1º Trimestre/2015
Texto Base: Êxodo 20:17; 1Rs
21:1-5,9,10,15,16
“De ninguém cobicei a prata, nem o
ouro, nem a veste” (At 20:33)
INTRODUÇÃO
Nesta Aula trataremos a respeito do Décimo
Mandamento: “não cobiçarás...” (Êx 20:17;
Dt 5:21). A cobiça é um desejo forte, constante e insaciável; ela pode levar o
homem a pisar no seu próximo para subir na vida, chegando a roubar e
matar. Deus estabeleceu limites: Adão poderia comer do fruto de todas as
árvores, exceto uma (Gn 2:16,17). Quando desejamos o que Deus proibiu, está
caracterizada a cobiça. O Décimo Mandamento assevera: “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu
próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento,
nem coisa alguma do teu próximo” (Ex 20:17). Portanto, o direito do
outro é um dos nossos limites.
I. O DÉCIMO MANDAMENTO
1. Abrangência.
Este mandamento inibe a cobiça em geral. Especificamente, proíbe a cobiça da
mulher, dos empregados, dos animais e de todos os bens materiais e ideais do
próximo. A cobiça é um dos piores pecados, o pecado que não se vê, afirma
Esequias Soares.
“Enquanto os mandamentos anteriores
referem-se ao comportamento exterior e direto da pessoa, o Décimo Mandamento
reporta-se ao comportamento subjetivo, íntimo e interior do indivíduo. Ou seja,
este mandamento está relacionado ao que a pessoa pensa e sente quando da sua
peregrinação existencial” (Ensinador Cristão).
Segundo pr. Esequias Soares, a subjetividade
é a característica distintiva deste mandamento em relação aos outros, pois não
é possível ser conhecido. Isso mostra que o Legislador divino é onisciente,
pois Ele conhece o mais íntimo do coração humano, nossos desejos e intenções
(1Rs 8:39; 1Cr 28:9; Jr 17:10; At 1:24). Deus se interessa não só pelos
corretos atos concretos, não apenas pelo cerimonialismo na adoração, mas
principalmente pela pureza de um coração sincero. Isso mostra o lado espiritual
do Decálogo. A ideia central é não desejar aquilo que pertence ao outro.
O Senhor Jesus disse que é do mais íntimo do
ser humano que procede todo o tipo de pecado: "Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os
adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades,
o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos
estes males procedem de dentro e contaminam o homem" (Mc 7:21-23).
Essas palavras mostram a dura realidade: o que o ser humano realmente é, isso
afeta o que ele diz (Mt 12:34, 35). Toda ação humana começa no seu coração (Tg
1:14, 15), afirma Esequias Soares.
2.
Objetivo. “O propósito divino é estabelecer limites à
vontade humana, para que haja respeito mútuo entre as pessoas e seus bens”. Quando
Deus ordenou: "não cobiçarás" - não pretendia inibir os desejos do
coração humano, mas, sim, orientar a nossa conduta para o bem. Aliás, os
mandamentos não podem ser vistos como proibições, e sim, normas de vida que
facilitam e aperfeiçoam a nossa caminhada.
3.
Contexto. Quando Moisés passou as santas instruções
do Senhor (Êx 20), ele apresentava um programa orientador para o povo que vivia
no deserto e haveria de conquistar a terra prometida. Nesta nova terra, o povo
enfrentaria situações novas, gente diferente e problemas diversos. Então, vem a
Palavra do Senhor - "não cobiçarás" - como se lhes dissesse:
"controlem os seus desejos", principalmente no que envolve os bens do
próximo. Isto se aplica, com todas as letras, ao povo de Deus da Nova Aliança.
II. A COBIÇA
1. Significado. Segundo o Rev. Hans Ulrich Reifler, a palavra
hebraica bíblica para "cobiça"(chamad),
refere-se "aos sentimentos íntimos que revelam como intrigas para se
apoderar dos bens do próximo". Já em grego, segundo o mesmo autor, há três
palavras diferentes que traduzem a ideia da cobiça. A primeira é pleonexia, que significa o desejo
incontrolável de possuir o mundo e seus bens materiais, poder, influência e
prestígio. A segunda palavra é philarguria,
que significa amor desordenado pelo mundo. Este termo expressa que o mundo é o
objeto da cobiça, o ídolo do qual o homem cobiçoso não se pode separar. A
terceira palavra grega no Novo Testamento é epithumia,
que pode ser traduzida por cobiça, intenção impura, ambição, desejo intenso,
desejo ardente, aspiração. Em síntese, estes termos indicam o desejo incontrolável
de possuir o mundo e os seus bens materiais, poder, influência e prestígio, ou
"o amor desordenado pelo mundo", "intenção impura",
"desejo ardente".
O mundo em que vivemos é orientado por um
estilo de vida materialista, hedonista e pragmatista, todavia, o Evangelho
demanda de cada um de nós um estilo rigorosamente contrário ao mundano.
Gênesis 3:6 descreve as características
principais da cobiça. A árvore da vida era boa para comer, agradável aos olhos
e desejável para o entendimento. A cobiça estimula o paladar, influencia a
vista e afeta a mente humana. Eva, ao receber esses três estímulos, cedeu à
tentação e comeu o fruto proibido, dando-o também ao marido. O primeiro pecado
do homem foi resultado da cobiça de Eva, por causa da beleza da árvore da vida.
A história do dilúvio mostra que o problema da multiplicação da maldade está na
cobiça que nasce dos maus desígnios do homem – “Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia
multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração” (Gn 6:5).
2.
Cobiçar. Originalmente, cobiçar é mais do que
simplesmente desejar algo; frequentemente relaciona-se a tomar providências
para se apossar de algo, planejando, arquitetando, almejando andar nos caminhos
dos outros. É "desejar mais do que é suficiente". É o desejo
excessivo de possuir aquilo que pertence a outrem. O Décimo Mandamento termina
com as palavras: “nem coisa alguma do teu
próximo”.
Existe o desejo legítimo e a cobiça. O
primeiro refere-se ao suprimento das necessidades e, em alguns casos, um pouco
mais, atingindo o nível do conforto; o segundo vai muito além, alcança o
excesso e avança rumo ao proibido. Mas onde está a exata fronteira entre uma e
outra coisa? É difícil dizer onde o desejo correto se transforma em
cobiça, assim como não podemos determinar com certeza a exata quantidade de
comida que alguém precisa consumir. Cada indivíduo é capaz de reconhecer que a
sua necessidade foi suprida e seu apetite saciado. Depois disso, o desejo
torna-se cobiça. Disse o sábio Salomão: “Se
achaste mel, come somente o que te basta, para que porventura não te fartes
dele, e venhas a vomitar” (Pv 25:16).
3.
A versão inibidora e crítica do Décimo Mandamento no Antigo e no Novo
Testamento, segundo Hans Ulrich Reifler. (*)
a)
No Antigo Testamento. Números
11:4 descreve a cobiça dos israelitas como um grande desejo: "E o populacho, que estava no meio deles,
veio a ter grande desejo das comidas
dos egípcios; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar, e também
disseram: quem nos dará carne a comer?". É incrível como a cobiça pode
ser tão forte, a ponto de levar as pessoas ao choro.
A
queda moral do rei Davi, relatada em 2Samuel 11:1ss., mostra
como o Décimo Mandamento afeta também o Sétimo e o Sexto Mandamentos. A cobiça por
Bate-Seba levou o rei Davi ao adultério e ao homicídio premeditado.
O
profeta Isaías ensina que a cobiça causa indignação a Deus,
fazendo-O ferir o povo e se esconder (Is 57:17a). Infelizmente, o povo
escolhido optou pelo caminho da cobiça. Contudo, mesmo mantendo essa rebeldia
contra Javé, Ele deseja sará-los, guiá-los, consolá-los (Is 57:17b-18).
Jeremias
refere-se às multiformes iniquidades de Jerusalém, que a conduzirão à queda (Jr
6:9ss.). Um desses pecados é a ganância generalizada entre crianças e adultos,
e até entre líderes espirituais (profetas, sacerdotes). Novamente, a cobiça é
vista em combinação com outros deslizes contra a lei moral de Deus. É a
ganância que leva à falsidade (Jr 6:13). Mais tarde, o profeta prediz que, em consequência
dessa ganância, as mulheres e os campos serão entregues a outros. Esta profecia
trágica cumpriu-se literalmente com a invasão de Nabucodonosor, quando as
mulheres judias foram violadas e a terra da promissão foi tomada.
Em
Jeremias 22:17, o profeta vê como a ganância leva ao
derramamento de sangue inocente, à violência e extorsão. Este círculo vicioso é
indicado também por Miquéias, quando
escreve que a cobiça leva à usurpação de campos e casas (Mq 2:2).
b) No
Novo Testamento. Segundo
Hans Ulrich, no Novo Testamento, a palavra predominante para cobiça é pleonexia, o desejo incontrolável de
possuir o mundo, poder, influência, bens materiais. O apóstolo Paulo segue a
tradição de Jesus (Mc 7:22) e encara a cobiça como um vício.
Além
de vício (1Co 5:10,11; 6:10: Ef 5:5), a cobiça ou avareza é
encarada também como característica dos gentios (Ef 4:19), idolatria (Cl 3:5) e
prática herética (1Ts 2:5). Veja também o mesmo ensino confirmado pelo apóstolo
Pedro em 2Pedro 2:3,14.
Jesus
adverte repetidas vezes contra a cobiça, haja vista que o homem
não vive só de seus bens materiais (Mt 5:28; 16:26; Mc 7:22; Lc 12:15).
Em
Romanos 7:7, epithumia
é o equivalente para a palavra hebraica
chamad, usada no Décimo Mandamento. Parece que, para Paulo, a cobiça ou concupiscência
é um pecado particularmente ruim (Rm 7:7,8). Ele também diz que o desejo
ardente de comer carne, manifestado pelos israelitas no deserto, é um exemplo
clássico de cobiça (compare 1Co 10:6 com Nm 11:4).
Para
Tiago, a cobiça nasce no coração do homem e gera o pecado
que, por fim, acaba levando à morte (Tg 1:14,15). A cobiça nem sempre leva aos resultados
desejados: "Cobiçais, e nada tendes"
(Tg 4:2).
III. A VINHA DE NABOTE
1. Proposta recusada.
Acabe possuía riqueza e todo tipo de bens materiais, mas dirigiu seus olhos e
sua cobiça à propriedade de subsistência de Nabote, seu vizinho. Seu desejo
incontido desencadeou uma série de pecados: abuso de autoridade, acusação,
falso testemunho, homicídio e roubo (1Rs 21). A proposta que Acabe fez a Nabote
parecia justa, generosa e irrecusável, pois oferecia em troca uma outra vinha
melhor, ou se desejasse, lhe daria em dinheiro o que ela valia. Acontece que o
valor da vinha para Nabote ia para além das questões mercantilistas. Ele considerava
aquela propriedade uma herança inegociável, e cuja venda implicaria em
transgressão ao mandamento do Senhor (cf Lv 25:13-28 e Nm 36:7,9). Nabote
procedeu corretamente. De acordo com o livro de Levitico, a terra pertencia ao
Senhor (Lv 25:23). Assim sendo, Nabote não poderia vender aquilo que lhe fora
dado como uma herança do Senhor. Diante da resposta e posicionamento de Nabote,
a reação de Acabe foi de desgosto e indignação, pois o seu capricho não fora
alcançado, o que desencadeou no rei uma crise emocional (1Rs 21:4). Mas, Acabe
queria aquela propriedade a qualquer custo; aquele espaço de terra, era o seu
objeto de maior desejo. Por ser rei, imaginava que podia atropelar a lei de
Deus e emplacar injustiça social.
2.
O direito de propriedade. A principal causa da
cobiça de Acabe: o domínio incontrolado do “ter”, de “possuir”, aquilo que é do
outro, neste caso a vinha de Nabote. Esta vinha era próxima ao palácio real,
isto é, da casa de verão, e, aparentemente, Acabe, levado por um capricho,
desejava transformá-la em um jardim.
“Porém Nabote disse a Acabe: guarda-me o
Senhor de que eu te dê a herança de meus pais” (1Rs 21:3). Entendemos pelo
texto sagrado que aquela propriedade fora passada a Nabote por herança, o que
fortalecia a convicção de Nabote de que ele não deveria vendê-la nem trocá-la
por outra propriedade. É provável que Nabote tenha sido criado naquele terreno,
dedicando-se com seus pais ao cultivo de uvas. Se Nabote tivesse feita essa
venda ou trocada por outra vinha, ele teria transgredido não só uma tradição,
como também a sua consciência (cf Lv 25:23-28; Num 36:7ss). Acabe reconhecia
isso; ele era cônscio de que Nabote estava religiosamente obrigado a conservar
a posse de sua terra e que essa obrigação não poderia ser contrariada. Entretanto,
ele ainda assim queria essa área; ele estava totalmente dominado pela cobiça,
qual um viciado de drogas; somente a casa de verão não lhe satisfazia, queria
agora construir uma horta ao lado dela para que seus desejos pudessem ser
realizados; não se importava em quebrar o mandamento divino “não cobiçarás” (Ex
20:17). Desta feita, o que fez Acabe diante da resposta negativa de seu súdito?
Ficou entristecido, como uma criança mimada, e não quis se alimentar. O desejo
despertado pela cobiça é tão poderoso que acaba por tornar-se ocupação única do
cobiçoso. Acabe não desejava mais comer, ou fazer qualquer outra coisa (1Rs
2:4).
3. O pecado de Acabe e Jezabel.
Acabe cobiçou a vinha de Nabote com tanta intensidade que não conseguiu mais
comer, de tanto desgosto (1Rs 21:1-7). A mesma cobiça inflamou sua mulher
Jezabel, causando o assassinato de Nabote (1Rs 23:8-16). Ao observar o estado
em que se encontrava Acabe, Jezabel, sua mulher, procurou tomar conhecimento do
que havia acontecido, o que lhe foi relatado pelo rei (1Rs 21.5-6). Diante do
que ouviu, Jezabel, que já havia em outros episódios demonstrado a sua
influência e força no reino, que tomava decisões sem pedir a aprovação do seu
manipulável e omisso marido, possuidora de um temperamento difícil e cruel em
suas deliberações, toma para si as dores de Acabe e declara: “governas tu, com
efeito, sobre Israel? Levanta-te, come, e alegre-se o teu coração; eu te darei
a vinha de Nabote, o jezreelita” (1Rs 21:7). Jezabel se coloca aqui como aquela
que satisfará a cobiça de Acabe. Uma esposa sábia não adota tal postura, antes,
aconselha o seu marido sobre os princípios do contentamento. Enfim, o desejo
exacerbado e maligno de Acabe resultou no assassinato do obediente Nabote,
resultando assim na inobediência a outro mandamento da lei moral de Deus: “não
matarás” (Ex 20:13).
Novamente vemos que o pecado da cobiça pode
conduzir o homem a atos criminosos. A quebra premeditada do Décimo Mandamento
leva, mais cedo ou mais tarde, à quebra de outros mandamentos.
Atualmente, muitos líderes e irmãos
caprichosos, que não se contentam com aquilo que possuem, e que acham que seus
desejos precisam ser atendidos e satisfeitos por todos, estão dominados pela
cobiça. Tenhamos cuidado, pois a cobiça é abominação ao Senhor (Dt 7:25); é a
raiz de todos os males (Tg 4:15,15).
4. O fruto da cobiça. O
fruto da cobiça de Acabe: assassinato do obediente Nabote. O pecado de Acabe
envolveu várias pessoas, inclusive os anciãos e os nobres de Israel (1Rs 21:8),
os quais sem temor e piedade co-participaram do plano maligno da esposa de
Acabe. Como Acabe não se apossou imediatamente da vinha de Nabote, Jezabel
continuou com seu plano diabólico. Sem escrúpulos, sem temor a Deus, sem
piedade e sem misericórdia, Jezabel articula um plano onde Nabote seria
vitimado por uma terrível calúnia. Usando o nome e o sinete de seu marido, ela
escreveu cartas aos anciãos e aos nobres da cidade e que habitavam com Nabote,
onde dizia o seguinte: “Apregoai um jejum e trazei Nabote para a frente do
povo. Fazei sentar defronte dele dois homens malignos, que testemunhem contra
ele, dizendo: Blasfemaste contra Deus e contra o rei. Depois, levai-o para fora
e apedrejai-o, para que morra. Os homens da sua cidade, os anciãos e os nobres
que nela habitavam fizeram como Jezabel lhes ordenara, segundo estava escrito
nas cartas que lhes havia mandado. Apregoaram um jejum e trouxeram Nabote para
a frente do povo. Então, vieram dois homens malignos, sentaram-se defronte dele
e testemunharam contra ele, contra Nabote, perante o povo, dizendo: Nabote
blasfemou contra Deus e contra o rei. E o levaram para fora da cidade e o
apedrejaram, e morreu”.
“O maligno plano de Jezabel se reveste de um
caráter espiritual, com direito a proclamação de um jejum e com o argumento de
que Nabote teria blasfemado contra Deus (e contra o rei). É possível
“espiritualizar” até a cobiça. Em nome de Deus, e com a máscara da falsa
espiritualidade, muitas barbáries e injustiças foram e são realizadas sob a
influência do “espírito de Jezabel”; muitas cobiças são alimentadas à custa da
destruição de vidas, casamento e famílias” (pr. Altair Germano).
Nunca foi exposta a falsa acusação de
blasfêmia levantada contra Nabote perante a assembleia dos anciãos e dos
nobres. Este sincero israelita foi apedrejado de acordo com a lei (cf Lv
24:13-16), sob o testemunho de duas pessoas (falsas testemunhas, claro) que
teriam presenciado a suposta ofensa (cf Dt 17:6,7). Com o assassinato de
Nabote, Acabe se apropriou indevidamente da sua vinha.
É curioso ver que pessoas malignas não
adoram ao Senhor nem o temem, mas não se furtam de usar o nome do Senhor para
perverter o juízo e cometer atrocidades. Mas lembremo-nos de que Deus não se
deixa escarnecer nem deixa seu nome ser usado em vão.
4. Consequência
da cobiça de Acabe e Jezabel. Acabe e sua mulher Jezabel
muito haviam irado o Senhor por causa da intensa idolatria e da quase
substituição do Senhor por Baal como deus nacional do reino do norte.
Entretanto, a morte de Nabote, planejada covardemente por Jezabel, motivada pela
cobiça do rei Acabe, foi a “gota d’água” da ira de Deus. Por causa disto, Deus
sentenciou toda a casa de Acabe à morte (1Rs 21; 2Rs 10:1-14). A sentença do
julgamento de Acabe e Jezabel foi transmitida por Elias, o profeta:
“Então, veio a
palavra do SENHOR a Elias, o tisbita, dizendo: Levanta-te, desce para
encontrar-te com Acabe, rei de Israel, que está em Samaria; eis que está na
vinha de Nabote, aonde tem descido para a possuir. E falar-lhe-ás, dizendo:
Assim diz o SENHOR: Porventura, não mataste e tomaste a herança? Falar-lhe-ás
mais, dizendo: Assim diz o SENHOR: No lugar em que os cães lamberam o sangue de
Nabote, os cães lamberão o teu sangue, o teu mesmo. E também acerca de Jezabel
falou o SENHOR, dizendo: Os cães comerão Jezabel junto ao antemuro de Jezreel”
(1Rs 21:18,19,23).
Acabe
ainda se recusou a admitir seu pecado contra Deus; em vez de fazê-lo, acusou
Elias de ser seu inimigo (cf 1Rs 21:20). É quase impossível que os que se
tornam cegos pela cobiça e pelo ódio, enxerguem seus próprios erros.
“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque
tudo o que o homem semear, isto também ceifará”
(Gl 6:7).
CONCLUSÃO
Todo
ato de cobiça além de reprovado por Deus, será também duramente punido por Ele.
Assim como Nabote, os que são vitimados por causa de sua obediência a Deus, e
diante da cobiça alheia, são por Ele devidamente justificados e vingados.
Portanto, todos aqueles que de alguma maneira detém o poder e dele abusam para
realizar propósitos pessoais e até malignos, sofrerão consequências desastrosas.
De Deus ninguém zomba! A quem muito for dado muito será cobrado. Pense nisso!
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Luciano de Paula Lourenço - Disponível no Blog:
http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista
Ensinador Cristão – nº 61. CPAD.
Paul
Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo
G. Cox - O Livro de Êxodo - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Victor
P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos –
Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD.
Comentário
Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
(*) Hans Ulrich Reifler. A ética dos dez Mandamentos. Vida
Nova.
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