3º Trimestre/2015
Texto Base: 1Timoteo 1:3-10
INTRODUÇÃO
A graça de Deus traduz a bondade do Senhor e
o seu desejo de favorecer o homem, de ser misericordioso com o ser humano,
ainda que o homem não mereça esta benevolência divina, vez que pecou e se
rebelou contra o seu Criador. Entretanto, apesar do pecado, Deus mostra seu
amor em relação ao homem, por intermédio da sua graça. Assim, sem que o homem
mereça coisa alguma, Deus providenciou um meio pelo qual o homem pudesse
retornar a conviver com o Senhor. Quando ainda éramos pecadores, enviou seu
Filho para que morresse em nosso lugar e satisfizesse a justiça divina. Em
seguida, a todos quantos crerem na obra do Filho, Deus permite que venha a
novamente ter comunhão com Ele, ainda que imerecidamente. Como diz o apóstolo
aos efésios, “...pela graça sois alvos,
por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus”(Ef 1:8). É este favor
imerecido que consiste na Graça de Deus.
I. AS FALSAS DOUTRINAS CORROMPEM O
EVANGELHO DA GRAÇA
1. O evangelho da graça. É
o evangelho libertador que Cristo trouxe ao mundo, por mercê de Deus,
independentemente das obras humanas (Ef 2:8,9). Paulo se referiu a esse
evangelho da graça de maneira muito eloquente em Atos 20:24 – “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa,
contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do
Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho
da graça de Deus”. Nenhum título poderia expressar de maneira mais
apropriada o evangelho que Paulo pregava do que “o evangelho da graça de Deus”. Esta é a mensagem que toca
profundamente e trata do favor de Deus concedido aos pecadores culpados e
ímpios que não mereciam outra coisa senão a eternidade no inferno. Este
evangelho da graça conta como o Filho do amor de Deus se despiu da glória
suprema do Céu para sofrer, derramar seu sangue e morrer no Calvário a fim de
oferecer o perdão dos pecados e a vida eterna a todos os que creem nele. A
grande paixão de Paulo era testemunhar este evangelho da graça de Deus. A
pregação enchia o peito de entusiasmo deste bandeirante da fé cristã. Ele sabia
que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê. Sabia que
a mensagem do evangelho de Cristo é a única porta aberta por Deus para a
salvação do pecador.
2.
As falsas doutrinas (1Tm 1:3,4). Uma falsa doutrina pode
ser a negação de uma verdade da fé cristã ou mesmo uma adição a ela. A igreja
de Éfeso estava ameaçada por falsas doutrinas e corria sérios riscos em virtude
da infiltração de perigosas heresias. A sã doutrina é absoluta e não admite que
outro evangelho seja pregado. Nada é mais nocivo para a saúde espiritual da
igreja do que as falsas doutrinas. Ninguém é mais perigoso para a igreja do que
os falsos mestres. Por isso, Paulo foi enfático: “Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns que não
ensinem outra doutrina, nem se deem a fábulas ou a genealogias intermináveis,
que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé; assim
o faço agora”.
“...para
advertires a alguns que não ensinem outra doutrina”. Que doutrina seria
essa que se infiltrava por intermédio de certas pessoas? O texto deixa claro
que havia um pano de fundo judaico,
pois Paulo menciona “fábulas e
genealogias sem fim” (1:4) e
acrescenta que esses falsos mestres pretendiam passar por “mestres da lei” (1Tm
1:7). Mas há fortes indícios de que Paulo também se referisse a uma heresia de
cunho gnóstico, pois o texto
menciona a “vãs contendas” (1Tm 1:6) e “o abandono da fé e da boa consciência”
(1Tm 1:19).
O
gnosticismo era na verdade uma mistura de elementos do
judaísmo com a filosofia grega. O resultado dessa mistura produziu uma das mais
avassaladoras heresias que atingiu a igreja no século II. Tal heresia, pelo menos
de forma embrionária, foi combatida vigorosamente na Epístola de Paulo aos
Colossenses. O problema do gnosticismo não era apenas intelectual, mas também
ético. O movimento desembocou em duas posturas perigosas: (a) o ascetismo: se a
matéria é má, o corpo também o é. Logo, o corpo deve ser subjugado, desprezado
e oprimido. Os gnósticos criaram então leis austeras proibindo alimentos e até
mesmo o casamento (1Tm 4:3); (b) a licenciosidade: se o corpo é mau,
diziam os gnósticos, o que fazemos com ele não importa; o que importa é o
espírito. Assim, é permitido que o homem sacie todos os seus impulsos e
apetites. Desta forma, o gnosticismo desembocou na imoralidade (2Tm 3:6; Tt
1:16).
3. O
“fim do mandamento” – “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa
consciência, e de uma fé não fingida” (1Tm 1:5 - ARC).
Neste versículo, “mandamento” (ARC) não se
refere à lei de Moisés nem aos Dez Mandamentos, mas à maneira de combater a
falsa doutrina, referida nos versículos 3 e 4. Isso é claramente enfatizada na
tradução Corrigida e Fiel: “Ora, o fim do
mandamento é o amor...”. A tradução da Almeida Revista e Atualizada,
também, nos dá uma visão bastante compreensível deste versículo: “Ora, o
intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e
de consciência boa, e de fé sem hipocrisia” (1Tm 1:5 - ARA). Paulo diz que
o alvo da missão que acaba de dar a Timóteo não é apenas produzir ortodoxia,
mas “o amor que procede de um coração puro, e de uma boa consciência, e de fé
não fingida” (Corrigida e Fiel –CF). Essas coisas sempre se evidenciam quando o
evangelho da graça de Deus é pregado.
O amor,
sem dúvida, inclui o amor para com Deus, para com os cristãos e para com o
mundo em geral. Deve brotar de um coração puro. Se a vida interior é
impura, dificilmente o verdadeiro amor cristão fluirá dela. Esse amor pode
também ser o fruto da boa consciência, que é a consciência
totalmente livre da ofensa a Deus e ao homem. Finalmente, esse amor deve ser
resultado da fé sem hipocrisia (fé sincera), que é a fé sem máscaras.
Os falsos ensinamentos nunca poderiam produzir
essas coisas que Paulo enumera e, certamente, nunca seriam resultado de fábulas
e genealogias intermináveis! É o ensinamento da graça de Deus que produz um “coração puro, e de consciência boa, e de fé
sem hipocrisia” e que, portanto, resulta no amor.
Observe a sequência de resultados neste
texto: coração, consciência, fé e amor. Hendriksen diz “que, quando um pecador
é levado a Cristo, o primeiro a ser regenerado é o coração. O resultado é que a
consciência do homem começa a importuná-lo de tal modo que, dominado pela
convicção, ele sente-se feliz em abraçar o Redentor por meio de uma fé viva e
consciente. Daí ser plenamente natural a sequência: coração, consciência, fé. Além do mais, é claramente evidente por
que o apóstolo declara que esses três – e nesta ordem – dão origem ao amor.
Quando o Deus de amor implanta sua nova vida no coração do homem, este chega de
forma natural a ter um coração amoroso. Uma consciência isenta de culpa e
obediente aos mandamentos de Deus começará aprovar somente aqueles pensamentos,
palavras e ações, que estejam em harmonia com o propósito único que resume a
lei, a saber: o amor. Uma fé genuína, que abraça a Cristo e todos os seus
benefícios, dará como resultado o amor genuíno para com o benfeitor e para com
todos os que se acham incluídos em seu amor. Por isso, Paulo fala de “um amor
(que procede) de um coração puro, uma sã consciência e uma fé sem hipocrisia”” (William
Hendriksen.1 2 Timoteo e Tito. p.81).
4. A
finalidade da Lei. “Sabendo
isto: que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados,
para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas
e matricidas, para os homicidas, para os fornicadores, para os sodomitas, para
os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros e para o que for
contrário à sã doutrina” (1Tm 1:9,10).
Uma das maiores finalidades da lei é levar
os pecadores ao ponto em que eles se sintam completamente quebrantados sob o
peso esmagador de seus pecados. A finalidade da lei é revelar o pecador, e não
tirá-lo. Segundo o rev. Hernandes Dias
Lopes, “a lei é como uma lanterna: mostra o obstáculo no caminho, mas não
tira o obstáculo. É como uma tomografia computadorizada: mostra o tumor
interno, mas não o remove. É como o prumo de um construtor civil: mostra a
sinuosidade da parede, mas não a corrige. É como um espelho que revela a sujeira
do nosso rosto, mas não a elimina” (Rm 3:20; Gl 3:24).
O
homem justo não precisa da lei. Essa é a verdade do
cristão. Quando ele é salvo pela graça de Deus, não precisa ser colocado sob a
lei para viver uma vida santa. Não é o temor da punição que faz o cristão viver
de maneira santificada, mas o amor pelo Salvador que morreu no Calvário.
O apóstolo Paulo descreve o tipo de pessoa
para quem a lei foi concedida. Muitos comentaristas bíblicos ressaltam que há
íntima ligação entre essa descrição e os Dez Mandamentos. Paulo traz aqui um
catálogo com quinze pecados terríveis semelhantes aos mencionados em Romanos
1:24-32, Gálatas 5:19-21 e 2Timóteo 3:1-9. Essa lista é um desdobramento das
proibições divinas contidas nas tábuas da lei. Os Dez Mandamentos estão divididos
em duas seções: os quatro primeiros se referem ao dever do homem em relação a
Deus (santidade), enquanto os outros seis dizem respeito ao seu dever em
relação ao próximo (justiça).
II. A GRAÇA SUPERABUNDOU COM A FÉ E O
AMOR
Paulo combate os falsos mestres que entravam
sorrateiramente nas igrejas, ressaltando seu chamado para o apostolado. Os
falsos mestres falavam de sua própria parte, mas Paulo ensinava da parte de
Deus. Eles eram falsos obreiros; Paulo era o ministro autorizado de Deus.
Destacamos aqui alguns pontos com relação ao chamado de Paulo:
1.
Gratidão a Deus – “Sou
grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me
considerou fiel, designando-me para o ministério” (1Tm 1:12- ARA). Paulo dá
graças não por aquilo que ele fez para Jesus, mas por aquilo que Jesus fez por
ele. Paulo menciona aqui três bênçãos e por elas dá graças: (a) o Senhor o
fortaleceu; (b) o Senhor o considerou fiel; (c) o Senhor o designou para o
ministério. Paulo reconhece que “[...] a graça de nosso Senhor superabundou com
a fé e o amor que há em Jesus Cristo” (1Tm 1:14).
2.
O testemunho da conversão – “a mim, que, noutro tempo, era blasfemo,
e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na
ignorância, na incredulidade. Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a
fé e o amor que há em Cristo Jesus” (1Tm 1:13,14).
Paulo faz uma digressão para registrar seu
passado inglório como implacável perseguidor da igreja. Aqui, Paulo usa três
palavras para descrever a si mesmo nesse período de incredulidade. A primeira palavra é “blasfemo”. Ele falava mal dos cristãos e de seu Senhor, Jesus
Cristo. A segunda palavra é “perseguidor”. Ele prendeu os
cristãos, açoitou-os, forçou-os a blasfemar e deu voto para mata-los ao
perceber que a religião do Caminho era uma ameaça ao judaísmo (cf. At 8:3; 9:1;
9:21; 22:4; 26:9,10,11,14). A terceira
palavra é “insolente”. Para levar a cabo seu plano
opressor, ele sentia um prazer mórbido em afligir de forma violenta os
cristãos. Como blasfemo, afligiu os cristãos apenas com palavras insultuosas.
Como perseguidor, infligiu sofrimento físico. Como insolente, atacou os
cristãos com crueldade e abuso.
Para
com esse homem bárbaro a graça de Deus superabundou (1Tm 1:14).
Ele foi plenamente alcançado pela misericórdia. A graça transbordou sobre ele
como um rio numa enchente: que não pode ser detido, que extravasa pelas margens
e carrega tudo o que vê pela frente, que nada existe que lhe possa resistir.
Mas o que o rio da graça trouxe consigo, entretanto, não foi uma devastação;
foram bênçãos.
3.
Humildade – “Esta
é uma palavra fiel e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo,
para salvar os pecadores, dos quais eu
sou o principal” (1Tm 1:15).
O Espírito Santo leva Paulo a uma posição em
que ele admite ser o principal dos pecadores, ou como alguns traduzem: “o principal entre os pecadores”. Se ele
não era o líder dos pecadores, certamente estava na primeira fila. Perceba que
o título “principal entre os pecadores”
não é dado a um homem imerso na idolatria ou na imoralidade, mas a um homem
profundamente religioso, criado em um lar judeu ortodoxo. O pecado dele era
doutrinal; não aceitou a palavra de Deus em relação à pessoa e à obra do Senhor
Jesus Cristo. A rejeição do Filho de Deus é o maior dos pecados.
Deve-se notar também que ele diz: “dos
quais eu sou o principal” – não “era”, mas sou. Os homens mais santificados são normalmente os mais
conscientes dos próprios pecados. Em
1Corintios 15:9, Paulo se autodenomina “o menor dos apóstolos”. Em Efésios 3:8, ele se intitula “o
mínimo de todos os santos”. Agora em 1Timóteo 1:15, ele se denomina “o principal” dos “pecadores”. Aqui
temos uma síntese do progresso de Paulo na humildade
cristã.
III. UM CONVITE A COMBATER O BOM
COMBATE (1Tm 1:18-20)
Paulo tratou até aqui sobre os falsos
mestres que pregavam um falso evangelho; falou sobre sua conversão e seu
apostolado para proclamar o verdadeiro evangelho. Agora cabe a Timóteo realizar
o ministério. Timóteo permaneceu em Éfeso para pastorear a igreja e combater os
falsos mestres.
“Este é o dever de que te
encarrego, ó filho Timóteo, segundo as profecias de que antecipadamente
foste objeto: combate, firmado nelas, o bom combate, mantendo fé e boa
consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a
naufragar na fé. E dentre esses se contam Himeneu e Alexandre, os quais
entreguei a Satanás, para serem castigados, a fim de não mais blasfemarem”.
1. O bom combate. “Este é o dever de que te encarrego, ó filho Timóteo, segundo as profecias de
que antecipadamente foste objeto: combate, firmado nelas, o bom combate” (1:18). O dever mencionado neste versículo é, sem dúvida, a missão que Paulo
confiou a Timóteo nos versículos 3 e 4: repreender os falsos mestres.
A vida cristã é um combate, uma guerra sem
trégua, uma luta sem pausa. Não podemos, porém, entrar nessa peleja trajando
armas carnais. Precisamos usar armas poderosas em Deus para anular sofismas e
destruir fortalezas. As armas de combate na luta contra a heresia são a fé e a
boa consciência. Quem não sabe preservar o que lhe foi confiado também não é
capaz de conquistar algo novo. Quem não preserva a boa consciência é como um
capitão que solta o leme do navio, passando a vagar sem rumo pelas ondas até
que o navio se despedace em rochedos.
2.
O combate às falsas doutrinas exige cautela –
“mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns,
tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé” (1:19).
Neste combate, Timóteo deveria conservar a
fé e a boa consciência. Não é suficiente ser diligente na doutrina da fé
cristã. Pode-se ser muito ortodoxo e ainda não ter boa consciência.
A fé e a boa consciência são como uma
armadura para os cristãos. Elas nos impedem de ceder às tentações e de cair em
caminhos espiritualmente e moralmente enfraquecedores. Rejeitar a fé e
recusar-se a ouvir a própria consciência resultará em um naufrágio na fé. Esta
ação deliberada reflete heresia, e não apenas um retrocesso. Conforme diz
Calvino, a má consciência é a mãe de todas as heresias. Alguns contemporâneos
de Paulo abriram mão da boa consciência e naufragaram na fé. Geralmente são
comparados ao todo navegador que joga a bússola fora.
Segundo o rev. Hernandes Dias Lopes, “a
consciência é a intuição moral do homem, seu ser moral no ato de julgar seu
próprio estado, suas emoções e pensamentos, e também suas palavras e ações,
sejam estas passadas, presentes ou futuras. Ela é positiva ou negativa: aprova
e condena (Rm 2:14,15). A boa consciência é a voz interior do homem no ato de
repetir a voz de Deus, seu juízo pessoal que apoia o juízo de Deus, seu
espírito que dá testemunho juntamente com o Espírito de Deus. O aspecto
positivo de uma boa consciência é a fé, porque uma boa consciência não somente
aborrece o mal, mas também adota o que é certo. Por isso, essa fé é verdadeira
e genuína” (Hernandes Dias Lopes.
1Timoteo. p.40/41).
3.
A rejeição da fé e suas consequências – “E dentre esses se contam Himeneu e
Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para serem castigados, a fim de não
mais blasfemarem” (1Tm 1:20).
Quem rejeita a fé e a boa consciência cristã
colhe os resultados de sua má escolha. O resultado é o “naufrágio na fé” (1Tm 1:19).
Paulo toma como exemplo Himeneu e Alexandre. Aparentemente, estes dois homens
tinham sido membros da igreja (porque Paulo os tinha expulsado da igreja). Não
sabemos quem foi Alexandre – ele pode ter sido um colega de Himeneu, ou o
latoeiro mencionado em 2Timóteo 4:14 que magoou Paulo. Mas ele não é o
Alexandre mencionado na revolta em Éfeso (At 19:33). O erro de Himeneu está
explicado em 2Timóteo 2:17,18. Ele enfraquecia a fé das pessoas, ensinando que
a ressurreição dos mortos já tinha ocorrido. Estes dois apóstatas estavam à
frente do movimento herético, surgido no seio da igreja de Éfeso, com o
objetivo de promover dissensão e divisão naquela igreja.
A expressão “entreguei a Satanás” significa que Paulo removeu estes dois homens
da comunhão da igreja e os devolveu ao mundo – o domínio de Satanás. Paulo fez
isto para que eles pudessem ver o seu erro e se arrependessem. O objetivo final
desta punição era a correção, para que estes homens “aprendessem a não
blasfemar” contra Deus.
Uma das marcas da igreja verdadeira é o uso
correto da disciplina. O juízo precisa começar pela Casa de Deus. Se a igreja
não julgar a si mesma, será condenada com o mundo. Mas, quando julga a si
mesma, é disciplinada pelo Senhor.
A igreja em nossos dias mostra-se
frequentemente frouxa quando se trata de disciplinar os cristãos que pecam
deliberadamente. A desobediência deliberada deve receber uma resposta rápida e
firme, para evitar que toda a congregação seja afetada. Mas a disciplina deve
ser ministrada de uma maneira que vise trazer o transgressor de volta a Cristo
e ao abraço amoroso da igreja.
A definição de disciplina inclui as
seguintes palavras: fortalecimento, purificação, treinamento, correção e
aperfeiçoamento. Condenação, retenção de perdão ou exílio permanente não devem fazer
parte da disciplina de uma igreja. A pessoa disciplinada deve ser salva da
perdição definitiva e reconduzida à vida cristã saudável.
CONCLUSÃO
“O cristianismo não nasceu em “berço
esplêndido” de condições favoráveis à sua expansão pelo mundo. Pelo contrário. Nasceu
debaixo de perseguição e confronto com heresias e ensinos desvirtuados. Na
consolidação de igrejas abertas em suas viagens missionárias, Paulo teve que
oferecer resistência e ação decidida contra os “lobos vorazes” que haveriam de
surgir, até mesmo no seio das igrejas, como no caso da igreja de Éfeso. Com a
graça de Deus e o apoio de homens fiéis, como Timóteo e Tito, o apóstolo fez
frente aos falsos mestres que se levantaram para prejudicar o trabalho iniciado
e desenvolvido em muitas igrejas. Na primeira epístola a Timóteo, Paulo
designou o jovem obreiro para pastorear a igreja em Éfeso, para conter a maré
de heresias diversas, dentre as quais o gnosticismo e o judaísmo. Nos dias
atuais, há muitas heresias infiltrando-se nas igrejas, ou surgindo no seio
delas. Os líderes do povo de Deus precisam agir com sabedoria, graça e firmeza
contra essas ameaças reais” (Elinaldo
Renovato de Lima. As ordenanças de cristo nas cartas pastorais. CPAD).
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Luciano
de Paula Lourenço - Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista
Ensinador Cristão – nº 63. CPAD.
Comentário
Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD
Guia
do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards
Tito e
Filemom – doutrina e vida, um binômio inseparável. Rev. Hernandes Dias Lopes.
Hagnos.
1 Timóteo
– o pastor, sua vida e sua obra. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.
Comentário
do Novo Testamento – 1 e 2 Timóteo e Tito. William Hendriksen.
As
Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais. Elinaldo Renovato de Lima. CPAD.
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