terça-feira, 29 de outubro de 2013

Aula 05 – ALÉM DAS VERDADES FUNDAMENTAIS

4º Trimestre/2013
Revista: Educação Cristã Continuada


Texto Básico: Hb 6:1-6

Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição...” (Hb 6:1)


INTRODUÇÃO
Em Hebreus 6:1,2, o autor mostra algumas doutrinas que são básicas, ou fundamentais que outras. Ele as consideram como “ensinos elementares” ou “rudimentos”(RAC) a respeito de Jesus Cristo. Nestes textos, os cristãos hebreus são exortados a deixar de lado os “rudimentos [princípios elementares - ARA] da doutrina de Cristo”. Entende-se que isso se refere às doutrinas básicas da religião ensinadas no Antigo Testamento e destinadas a preparar Israel para a vinda do Messias. Essas doutrinas estão listadas na última parte do versículo 1 e no versículo 2; elas não completavam o Cristo ressurreto e glorificado; eram ensinos de natureza elementar que formavam a base para a construção posterior. A exortação é para deixar esses princípios básicos, não no sentido de abandoná-los como inúteis, mas de avançar deles para a maturidade. Estabelecido o fundamento, o próximo passo é construir sobre ele. As grandes verdades do Novo Testamento quanto a Cristo, sua pessoa e obra representam o ministério da maturidade.
I. EDIFICAÇÃO
1. Enxergando o alvo. Um dos objetivos essenciais da nossa vida como cristão é alcançar a verdadeira maturidade espiritual, mas infelizmente, muitos cristãos se recusam a crescer; outros parecem perdidos pelo caminho, alguns andando em círculos, sem conseguir ir em frente. Isso é falta de assimilação e prática daquilo que foi ensinado. Os fundamentos da nossa experiência cristã precisam estar bem firmes para irmos além das verdades fundamentais. O período do judaísmo foi um período de infância espiritual; o cristianismo representa a fase adulta.
Em Hebreus 6:1,2 o autor critica os crentes que não haviam saído dos rudimentos da fé, contentando-se apenas em saber a respeito do “arrependimento de obras que estão mortas e de fé em Deus, da doutrina do batismo e da imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno“. O autor alerta a esses cristãos que não cederia à imaturidade deles, provendo-os somente com “leite”, porque apresentar as doutrinas básicas sob uma nova forma não os ajudaria a resistir à tentação de se desviar de Cristo. Eles deviam ganhar um entendimento mais profundo, movendo-se para além dos rudimentos da doutrina de Cristo.
Naturalmente, “deixar” esses ensinamentos não significa que os crentes não precisassem mais deles; certamente, os ensinamentos elementares são essenciais para que todos os crentes entendam.
Isso se aplica a todos os cristãos da atualidade, ou seja, “devemos crescer e continuar sempre crescendo, pois se lançarmos continuamente os alicerces de uma obra não haverá progresso. Já não somos mais principiantes na fé, devemos estar entre os que ocupam o nível mais elevado: aqueles que não precisam mais que as primeiras lições lhes sejam sempre repetidas”.
Todavia, vivemos dias tão difíceis que a realidade dos tempos apostólicos é apenas um ideal a ser atingido. Por incrível que pareça, esses temas criticados pelo escritor aos Hebreus são desconhecidos de grande parte dos que cristãos dizem ser. Diante desta realidade de esmaecimento espiritual por que passa o cristianismo hoje, quando observamos os dias dos apóstolos, vemos que os crentes considerados atrasados e de desenvolvimento espiritual comprometido eram crentes que, se vivessem nos nossos dias, seriam tidos como os crentes mais espirituais de sua congregação.
2. Como alcançar o alvo –E isso faremos, se Deus o permitir” (Hb 6:3). O autor exorta a esses cristãos Hebreus que eles precisavam ir além dos princípios básicos de sua fé para um entendimento de Cristo como o Sumo Sacerdote perfeito e o cumprimento de todas as profecias do Antigo Testamento. Em vez de discutirem sobre os méritos respectivos do judaísmo e do cristianismo, eles precisavam buscar um entendimento mais profundo de Deus, estudando os conceitos mais difíceis de sua Palavra.
Observe que o autor expressa o desejo de ajudá-los a fazer isso, se Deus permitir. Contudo, o fator limitante está do lado deles, e não de Deus. Deus os capacitará a avançar para alcançar o alvo, a saber, a maturidade espiritual, mas eles precisam exercitar a verdadeira fé e a perseverança, de forma contínua sob a influência do Espirito Santo. Isso se aplica a todos os cristãos da atualidade, ou seja, para alcançarmos o alvo exige-se esforço e também a intervenção contínua do poder atuante do Espírito Santo em nossa vida.
3. Prosseguindo. Na caminhada em busca da maturidade espiritual, ou seja, alcançar a completa estatura de Cristo, muitos cristãos ainda estão envolvidos com os princípios elementares da fé, os primeiros ensinamentos. Precisam sair de onde estão se querem alcançar o alvo proposto; precisam crescer e continuar sempre crescendo, pois se lançarmos continuamente os alicerces de uma obra não haverá progresso. Já não somos mais principiantes na fé, devemos estar entre os que ocupam o nível mais elevado: aqueles que não precisam mais que as primeiras lições lhes sejam sempre repetidas.
Paulo tinha consciência deste esforço em prosseguir para o alvo. Disse ele: “prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:14). O objetivo de Paulo era conhecer a Cristo, ser como Cristo, e ser tudo o que Cristo tinha em mente para ele. Esse objetivo absorvia a sua energia. Isto fornece um exemplo útil: não devemos permitir que nada desvie os nossos olhos do alvo que é conhecer a Cristo; o pleno conhecimento de Cristo é o prêmio final pelo qual os crentes alegremente deixam de lado todas as outras coisas. Com a simplicidade de um atleta em treinamento, devemos deixar de lado tudo que seja prejudicial e abandonar tudo o que possa impedir o nosso crescimento espiritual.
É bom ressaltar que nesta caminhada rumo à maturidade cristã, precisamos saber que o fundamento da igreja – de todos os crentes – é Jesus Cristo. Foi Paulo quem disse: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co 3:11). Portanto, para prosseguir na busca da maturidade espiritual é necessário que estejamos fundamentados em Cristo.
II. BASE ESPIRITUAL (Hb 6:1,2)
Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno”.
O “fundamento” doutrinário foi assentado no Antigo Testamento e incluiu os seus ensinamentos básicos listados. Eles constituem o ponto de partida, a Base Espiritual. Esses primeiros princípios representavam o judaísmo e eram preparatórios para a vinda de Cristo.  Os cristãos não deveriam satisfazer-se com isso, mas avançar para a revelação mais completa que tinham agora em Cristo. Os leitores são incitados a passar “da sombra para a substância, do tipo para o antítipo, da casca para a semente, das formas mortas da religião de seus ancestrais para as vivas realidades do Cristo”.
Nada indica, entretanto, que esses ensinamentos constituíam a totalidade do ensino cristão para os crentes da igreja primitiva, embora fossem os fundamentos. Consideremos esses ensinamentos como pedras fundamentais da base de um edifício (a maturidade cristã).
Essas seis pedras são divididas basicamente em três grupos de duas cada uma: as duas primeiras, a base, são as condições para se tornar um cristão; as duas seguintes são exemplos de práticas na vida cristã; e, as duas últimas, são as doutrinas relacionadas ao futuro. Vamos analisar, suscintamente, essas pedras que formam a base espiritual da vida cristã.
1. Arrependimento.  A primeira doutrina do Antigo Testamento, mencionada pelo escritor aos Hebreus é o “arrependimento de obras” que estão “mortas”. Isso foi constantemente pregado pelos profetas, assim como pelo precursor do Messias. Todos eles clamaram ao povo a deixar suas obras, que estavam “mortas” no sentido de que eram destituídas de fé. “Obras mortas” também podem se referir às obras que inicialmente eram corretas, mas que agora são “mortas” desde a vinda de Cristo. Todos os serviços relacionados à adoração no Templo, por exemplo, tornaram-se obsoletos com a obra de Cristo concluída.
O arrependimento é o primeiro fundamento para se tornar um cristão. O Senhor Jesus quando esteve na Galiléia, no início de seu ministério, ele pregou a mensagem básica para se entrar no Reino de Deus: o arrependimento (Mc 1:15). Para os homens ser qualificados a entrar no reino teriam de dar meia-volta na vida de pecado e crer nas boas-novas acerca do Senhor Jesus.
O verdadeiro arrependimento implica na mudança de atitude e conduta daquele que pecou; é uma firme decisão interior, uma verdadeira mudança de mente, de direção; começa com choro, humilhação e quebrantamento diante de Deus (ler 2Cr 7:14). Aliás, arrependimento é a tristeza profunda e suficiente para não repetir o erro. A orientação amorosa do Senhor Jesus é: “vai-te e não peques mais” (João 8:11). Deus restaura o pecador que verdadeiramente se arrepende e muda de atitude.
Portanto, o arrependimento dos pecados é o primeiro elemento da nossa experiência cristã; e ele é originado pela ação da Palavra de Deus no coração do pecador. Hoje vemos a pregação da fé sem o arrependimento e da salvação sem a conversão; vemos muita adesão e pouca conversão, muito ajuntamento e pouco quebrantamento. O pragmatismo com a sua numerolatria está em voga hoje. Muitos pregadores abandonaram a pregação bíblica para alcançar um número maior de pessoas. Pregam o que o povo quer ouvir e não o que ele precisa ouvir. Pregam sobre cura e prosperidade e não sobre salvação. Pregam para agradar e não para conduzir ao arrependimento. Desta forma, multidões estão entrando para a igreja sem conversão. A Palavra de Deus tem sido deixada de lado para atrair as pessoas e isso é um mal.
2. Fé em Deus. A segunda doutrina que o escritor aos Hebreus menciona é a “Fé em Deus”. De novo trata-se de uma ênfase do Antigo Testamento. No Novo Testamento, Cristo é quase invariavelmente apresentado como o Objeto da fé. Não que isso substitua a fé em Deus; mas a fé em Deus que deixa Cristo fora tornou-se inadequada.
A Fé é um elemento fundamental na vida espiritual do crente, a ponto de a Bíblia dizer que sem fé é impossível agradar a Deus (cfr. Hb 11:6a).
A salvação é um dom da Graça de Deus, mas somente podemos recebê-la em resposta à fé, do lado humano. A Fé origina-se como uma semente que o Espírito Santo lança no coração do homem quando este ouve a Palavra de Deus. Esta semente germinada representa a fé salvífica. Todo o processo de crescimento, em suas diversas etapas, ou estágios, se fará a partir da fé salvífica.
Na caminhada para o Céu, a “fé” é o combustível; e sem esta fé jamais se conseguirá chegar ao destino, ao fim das nossas almas: a salvação.
3. Batismos. A terceira doutrina mencionada pelo autor aos Hebreus: “batismos”. O ensino sobre os “batismos” não se se refere ao batismo cristão, mas à cerimônia de lavagens, que era uma figura de destaque na vida religiosa dos sacerdotes e do povo de Israel. Para o “batismo” cristão, originalmente, a palavra usada geralmente é babtisma”; Em Hb 6:2 é “babtismoí”, que significa “rituais de lavagem”.
O batismo é uma ordenança dada à Igreja. É preciso destacar três tipos básicos de batismos:
a) Batismo no corpo de Cristo, através do novo nascimento (1Co 12:11,13). Realizado pelo Espírito Santo. No batismo pelo Espírito Santo, o batizador é o Espírito de Deus (1Co 12:13); o batizando é o novo convertido; e, o elemento em que o recém-convertido é imerso é a igreja, como corpo místico de Cristo (1Co 12:27; Ef 1:22, 23), ou seja, o crente, ao ser salvo, passa a integrar o povo de Deus, o corpo de Cristo, passa a pertencer à “nação santa” , ao “povo adquirido” (1Pe 2:9). Portanto, o Espírito Santo realiza esse batismo espiritual no momento da nossa conversão, inserindo o crente na Igreja. Portanto, todos os salvos são batizados "pelo" Espírito Santo para pertencerem ao corpo de Cristo: a Igreja.
b) Batismo nas águas (Mt 6:1-4), como uma evidência da nossa experiência com Cristo. Ao instituir a Igreja, Jesus não só constituiu o governo da Igreja, como as suas funções, como também determinou que a Igreja realizasse dois ritos, duas cerimônias: o batismo nas águas e a ceia do Senhor. Por isso, estas duas atividades da Igreja são denominadas de “ordenanças”, porque são ordens dados pelo Senhor para a Igreja.
A primeira ordenança de Cristo é o batismo nas águas, que é uma ordem a ser cumprida por quem se arrependeu dos seus pecados (At 2:38) e receberam de bom grado a Palavra de Deus (At 2:41). É uma confissão pública que se faz da conversão e do novo nascimento. Deste modo, não podem ser batizadas crianças recém-nascidas, vez que não têm o discernimento do que é, ou não, pecado e, portanto, não podem se arrepender dos seus pecados, como também não podem ser batizadas pessoas que não tenham demonstrado que, efetivamente, creram no Evangelho e nasceram de novo. Só é lícito o batismo daquele que realmente creu de todo o seu coração (At 8:37). O batismo não é para salvação, mas, sim, para o salvo. É uma declaração que o salvo faz de que faz parte da Igreja, de que tem Jesus como seu Senhor e Salvador.  
c) Batismo com o Espírito Santo, que é um revestimento de poder (Mt 3:11).E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”.
A promessa do batismo com ou no Espírito Santo foi feita no Antigo Testamento(Jl 2:28-32) e cumprida no Novo Testamento(At 2:1-4), e permanece em nossos dias. É um revestimento de poder, com a evidência física inicial das línguas estranhas para o ingresso do crente numa vida de profunda adoração e eficiente serviço a Deus (Lc 24:49; At 1:8; 10:46; 1Co 14:14, 26). Essa promessa é concedida a todos os que creem em Cristo, e não há qualquer versículo no Novo Testamento que comprove que essa experiência ficou restrita à época dos discípulos. É algo a ser vivenciado pela Igreja em nossos dias.
O texto de Mateus 3:11 foi proferido por João Batista. João batizou com água, para arrependimento; água era cerimonial e não tinha nenhum efeito purificador; o arrependimento, apesar de sincero, não trazia uma pessoa à total salvação. João via seu ministério como preparatório e parcial. O Messias ofuscaria totalmente João. Ele seria mais poderoso, mais digno, seu trabalho alcançaria uma área mais longínqua, pois ele batizaria “com o Espírito Santo e com fogo”.
Alguns ensinam que o batismo com o Espírito Santo e o batismo com fogo fazem parte do mesmo acontecimento. Ou seja, muitos ensinam que o batismo com fogo poderia se referir às línguas de fogo que apareceram quando o Espírito Santo foi dado no Pentecostes. À luz de Mateus 3:12, que equipara o fogo com julgamento, provavelmente não – “Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará”.
Imediatamente após essa referência ao batismo com fogo, João fala de julgamento. O Senhor é descrito usando uma “pá” para lançar o debulho ao vento. O “trigo” (os verdadeiros cristãos) cai diretamente no chão e é carregado para o “celeiro”. “A palha” (os descrentes) é carregada por uma curta distância pelo vento e então ajuntada e queimada “em fogo inextinguível”. O fogo no versículo 12 significa julgamento, e tendo em vista que esse versículo é uma ampliação do versículo 11, é razoável concluir que o batismo com fogo é um batismo de julgamento (William Macdonaldo - Comentário Popular – Novo Testamento).
4. A quarta doutrina mencionada pelo autor: “imposição de mãos” (Hb 6:2). O ritual de “imposição de mãos” é descrito em Levítico 1:4; 3:2; 16:21. O ofertante, ou o sacerdote, impunha as mãos sobre a cabeça de um animal como ato de identificação. Simbolicamente, o animal levava os pecados do povo que estavam associados a ele. Essa cerimônia simbolizava expiação vicária.
Não acreditamos que haja neste ponto alguma referência à imposição de mãos como praticada pelos apóstolos e outros na igreja primitiva (At 8:17; 13:3; 19:6). A imposição de mãos é uma prática cristã que a Palavra de Deus considera uma verdade fundamental. Jesus impôs as mãos sobre as crianças, abençoando-as (Mc 10:16).
5. A quinta doutrina mencionada: “Ressurreição dos mortos”. No Antigo Testamento, a “ressurreição dos mortos” é ensinada em Jó 19:25-27, Salmos 17:15, Daniel 12:2, deduzida em Isaías 53:10-12. O que se vê indistintamente no Antigo Testamento é revelado do modo claro no Novo Testamento (1Co 15:12-28), e que é manifesta, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho (2Tm 1:10).
A palavra ressurreição significa a nova união da alma e espírito com o corpo liberto do poder da morte. Essa verdade fundamental é o elemento mais importante da vida cristã. É a maior esperança da Igreja. Sem essa esperança seria vã a nossa fé.
A Bíblia é bastante clara quanto à ressurreição, e esta esperança era viva na vida de cada servo do Senhor; além de ser assunto da pregação do evangelho. Infelizmente muitos pastores deixam de lado este assunto, envolvidos pelo materialismo e levando o rebanho para um “outro evangelho”.
6. A sexta doutrina mencionada: “Juízo eterno”. Na relação que o escritor aos Hebreus faz das doutrinas básicas do ensino da Palavra, o último é, precisamente, o referente à doutrina do juízo eterno (Hb 6:2), que seria como que a “última disciplina” a ser ensinada num curso de discipulado no princípio da Igreja. A verdade fundamental do Antigo Testamento era o “juízo eterno” (Sl 9:17; Is 66:24).
O apóstolo Paulo em seu discurso em Atenas, no Areópago, foi explícito: “porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos (At 17:31).
O Novo Testamento menciona sete categorias de Julgamentos definitivos:
a) Julgamento da Igreja (2Co 5:10). O julgamento da Igreja é o chamado “Tribunal de Cristo”, que ocorrerá logo após o arrebatamento, antes das Bodas do Cordeiro. Acontecerá nas regiões celestiais. Neste tribunal, os crentes serão julgados pelas obras que tiverem feito por meio do corpo, ou bem, ou mal (Rm 14:10; 2Co 5:10). Os critérios do julgamento e o seu tratamento são descritos em 1Co 3:12-15.
b) Julgamento de Israel (Ez 20:34-38;Ml 3:2-5). O segundo julgamento é o julgamento de Israel, o povo escolhido de Deus. A Grande Tribulação será o instante em que Deus tratará com a nação israelita e, ao término da Grande Tribulação, Deus terá provado este povo e só o remanescente será salvo (Rm 9:27).
c) O Juízo sobre o Anticristo e o Falso profeta. Assim está narrado o fim do Anticristo e do Falso profeta: "E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e enxofre" (Ap 19.20). Portanto, o Anticristo e o Falso profeta, na batalha do Armagedon, serão aniquilados pela espada que sai da boca de Cristo (isto é, por sua Palavra), e serão lançados vivos no lago de fogo e enxofre, que é o inferno propriamente dito (Ap 19:20). É o fim das duas “bestas”.
d) Julgamento das Nações (Mt 25:31-46). Esse julgamento acontecerá na terra sobre aqueles que sobreviveram ao Armagedon. Serão julgados com base no tratamento dado a mensagem do Reino, aos seus mensageiros e ao modo como trataram a nação de Israel. Esse julgamento terá como finalidade apartar os “bodes” das “ovelhas”, ou seja, decidir quem passará com Cristo o Reino milenial e quem não passará o milênio, ficando a aguardar o julgamento final e definitivo.
e) Julgamento dos anjos maus (1Co 6:3;Jd 6). Judas revela o fato de que anjos serão trazidos a julgamento: “e aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia” (Jd 6). Serão julgados e condenados ao lago de fogo juntamente com o Diabo, logo após o Milênio e antes do juízo do Trono Branco (Mt 25:41).
f) O Juízo sobre o Dragão (Ap 20:9). Quando se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as nações hostis a Cristo que há nos quatro cantos da Terra, chamados de Gogue e Magogue(Ap 20:7-8). Aqui, Gogue e Magogue não devem ser confundidos com os dos textos de Ezequiel 38-39. Na passagem do Antigo Testamento, Magogue é um território extenso ao norte de Israel, e Gogue é seu governante. Neste texto de Apocalipse, as palavras se referem às nações do mundo em geral. Em Ezequiel, o contexto é pré-milenar; Em Apocalipse, é pós-milenar.
Após os exércitos de Satanás ser devorados por Cristo, Satanás será, para sempre, destruído, esmagado – “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo sempre” (Ap 20:10). O julgamento divino é a destruição e ruína total de Satanás. No inferno (o lago de fogo e enxofre), ele não reinará, sendo sempre atormentado, dia e noite, eternamente.
g) Julgamento do Grande Trono Branco (Ap 20:11-15). Este é o chamado “Julgamento Final” ou “Juízo Final” ou, ainda, o “Juízo do Trono Branco”, que terá lugar depois do término do reino milenial de Cristo. Logo após os rebeldes serem devorados pelo fogo do céu que cairá sobre os exércitos que estarão a cercar o lugar santo em Israel, terá findado a história humana. O tempo deixará de existir e Deus chamará à sua presença todos os seres humanos que foram criados e que ainda não tinham sido julgados até então, ou seja, todo ser humano que não pertence nem à Igreja, nem ao Israel salvo e nem ao grupo dos mártires da Grande Tribulação, que já terão sido julgados. Estes outros homens são os que serão levados a julgamento neste último grande tribunal da história.
CONCLUSÃO
Para continuar a amadurecer em nossa compreensão, precisamos ir além (mas não para longe) dos ensinos elementares, tendo uma compreensão mais completa da fé. E isto é o que o escritor aos Hebreus pretende que seus leitores façam (Hb 6:3). Os cristãos maduros devem ensinar as doutrinas básicas aos novos cristãos. Então, agindo de acordo com o que conhecem, os que são maduros aprenderão ainda mais da Palavra de Deus.
------- 
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista.
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.



domingo, 27 de outubro de 2013

Aula 05 – O CUIDADO COM AQUILO QUE FALAMOS


4º Trimestre/2013

Revista: CPAD
Texto Básico: Provérbios 6:16-19; 15:1,2,23; 16:21,24

“Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos” (Pv 16:24)










INTRODUÇÃO

Das sete atitudes que Deus abomina, registradas em Provérbios 6:16-19, três têm a ver com o mau uso das palavras; talvez por isso o livro de Provérbios dê tanto destaque a este tema. É válido atentar para a advertência de Tiago 1:19: “Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar” (Tg 1:19). Quanto menos falar, menos risco em tropeçar. Alerta o sábio: “No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente” (Pv 10:19). Mas, é bom enfatizar que falar pouco não significa se omitir. Precisamos falar o necessário, na hora certa e de forma eficaz, sem “jogar conversa fora”.

I.  O PODER DAS PALAVRAS


Quero alertar os professores, alunos e os demais leitores deste blog que o “poder das palavras” referido aqui nada tem a ver com o que a falaciosa teologia da “confissão positiva” diz sobre isso. A Confissão Positiva é uma heresia indissociável da falaciosa Teologia da Prosperidade, as duas andam juntas, isto porque o “poder das palavras”, aquilo que eu confesso com a minha boca é a base para recebermos os demais benefícios pregados pelos adeptos deste movimento: riqueza, saúde plena e ausência de sofrimento. O seu ensino herético resume-se na máxima já bastante conhecida no meio evangélico: “Há poder em suas palavras!”. O ensino consiste em dar um significado mágico as nossas palavras, de forma que, se eu digo (confesso) a coisa certa, tudo dará certo, porém, se eu digo algo negativo, isto me trará problemas. Portanto, os adeptos chegam a praticar um novo modelo de oração, onde não se pede, “determina-se”,“decreta-se”,“toma-se posse”, e condena-se a atitude de perseverar em oração por algo, como sendo falta de fé. Segundo os pregadores deste movimento, uma verdadeira atitude de fé está no ato de “decretar” e “crer” que aquilo acontecerá; segundo este movimento, isto é que é fé, a fé do tipo que Deus teve ao criar o mundo, quando ele disse “Haja!”; e o que ele disse (confissão positiva) aconteceu.

Isso é ridículo e abominável! A Bíblia não atribui nenhum poder “mágico” às nossas palavras. O poder pertence a Deus e não as nossas palavras (Sl 62:11). Isto vai totalmente de encontro ao que Jesus ensinou (Mt 6:10; 26:39,42) e os apóstolos também (At 18:21; 1Co 4:19; 16.7; Hb 6:3; Tg 4:13-16). Decretar ou determinar são prerrogativas de quem tem autoridade, de quem detém o poder (2Sm 15:15; Ed 6:13; Et 1.20; Ec 8:3,4). Na oração, nós somos os súditos e o rei é Jesus, o único que pode decretar alguma coisa (Sl 62:11; Mt 28:18). Este ensino do “poder das palavras” deriva-se de uma outra heresia do movimento, que é o ensino de que o homem é um semideus. O modelo de oração ensinado na Bíblia não decreta nem determina, antes, se submete humildemente à vontade soberana de Deus. Diz o apóstolo João: “E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1João 5:14).

1. Palavras que matam.A morte e a vida estão no poder da língua” (Pv 18:21). Ninguém ignore o os efeitos das palavras. Elas nos animam ou nos deixam arrasados. Elas nos levam ao arrependimento ou ao pecado. Elas nos fazem aceitar o que é certo ou nos levam a admitir o que é errado. Tiago 3:6 diz que a língua “é um fogo”. As nossas palavras podem incendiar a nossa vida, destruir tudo o que construímos ao longo de nossa existência. Quantos ideais de vida e projetos não tem sido destruído por causa de palavras mal ditas! Quantos casamentos já não se acabaram por causa de palavras ofensivas! Quantos já nãos se desviaram e abandonaram a igreja por causa de palavras ditas precipitadamente por aqueles que deveriam amparar! O perdão é o remédio eficaz para palavras venenosas, que ferem e que matam.

2. Palavras que vivificam. “... a língua dos sábios é saúde” (Pv 12:18). A língua do sábio é medicina para os doentes, bálsamo para os aflitos, tônico para os cansados e fonte de vida para os que jazem prostrados. A língua dos sábios é o veículo que transporta a verdade e o canal que conduz a esperança. O sábio é aquele que fala a verdade em amor. Da boca do sábio não saem palavras torpes, apenas palavras para a edificação, conforme a necessidade, transmitindo graça aos que ouvem. Nossa língua transporta vida ou é instrumento de morte? Pense cada um consigo mesmo. (1)

II. CUIDADOS COM A LINGUA


1. Evitando a tagarelice (Pv 12:18). “Tagarelice é como pontas de espada”. Tagarelice é falar pelos cotovelos. É falar ao vento. É falar sem pesar nas consequências de sua fala. É ser irresponsável com a mordomia da comunicação. A língua do tagarela fere como pontas de espada. Destrói como veneno e devasta como fogo. A língua do tagarela transporta a morte, e não a vida, pois semeia inimizade entre os irmãos e provoca contendas entre as pessoas. A língua do tagarela é como um cavalo selvagem desenfreado e como um navio em alto-mar desgovernado. Ambos são agentes de morte, e não de vida. (2)

Deus advertiu ao povo de Israel: “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo”(Lv 19:16). Ele também advertiu algumas tagarelas que se infiltraram na igreja de Éfeso: “Além do mais, aprendem também a viver ociosas andando de casa em casa; e não somente ociosas, mas ainda tagarelas e intrigantes, falando o que não devem” (1Tm 5:13). No Salmo 101:5, Deus diz: “Aquele que difama o seu próximo às escondidas, eu o destruirei”. Deus é de opinião que pessoas tagarelas não O reconhecem estando entregues aos seus pensamentos corrompidos. Ele equipara as pessoas difamadoras com aqueles que não merecem confiança.

Além disso, as fofocas não precisam ser obrigatoriamente mentirosas. Muitos pensam: “O assunto é verdade, por isso posso contá-lo a todos”. Mas isto não está certo! Dizer a verdade com falsos motivos pode ter efeito ainda mais funesto do que falar inverdade. (4)

2. Evitando a maledicência (Pv 6:16-19).Estas seis coisas aborrece o SENHOR, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, e língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente, e coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal, e testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos”.

“contenda entre os irmãos” significa maledicência. Muitas contendas entre os crentes são idealizadas por Satanás. Ele é o maior semeador de contendas entre os irmãos, mas o que ele faz na maioria das vezes é "aproveitar a nossa lenha para fazer sua fogueira". O seu maior desejo é ver o povo de Deus lutando consigo mesmo, quando deveríamos, juntos, lutar contra as forças das trevas.

III. O BOM USO DA LINGUA


1. Quando a língua edifica o próximo. Palavras agradáveis e adequadas, no momento certo, proporcionam edificação espiritual e moral no próximo. Diz o sábio: “Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo” (Pv 16:24). Como servos de Deus, somos desafiados a usar nossas palavras como um meio para ajudar o nosso próximo, através de exortações e bons conselhos. O aconselhamento é um grande serviço que a igreja deve prestar em seu seio. A Igreja tem de se preocupar com a conduta dos homens que a integram e dos que vivem ao seu redor. Não se trata de impor atitudes aos outros, nem tampouco de conquistar o poder de fazer com que os outros ajam desta ou daquela maneira. Muito pelo contrário, trata-se de uma manifestação do amor divino que está no coração de cada membro em particular do corpo de Cristo. Trata-se de sentir compaixão pelos seres humanos e, por causa disto, dar opiniões, ensinos ou avisos a eles sobre o que deve ser feito no cotidiano, no viver debaixo do sol. O único e verdadeiro aconselhamento é aquele que é baseado na Verdade, ou seja, na Palavra de Deus. Se aconselhar é dar ou pedir conselhos e o conselho genuíno e autêntico é aquele que tenha, simultaneamente, base racional e espiritual, a Igreja é o único povo, na atual dispensação, que pode, validamente, aconselhar a humanidade, pois só ela tem condições de orientar os homens no caminho em que devem andar. Diz o sábio: “... com os que se aconselham se acha a sabedoria(Pv 13:10).

2. Nossa língua adorando a Deus. Nossa maneira de falar nos identifica, revelando o nosso verdadeiro eu, pois a boca fala do que o coração está cheio (Mt 12:34). É do coração, ou seja, do intimo do ser humano que procedem os males. Certa vez, Pedro foi identificado como alguém que esteve com Jesus somente pelo seu linguajar (Mt 26:73). Sua fala evidencia que você é um cristão?

Lembre-se que no simples conversar com alguém, podemos estar adorando a Deus, podendo o interlocutor perceber a pureza de nosso coração através das palavras que proferimos. A língua do justo é manancial perene de sabedoria; por meio dela, os homens aprendem os caminhos da vida. Porém, a língua do perverso, que será desarraigada, maquina o mal, e toda a sua instrução produz incredulidade, rebeldia e desastre. Precisamos falar aquilo que glorifica a Deus, edifica as pessoas e promove o bem. “A boca do justo produz sabedoria em abundância, mas a língua da perversidade será desarraigada. Os lábios do justo sabem o que agrada, mas a boca dos ímpios anda cheia de perversidades” (Pv 10:31,32). Guardemos, pois, a nossa língua. Sejamos vigilantes e temperantes no momento de proferir palavras. Lembre-se: Deus procura verdadeiros adoradores, e não somente adoração.

IV. CONSELHOS AO ALUNO E AO MESTRE


1. Fale o que é bom e oportuno. A palavra de Deus é categórica: “Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar...” (Tg 1:19). Muito transgride quem fala para depois pensar, fala sem refletir e fala mais do que o necessário.  Diz o sábio:

·       “Na multidão de palavras não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente” (Pv 10:19).

·       “Até o tolo, quando se cala, é tido por sábio” (Pv 17:28).

2. Pense antes de falar. Há um ditado popular que diz: “Em boca fechada não entre mosquito”. Falar sem pensar é consumada tolice. Responder antes de ouvir é estultícia. Proferir palavras torpes e desandar a boca para espalhar impropérios e maldades é perversidade sem tamanho. Esse não pode ser o caminho do justo. Uma pessoa que teme a Deus reflete antes de falar, sabe o que falar e como falar. Sua língua não é fonte de maldades, mas canal de bênção para as pessoas. Diz o sábio:

·       “O coração do justo medita o que há de responder, mas a boca dos ímpios derrama em abundância coisas más” (Pv 15:28).

3. Fale com temperança. Quem sabe conversar com calma demonstra inteligência. Quem ouve e analisa antes de emitir sua opinião, pode falar com mais eficácia. Diz o sábio:

·       “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15:1).

Observe uma coisa interessante, o sábio nos mostra aqui que não é a palavra branda que desvia o furor, mas a resposta branda. Isso é mais do que ação, é reação. Mesmo diante de uma ação provocante, a pessoa tem uma reação branda. É como colocar água na fervura e acalmar os ânimos. Em outras palavras, é ter uma reação transcendental. O oposto disso é a palavra dura e deselegante.

·       “... a língua branda quebranta os ossos” (Pv 25:15).

4. A boca do justo é fonte de sabedoria. A boca do justo é uma fonte de vida; a do perverso, uma cova de morte. Quando o justo abre a boca, jorra a sabedoria como água fresca para o sedento; quando o perverso fala, sua língua é fogo que destrói e veneno que aniquila. A sabedoria do justo leva os homens a olharem para a vida com os olhos de Deus, a sentirem com o coração de Deus e a agirem para a glória de Deus. A maldade do perverso, ao contrário, afasta os homens de Deus e os seduz para um caminho de transgressão, cujo paralelo final é a morte.

A língua é como o leme de um navio: pode conduzi-lo em segurança para o seu destino, ou pode direcioná-lo para rochas submersas e provocar um grande naufrágio. Nossa língua deve ser um manancial de sabedoria, e não um instrumento de iniquidade; um bálsamo do céu para os aflitos, e não um chicote de tortura para os abatidos. (3). Diz o sábio:

·       “A boca do justo produz sabedoria em abundância, mas a língua da perversidade será desarraigada. Os lábios do justo sabem o que agrada, mas a boca dos ímpios anda cheia de perversidades” ( Pv 10:31,32).

CONCLUSÃO


Nos dias em que vivemos, em que vigora no mundo um "relativismo ético", em que, cada vez mais, as pessoas estão perdendo a noção de verdades absolutas, em que "tudo é relativo", é preciso lembrarmos que o falar do crente deve ser sim, sim, não, não, e o que sai disto é de procedência maligna(Mt 5:37). Quantos de nós são descuidados com o que falam e quantos acabam falando algo de suas cabeças como se fossem palavras vindas da parte do Senhor! Tais palavras estão todas colocadas diante de Deus e o Senhor requererá de seus pronunciadores uma atitude de arrependimento sem o que poderão até perder a salvação. Equivocam-se os faladores da atualidade que acham que suas palavras não são levadas em conta pelo Reto e Supremo Juiz. Não só nossas ações, mas também nossas palavras são levadas em conta diante de Deus. Tenhamos muito cuidado com o que falamos, pois tudo está sendo anotado perante o Senhor  - “Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juízo” (Mt.12:36). Que possamos dizer como Jó: “Nunca os meus lábios falarão injustiça, nem a minha língua pronunciará engano” (Jó 27:4). Que este seja o nosso compromisso de todos os membros da igreja, na presença de Deus!

------

Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Revista Ensinador Cristão – nº 56 – CPAD.

Comentário Bíblico Beacon – v.3. CPAD.

(1)            Gotas de Sabedoria para a alma – Rev. Hernandes Dias Lopes.

(2)            Gotas de Sabedoria para a alma – Rev. Hernandes Dias Lopes.

(3)            Gotas de Sabedoria para a alma – Rev. Hernandes Dias Lopes.

(4)            Pr. Ricardo Oliveira César - Um guia para viver bem – Estudos no Livro de Provérbios

domingo, 20 de outubro de 2013

Aula 04 – LIDANDO DE FORMA CORRETA COM O DINHEIRO


4º Trimestre/2013

 
Texto Básico: Pv 6:1-5; Pv 30:8,9

 
“Compra a verdade e não a vendas; sim, a sabedoria, e a disciplina, e a prudência“ (Pv 23:23)

 
 
 

INTRODUÇÃO


O dinheiro é o deus mais adorado atualmente. Ele deixou de ser apenas uma moeda para transformar-se num ídolo. Por ele, muitos se casam, divorciam-se, mentem, matam e morrem. Aqueles, entretanto, que pensam que o dinheiro é um fim em si mesmo, que correm atrás dele delirantemente, descobrem frustrados, e tarde demais, que seu brilho é falso, que sua glória se desvanece, que seu prazer é transitório. Aqueles que fazem do dinheiro a razão de sua vida caem em tentação e cilada e atormentam a sua alma com muitos flagelos. Porém, o dinheiro é bom; ele é necessário; é um meio e não um fim; é um instrumento por intermédio do qual podemos fazer o bem. O problema não é ter dinheiro, mas o dinheiro nos ter. O problema não é carregar dinheiro no bolso, mas entesourá-lo no coração. Por isso, devemos de forma correta lidar com o dinheiro.

I.  CUIDADO COM AS FINANÇAS E EMPRÉSTIMOS


1. O fiador. O fiador é aquele que dá garantias de que o devedor irá cumprir sua palavra e pagar suas dívidas; caso contrário, ele mesmo arcará com esse ônus. O fiador empenha sua palavra, sua honra e seus bens, garantindo ao credor que o devedor saldará seus compromissos a tempo e a hora. O fiador fica, assim, obrigado, mediante a lei, a pagar em lugar do devedor caso este não cumpra seu compromisso. Todavia, Provérbios nos aconselha a não assumirmos responsabilidades pelas dívidas de outrem. Se alguém que realmente estiver precisando vier lhe pedir para ser fiador, avalie, antes de assumir, se você terá condições de pagar, caso o devedor principal deixe de fazê-lo. Esta é a única situação legitima de fiança. Se você também não puder pagar, então não se torne fiador.

Muitos tomam esta decisão baseados no temor das pessoas – “ele vai ficar chateado comigo”; “se um dia eu precisar, não poderei contar com ele”, etc. Este é um laço que, se você cair nele, corre o sério risco de ficar sem meios de prover a si e a sua família - “Aquele que fica por fiador do estranho tira a sua roupa e penhora-a por um estranho” (Pv 20:16) -, e até mesmo ficar no olho da rua – “Não estejas entre os que dão as mãos e entre os que ficam por fiadores de dívidas. Se não tens com que pagar, por que tirariam a tua cama de debaixo de ti?” (Pv 22:26,27). Portanto, tenha muito cuidado em tomar essa decisão. Ficar por fiador de um companheiro já não é coisa boa, conforme Provérbios 6:1; e ficar por fiador de um estranho, é pior ainda. Leia Provérbios 11:15; 17:18; 22:26; 27:13.

2. Empréstimo. O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do que empresta” (Pv 22:7). A dependência financeira gera escravidão. A dívida é uma espécie de coleira que mantém prisioneiro o endividado. É por isso que os ricos mandam nos pobres, pois detêm o poder econômico. Quem toma emprestado fica refém de quem empresta. No tempo de Neemias, governador de Jerusalém, os ricos que emprestaram dinheiro aos pobres já haviam tomado suas terras, vinhas, casas e até mesmo escravizado seus filhos para quitar uma dívida impagável. O profeta Miqueias denuncia essa mesma forma de opressão, dizendo que em seu tempo muitos ricos estavam comendo a carne dos pobres. Uma pessoa sábia é controlada em seus negócios e não cede à pressão nem à sedução do consumismo. Não se aventura em dívidas que crescem como cogumelo, pois sabe que o que toma empestado é servo do que empresta. (1)

Caro irmão, jamais faça empréstimos para adquirir coisas supérfluas. É preferível manter-se dentro de um padrão mais modesto de vida, somente com as coisas necessárias, do que tornar-se um endividado por causa dos artigos que são dispensáveis. Pense nisso!

II. O CUIDADO COM O LUCRO FÁCIL

1. Evitando a usura e a agiotagem. Segundo o dicionário Aurélio, usura significa lucro excessivo, exorbitante, exagerado. Esse tipo de lucro tornou-se o vetor que norteia os destinos das empresas e pessoas nestes tempos pós-modernos. O TER passou a ser mais importante que o SER. Os resultados valem mais do que as regras. Para alimentar o sistema e fazer essa máquina girar, somos empurrados para uma ciranda louca de consumismo. O comércio guloso, com sua bocarra aberta, gera a cada dia mais insatisfação dentro de nós, convencendo-nos de que a nossa felicidade está diretamente ligada aos produtos. Há aqueles que se capitulam a esse apelo e compram o que não precisam, com um dinheiro que não possuem, para impressionar pessoas que não conhecem.

Muitos indivíduos, seduzidos pela fascinação das riquezas, transigem com seus valores, amordaçam a consciência e se curvam aos apelos do lucro ilícito. A corrupção está incrustada na medula da nossa nação. Ela enfiou seus tentáculos em todos os setores da sociedade. Está presente nos poderes constituídos. Nos corredores do poder, há inúmeras ratazanas esfaimadas escondidas por trás de togas reverentes. Nos palácios e casas legislativas há muitos criminosos que assaltam o erário público, escondidos atrás de títulos pejados de honra. Nossa sociedade está levedada pelo fermento da corrupção. A causa precípua desse desatino moral é o amor ao dinheiro, a raiz de todos os males.

A prosperidade que vem de Deus é bênção; a que vem dos mecanismos da corrupção é maldição. Há indivíduos pobres que são prósperos e há homens ricos que são miseráveis. A verdadeira prosperidade não é tanto o quanto se ajunta com a ganância; mas, o quanto se distribui, apesar do pouco. A Bíblia diz que a piedade com contentamento é grande fonte de lucro (1Tm 6:6).

A agiotagem é uma prática criminosa. É uma forma injusta e iníqua de se aproveitar da miséria do pobre, emprestando-lhe dinheiro na hora do aperto, com altas taxas de juros, para depois mantê-lo como refém. Muitos ricos inescrupulosos e avarentos, movidos por uma ganância insaciável, aproveitam o sufoco do pobre para emprestar-lhe dinheiro em condições desfavoráveis, apenas para lhe tomar, com violência, seus poucos bens. Tenha cuidado com esses ratos de esgoto.

2. Evitando o suborno.O perverso aceita suborno secretamente, para perverter as veredas da justiça” (Pv 17:23). A sociedade brasileira vive a cultura do suborno. Com frequência perturbadora, vemos políticos inescrupulosos em conchavos vergonhosos com empresas cheias de ganância e vazias de ética. Esses trapaceiros recebem somas vultosas, a titulo de suborno, para favorecer empresários desonestos, dando-lhes informações e oportunidades privilegiadas, a fim de se apropriarem indebitamente dos suados recursos públicos que deveriam promover o progresso da nação e o bem do povo. Aqueles que aceitam suborno, e muitas vezes se escondem atrás de togas sagradas e títulos honoríficos, não passam de indivíduos perversos e maus, gente de quem deveríamos ter vergonha, pois fazem da vida uma corrida desenfreada para perverter as veredas da justiça. Não poderemos erguer as colunas de uma pátria honrada sem trabalho honesto. Precisamos dar um basta nessa politica hedonista do “levar vantagem em tudo”. Se quisermos ver nossa nação seguir pelos trilhos do progresso, precisamos andar na verdade, promover a justiça e praticar aquilo que é bom. Isso é o que Deus requer de nós (2).

Irmãos, evite o suborno! Pedro rejeitou – “E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo. Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua iniquidade e ora a Deus, para que, porventura, te seja perdoado o pensamento do teu coração” (At 8:18-22).

Certo dia, um pastor participou-me uma prática clara de suborno. Ele disse: “irmão Luciano, na igreja em que me congrego não tem mais diácono, todos foram consagrados a ‘pastor’ para voltar no candidato indicado pelo pastor presidente, por ocasião da eleição do novo presidente da CGADB”. Eu pensei: isso é uma demonstração clara de prática de suborno; é simonia; isso é uma vergonha! Para esses que agiram desse modo, ele aplico as palavras de Pedro, supra.

III. O USO CORRETO DO DINHEIRO


Não somos donos do dinheiro. Nada trouxemos ao mundo nem nada dele levaremos. Somos apenas mordomos. Devemos ser fiéis nessa administração. Se formos fiéis no pouco, Deus nos confiará os verdadeiros tesouros. Nosso coração deve estar em Deus e não no dinheiro. Nossa confiança deve estar no provedor e não na provisão. Nosso deleite deve estar nas coisas lá do alto e não nas coisas que o dinheiro nos proporciona.

O dinheiro não é um tesouro para ser usado de forma egoísta, mas para o nosso deleite. Deus nos dá o dinheiro para O glorificarmos com ele, e fazemos isso, quando cuidamos da nossa família, dos domésticos da fé e de outras pessoas necessitadas, e quando contribuímos para a proclamação do Evangelho. O dinheiro deve ser granjeado com honestidade, investido com sabedoria e distribuído com generosidade.

Devemos usar corretamente o dinheiro:

1. Para promover valores espirituais. Entesoure riquezas para a vida eterna (1Tm 6.19). O que você semeia é o que colhe. Você semeia coisas materiais e colhe dividendos espirituais. Você semeia coisas temporais e colhe bênçãos eternas. O homem rico, da parábola de Jesus, não cuidou de Lázaro que estava com fome e jazia à porta. No inferno ele se lembrou de Lázaro, mas já era tarde (Lc 16:19-31). Jesus disse que a vida de um homem não consiste na abundância de bens que ele possui. Jesus disse também: "O que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?". E ainda ensinou: "Não podeis servir a Deus e às riquezas". A maneira que lidamos com o dinheiro reflete quem somos internamente. Nós pertencemos a Deus? Nós confiamos em Deus? O nosso tesouro está em Deus ou no dinheiro? Você tem sentido alegria ao doar? Tem aumentado suas ofertas? Tem pedido a Deus para multiplicar sua sementeira para poder ajudar ainda mais pessoas?

2. Para promover o bem-estar social. O dinheiro não é nosso. Ele vem de Deus, é de Deus e vai voltar para Deus. Não somos donos, somos apenas mordomos. Nada trouxemos para este mundo nem dele nada levaremos. Deus nunca nos deu direito de posse definitiva daquilo que lhe pertence.

Paulo dá alguns conselhos sobre como lidar corretamente com o dinheiro sem perder a alegria de viver:

a) Pratique o bem. Não deixe o dinheiro dominá-lo, domine-o. Não deixe o dinheiro ser seu patrão, faça dele um servo. Não acumule só para si mesmo, faça-o um instrumento de ajuda para os outros.

b) Seja rico de boas obras. Abra seus celeiros. Seja como Barnabé, coloque seus bens a serviço dos outros (At 4:36,37). Qual foi a última vez que você fez algo que trouxe glória ao nome de Deus e alegria para as pessoas? Qual foi a última vez que fez uma oferta generosa para ajudar uma pessoa necessitada? Qual foi a última vez que enviou uma oferta para um missionário? Qual foi a última vez que entregou uma oferta de gratidão a Deus? Qual foi a última vez que repartiu um pouco do muito que Deus lhe tem dado? O apóstolo Paulo dá o belo exemplo da pobre igreja da Macedônia que se doou e ofertou generosamente aos pobres da Judéia, pessoas que a Igreja não conhecia pessoalmente (2Co 8:1-4).

c) Esteja pronto para repartir. A Bíblia diz que a alma generosa prosperará, mas o que retém mais do que é justo, isso será pura perda (Pv 11:25). "A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescenta mais e mais" (Pv 11:24). "Quem se compadece do pobre ao Senhor empresta, e este lhe paga o seu benefício" (Pv 19:17). "[...] dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante" (Lc 6:38). Quando damos nos tornamos imitadores de Deus!

IV. BUSCANDO O EQUILÍBRIO FINANCEIRO


Qual é o ensinamento bíblico a respeito das riquezas? Este ensinamento é o do equilíbrio, ou seja, Deus sabe que necessitamos de bens para sobrevivermos, principalmente depois da queda do ser humano, que fez com que nossa sobrevivência fosse obtida com esforço e dificuldades (Gn 3:17-19). Sabendo que precisamos destas coisas, Deus promete no-las dar, se dermos prioridade às coisas realmente importantes, que são as relativas à eternidade (Mt 6:31-34). Se colocarmos a comunhão com Deus como nossa prioridade em nossas vidas, Deus dará o necessário para nossa sobrevivência e é, precisamente, o necessário, o suficiente para a nossa sobrevivência que Deus se compromete a dar a cada servo seu. O sábio Agur orou por uma condição financeira equilibrada, para poder escapar das tristes consequências de uma vida, tanto de necessidade como de fartura; assim, pediu ele o pão diário, para ele e sua família - “... não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada; para que, porventura, de farto te não negue e diga: quem é o SENHOR? Ou que, empobrecendo, venha a furtar e lance mão do nome de Deus”(Pv 30:8,9). Esse pedido foi repetido por Jesus quando ensinou seus discípulos a orar(Mt 6:11). Deus tem um compromisso com o Seu povo: de lhe dar o pão de cada dia. Este compromisso o Senhor tem e vela para cumpri-lo (cf.Jr 1:12).

1. Buscando a suficiência. Ter excesso ou falta de dinheiro pode ser perigoso. Ser demasiadamente pobre pode significar um risco para a saúde física e espiritual. Por outro lado, ser rico não garante esses bens a uma pessoa. Como Jesus assinalou, os que confiam nas riquezas têm dificuldade de entrar no Reino de Deus (Mt 19:23,24). Como Paulo, podemos aprender a viver tendo pouco ou muito (Fp 4:12), mas nossa vida poderá ser mais bem-sucedida se não tivermos nem a pobreza nem a riqueza (Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal).

A prosperidade prometida aos servos do Senhor não envolve a posse de bens materiais, pois o verdadeiro e genuíno servo de Deus, dotado de sabedoria que vem do alto (Tg.3:13,17), age como o sábio Agur, pedindo ao Senhor tão somente a “porção acostumada”, ou seja, o necessário para a sua existência digna, a fim de que, com muitas riquezas, não venha a rejeitar a Deus e, na miséria, não venha a ter de furtar para sobreviver (Pv 30:8,9). É esta “porção acostumada” que o Senhor tem prometido aos seus servos e que consta em Mt 6:33 - “Todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Isto significa que todas as coisas de que necessitamos para sobreviver nos serão dadas pelo Senhor se buscarmos primeiro o Reino de Deus e a sua Justiça. Bem ao contrário do que se ensina erroneamente na atualidade, Deus não prometeu à Igreja “todas as coisas”, mas, sim, “todas as coisas necessárias”. É, aliás, o que Jesus nos ensinou a pedir: “o pão nosso de cada dia” (Mt 6:11).

É importante destacarmos que o cristão tem todo o direito de ser próspero, tanto na vida espiritual como na material, de acordo com a benção do Senhor sobre sua vida, em tudo aquilo que ele faz. Contudo, isso não quer dizer que todos os cristãos devam ser, necessariamente, ricos.

2. Buscando o que é virtuoso. Alguém poderá questionar: “Existe algo melhor, mais virtuoso, do que as riquezas materiais?”. Existe, sim! O bom nome. Foi o sábio Salomão quem disse: “Mais vale o bom nome do que as muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a prata e o ouro“ (Pv 22:1). Note que Salomão não apenas declara que o bom nome é melhor do que riquezas, mas que é melhor do que “muitas riquezas”. É melhor ter uma boa reputação do que ser um ricaço. É melhor ter o nome limpo na praça do que ter o bolso cheio de dinheiro sujo. É melhor andar de cabeça erguida, com dignidade, do que viver em berço de ouro, porém maculado pela desonra. A honestidade é um tesouro mais precioso do que os bens materiais. Transigir com a consciência e vender a alma ao diabo para ficar rico é consumada loucura, pois aquele que usa de expedientes escusos para enriquecer, subtraindo o que pertence ao próximo, em vez de ser estimado, passa a ser odiado na terra. A riqueza é uma bênção quando vem como fruto do trabalho e da expressão da generosidade divina. Mas perder o nome e a estima para ganhar dinheiro é tolice, pois o bom nome e a estima valem mais do que as muitas riquezas. (3)

CONCLUSÃO

A riqueza é bênção de Deus desde que adquirida de maneira honesta e não vise exclusivamente aos deleites deste mundo (Tg 4:3); caso contrário, seremos escravizados por ela. Mas, também é bom ressaltar que a pobreza não é símbolo de maldição (Pv 17:1; 1Tm 6:7-9). A Bíblia condena o amor ao dinheiro (1Tm 6:10), pois a avareza( a sede de possuir mais) é uma forma de idolatria (Cl 3:5). Tudo aquilo que o homem ama mais do que a Deus toma-se o seu deus (Fp 3:19). Pense nisso!

O Novo Testamento traz uma mensagem que tenta tirar o nosso foco deste mundo e colocá-lo no Céu: “Mas ajuntai tesouros no Céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam”(Mt 6:20).

-----

Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Revista Ensinador Cristão – nº 56 – CPAD.

Comentário Bíblico Beacon – v.3. CPAD.

Dr. Caramuru Afonso Francisco – Bildade e a teologia da prosperidade. PortalEBD.

(1)          Rev. Hernandes Dias Lopes – Gotas de Sabedoria para a alma.

(2)          Rev. Hernandes Dias Lopes – Gotas de Sabedoria para a alma.

(3)          Rev. Hernandes Dias Lopes – Gotas de Sabedoria para a alma.