No 1º Trimestre letivo de 2018,
estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “A
Supremacia de Cristo – Fé, Esperança e Ânimo na Carta aos Hebreus”. As lições serão comentadas pelo Pr. José Gonçalves, e estão
distribuídas sob os seguintes temas:
Lição 1 - A Carta aos
Hebreus e a Excelência de Cristo.
Lição 2 - Uma Salvação
Grandiosa.
Lição 3 - A Superioridade
de Jesus em relação a Moisés.
Lição 4 - Jesus é Superior
a Josué - O meio de entrar no Repouso de Deus.
Lição 5 - Cristo é Superior
a Arão e à Ordem Levítica.
Lição 6 - Perseverança e Fé
em Tempo de Apostasia.
Lição 7 - Jesus - Sumo
Sacerdote de uma Ordem Superior.
Lição 8 - Uma Aliança
Superior.
Lição 9 - Contrastes na
Adoração da Antiga e Nova Aliança.
Lição 10 - Dádiva,
Privilégios e Responsabilidades na Nova Aliança.
Lição 11 - Os Gigantes da
Fé e o seu Legado para a Igreja.
Lição 12 - Exortações
Finais na Grande Maratona da Fé.
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A Epístola aos
Hebreus enfoca, entre outros assuntos importantes, “A Supremacia de Cristo”. Hebreus
compara Jesus Cristo com o Antigo Pacto, e o apresenta como o cumprimento de
todas as promessas messiânicas. Tal comparação visa demonstrar a supremacia de
Cristo sobre tudo quanto o Antigo Testamento tem a oferecer. O tema que
percorre a Epístola do princípio ao fim é: “Jesus Cristo é superior a....”. Sua
superioridade é destacada de forma magistral: excede a Moisés, Josué, Arão,
Melquisedeque, os profetas e os anjos. Ele é descrito como o Criador de todas
as coisas, resplendor da glória e imagem de Deus; Aquele que tudo sustém com o
seu poder, que nos purificou de todo o pecado e está assentado à destra de
Deus. Ademais disso, a mensagem de Hebreus é que Jesus é o melhor, supremo e
suficiente Salvador.
A Epístola aos
Hebreus é singular no Novo Testamento por muitas razões. Ela é claramente
endereçada à Itália ou escrita lá (Hb.13:24) para um grupo específico,
provavelmente cristãos hebreus. Se a Itália é o destino desta Epístola, a
perseguição sangrenta de Nero (64 d.C.) faz ela retroceder para, o mais tardar,
meados de 64. É bastante provável que Hebreus tenha sido escrita entre 63 e 65
d.C. Presume-se que originalmente Hebreus
se dirigia a uma pequena igreja que se reunia numa casa e, portanto, não tinha
vínculo com uma congregação grande e famosa que mantivesse viva a tradição de
sua origem e destino.
Na seção doutrinária
de Hb.1:4-10:18, o autor mostra como Jesus é superior aos anjos (Hb.1:4-2:18),
aos líderes religiosos (Hb.3:1-4:13) e sacerdotes (Hb.4:14-7:28). O autor
exorta aos seus destinatários a apegarem-se à sua nova fé, a encorajarem-se uns
aos outros e aguardarem ansiosamente a volta de Cristo (Hb.10:19-25). São
advertidos das consequências de rejeitar o sacrifício de Cristo (Hb.10:26-31) e
lembrados das recompensas da fidelidade (Hb.10:32-39).
O autor explica como
viver pela fé, citando exemplos de homens e mulheres fiéis na história de
Israel (Hb.11:1-40), encorajando-os e exortando-os quanto ao cotidiano cristão
(Hb.12:1-17). O autor conclui com exortações morais (Hb.13:1-17), um pedido de
oração (Hb.13:18,19), uma bênção e saudações (Hb.13:20-25).
De modo geral,
Hebreus trata da fantástica batalha que ocorre ao se trocar um sistema
religioso por outro. Há a violenta ruptura dos antigos laços, os estresses e as
tensões do afastamento e as enormes pressões exercidas sobre o renegado para
voltar.
A Epístola foi
escrita para o povo de origem judaica. Esses hebreus tinham ouvido o evangelho
pregado pelos apóstolos e os outros durante a primeira fase da Igreja e tinham
visto os poderosos milagres do Espírito Santo que confirmavam a mensagem. Eles
tinham respondido às boas-novas de uma das três maneiras:
Ø Alguns creram no Senhor Jesus e foram genuinamente
convertidos.
Ø Ouros professaram que se tornaram cristãos, foram
batizados e assumiram seus postos nas igrejas locais. Contudo, nunca nasceram
de novo pelo Espírito Santo de Deus.
Ø Outros ainda, indiferentes, rejeitaram a mensagem da
salvação.
Esta Epístola trata
dos dois primeiros casos: os hebreus verdadeiramente salvos e os que nada
tinham além de uma fachada de cristianismo. Quando um judeu deixava a fé de
seus antepassados, era visto como vira-casaca e um apóstata, e muitas vezes era
punido com uma ou mais das penas seguintes:
·
Privação do direito
de herança pela família.
·
Excomunhão da
congregação de Israel.
·
Perda de emprego.
·
Perda de bens.
·
Tormento mental e
tortura física.
·
Ridicularização
pública.
·
Prisão.
·
Martírio.
É evidente que
sempre havia uma rota de fuga. Se esse judeu renunciasse a Cristo e voltasse ao
judaísmo, seria poupado de novas perseguições. Como se lê nas entrelinhas desta
Epístola, podemos detectar alguns fortes argumentos usados para persuadi-lo a
retornar à antiga fé:
·
O rico patrimônio
dos profetas.
·
O proeminente
ministério dos anjos na história do antigo povo de Deus.
·
A associação com
Moisés, o ilustre legislador.
·
Laços nacionais com
Josué, o brilhante comandante militar.
·
A glória do
sacerdócio de Arão.
·
O sagrado santuário
que Deus escolheu para nele habitar entre seu povo.
·
A aliança da lei concedida
por Deus por meio de Moisés.
·
Os utensílios
divinamente escolhidos no santuário e o magnífico véu.
·
Os serviços no
santuário, especialmente o ritual do grande dia da Expiação (Yom Kippur, o
mais importante dia do calendário judaico).
Podemos praticamente
ouvir os judeus do século I apresentando todas essas glórias de sua antiga e
ritualística religião e depois perguntando com desdém: "O que vocês,
cristãos, têm? Nós temos tudo isso. O que vocês têm? Nada senão uma simples
sala, uma mesa e pão e vinho sobre a mesa! Vocês querem dizer que deixaram tudo
aquilo por isso?".
A Epístola aos
Hebreus é realmente uma resposta à pergunta: "O que vocês têm?". Em
uma palavra, a resposta é Cristo. Em Cristo, temos:
·
Aquele que é maior
do que os profetas.
·
Aquele que é maior
do que os anjos.
·
Aquele que é maior
do que Moisés.
·
Aquele que é maior
do que Josué.
·
Aquele cujo sacerdócio
é superior ao de Arão.
·
Aquele que serve em
melhor santuário.
·
Aquele que
apresentou melhor aliança.
·
Aquele cuja oferta
de si, feita uma vez por todas, é superior aos repetidos sacrifícios de bois e
cabritos.
Assim como as
estrelas perdem o brilho diante da glória maior do sol, também os tipos e a
intangibilidade do judaísmo tornam-se insignificantes diante da glória superior
da pessoa e da obra de Jesus.
Havia ainda o
problema da perseguição. Os que professavam ser seguidores do Senhor Jesus
enfrentavam oposição amarga e fanática. Para os verdadeiros cristãos, isso
poderia conduzir ao desalento e desespero. Eles, portanto, precisavam ser
encorajados a ter fé nas promessas de Deus, precisavam de perseverança em vista
do futuro galardão.
Para os que eram
apenas cristãos nominais, havia o perigo da apostasia. Após professar ter
recebido Cristo, eles poderiam renunciar a ele completamente e retornar à
religião ritualística. Isso era tão ruim quanto pisotear o Filho de Deus,
profanando seu sangue e insultando o Espírito Santo. Para esse pecado
intencional, não havia arrependimento ou perdão. Contra esse pecado, há
repetidas advertências:
·
Em Hb.2:1, ele é
descrito como desviar-se da mensagem de Cristo.
·
Em Hb.3:7-19, é o
pecado da provocação, ou de endurecer o coração.
·
Em Hb.6:6, é o cair
ou cometer apostasia.
·
Em Hb.10:25, é deixar
de congregar-se.
·
Em Hb.10:26, é o
pecado deliberado ou voluntário.
·
Em Hb.12:16, é
mencionada a venda do direito de primogenitura por uma simples refeição.
·
Em Hb.12:25, é
chamado recusa em ouvir aquele que está falando do céu.
Mas todas essas
advertências referem-se aos diferentes aspectos do mesmo pecado: a apostasia.
A mensagem de
Hebreus, portanto, é oportuna hoje como foi no primeiro século da Igreja.
Precisamos ser constantemente lembrados dos privilégios e das bênçãos eternas
que são nossas em Cristo. Necessitamos de coragem para perseverar, apesar da
oposição e das dificuldades. E todos os que professam ser cristãos precisam ser
alertados contra o retorno à religião de cerimoniais depois de ter provado e
visto que o Senhor é Bom.
A mensagem de
Hebreus foi importante para os judeus cristãos, e também é importante para nós hoje.
À semelhança deles, precisamos perceber que Cristo é o nosso grande Sumo
Sacerdote, Aquele para quem apontavam todo o rito e cerimoniais do judaísmo.
Independentemente do
que você esteja considerando como enfoque mais importante na vida, saiba que Cristo
é superior a tudo no universo. Ele é a revelação perfeita de Deus, o sacrifício
final e completo pelo pecado, o mediador compassivo e compreensivo, e o único
caminho para a vida eterna.
Que, neste
trimestre, tenhamos plena compreensão da
realidade que a Epístola aos Hebreus nos transmite, e que possamos enxergar sem
nenhum bloqueio a supremacia de Cristo, a história e a vida sob a perspectiva
de Deus.
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Ev. Luciano de Paula
Lourenço
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