1º Trimestre/2017
Texto Base: 1João 2:12-17
"Melhor é o longânimo do que o valente, e o que governa o seu
espirito do que o que toma uma cidade"(Pv.16:32).
Estudaremos mais uma
virtude do Fruto do Espirito, a Temperança, em oposição à glutonaria e à
prostituição, obras da carne. Temperança é a qualidade de quem é moderado, de
quem tem autocontrole, de quem é capaz de dominar seu espírito, seus
sentimentos, suas paixões. Disse o sábio Salomão: “Melhor é o longânimo do que
o valente, e o que governa o seu espírito do que o que toma uma cidade”
(Pv.16:32), ou, como diz a Bíblia, na Linguagem de Hoje: “Vale mais ter
paciência do que ser valente, é melhor saber se controlar do que conquistar
cidades inteiras”.
Nesta época pós-moderna,
a palavra temperança, ou domínio próprio, soa de forma estranha nos ouvidos das
pessoas. Podemos dizer que, para boa parte das pessoas desta geração
indisciplinada, se a escolha for entre felicidade e autocontrole, talvez ouçamos
alguém se dizer cansado de autocontrole e que agora pretende viver a vida com
toda a sua adrenalina. Prevalece a ideia que autocontrole e alegria são
incompatíveis. No entanto, a Bíblia nos adverte a não permitir que o pecado
tenha domínio sobre nós (Rm.6:14). O homem que vive no pecado não possui o
domínio de suas ações, de seus sentimentos, segundo afirmou Jesus: “...todo
aquele que comete pecado é servo do pecado”(João 8:34). Quem vive sob o
domínio, ou poder do pecado, vive, também, sob o domínio de seus desejos,
sentimentos, paixões. Daí, só pode produzir “as obras da carne”, conforme
descritas em Gálatas 5:19-21. O crente fiel, aquele no qual está sendo formado
o Fruto do Espírito, tem o poder de governar o seu espírito, porque “... o
fruto do Espírito é:...temperança”.
I.
TEMPERANÇA, O DOMÍNIO DAS INCLINAÇÕES CARNAIS
A Temperança, ou domínio
próprio, é uma dádiva que depende de nossa submissão a Deus. O texto sagrado é
claro ao dizer que é melhor o que governa o seu espírito do que o que toma uma
cidade (Pv.16:32). Ora, diante desta circunstância, não se vê como possa ser
considerado temperante o homem que tenha, com suas próprias forças, obtido um
suposto equilíbrio interno. Muito pelo contrário, pela própria definição do
proverbista vemos que o temperante é alguém dotado de grande poder, tanto que é
considerado maior do que um conquistador, que é a imagem mesma do poder do
ponto-de-vista humano. Para alguém ter tamanho poder, só se estiver com Aquele
que detém todo o poder no céu e na terra. Por isso, o que governa a si próprio
só pode ser aquele que está em comunhão com o Senhor, o que se torna possível
quando fazemos o que Ele nos manda.
Quando temos dificuldade
em controlarmos os nossos instintos, torna-se preciso que nos aproximemos mais
do Senhor, que meditemos na Sua Palavra e mantenhamos uma vida de oração, a fim
de que apreendamos qual é a Sua vontade. Conhecendo a Deus, certamente
adquiriremos a temperança.
Sem dúvida, são muitas as
áreas de ação onde opera a Temperança na vida de um crente fiel. Destacamos
algumas delas:
1. Temperança no falar – Domínio da Língua. A língua é o órgão
responsável pela articulação das palavras. É, pois, pela palavra que o homem
exprime o que está dentro dele, ou o conteúdo do seu coração. O Senhor Jesus
afirmou que “o que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai
da boca isso é o que contamina o homem” (Mt.15:11). O que sai da boca, sai
através das palavras, e as palavras são articuladas através da língua. É, pois,
pela língua que o homem se identifica a serviço de quem ele está prestando, se
de Deus ou de Satanás.
O homem que exerce o
controle sobre sua língua, usando-a para glória de Deus, é um servo de Deus e
está ao seu serviço. O homem que não consegue exercer o domínio sobre sua
língua, falando tudo que quer e tudo que pensa, não medindo suas consequências,
está usando sua língua a serviço de Satanás.
Lembre-se que sinceridade
não é falar tudo o que se sabe, mas, apenas o que for necessário. O homem não
precisa falar tudo o que sabe, mas, precisa saber, com segurança, tudo o que
fala. O Salmista Davi dizia: “E assim a minha língua falará da tua justiça e do
teu louvor todo o dia” (Salmo 35:28).
O controle da língua é
disputado por Deus e por Satanás. Assim, quando o homem deixa o Espírito Santo
controlar sua vida e desenvolver nele o Seu Fruto, sua língua será um
instrumento de bênçãos nas mãos de Deus, porque “...o fruto do Espírito
é:...temperança”.
Pelo uso da língua, sem
temperança, o homem pode provocar uma guerra; pelo uso da língua, com
temperança, o homem pode provocar a paz. O Crente fiel tem o controle de sua
língua e pode ser um instrumento de paz, porque “...o fruto do Espírito
é:...temperança”.
Quando a língua está sob
o controle de Satanás, então “...não há retidão na boca deles; as suas
entranhas são verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto;
lisonjeiam com a sua língua” (Salmo 5:9). Por isto disse Salomão que “...a boca
do tolo é uma destruição” (Pv.10:14).
É certo que o homem, sem
a ajuda do Espírito Santo não pode exercer o autocontrole, ou a temperança
sobre sua língua. Mas, eu e você, se somos crentes fiéis, então nós podemos,
porque “...o fruto do Espírito é:...temperança”.
2. Temperança na forma de agir. A fé não elimina a prudência, ou a temperança.
Como virtudes do Fruto do Espírito, fé e temperança somam-se, não concorrem
entre si. Há pessoas que em nome da fé, agem sem qualquer moderação, sem autocontrole,
emitindo cheques, para Deus cobrir, efetuando compras para o Senhor pagar.
Paulo afirmou: “Posso
todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp.4:13). Porém, esperava pelo tempo
de Deus para agir, usando sua fé. Por muitos anos alimentou o desejo de ir a
Roma, mas, era um homem que exercia o controle sobre suas ações. Não fazia uso
da fé para agir de forma abrupta e descontrolada. Ele tinha sua vontade
controlada e esperava pelo tempo de Deus, conforme confessou aos Romanos:
“Pedindo sempre em minhas orações que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se
me ofereça boa ocasião de ir ter convosco. Porque desejo ver-vos, para vos
comunicar algum dom espiritual, a fim de que sejais confortados...muitas vezes
propus ir ter convosco (mas até agora tenho sido impedido...” (Rm.1:10-13).
Um homem controlado pelo
Espírito Santo, através da temperança, tem o domínio sobre suas ações. Não realiza,
de forma impensada, sem qualquer controle, este ou aquele negócio, grande ou
pequeno; deixa primeiro amadurecer suas ideias. Mesmo na defesa de seus
direitos, não busca, precipitadamente, a lei e a justiça. Exercendo o autocontrole
sob sua forma de agir, espera pelo momento de Deus, para tomar uma decisão,
para realizar um negócio, para empreender uma viagem.
Conta-se que no exército alemão
quando um soldado se sentia ofendido só podia levar sua queixa ao seu superior
24hs após ocorrido o incidente. Era o tempo para pensar sobre a conveniência,
ou não, de apresentar sua queixa. Assim, também, por tomar atitudes
precipitadas, por falta de temperança, muitos têm agido de forma incorreta. O
Senhor Jesus falou sobre a necessidade de planejarmos nossas ações – “Pois qual
de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas
dos gastos, para ver se tem com que a acabar?” (Lc.14:28).
Agir, tomar atitudes,
assumir compromissos sem planejamento, sem autocontrole, não é próprio de um
crente fiel, porque “...o fruto do Espírito é:...temperança”.
3. Temperança entre Orçamento e Despesas. É possível encontrar
famílias arruinadas, financeiramente, por falta de autocontrole entre Orçamento
e Despesas. Gasta-se por conta do que pensa que vai ganhar, abusa-se do crédito
especial, no uso dos cheques, ou dos cartões, afunda-se nas prestações, há até
quem compre para Jesus pagar.
Aos Saduceus, o Senhor
Jesus disse: “...Porventura, não errais vós em razão de não saberdes as
Escrituras nem o poder de Deus?” (Mc.12:24). Pelas Escrituras nós sabemos que o
segredo de uma boa administração pessoal e familiar consiste em dar lugar para
que o Espírito Santo possa realizar sua obra em nossa vida, porque “o fruto do
Espírito é: temperança”.
4. Temperança no cuidado com o Corpo. Moderação no vestir e na
alimentação. Há quem faça uma certa confusão entre humildade e santificação,
com desleixo, desmazelo, pão-durismo ou avareza. Para ser humilde e santo não
há necessidade de passar fome, alimentar-se mal, falta de bom gosto no vestir.
Quem pode deve alimentar-se bem e vestir-se com bom gosto. O que a Bíblia
condena são os excessos, não o necessário. Comer, alimentar-se é uma
necessidade, porém, comer de forma exagerada, por vicio, por gulodice, a Bíblia
chama de glutonaria, e esta está relacionada como sendo obra da carne (cf.
Gl.5:21).
Vestir-se bem, com bom
gosto, a Bíblia não condena. O Senhor Jesus quando foi preso estava vestido com
uma túnica de alto preço, uma veste, na época, usada por príncipes (João 19:23,24).
Certamente tinha sido um presente; ele não a vendeu para dar o dinheiro aos
pobres. Preferiu usá-la na noite em que ia celebrar a última Páscoa, e a
primeira Santa Ceia.
Para as mulheres, Paulo
recomenda: “que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com
pudor e modéstia...” (1Ts.2:9). A Bíblia, na Linguagem de Hoje, usa a expressão
“roupas decentes e simples”. O conceito de pudor, no vestir, varia de um lugar
para o outro, principalmente variando em relação ao clima. É certo, contudo,
que quando Deus vestiu Adão e Eva, seu propósito foi o de cobrir a nudez.
Assim, em qualquer lugar do mundo, se as vestes contribuírem para transformar o
corpo em objeto de desejo carnal, esta veste, biblicamente, não pode ser chamada
de “traje honesto, com pudor”.
É, pois, através da
Temperança que o crente fiel encontra o equilíbrio entre o máximo e o mínimo,
tanto na alimentação, como também na sua maneira de vestir-se, porque “o fruto
do Espírito é:...temperança”.
II. PROSTITUIÇÃO
E GLUTONARIA, O DESCONTROLE DA NATUREZA HUMANA
“Porque esta é a vontade de Deus, a vossa
santificação: que vos abstenhais da prostituição”(1Ts.4:3).
A Prostituição diz
respeito a todas as práticas sexuais pecaminosas, inclusive o homossexualismo
(Dt.23:17; 1Co.6:10,16; 1Ts.4:3). No seu sentido original, a prostituição
refere-se aos pecados do sexo, de maneira geral, porém, tanto na Bíblia, como
em nossos dias, a Prostituição está ligada ao comércio do corpo, à venda do
sexo.
A Prostituta é conhecida
como meretriz e rameira. Em Israel não podia haver prostituta, ou rameira
e nem sodomita – “Não haverá rameira dentre as filhas de Israel; nem haverá
sodomita dentre os filhos de Israel”(Dt.23:17). O dinheiro da prostituta
não podia ser aceito na Casa do Senhor – “Não trarás salário de rameira... à
casa do Senhor, teu Deus, por qualquer voto...”(Dt.23:18). Até o seu dinheiro
era considerado como “... abominação ao Senhor, teu Deus”.
1. Fugi da prostituição - “Fugi da prostituição. Qualquer outro pecado que o homem comete, é fora
do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1Co.6:18). A Bíblia
ordena: resistir ao diabo – “...resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”(Tg.4:7).
Resistindo, o diabo foge; porém, a Bíblia não manda resistir à prostituição,
mas manda fugir dela. Aqui é o crente que tem que fugir. “Fuji da
prostituição...”(1Co.6:28) - esta é a palavra de Paulo a todos. “Foge,
também, dos desejos da mocidade...”(2Tm.2:22) - esta é a palavra de Paulo aos
jovens. Assim, em relação à prostituição, a melhor defesa é fugir. Alguém pode
dizer: “eu sei até onde posso ir”, porém, Paulo diz: “foge”! Outros podem dizer
que fugir é covardia, mas, Paulo diz: “fugi”! José fez isto – fugiu (cf. Gn.39:7-12).
É válido ressaltar,
outrossim, que quando a Bíblia fala em “prostituição", não se está
referindo apenas ao comércio do corpo, mas é tradução da palavra grega
"pornéia", que significa "impureza sexual", ou seja, é algo
muito mais amplo do que o simples comércio do corpo. Assim, quando a Bíblia nos
manda fugir da prostituição, manda-nos fugir de toda e qualquer ação que revele
impureza sexual, seja ela de que natureza for.
A prostituição é uma das
obras da carne (Gl.5:19). Como novas criaturas, precisamos abster-nos da
prostituição e de todo o tipo de infidelidade conjugal. Um dos compromissos
assumidos no casamento é a fidelidade conjugal. É, sem dúvida, um dos maiores
pilares de sustentação do casamento. A segurança espiritual e emocional do
casal depende da fidelidade que cada um devota ao outro. Sem fidelidade, o
casamento desaba. As estruturas do casamento não são preparadas para suportar a
infidelidade. Esta tem efeito devastador no matrimônio, no lar e na família.
Mas, infelizmente, nestes
últimos dias da Igreja, Satanás tem se utilizado desta arma contra o casamento.
“Ninguém é de ninguém”, costuma-se dizer e se propaga a tolerância e a admissão
de “aventuras extraconjugais” por parte de marido e mulher, chegando mesmo a se
dizer que tal comportamento reforça a “sexualidade” e o “afeto” entre os
cônjuges. Mentiras satânicas que têm por objetivo tão somente a disseminação da
impureza sexual. A Bíblia é bem clara a este respeito: “Não erreis: nem os
devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os
sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os
maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus” (1Co.6:10) e, ainda,
“aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará” (Hb.13:4b). Por
fim: “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os
homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira” (Ap.22:15).
Para evitar a
infidelidade é necessário que o casal se mantenha debaixo da orientação da
Palavra de Deus. O esposo, amando sua esposa de todo o coração, como Cristo ama
a Igreja. A esposa, amando o esposo da mesma forma e lhe sendo submissa pelo
amor. Em termos práticos é necessário cultivar, tratar, regar e cuidar da
planta do amor, para que as ervas daninhas da infidelidade não germinem no
coração de um dos cônjuges.
Portanto, nosso corpo
pertence ao Senhor, pois Ele nos criou (1Co.6:13). Que jamais venhamos a usar
nossos membros para a prostituição, mas para manifestar a glória de Deus.
2. A Punição de Deus. Enganam-se aqueles que
pensam que o Deus do juízo está dormindo, inativo ou indiferente ao que
acontece no mundo com relação à impureza sexual. O estado de degradação em que
a sociedade se encontra já é uma retribuição divina, uma manifestação temporal
do seu juízo. No dia do juízo, a sentença eterna de Deus será apenas esta:
"Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo
imundo..." (Ap.22:11). A penalidade eterna do homem será experimentar
eternamente os resultados de seu abominável pecado.
A humanidade é como um
caminhão que desce ladeira abaixo. Deus está com o pé no freio, e o homem, com
o pé no acelerador. Deus quer evitar a tragédia, e o homem acelera rumo ao
abismo, até o momento que Deus tira o pé do breque e esse caminhão avança
desgovernado para uma terrível tragédia. O que acontece é que Deus tira a
culpa. O homem consegue pecar e a consciência não o acusa mais. Aí ele se
gloria no pecado e aplaude o vício. As pessoas mergulham no pântano mais
asqueroso da imoralidade e se corrompem ao extremo sem nenhum constrangimento,
isso é o juízo de Deus. Por que Deus não manda fogo e enxofre como fez com
Sodoma e Gomorra? Pior é entregar o pecador ao fogo do seu coração,
preparando-o para o fogo do juízo.
O juízo mais severo de
Deus é dar ao homem o que ele quer (Rm.1:24,26,28). Não há castigo maior para o
homem do que Deus o entregar a si mesmo. Deus pergunta: "É isso que você
quer? Seja feita a sua vontade". Esse é o maior juízo de Deus, entregar o
homem a si mesmo, à sua própria vontade. Os homens que tanto amam o esgoto do
pecado são enviados para lá; o que querem, eles terão.
Deus entrega esses
"filhos da ira" (Ef.2:3) desprotegidamente a si próprios, a saber, às
concupiscências de seu coração (Rm.1:24), às paixões infames (Rm.1:26), a uma
disposição mental reprovável (Rm.1:28), ou seja, à maneira que eles próprios
escolheram para viver. Em outras palavras, Deus os entregou à sensualidade (Rm.1:24,25),
à perversão sexual (Rm.1:26,27), e à vida antissocial (Rm.1:28-32). Assim, os
perdidos gozam para sempre da horrível liberdade que sempre pediram; porém,
essa liberdade é a mais perturbadora escravidão.
3. A glutonaria e seus males. Enquanto a prostituição
é um pecado com o corpo, a glutonaria é um pecado contra o corpo. Comer,
alimentar-se é uma necessidade, porém, comer de forma exagerada, por vicio, por
gulodice, a Bíblia chama de glutonaria, e está relacionada como sendo obra da
carne (Gl.5:21). O Glutão revela falta de equilíbrio espiritual e emocional.
Na sua bondade eterna,
Deus colocou o prazer na comida, a fim de que a atividade necessária da
alimentação não fosse sem sabor e desagradável. No entanto, não podemos buscar
o alimento apenas pelo prazer; aí está a causa da gula. Gula é comer além do
necessário para se alimentar. Tudo o que comemos, depois que já estamos satisfeitos,
é uma forma de gula, que pode ser pequena ou grande. Para alguns, o prazer do
comer, passou a ser um fim em si mesmo, e tem nisto a sua satisfação. Se
frustram quando a refeição não é suculenta e variada. Escrevendo aos
filipenses, o apóstolo Paulo se refere àqueles cujo “deus é o ventre”
(Fp.3:19), isto é, o alimento.
É importante observar
que, em momento algum, a Bíblia defende que a comida seja um obstáculo a uma
vida de comunhão com Deus. Comer e beber não é pecado, nem mesmo ter uma mesa
farta para celebração e desfrute daquilo que legitimamente se obteve
(Ec.5:18,19:6:2 e 8:15). O que a Bíblia não autoriza é o desperdício
(lembremo-nos de que Jesus mandou recolher o que sobrou da multiplicação dos
pães), o comer por puro prazer e extravagância, o alimentar-se sem qualquer
necessidade.
Atualmente muitas são as
opções para se comer além dos limites: rodízios de carne, massas, self-service
sem balança, etc. A Palavra de Deus é incisiva contra o pecado de glutonaria
(Lc.21:34; Gl.5:21; 1Pd.4:3). O consumo exagerado de alimentos resulta em
obesidade, um mal que está associado principalmente às doenças
cardiovasculares. Muitos crentes em Jesus preocupam-se somente com o bem-estar
da alma, esquecendo-se de que também precisam zelar pelo corpo através de uma
alimentação equilibrada. Muitos maltratam o corpo e depois ficam a clamar a
Deus por um milagre. Façamos a nossa parte. Nosso corpo é templo do Espírito
Santo, por isso, precisamos cuidar bem dele, tendo uma alimentação saudável e
equilibrada (1Co.6:19).
III. VIVENDO
EM SANTIFICAÇÃO E DEIXANDO OS EXCESSOS
"Ora,
amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da
carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus" (2Co.7:1).
1.
Vivendo em Santificação. A santificação é parte integrante da
vida cristã, e o cristão que não deseja a santificação está perdendo o temor a
Deus. A vida cristã somente pode progredir e se desenvolver se houver separação
do pecado, o que deve ser perseguido até o dia do arrebatamento da Igreja.
Como
Deus deseja também nos auxiliar no processo de santificação, Ele nos dá o seu
Santo Espírito para habitar em nós e nos orientar nesta separação do mundo, ou
seja, separação do pecado, não dos pecadores.
Não há como termos uma
vida santa se esta não for permeada da temperança, do domínio próprio. Se não
nos dominarmos a nós mesmos, o que só é possível mediante a ação do Espírito
Santo em nossas vidas, seremos dominados pelo pecado. O pecado, então, habitará
em nós o que é exatamente o contrário da santidade.
A temperança envolve três
atitudes importantíssimas para a manutenção de uma vida santa, ou seja, de uma
vida separada do pecado, a saber:
a) A prevenção dos atos
futuros. O
homem temperante sempre analisa o que está para fazer diante da vontade do
Senhor. É alguém que é atento ao que está a fazer e o que isto significará no
seu relacionamento com Deus. Esta atitude é o que a Bíblia chama de prudência e
de vigilância. É um dos aspectos da temperança. Jesus recomenda que sejamos
prudentes como as serpentes (Mt.10:16) e o apóstolo Paulo nos informa que a
graça de Deus abunda em nós em toda a sabedoria e prudência (Ef.1:8). O salvo é
um homem comedido e, portanto, cauteloso em relação ao futuro.
b) O comedimento e
autocontrole no presente. O homem temperante, é alguém que, a cada instante, comete ações
controladas, sóbrias, continentes, mostrando, a cada gesto, o senhorio de
Cristo na sua vida. Administra os instintos, separa-se do pecado a cada
momento. A Bíblia diz que quem é santo deve se santificar ainda (Ap.22:11).
c) Autoexame e vigilância
constantes. O homem temperante, sem cessar, faz um autoexame dos atos a praticar e
dos que está praticando, bem como dos que praticou, a fim de que mantenha o
controle sobre os seus instintos. O controle é o exame minucioso, uma duplicata
das ações, que nos permite verificar como se encontra a nossa comunhão com o
Senhor. Por isso, manda Paulo que o homem se examine a si mesmo ao participar
da ceia do Senhor (1Co.11:28) e Jesus determina, ao falar do sermão escatológico,
que devemos, sobretudo, vigiar (Mc.13:37). A vigilância só é possível se houver
a moderação, como nos deixa claro o apóstolo Pedro, mais de uma vez (1Pd.4:7,
5:8). Só há autoexame e vigilância quando temos temperança.
2. O comportamento do crente deve evitar toda a aparência do mal - “Abstende-vos de toda
aparência do mal” (1Tes.5:22). O crente tem um dever de viver uma vida digna
perante os demais - “Vivei, acima de tudo, por modo digno do Evangelho de
Cristo” (Fp.1:27).
A conduta do crente deve
refletir a de uma pessoa transformada, que foi lapidada pelo poder do Espírito
Santo. Há uma grande necessidade de mantermos uma conduta exemplar. Para tanto,
é mister grande empenho para atingir tal objetivo. Somos exortados, pela
Palavra de Deus, como deve ser a nossa conduta “para que vos torneis
irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração
pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Fp.2:15).
Tudo o que nos distanciar
do mal e nos aproximar de Deus, deve ser feito pelo salvo. Tudo aquilo que não
contribui em coisa alguma para nossa aproximação com Deus deve ser evitado.
Portanto, quando formos meditar sobre esta ou aquela conduta, lembremo-nos que
o que está em jogo é o nosso relacionamento com Deus e que Deus quer que nós
nos santifiquemos.
O Espírito Santo, que
habita em nós, deseja nos ajudar a abandonar todo excesso e todo o pecado. Ele
nos ajuda a ter uma vida equilibrada, sadia e santa.
CONCLUSÃO
“A temperança, como fruto
do Espírito Santo, nos ajuda a ter uma vida disciplinada e feliz. Que venhamos
ser cheios do Espírito, aprendendo com Ele a disciplina espiritual em todas as
áreas de nossa vida”.
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível
no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário
Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Revista
Ensinador Cristão – nº 69. CPAD.
Rev.
Hernandes Dias Lopes. Gálatas, a carta da liberdade cristã.
Antônio
Gilberto. O Fruto do Espírito. CPAD.
Ev.
Caramuru Afonso Francisco. Temperança, o fruto da disciplina.PortalEBD_2005.
Comentário
Bíblico Pentecostal. Novo Testamento. CPAD.
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