4º Trimestre/2017
Texto Base: 2Timóteo 4:6-8
"A que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono,
assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono" (Ap.3:21).
INTRODUÇÃO
Nesta Aula trataremos a
respeito da Perseverança na Fé. A palavra perseverança traduz a ideia de
persistência, firmeza, constância, permanência. Jesus disse que com o aumento
da iniquidade o amor de muitos esfriaria, mas também disse que quem perseverar firme
até o fim será salvo. Jesus deixou claro que no mundo passaríamos por aflições
(João 16:33); a pressão das potestades sobre a igreja seria muito forte. Paulo
adverte: "Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus
serão perseguidos" (2Tm.3:12). Como filhos de Deus precisamos perseverar
fiéis até o fim; devemos buscar a Deus, rejeitar o pecado e resistir à
apostasia. Os destinatários da carta aos hebreus estavam quase desistindo; por
isso, receberam a seguinte exortação que se aplica também a nós: “Com efeito, tendes
necessidade de perseverança, para que havendo feito a vontade de Deus,
alcanceis a promessa. Porque ainda dentro de pouco tempo aquele que vem virá, e
não tardará; todavia, o meu justo viverá pela fé, e: se ele retroceder, nele
não se compraz a minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a
perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma” (Hb.10:36-39). Uma
coisa é certa, sem perseverança na fé não há salvação.
l. A
PERSEVERANÇA BÍBLICA
“Porém o meu servo
Calebe, porquanto nele houve outro espírito e perseverou em seguir-me, eu o
levarei à terra em que entrou, e a sua semente a possuirá em herança”
(Nm.14:14).
1. Conceito bíblico de perseverança. Perseverar remonta a
ideia de permanecer, resistir; na vida cristã, significa não desistir da fé
cristã em tempos de tentação, aflição, angústia, provação e perseguição. Paulo
era um homem perseverante (2Tm.4:6-8); preso em Roma, aguardava o momento da
execução, não obstante, continuava a perseverar em as promessas de Cristo. Há
pessoas que combatem o bom combate, porém antes de acabarem a carreira,
abandonam a fé; abandonam o primeiro amor, não oram mais, não evangelizam mais,
não se firmam mais nas promessas divinas. Se você já cruzou seus braços é tempo
de recomeçar a trabalhar. Faça um novo pacto com Deus, sirva-o com dedicação e
fidelidade, e sejas firme na fé em Cristo, esperando pacientemente nEle em tudo.
Em Mateus 10:22, Jesus adverte
os seus discípulos: “E odiados de todos
sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será Salvo”.
Neste texto, Jesus quer nos mostrar que a perseverança é a autenticidade
dos genuinamente salvos. Aqueles que permanecem até o fim nos tempos de perseguição
mostram, por sua perseverança, que são crentes verdadeiros. Essa mesma
afirmação se encontra em Mateus 24:13, onde se refere a um remanescente fiel de
judeus que, durante a tribulação, recusará comprometer sua lealdade ao Senhor
Jesus - “Mas aquele que perseverar até ao
fim será salvo”. Sua perseverança os identifica como discípulos genuínos.
2. Provisão divina e cooperação humana. Na Carta endereçada à
Igreja de Sardes, o Senhor faz sua promessa aos vitoriosos: “O que vencer será
vestido de vestes brancas e, de maneira nenhuma, riscarei o seu nome do livro
da vida, e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos Seus anjos”
(Ap.3:5). A promessa aos vitoriosos é
a de que jamais terão seus nomes riscados do livro da vida. Esta promessa do Senhor Jesus mostra que é
perfeitamente possível alguém ter seu nome riscado do livro da vida durante a
peregrinação terrena. Logo, a ideia popular de que "uma vez salvo, salvo
para sempre" não tem amparo concreto nas Escrituras. A salvação é uma
bênção que pode ser perdida ao longo de nossa existência. O Senhor já dissera a
Moisés que “…aquele que pecar contra mim, a este riscarei eu do Meu livro…”
(Ex.32:33), numa prova de que é perfeitamente possível que alguém, tendo sido
salvo, volte à vida de pecados e, com isso, perca a sua salvação.
Uma pessoa verdadeiramente salva e convertida não
pode perder a salvação por qualquer motivo e a qualquer momento, enquanto
permanecer em Cristo (João 15:1-10; 10:26,27). Mas ela pode, sim, perdê-la se
passar a ter uma vida relaxada e sem compromisso com a Palavra de Deus
(1Co.15:1,2; 2Pd.2:20-22; 1Tm.4:1). Portanto, a perseverança da vida cristã é
iniciada e garantida em Cristo (Fp.1:6), com o auxílio do Espírito Santo (João
14:26; Lc.11:13; Rm.8:26), juntamente com a cooperação e a sujeição do crente
ao senhorio de nosso Senhor (2Pd.1:10; Tg.4:7-10).
No entanto, uma vez ocorrida a glorificação,
último estágio do processo da salvação (Rm.8:30), a perda da salvação não mais
será possível. Aos vencedores está prometida a imutabilidade do estado de
salvação, visto que adentraremos na dimensão eterna, sendo como os anjos
(Mt.22:30; Mc.12:25), ou seja, jamais podendo perder a comunhão com o Senhor,
estando para sempre com o Senhor (1Ts.4:17). Por isso, amados irmãos, vale a
pena perseverar até o fim.
II. O PERIGO DA
APOSTASIA
1. Conceituando
apostasia. Apostasia deriva-se da expressa
grega “apostásis”, que significa afastamento. Relacionada à fé cristã,
apostasia significa abandonar a fé cristã de forma consciente e premeditada.
Então, para que haja apostasia é necessário que a pessoa tenha experimentado o novo
nascimento, ou seja, que tenha certeza de sua salvação e aí, de forma
consciente e deliberada, abandona a fé e passa a negar toda verdade por ela
experimentada. Ninguém pode abandonar aquilo que nunca teve. É, portanto,
diferente daquela pessoa que vem para a Igreja, ou já nasce na Igreja, torna-se
membro, porém, sem passar pela experiência da conversão e pelo fato da ausência
de uma genuína doutrina bíblica em sua vida, e sem nenhuma experiência real de
fé, vai para uma outra denominação, batiza-se novamente. Em casos como estes
não se pode falar em apostasia; essa pessoa não tem qualquer noção do erro que
está cometendo. O que ela precisa, na verdade, é de uma verdadeira conversão,
ou de uma experiência real com Cristo. No Antigo Testamento, a apostasia era
considerada adultério espiritual. Israel era chamado de “esposa de Jeová”, e sempre
que Israel seguia a outros deuses, ou se curvava diante de ídolos, era acusado
de apostasia. Esta foi, inclusive, a causa principal do cativeiro babilônico.
Não se pode confundir
apostasia com heresia. Apostasia é a perda total da fé, enquanto heresia é a
negação parcial, ou seja, é a negação de uma ou outra verdade da fé.
Também é importante não
confundirmos apostasia com o pecado acidental. Acidentalmente, num momento de
descuido, de falta de vigilância, o crente pode pecar, cair. Isto não significa
estar desviado. O que caiu pode seguir o conselho de João e levantar-se: “Meus
filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e se alguém pecar,
temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo...Se confessarmos os
nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar
de toda injustiça”(1João 2:1; 1:9). Aconteceu com Davi. Num momento de
descuido, de falta de vigilância, ele pecou, porém, não foi necessário
desviar-se, afastar-se, ou ser afastado do Trono. Davi recomendou o seu pecado,
confessando-o diante de Deus(Sl.51); foi perdoado e continuou sendo um homem de
Deus. Davi caiu, porém, não se desviou. Contudo, é possível começar a
afastar-se, ou desviar-se logo após uma queda acidental, ou seja, após ter
cometido um pecado, que precisa ser confessado e ele não quer confessar. Pode,
ainda, afastar-se devido a uma tristeza, ou uma decepção. Todavia, isto nada
tem a ver com a apostasia.
O desviado pode, e deve
voltar; o apóstata não voltará mais. Sobre a possibilidade de o desviado
voltar, podemos entender através da parábola do filho pródigo (Lc.15:11-32) e
de exemplos que já ocorreram várias vezes em nossas igrejas. O Senhor Jesus deixou
clara a possibilidade do filho voltar à casa do Pai, embora tenha ido para
muito longe, embora tenha sofrido e causado grandes prejuízos: “...desperdiçou
a sua fazenda, vivendo dissolutamente...”. Mediante o reconhecimento do seu
erro, se sua decisão de retornar, e com humildade ter feito sua confissão e seu
pedido de perdão –“Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de
ser chamado teu filho” -, o pai não impôs qualquer restrição, mas, recebeu-o
novamente como filho – “Mas o pai disse aos seus servos: trazei depressa a
melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés, e
trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos e alegremo-nos, porque este meu
filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E começaram a
alegrar-se”.
É certo que hoje, a casa
do Pai, representada pela igreja, está com as portas abertas para receber todos
aqueles seus filhos que, um dia foram embora. Satanás usa de suas artimanhas para
convencer aquele crente que pecou, bem como aquele que se desviou, voltando
para o mundo, de que não há mais perdão para ele, que ele cometeu pecado
imperdoável e que está, realmente, perdido, que é um apóstata. Pecar, por um
momento de descuido; afastar-se da Igreja, ou desviar-se, quer seja porque tenha
pecado, quer seja por ter sofrido uma decepção, quer seja por ter perdido o
ânimo, por falta de oração, de alimento espiritual, nada tem a ver com o pecado
imperdoável ou com apostasia.
2. A prática da apostasia. O Inimigo de nossas
vidas, juntamente com as hostes espirituais da maldade, deseja pelejar contra
nós (Ef.6:12). Entretanto, a prática do pecado é uma responsabilidade pessoal e
intransferível do indivíduo (Ez.18:4,20; cf. Rm.6:23). Nesse sentido, a
apostasia sempre será praticada de maneira consciente, deliberada e voluntária.
Veja alguns exemplos de apostasia nas Escrituras:
a) Aconteceu com Saul. Saul tinha plena
consciência das coisas de Deus, no entanto, negou tudo que sabia sobre Deus e
sua Palavra, ao decidir procurar uma feiticeira – “Então, disse Saul aos seus
criados: buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiticeira, para que vá a
ela e a consulte...”(Sm.28:7). Veja que estado deplorável desse rei. Antes, foi
um homem cheio do Espírito de Deus, teve profunda experiência com Deus - por
ordem sua foram mortos aqueles que consultavam espíritos, ou seja, médiuns,
adivinhos ou feiticeiros (1Sm.28:9). Agora, se submete aos ditames diabólicos,
por intermédio de uma feiticeira. Saul não chegou a esse deplorável estado
espiritual num só lance, mas, em muitas e sucessivas atitudes de rebeldia e
pecaminosidade. Como “um abismo chama outro abismo”(Sl.42:7), Saul acabou, por
fim, cometendo o terrível pecado da apostasia. Saul negou todas as verdades que
conhecia e que tinha vivido, desprezou Deus e sua Palavra, de forma consciente
e premeditada; nisto consiste o pecado da apostasia. Este é, pois, um perigo
que corre com um desviado. O rei Saul era um desviado. O pecado da Apostasia
não é cometido num só lance, ou num único ato. O pecado continuado leva o homem
a perder todo temor de Deus, e a endurecer-se contra a verdade contida na
Palavra de Deus. A partir daí a porta está aberta para a apostasia.
b) Aconteceu com Judas Iscariotes. Judas foi aceito por
Jesus para ser apóstolo. Recebeu poder para pregar o evangelho do reino, curar
enfermos e expulsar demônios – “E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes
poder sobre os espíritos imundos, e para curarem toda a enfermidade e todo mal
(Mt.10:1). Judas seguiu Jesus, conheceu-o profundamente, aprendeu com ele nos
três anos de Ministério. Sendo um homem de confiança, foi escolhido para ser
tesoureiro do grupo. Um dia, porém, usou parte do dinheiro em benefício
próprio. Acostumou com esta prática pecaminosa, tornou-se ladrão, segundo
afirmou o apóstolo João: ”...era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se
lançava”(João 12:6).
O pecado continuado
através da prática de desvio de dinheiro, ou de furto, levou Judas a perder sua
sensibilidade espiritual. Certamente, que sua ambição pelo dinheiro e pelo
poder, foi crescendo, gradativamente. Pressentindo que Jesus não seria
proclamado Rei, tomou a decisão de entregá-lo às autoridades judaicas, por
dinheiro, é claro! Com seus olhos espirituais cegos pela “avareza, que é
idolatria”(Cl.3:5), Judas esqueceu-se de tudo o que havia feito através do
poder de Deus que recebera, esqueceu-se de tudo que tinha visto Jesus fazer nos
três anos que esteve com ele, desprezou o fato de saber que ele era o Filho de
Deus, e por trinta moedas de prata (Mt.26:14-16)
consumou o pecado da apostasia. Não havia mais possibilidade de retorno para
Judas – “...retirou-se e foi-se enforcar”(Mt.27:5). Tudo começou quando, sendo
tesoureiro, usou algumas moedas em benefício próprio. A prática continuidade do
furto tornou-o espiritualmente insensível às coisas de Deus, e ele se tornou um
apóstata. Este é um risco que corre todo crente desviado. Nem todo crente
desviado é um apóstata, porém, o endurecimento continuado do coração pode
leva-lo à apostasia. Não é raro encontrar alguém que já foi uma bênção nas mãos
de Deus, agindo, agora, com tanta incredulidade, e impiedade, como se nunca
houvesse conhecido a Deus, como se fosse um ateu nato. Ele apostatou-se!
c) Aconteceu com Israel. O pecado da Apostasia,
normalmente, resulta como consequência da prática continuada de outros pecados.
Israel conhecia Deus e tinha experiência com ele. Esta é uma condição básica
para que alguém possa conhecer o pecado da apostasia. O apóstata tem que tomar
sua decisão de forma consciente e premeditada. Apesar de tudo que Israel viu
Deus fazer no Egito e em dois anos no deserto, mesmo assim Israel persistiu
sendo rebelde, desobediente, duro de coração, incrédulo. Assim, em Cades
Barnéia, no deserto de Parã, o cálice da ira de Deus se encheu, diante de mais
uma provocação – “E disse Deus a Moisés: até quando me provocará este povo? E
até quando me não crerão por todos os sinais que fiz no meu deles? Com
pestilência o ferirei, e o rejeitarei...” (Nm.14:11,12). Agora, não havia mais
a possibilidade de um acordo. A apostasia estava consumada.
Assim, baseado no que
aconteceu com Israel, que, pela prática do pecado continuado, sem
arrependimento real e sincero, acabou praticando o pecado da apostasia, também
estamos sujeitos a cometer aquele mesmo erro. Este é um risco que corre o
crente desviado.
Muitos homens que se
dizem pastores e mestres torcem as Escrituras e vendem a alma ao Diabo, tentam
introduzir o mundo na Igreja, sob a alegação de que esta não pode viver alheia
à modernização – é a doutrina de Balaão. Tenhamos cuidado! A doutrina de Balaão
continua a fazer estragos! Ela quer comprometer a Igreja, impregnando-a com a
cultura e com os costumes do mundo (Rm.12:1).
III. SEGUROS EM
CRISTO
Não existe nenhuma
segurança verdadeira e definitiva, a não ser a segurança que temos em Cristo. A
nossa segurança está ligada à nossa esperança, a esperança de que as nossas
tribulações são leves e momentâneas em relação à glória que está no porvir (2Co.4:17).
1. Cristo garante a salvação. Só Cristo garante a
salvação com o aval do seu sangue e com o penhor da sua ressurreição. Mas, a
graça de Deus não exclui a minha escolha. Se qualquer salvo escolher “naufragar
na fé” (1Tm.1:19,20), ou apostatar (1Tm.4:1), ou desviar-se, como fez Judas (At.1:25;
2Pd.2:1,20-22), com certeza abrirá mão da preciosa salvação pela graça. O homem
possui, sim, a livre-vontade e pode rejeitar a obra de Cristo realizada na
cruz. Por isso, Deus amou o mundo de tal maneira, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3:16). Deus é poderoso para
nos guardar de tropeçar, desde que permaneçamos em Cristo (João 10:27,28).
Deus sempre quis que
todos se salvassem (1Tm.2:4), e não tiraria a salvação de ninguém, posto que é
misericordioso. Ele não tirou de Esaú o direito à primogenitura, mas Esaú a
perdeu. Por quê? Porque foi profano. O próprio Inferno foi preparado para o
Diabo e seus anjos (Mt.25:41), numa prova de que Deus não deseja que os seres
humanos vão para lá, porém muitos homens irão para o Lago de Fogo (Ap.20.21:8;
22:15); e não irão para lá por não terem sido alcançados pela graça de Deus, e
sim porque serão “julgados cada um
segundo as suas obras” (Ap.20:13).
A Bíblia diz para nos
achegar-nos a Deus (Tg.4:8; 1Pd.2:4). Ele faz a sua parte, porém temos de fazer
a nossa.
2. A alegria da salvação. Uma das maravilhosas
consequências que alcançamos quando aceitamos a Cristo é a alegria da salvação
(Sl.51:12; Is.12:3; Lc.15:22-25,32). Quando observamos que a salvação nos traz
alegria, vemos, claramente, que Deus é um Ser alegre, pois, ao sermos salvos,
passamos a ter o caráter divino e a alegria é uma das qualidades deste caráter.
Davi fala, no salmo 51, da “alegria da salvação” e, assim, percebemos que a
salvação é a fonte inicial da alegria espiritual. A salvação gera no crente uma
alegria espiritual permanente, que não se acaba e que só tende a aumentar,
assim como a nossa vida com Cristo, que, sendo uma vida, impõe um crescimento
contínuo. A forte impressão de prazer trazida pela regeneração, pelo novo
nascimento tem de aumentar a cada passo de nossa comunhão com Cristo, pois, se
buscarmos mais a Deus, certamente seremos cada vez mais ungidos com o “óleo da
alegria”, ou seja, teremos cada vez mais intensa comunhão com o Senhor, numa
proximidade com Deus (Tg.4:8a), que só nos fará aumentar esta alegria.
3. A certeza da vida eterna - "Estas coisas vos escrevi, para que saibais
que tendes a vida eterna..." (1João 5:13). A certeza de vida eterna não é presunção de alguém ou mérito de
quem quer que seja. A Bíblia declara que ter a vida eterna é uma graça (favor
não merecido) exclusiva de Deus. Se você crer em Jesus e o aceitar como único
Senhor e suficiente Salvador e permanecer fiel até à morte(Ap.2:10) terá a vida
eterna.
A vida eterna é a maior promessa que o Senhor, pela sua graça nos
concedeu. João afirmou isso com firmeza em 1João 2:25 – “E esta é a promessa que ele nos fez: a vida
eterna”. “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida
está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus
não tem a vida. Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida
eterna e para que creiais no nome do Filho de Deus (1João 5:11-13). Portanto, como filhos e herdeiros de Deus, temos a
certeza da vida eterna. Esta garantia é para todos aqueles que um dia firmaram,
por meio da fé, um compromisso com Cristo, isto é, creram em Jesus como Senhor
e Salvador de suas vidas.
- Temos a certeza da vida
eterna porque somos agora filhos de Deus – “Vede quão grande caridade nos tem
concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso, o mundo não
nos conhece, porque não conhece a ele; Amados, agora somos filhos de Deus, e
ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se
manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos”(1João
3:1,2). A verdade que Deus é nosso Pai celestial e que nós somos seus filhos é
uma das maiores revelações do Novo Testamento. Ser filho de Deus é a base da
nossa fé e confiança em Deus (Mt.6:25-34) e da nossa esperança da glória
futura. Como filhos de Deus, somos herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo (Rm.8:16,17;
Gl.4:7). O alvo final de Deus ao nos tornar seus filhos é salvar-nos para
sempre (João 3:16) e nos conformar à imagem do seu Filho (Rm.8:29).
- Temos a certeza da vida
eterna quando temos um intenso anelo e uma inabalável esperança pela volta de
Jesus Cristo, para nos levar para si mesmo – “Amados, agora somos filhos de
Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele
se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos; E
qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é
puro”(1João 3:2,3).
O nosso fundamento na
certeza da vida eterna não está firmado no mérito próprio, mas única e exclusivamente
no mérito da obra salvífica de Cristo Jesus (Hb.9:27,28).
“E, como aos homens está ordenado morrerem uma
vez, vindo, depois disso, o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez,
para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o
esperam para a salvação”.
CONCLUSÃO
Perseverança não
significa que ao proclamar a fé em Cristo já temos a segurança eterna, mas que
dependemos cotidianamente do Espírito. A possibilidade de a apostasia acontecer
deve ser levada a sério de acordo com a advertência do escritor de Hebreus:
"Porque é impossível que os que já
uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram
participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e as virtudes
do século futuro, e recaíram sejam outra vez renovados para arrependimento;
pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao
vitupério" (Hb.6:4-6). Não por acaso o Senhor Jesus advertiu:
"Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de
Deus" (Lc.9:62). E mais: "Se alguém não estiver em mim, será lançado
fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem" (João
15:6). Bem como disse o apóstolo dos gentios aos gálatas: "Separados
estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes
caído" (Gl.5:4). Veja outras advertências: 1Tm.1:19; 1Tm.4:1; 2Tm.2:12. O
alerta para perseverarmos na fé é porque há sim a possibilidade de
enfraquecermo-nos e apostatar-nos da fé.
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Luciano
de Paula Lourenço
Referências
Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) -
William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 72. CPAD.
Wayne Grudem. Teologia Sistemática Atual e
exaustiva.
Claiton Ivan Pommerening. Obra da Salvação. CPAD.
Ev. Caramuru Afonso Francisco. As Doutrinas da Graça
de Deus. Portal EBD.2006.
Comentário Bíblico Pentecostal. Novo Testamento.
CPAD.
Tito e Filemom – doutrina e vida, um binômio
inseparável. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.