirasmos”
é utilizado nessa passagem em alusão às aflições decorrentes de perseguições
sofridas pelos crentes por causa da sua fé (Tg 1:3) e tais adversidades são
também tentações, porque elas testam a fidelidade dos cristãos a seu Senhor.
Aliás, as aflições, de forma geral, funcionam quase sempre também como
tentações. Ou seja, “peirasmos”
descreve perfeitamente a situação dos cristãos judeus dispersos pelo Império
Romano: eles estavam tendo a sua fidelidade ao evangelho provada pela fornalha
da perseguição (3). Já em Tiago 1:13-15, trata das tentações pecaminosas que vêm do
interior da pessoa e conduzem ao pecado. O termo original é o mesmo – peirasmos -, que pode se referir à
atração interna ao pecado, como em 1Timóteo 6:8: “Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação e cilada, e em muitas
concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e
perdição”.
A vida cristã é repleta de
problemas indesejados e inesperados que em algumas ocasiões surgem sozinhos e,
em outras, vêm aos montões; de qualquer modo, são inevitáveis. Tiago não diz
“se passardes por várias provações”, mas “o
passardes”. Como não podemos escapar das provações a pergunta é: “O que
fazer com elas?”. A melhor atitude é permitir que as dificuldades e
perplexidades da vida nos exercitem (Hb 12:11). Podemos dizer: “Deus permitiu
que eu passasse por esta provação para o meu bem. Não conheço seu propósito,
mas vou tentar descobrir, pois desejo que Deus cumpra seu desígnio em minha
vida”. Esta é a instrução de Tiago: “Meus irmãos, tende por motivo de toda
alegria o passardes por várias provações”. Não devemos nos rebelar! Não devemos
desanimar! Regozijemo-nos! Esses problemas não são inimigos determinados a nos
destruir; são amigos que vieram nos ajudar a desenvolver o caráter de Cristo em
nós.
2. Fortalecimento após a
tentação/provação. “sabendo que a provação da vossa fé, uma
vez confirmada, produz perseverança” (Tg 1:3). “Nisso exultais, embora, no
presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias
provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé,
muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em
louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (1Pe 1:6,7).
Segundo Douglas J. Moo, a razão pela qual os crentes devem reagir com
alegria, ao enfrentarem várias provações é que elas são uma prova, através da
qual Deus opera para aperfeiçoar a fé (4). Conforme se depreende de
1Pedro 1:7, do mesmo modo que o ouro precisa do fogo para ser refinado ou
purificado, o cristão passa pelas provações para que a sua fé “redunde em
louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo”. Provavelmente, este é o
significado pretendido por Tiago: o sofrimento é o meio através do qual a fé,
testada no fogo da adversidade, pode ser purificada e então fortalecida. Desta
forma, a ideia não é a de que provações determinam se uma pessoa tem fé ou não.
Em vez disso, elas fortalecem a fé que já existe (5).
3. Felicidade pela tentação/provação (Tg 1:12). “Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação;
porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor
prometeu aos que o amam”. Observe a expressão: “Bem-aventurado [feliz] o homem
que suporta, com perseverança, a provação...”. Passar por provações e ao
mesmo tempo ser feliz para ser paradoxal. Mas, é isso que a Bíblia recomenda:
que nos alegremos em Deus porque a tribulação produz a paciência, e esta, a
experiência que, finalmente, culmina na esperança (Rm 5:3-5).
Há uma recompensa
prometida ao cristão que alcança êxito na prova: a coroa da vida.
A “coroa” (stephanos) é o emblema do sucesso espiritual, que será dada pelo
Rei do universo àqueles que “guardam a fé” no meio de sofrimentos e tentações.
O termo “vida” deve ser encarado como
identificação da recompensa. É claro que esta “vida” não é de ordem física, mas
uma vida eterna, o gozo da presença de Deus para toda a eternidade. A palavra
de Jesus, em Apocalipse 2:10, dirigida a cristãos que estavam passando por
grandes provas, é um correspondente íntimo do pensamento aqui: “Sê fiel até
à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”. Mesmo quando suportar provação
significa a morte, a “vida” é a recompensa para aqueles que amam a Deus. Este
amor a Deus é demonstrado e aperfeiçoado em nossa disposição de sofrer pela
causa de Cristo (6).
Como reagimos quando somos
provados de várias maneiras? Ficamos amargurados e nos queixamos dos
infortúnios ou nos alegramos e agradecemos a Deus por eles? Alardeamos nossas
aflições ou as suportamos com discrição? Vivemos no futuro, esperando que as
circunstâncias melhorem, ou no presente, procurando ver a mão de Deus em todos
os acontecimentos?
Amados irmãos, quando Deus nos
prova é para o nosso bem, para que tenhamos a coroa da vida, por isso somos
bem-aventurados. Quando somos provados, desenvolvemos a paciência triunfadora.
Quando somos provados somos aprovados por Deus. Quando somos provados somos
galardoados por Deus. Quando somos provados temos a oportunidade de demonstrar
nosso amor por Deus. A Bíblia diz que a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós eterno peso de glória (2Co 4:17). Como Lutero expressou no hino
Castelo Forte, ainda que percamos
família, bens, prazeres, Deus continua sendo nosso castelo forte (7).
Atente para esta exortação do apóstolo Pedro: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós,
destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse
acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois
co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de
sua glória, vos alegreis exultando” (1Pe 4:12,13).
II. A ORIGEM DAS TENTAÇÕES (Tg 1:13-15)
Em Tiago 1:13-15, Tiago fala das tentações pecaminosas. Assim como as provações santas visam a cultivar o que temos de melhor,
as tentações pecaminosas visam a trazer à tona o pior de nós. É preciso deixar
claro que a tentação de pecar não vem de Deus. Ele testa ou prova as pessoas no
tocante à fé, mas jamais tenta alguém a praticar o mal. Porque Deus não tem
nenhuma relação com o mal e não nos instiga a pecar - “Ninguém, ao ser
tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal
e ele mesmo a ninguém tenta” (Tg 1:13).
1. A tentação é humana. Tiago é claro
quanto à origem da tentação; ele declara que a tentação não provém de Deus, mas
da fragilidade humana; e também não diz que ela procede diretamente do Diabo ou
do mundo. Tiago assevera que a tentação tem sua origem no próprio ser humano,
em sua natureza pecaminosa – “Ao contrário, cada um é tentado pela sua
própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido,
dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tg
1:14,15). Ou seja, o mundo e o Diabo são apenas agentes indutores externos da
tentação (8). Silas Daniel, citando Millard J. Erickson, diz: “a
Bíblia enfatiza que o problema do pecado ‘está no fato de que os homens são
pecadores por natureza. [...] Muitas vezes, a tentação envolve indução externa,
[...] porém, o pecado é uma escolha da pessoa que o comete. O desejo de fazer o
que se faz pode estar presente de forma natural e também pode haver indução
externa, mas o indivíduo é basicamente responsável”. Como o próprio Jesus
afirmou, o pecado não vem de fora para dentro; ele está dentro de nós, é
resultado de nossa natureza” (Mc 7:15). O que vem de fora são apenas estímulos
para que o pecado se manifeste dentro de nós. Tiago 1:15 aplica o termo “concebido”
à ideia de que ninguém peca sem desejar o pecado. Assim, antes de ser
efetivamente consumida, a transgressão passa por um processo de concepção no
interior do ser humano. Portanto, a origem da tentação está nos desejos humanos
e jamais no Altíssimo, “porque Deus [...] a ninguém tenta”.
2. A atração pela própria concupiscência. “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua
própria concupiscência” (Tg 1:14). O ser humano está sempre pronto a se
eximir da responsabilidade por seus pecados e encontrar um modo de escapar do
julgamento. Se não pode jogar a culpa em Deus, adota a abordagem da psicologia
moderna e diz que o pecado é uma doença. Mas o pecado não é uma doença; é uma
falha moral da qual precisamos prestar contas.
Tiago rastreia a origem do
pecado com precisão quando diz: “Cada um é tentado pela sua própria cobiça,
quando esta o atrai e seduz”(ARA). O pecado vem de dentro de nós, de nossa
velha natureza decaída e pecaminosa. Jesus disse: “Porque do coração
procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos
testemunhos, blasfêmias” (Mt 15:19).
O termo “cobiça” (ARA), no texto supra, também pode ser traduzido
por “desejo” e referir-se a desejos em geral, bons ou maus. A cobiça é
comparada a uma mulher perversa que exibe seus encantos e seduz as vitimas.
Todos são tentados. Todos nós temos desejos vis e apetites impuros que nos
impelem a pecar. Isto acontece porque temos uma natureza pecaminosa. Como bem
explica Tiago no texto supra. Isso só será extirpada definitivamente de nós
quando formos glorificados, “quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade...”(1Co
15:54).
Quem escreveu esta história? “Um
homem estava andando numa rua e de repente veio uma mulher muito bonita vestida
sensualmente e esta mulher começa a conversar com este homem, e atrai este
homem, seduz este homem, e ambos vão para um determinado local onde eles mantêm
relação, e aquela mulher fica grávida. E quando finalmente aquele menino nasce
e atinge a maturidade, a primeira coisa que ele faz é pegar uma arma e matar o
pai”. Sabe quem escreveu o roteiro desta história? Tiago. É o que ele
esta dizendo em Tg 1:14. Aqui, ele personifica a cobiça e o pecado. Quando é
que a cobiça engravida? Quando dissemos sim a ela! Quando somos seduzidos pela
tentação engravidamos a cobiça. Então ela dá à luz o pecado. O que é que nasce
entre essa união entre a minha vontade e a tentação? O filho que foi gerado
pela minha decisão. E o pecado uma vez que ele realizou (consumado) gera a
morte, de quem? Minha! É o meu filho quem me mata! Tiago está contando esta
história para dizer: o pecado é seu filho! Não coloque a culpa em Deus! Faça o
teste do DNA e você vai ver que é seu filho. Foi você quem o gerou! E com isso
ele está tirando qualquer base para que atribuamos a Deus a participação no
pecado que praticamos.
Devemos estar cônscios dessa
verdade: Deus não é responsável pela mal; ele está no mundo pela permissão
soberana de Deus. De uma maneira que não sabemos explicar, Deus não é
responsável pelos atos pecaminosos de suas criaturas. Por isso elas darão conta
de seus atos pecaminosos junto a Deus. Por isto, Deus não é injusto quando Ele
as conduz para a condenação. A Bíblia responsabiliza o ser humano pelo pecado e
pela decisão errada que ele comete. Não deixemos que a nossa fé venha esmaecer
nem por um minuto, em pensar que a graça de Deus, que a soberania de Deus, nos
dão uma desculpa para o pecado. Nós somos responsabilizados pelas Escrituras
por todas as nossas ações!
3. Deus nos fortalece na tentação. É importante frisar que, em si mesma, a “cobiça” não é pecado;
apenas quando uma pessoa, por um ato de vontade, cede à sua atração é que o
pecado surge – “Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz
o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tg 1:15). Uma
ilustração viva do processo da cobiça que concebe e dá à luz o pecado é o
episódio de Davi e Bate-Seba (2Sm 11:1-27). Às vezes, em vez de expulsar o
pensamento vil de nossa mente, o alimentamos e passamos a gostar dele. Esse ato
de aquiescência é comparado a uma relação sexual – veja o exemplo no item
anterior. A cobiça concebe e dá à luz um rebento terrível chamado pecado. Em
outras palavras, se pensarmos muito tempo num ato proibido, terminaremos por
realizá-lo.
Então, somos vítimas impotentes
atraídas e seduzidas pela nossa própria cobiça? Não, pois podemos expulsar os pensamentos pecaminosos de nossa
mente e nos concentrar no que é puro e santo (ler Fp 4:8). Além disso, nos
momentos de tentação intensa podemos clamar ao Senhor, lembrando-nos de que
“torre forte é o nome do Senhor, à qual o justo se acolhe e está seguro” (Pv
18:10). Esse momento de tentação poderá se transformar em uma oportunidade para
o nosso crescimento, para o fortalecimento da nossa fé; poderemos suportar e
vencer essa provação pela graça de Deus, fortalecendo-nos no Senhor e na força
do seu poder (Ef 6:10), vencendo no dia mal (Ef 6:13) e crescendo na fé (1Pe
1:6,7).
III. O PROPÓSITO DAS TENTAÇÕES (Tg 1:3,4,12)
1. Para provar a nossa fé - “sabendo que a prova da vossa fé...” (Tg 1:3). Nas provações
da vida, nossa fé é testada para mostrar a sua genuinidade. Quando Deus chamou
a Abraão para viver pela fé, ele o testou com o fim de aumentar a sua fé.
Quando Deus permitiu que Satanás atingisse a Jó nas cinco áreas nevrálgicas de
sua vida – financeira, filhos, saúde, casamento e amigos – Ele permitiu isso para
provar a genuinidade de sua fé. Satanás nos tenta para fazer o pior em nós, mas
Deus sempre nos prova para produzir o melhor em nós. As provas da fé provam
que, de fato, nascemos de novo. Alguns cristãos são mais provados do que
outros, mas todos são provados de alguma forma, porque são as provas que
exercitam a nossa fé. Essa é a razão pela qual Deus permite provações na vida
de seus filhos.
2. Produzir a paciência - “sabendo que a prova da vossa fé produz a
paciência”(Tg 1:3). As provações de nossa fé trabalham por nós, e não contra nós,
visto que produzem paciência. Segundo o dicionário VINE, o vocábulo grego
traduzido neste texto como “paciência” (hupomone) significa literalmente
“permanência em baixo de”, “ficar em
baixo de”, trazendo a ideia de “tolerância”, “resignação”, “persistência”,
“perseverança”.
A versão Almeida Revista e Atualizada
(ARA) traduz esse vocábulo, no referido texto, como “perseverança” - “sabendo que
a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança”. Ou seja,
o que Tiago está dizendo neste texto é que uma vez confirmada a nossa fé em
meio às provações, esta é fortalecida, porque o resultado da provação é a
paciência ou a perseverança. São nas provações que aprendemos a perseverança,
que é a capacidade de mantermo-nos firmes mesmo quando tudo está dando errado,
mesmo quando tudo parece estar conspirando contra nós. Não se engane: ninguém
aprende a perseverar, ninguém cresce e amadurece na fé, sem passar por
provações (9).
Deus está no controle de nossa
vida. Tudo tem um propósito, diz o apóstolo Paulo: "Sabemos que todas as
coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus..." (Rm 8:28). Paulo
diz ainda que a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso
de glória (2Co 4:17). Em Efésios 2:8-10, Paulo diz que Deus trabalha por nós,
em nós e através de nós. Ele trabalhou em Abraão, José, Moisés antes de
trabalhar através deles. É assim que Deus faz conosco ainda hoje.
3. Chegar à perfeição – “Tenha,
porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos,
sem faltar em coisa alguma” (Tg 1:4). A paciência, ou perseverança, visa
nos levar à maturidade.
A nossa natureza não é ter
paciência. Quando se trata de provas, nós preferimos escapar, sair da
dificuldade. Na verdade, faremos praticamente qualquer coisa para evitar passar
por uma prova. Entretanto, a paciência fiel gera pessoas íntegras, reconhecidas
como perfeitas e completas, ou amadurecidas. Seremos maduros, experientes e bem
desenvolvidos, adequados para as tarefas que Deus nos envia ao mundo para
realizar. Esta resistência é uma qualidade desenvolvida de acordo com o quanto
aprendemos dos testes pelo quais passamos.
Também não nos falta nada – “sem faltar em coisa alguma” -, porque nós fomos
completamente treinados. As fraquezas e imperfeições estão sendo removidas do
nosso caráter, e nós estamos alcançando a vitória sobre os antigos pecados;
estamos demonstrando um sentido de competência no tocante à vida. Esta
perfeição está relacionada com a extensão da nossa experiência. Paulo diz: “... sabendo que a tribulação produz
a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança” (Rm 5:3,4). Portanto, as tribulações,
as provações são pedagógicas, levam-nos à perfeição, à maturidade. (10)
CONCLUSÃO
Qual deve ser a atitude com que
vamos enfrentar as provações da vida? Tiago responde: "... tende por
motivo de grande alegria...". Em vez de murmurar, de reclamar, de ficar
amargo, de enfiar-se em uma caverna, devemos nos alegrar intensamente. Essa
alegria é confiança segura na soberania de Deus, de que Ele está no controle,
de que Ele sabe o que está fazendo e sabe para onde está nos levando.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – M. Bela Vista.
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação
Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº
59 – CPAD.
William Macdonald - Comentário
Bíblico Popular do Novo Testamento. Mundo Cristão.
Douglas J. Môo. Tiago. Introdução
e Comentário. Vida Nova.
Rev. Hernandes Dias Lopes – Tiago (Transformando Provas em Triunfo).
Hagnos.
Comentário do Novo Testamento –
Aplicação Pessoal. CPAD.
Silas Daniel & Alexandre Coelho – Tiago – Fé e Obras.
CPAD.
(1) Dicionário Vine. CPAD
(2)
Lawrence Richards. Comentário Devocional da Bíblia.
CPAD.
(3)
Silas Daniel. Fé & Obras. CPAD.
(4)
Douglas J. Moo. Tiago. Introdução e Comentário.
Vida Nova.
(5) Douglas J. Moo. Ibidem.
(6) ibidem
(7) Hernandes Dias Lopes – Tiago.
(8) Silas Daniel. Fé & Obras. CPAD.
(9) Silas Daniel. Ibidem.
(10) Comentário do Novo Testamento. CPAD.
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