segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

LIÇÕES BÍBLICAS - 1° TRIMESTRE DE 2018


No 1º Trimestre letivo de 2018, estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “A Supremacia de Cristo – Fé, Esperança e Ânimo na Carta aos Hebreus”. As lições serão comentadas pelo Pr. José Gonçalves, e estão distribuídas sob os seguintes temas:

Lição 1 - A Carta aos Hebreus e a Excelência de Cristo.

Lição 2 - Uma Salvação Grandiosa.

Lição 3 - A Superioridade de Jesus em relação a Moisés.

Lição 4 - Jesus é Superior a Josué - O meio de entrar no Repouso de Deus.

Lição 5 - Cristo é Superior a Arão e à Ordem Levítica.

Lição 6 - Perseverança e Fé em Tempo de Apostasia.

Lição 7 - Jesus - Sumo Sacerdote de uma Ordem Superior.

Lição 8 - Uma Aliança Superior.

Lição 9 - Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança.

Lição 10 - Dádiva, Privilégios e Responsabilidades na Nova Aliança.

Lição 11 - Os Gigantes da Fé e o seu Legado para a Igreja.

Lição 12 - Exortações Finais na Grande Maratona da Fé.

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A Epístola aos Hebreus enfoca, entre outros assuntos importantes, “A Supremacia de Cristo”. Hebreus compara Jesus Cristo com o Antigo Pacto, e o apresenta como o cumprimento de todas as promessas messiânicas. Tal comparação visa demonstrar a supremacia de Cristo sobre tudo quanto o Antigo Testamento tem a oferecer. O tema que percorre a Epístola do princípio ao fim é: “Jesus Cristo é superior a....”. Sua superioridade é destacada de forma magistral: excede a Moisés, Josué, Arão, Melquisedeque, os profetas e os anjos. Ele é descrito como o Criador de todas as coisas, resplendor da glória e imagem de Deus; Aquele que tudo sustém com o seu poder, que nos purificou de todo o pecado e está assentado à destra de Deus. Ademais disso, a mensagem de Hebreus é que Jesus é o melhor, supremo e suficiente Salvador.

A Epístola aos Hebreus é singular no Novo Testamento por muitas razões. Ela é claramente endereçada à Itália ou escrita lá (Hb.13:24) para um grupo específico, provavelmente cristãos hebreus. Se a Itália é o destino desta Epístola, a perseguição sangrenta de Nero (64 d.C.) faz ela retroceder para, o mais tardar, meados de 64. É bastante provável que Hebreus tenha sido escrita entre 63 e 65 d.C.  Presume-se que originalmente Hebreus se dirigia a uma pequena igreja que se reunia numa casa e, portanto, não tinha vínculo com uma congregação grande e famosa que mantivesse viva a tradição de sua origem e destino.

Na seção doutrinária de Hb.1:4-10:18, o autor mostra como Jesus é superior aos anjos (Hb.1:4-2:18), aos líderes religiosos (Hb.3:1-4:13) e sacerdotes (Hb.4:14-7:28). O autor exorta aos seus destinatários a apegarem-se à sua nova fé, a encorajarem-se uns aos outros e aguardarem ansiosamente a volta de Cristo (Hb.10:19-25). São advertidos das consequências de rejeitar o sacrifício de Cristo (Hb.10:26-31) e lembrados das recompensas da fidelidade (Hb.10:32-39).

O autor explica como viver pela fé, citando exemplos de homens e mulheres fiéis na história de Israel (Hb.11:1-40), encorajando-os e exortando-os quanto ao cotidiano cristão (Hb.12:1-17). O autor conclui com exortações morais (Hb.13:1-17), um pedido de oração (Hb.13:18,19), uma bênção e saudações (Hb.13:20-25).

De modo geral, Hebreus trata da fantástica batalha que ocorre ao se trocar um sistema religioso por outro. Há a violenta ruptura dos antigos laços, os estresses e as tensões do afastamento e as enormes pressões exercidas sobre o renegado para voltar.

A Epístola foi escrita para o povo de origem judaica. Esses hebreus tinham ouvido o evangelho pregado pelos apóstolos e os outros durante a primeira fase da Igreja e tinham visto os poderosos milagres do Espírito Santo que confirmavam a mensagem. Eles tinham respondido às boas-novas de uma das três maneiras:

Ø  Alguns creram no Senhor Jesus e foram genuinamente convertidos.

Ø  Ouros professaram que se tornaram cristãos, foram batizados e assumiram seus postos nas igrejas locais. Contudo, nunca nasceram de novo pelo Espírito Santo de Deus.

Ø  Outros ainda, indiferentes, rejeitaram a mensagem da salvação.

Esta Epístola trata dos dois primeiros casos: os hebreus verdadeiramente salvos e os que nada tinham além de uma fachada de cristianismo. Quando um judeu deixava a fé de seus antepassados, era visto como vira-casaca e um apóstata, e muitas vezes era punido com uma ou mais das penas seguintes:

·        Privação do direito de herança pela família.

·        Excomunhão da congregação de Israel.

·        Perda de emprego.

·        Perda de bens.

·        Tormento mental e tortura física.

·        Ridicularização pública.

·        Prisão.

·        Martírio.

É evidente que sempre havia uma rota de fuga. Se esse judeu renunciasse a Cristo e voltasse ao judaísmo, seria poupado de novas perseguições. Como se lê nas entrelinhas desta Epístola, podemos detectar alguns fortes argumentos usados para persuadi-lo a retornar à antiga fé:

·        O rico patrimônio dos profetas.

·        O proeminente ministério dos anjos na história do antigo povo de Deus.

·        A associação com Moisés, o ilustre legislador.

·        Laços nacionais com Josué, o brilhante comandante militar.

·        A glória do sacerdócio de Arão.

·        O sagrado santuário que Deus escolheu para nele habitar entre seu povo.

·        A aliança da lei concedida por Deus por meio de Moisés.

·        Os utensílios divinamente escolhidos no santuário e o magnífico véu.

·        Os serviços no santuário, especialmente o ritual do grande dia da Expiação (Yom Kippur, o mais importante dia do calendário judaico).

Podemos praticamente ouvir os judeus do século I apresentando todas essas glórias de sua antiga e ritualística religião e depois perguntando com desdém: "O que vocês, cristãos, têm? Nós temos tudo isso. O que vocês têm? Nada senão uma simples sala, uma mesa e pão e vinho sobre a mesa! Vocês querem dizer que deixaram tudo aquilo por isso?".

A Epístola aos Hebreus é realmente uma resposta à pergunta: "O que vocês têm?". Em uma palavra, a resposta é Cristo. Em Cristo, temos:

·        Aquele que é maior do que os profetas.

·        Aquele que é maior do que os anjos.

·        Aquele que é maior do que Moisés.

·        Aquele que é maior do que Josué.

·        Aquele cujo sacerdócio é superior ao de Arão.

·        Aquele que serve em melhor santuário.

·        Aquele que apresentou melhor aliança.

·        Aquele cuja oferta de si, feita uma vez por todas, é superior aos repetidos sacrifícios de bois e cabritos.

Assim como as estrelas perdem o brilho diante da glória maior do sol, também os tipos e a intangibilidade do judaísmo tornam-se insignificantes diante da glória superior da pessoa e da obra de Jesus.

Havia ainda o problema da perseguição. Os que professavam ser seguidores do Senhor Jesus enfrentavam oposição amarga e fanática. Para os verdadeiros cristãos, isso poderia conduzir ao desalento e desespero. Eles, portanto, precisavam ser encorajados a ter fé nas promessas de Deus, precisavam de perseverança em vista do futuro galardão.

Para os que eram apenas cristãos nominais, havia o perigo da apostasia. Após professar ter recebido Cristo, eles poderiam renunciar a ele completamente e retornar à religião ritualística. Isso era tão ruim quanto pisotear o Filho de Deus, profanando seu sangue e insultando o Espírito Santo. Para esse pecado intencional, não havia arrependimento ou perdão. Contra esse pecado, há repetidas advertências:

·    Em Hb.2:1, ele é descrito como desviar-se da mensagem de Cristo.

·    Em Hb.3:7-19, é o pecado da provocação, ou de endurecer o coração.

·    Em Hb.6:6, é o cair ou cometer apostasia.

·    Em Hb.10:25, é deixar de congregar-se.

·    Em Hb.10:26, é o pecado deliberado ou voluntário.

·    Em Hb.12:16, é mencionada a venda do direito de primogenitura por uma simples refeição.

·    Em Hb.12:25, é chamado recusa em ouvir aquele que está falando do céu.

Mas todas essas advertências referem-se aos diferentes aspectos do mesmo pecado: a apostasia.

A mensagem de Hebreus, portanto, é oportuna hoje como foi no primeiro século da Igreja. Precisamos ser constantemente lembrados dos privilégios e das bênçãos eternas que são nossas em Cristo. Necessitamos de coragem para perseverar, apesar da oposição e das dificuldades. E todos os que professam ser cristãos precisam ser alertados contra o retorno à religião de cerimoniais depois de ter provado e visto que o Senhor é Bom.

A mensagem de Hebreus foi importante para os judeus cristãos, e também é importante para nós hoje. À semelhança deles, precisamos perceber que Cristo é o nosso grande Sumo Sacerdote, Aquele para quem apontavam todo o rito e cerimoniais do judaísmo.

Independentemente do que você esteja considerando como enfoque mais importante na vida, saiba que Cristo é superior a tudo no universo. Ele é a revelação perfeita de Deus, o sacrifício final e completo pelo pecado, o mediador compassivo e compreensivo, e o único caminho para a vida eterna.

Que, neste trimestre, tenhamos plena  compreensão da realidade que a Epístola aos Hebreus nos transmite, e que possamos enxergar sem nenhum bloqueio a supremacia de Cristo, a história e a vida sob a perspectiva de Deus.

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Ev. Luciano de Paula Lourenço

 

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