domingo, 25 de março de 2012

Aula 01 - APOCALIPSE, A REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO


Texto Básico: Apocalipse 1:1-8

“Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo”.

INTRODUÇÃO

Esta é a primeira Aula, das treze que estudaremos ao longo deste 2º trimestre/2012, sob o tema: "As Sete Cartas do Apocalipse - A mensagem final de Cristo à Igreja”. O livro do Apocalipse será a base temática para os nossos estudos. Veremos que este livro profético mostra-nos o Jesus triunfante, exaltado e poderoso. Ele descreve a vitória absoluta de Cristo sobre todos os Seus inimigos: a Meretriz, a besta, o falso profeta, o dragão, os incrédulos, a morte. O Apocalipse mostra que o último capítulo da história não será o triunfo do mal, mas a retumbante vitória do Cordeiro de Deus, o Rei dos reis e Senhor dos senhores.
O livro de Apocalipse foi enviado às sete igrejas da Ásia Menor. O número sete é um número importante neste livro. Ele aparece cinquenta e quatro vezes. O livro fala de sete candeeiros, sete estrelas, sete selos, sete trombetas, sete taças, sete espíritos, sete cabeças, sete chifres, sete montanhas. O número sete significa completude. Havia mais de sete igrejas na Ásia Menor, mas quando Jesus envia carta às sete igrejas, significa que Ele envia Sua mensagem para toda a igreja, em todos os lugares, em todos os tempos.
É bom enfatizar que nem todos os cristãos interpretam Apocalipse de forma unissonante. Alguns acreditam que o livro se cumpriu inteiramente na história das igrejas primitivas. Outros ensinam que apresenta um retrato contínuo da era da igreja desde o tempo de João até o fim. Para os incrédulos, o livro de Apocalipse é uma advertência séria sobre o terrível destino reservado para quem rejeita o Salvador Jesus. Entretanto, para todos os filhos de Deus, o livro de Apocalipse ensina a insensatez de viver em função das coisas que logo passarão. Incentiva-nos a testemunhar àqueles que estão perecendo e a esperar com paciência a volta do Senhor Jesus.
De todos os livros da Bíblia, Apocalipse tem a maior visão panorâmica da história e do controle máximo que Deus tem sobre ela. As coisas podem ficar difíceis, mas Deus sabe o que está fazendo e está nos guiando a uma Nova Jerusalém onde enxugará nossas lágrimas e onde habitaremos com Ele para sempre. Aleluia!

I. O LIVRO DO APOCALIPSE

1. Apocalipse, o único livro profético do Novo Testamento – “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo. Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo”(Ap 1:1,3). O livro de Apocalipse é uma profecia (Ap 1:3;22:7,10,18-19) que assegura a vitória de Cristo e da igreja sobre todos os seus adversários.
Embora haja profecias em quase todos os livros do Novo Testamento, somente o Apocalipse pode ser considerado um documento rigorosamente profético. Aliás, até o seu título é profético. Segundo estudiosos, a palavra "Apocalipses" é composta de duas partes: Apo significa "desde dentro para fora" e kalupsis cobertura ou véu. Apocalupsis, portanto, significa tirar o véu ou descobrir o que estava oculto. A ordem de Deus é: "Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo" (Ap 22:10). Quando João diz “o tempo está próximo”, está insistindo com seus leitores para que estejam prontos para o Juízo Final e o estabelecimento do Reino de Deus em sua forma plena. Não sabemos quando esses eventos ocorrerão, mas devemos estar sempre preparados. Eles acontecerão rapidamente, e não nos será dada outra oportunidade para mudar de lado.
As típicas notícias que recebemos das reportagens – cheias de violência, escândalos e disputas políticas – são deprimentes e até nos levam a imaginar para onde o mundo está caminhando. Mas, o livro de Apocalipse mostra que a história não caminha para o caos nem está dando voltas cíclicas, mas avança para um fim glorioso: a vitória completa de Cristo e da Sua igreja. O plano de Deus para o futuro, portanto, nos traz inspiração e encorajamento porque sabemos de antemão que Ele intervirá na história para derrotar o mal.
O povo de Deus precisa confiar que o seu Cristo vive e reina eternamente. Ele é quem governa o mundo a favor da sua igreja. Ele voltará para buscar a sua igreja, para morar com Ele para sempre em um universo novo(Ap 21:1). Ao meditar sobre o futuro, caminhe confiante porque Cristo, o Vencedor, caminha conosco, e, certamente, com Ele triunfaremos.
2. Um livro de advertências e consolações. O Apocalipse é um livro de esperança. O apóstolo João, testemunha ocular de Jesus, proclamou que o Senhor vitorioso iria, com toda certeza, retornar para defender os justos e julgar os pecadores. Mas o Apocalipse também é um livro de advertências e consolações. O seu estudo incentiva-nos à santidade, encoraja-nos no sofrimento e nos leva a adorar Àquele que está no trono (2Pe 3:12).
Há muitos males que atacam a igreja: esfriamento, perseguição, heresia, imoralidade, presunção e apatia. Mas Cristo se apresenta para cada igreja como o remédio para o seu mal. Segundo o rev. Hernandes Dias Lopes, Cristo não apenas está no meio da igreja (Ap 1:13), mas Ele está andando, em ação investigatória no meio da igreja (Ap 2:1). Ele sonda a igreja, pois Seus olhos são como chama de fogo (Ap 2:18).
A situação nas igrejas não era ideal. Então, Cristo convocou seus membros para que se comprometessem a viver de modo justo.
Para a igreja de Éfeso, que havia perdido o seu primeiro amor, Jesus se apresenta como aquele que anda no meio da igreja, segurando a liderança na mão, como o Seu pastor superior. Ele está dizendo, "eu vejo tudo e conheço tudo".
Para a igreja de Esmirna, que estava passando pelo sofrimento, perseguição e morte, enfrentando o martírio, Jesus se apresenta como aquele que esteve morto e tornou a viver. O Jesus que venceu a morte é o remédio para alguém que está enfrentando a perseguição e a morte.
Para a igreja de Pérgamo, que estava se misturando com o mundo e perdendo o senso da verdade, Jesus se apresenta como aquele que tem a espada afiada de dois gumes, que exerce juízo e separa a verdade do engano. Pérgamo estava em conflito entre a verdade e o engano (Ap 2:14).
Para a igreja de Tiatira, que estava tolerando a impureza e caindo em imoralidade, Jesus se apresenta como aquele que tem os olhos como chama de fogo, que tudo sonda e conhece e tem os pés semelhantes ao bronze polido e que é poderoso para julgar e vencer os inimigos.
Para a igreja de Sardes, que tinha a fama de ser uma igreja viva, mas estava morta, Jesus se revela como aquele que tem os sete espíritos de Deus, a plenitude do Espírito, o único que pode dar vida a uma igreja morta. A igreja tinha fama, mas não realidade; tinha aparência de vida, mas estava morta.
Para a igreja de Filadélfia, uma igreja que tinha pouca força, mas era fiel, Jesus vê muitas oportunidades à sua frente e diz a ela que Ele tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá.
Para a igreja de Laodicéia, uma igreja sem fervor espiritual, morna, rica financeiramente, mas pobre espiritualmente, Jesus se apresenta como aquele que é constante fidedigno no meio de tantas mudanças.
II. AUTORIA, DATA E LOCAL.
1. Autoria. O próprio livro nos diz que o autor é João(Ap 1:1,49;22:8) e que escreveu por ordem de seu Senhor, Jesus Cristo. Evidências externas antigas, fortes e abrangentes confirmam a identificação do autor com o apóstolo João, filho de Zebedeu, que trabalhou durante muitos anos em Éfeso (na Ásia Menor, região onde ficavam as sete igrejas mencionadas nos capítulos 2 a 3). Foi exilado pelo imperador Domiciano em Patmos, onde escreveu as visões que o Senhor lhe concedeu. Posteriormente, voltou a Éfeso, onde morreu em idade bastante avançada. Justino Mártir, Irineu, Tertuliano, Hipólito, Clemente de Alexandria e Orígenes atribuem o livro de Apocalipse a João. Mais recentemente, foi encontrado no Egito um livro chamado Apócrifo de João(c.150 d.C) que também atribui Apocalipse a João, irmão de Tiago.
2. Data e Ocasião. Apocalipse foi escrito durante uma época de perseguição, provavelmente durante o reinado de Domiciano (81-96 d.C). Os pais da Igreja indicam especificamente o final do reinado de Domiciano por volta de 95 - 96 d.C como o período da estada de João em Patmos, onde recebeu a revelação. Uma vez que se trata de uma proposição antiga, fundamentada e amplamente difundida entre os cristãos ortodoxos, temos bons motivos para esta data.
O livro é dirigido a sete igrejas da Ásia Menor (Ap 1:4,11), uma área que, atualmente, é parte da Turquia ocidental. Cada igreja recebe repreensões e encorajamentos de acordo com a sua condição(Ap 2:1-3:22). Houve muita perseguição sobre alguns cristãos (Ap 1:9; 2:9,13) e haveria mais pela frente(Ap 2:10; 13:7-10). Oficiais romanos tentariam forçar os cristãos a adorar ao imperador. Ensinamentos heréticos e fervor decrescente tentariam os cristãos para que se envolvessem com a sociedade pagã (Ap 2:2,4, 14-15, 20-24; 3:1-2,15,17).
O livro de Apocalipse assegura aos cristãos que Cristo conhece as suas condições e que ele os chama para permanecerem firmes contra todas as tentações. A vitória dos cristãos já foi assegurada pelo sangue do Cordeiro (Ap 5:9,10; 12:11). Cristo virá em breve para derrotar Satanás e todos os seus agentes (Ap 19:11-20:10), e o povo de Cristo desfrutará da paz eterna em sua presença (Ap 7:15-17; 21:3,4). Amém!
3. Lugar. João escreveu o Apocalipse em Patmos (Ap 1:9). Trata-se de uma pequena ilha da Grécia a 55 km da costa sudoeste da Turquia, no mar Egeu. É uma das ilhas do Dodecaneso (arquipélago composto de 12 ilhas) e possui uma área total de 34,6 km² e uma população de, aproximadamente, três mil habitantes.
A ilha é dividida em duas partes quase iguais, uma do norte e outra do sul, unidas por um estreito istmo. A vegetação é limitada, e o relevo, formado de montes relativamente baixos, cujo pico mais alto é o Profitis Ilias com 269 metros.
Conhecida por ser o local para onde o apóstolo João foi exilado — conforme consta na introdução do livro bíblico de Apocalipse —, a ilha de Patmos foi usada como um lugar de banimento durante os tempos romanos. Segundo uma tradição preservada por Irineu, Eusébio, Jerônimo e outros, o exílio de João aconteceu em 95 ou 96 d.C., no ano décimo quarto do reinado de Domiciano. Desde 1522, a ilha foi diversas vezes controlada pelos turcos, sendo capturada pelos italianos em 1912. Em 1948 passou definitivamente ao controle grego.
O imperador Domiciano, que arrogou para si o título de Senhor e Deus, baniu João para a Ilha de Patmos. Mas ao mesmo tempo em que se achava fisicamente em Patmos, achou-se também em espírito e Deus abriu-lhe o céu e revelou-lhe as coisas que em breve devem acontecer.
Num tempo em que a igreja estava sendo massacrada e pisada, perseguida e torturada, João recebe a revelação de que o Noivo da Igreja, o Senhor absoluto dos céus e da terra, está no total controle da igreja e da história (Ap 1:13; 5:5). Roma pôde banir João para uma ilha solitária, mas não pôde impedir que ele veja o céu aberto. Roma pôde impedir que João se relacione com as pessoas, mas não pôde impedir que ele entre na sala do trono do universo para estar na presença do Deus Todo-Poderoso. Deus usa seus instrumentos de forma incomum. Ele transforma tragédias em triunfo.

III. APOCALIPSE, O LIVRO PROFÉTICO DO NOVO TESTAMENTO

1. Tema do Apocalipse. O tema do livro de Apocalipse é a vitória de Cristo e de sua Igreja sobre Satanás e seus seguidores (Ap 17:14). A intenção do livro é mostrar que as coisas não são como parecem ser. O diabo, o mundo, o anticristo, o falso profeta e todos os ímpios perecerão, mas a Igreja, a Noiva do Cordeiro, triunfará. Cristo é sempre apresentado como vencedor e conquistador (Ap 1:18; 5:9-14; 6:2; 11:15; 19:9-11; 14:1,14; 15:2-4; 19:16; 20:4; 22:3). Jesus triunfa sobre a morte, o inferno, o dragão, a besta, o falso profeta, a Babilônia e os ímpios.
A igreja perseguida ao longo dos séculos, mesmo suportando martírio, é vencedora (Ap 7:14; 22:14; 15:2). Os juízos de Deus mandados para a terra são uma resposta dEle às orações dos santos (Ap 8:3-5).
2. Divisões do Apocalipse. O livro de Apocalipse é dirigido às sete igrejas da Ásia (Ap 1:4) e está dividido em três partes principais, contemplando passado, presente e futuro (Ap 1:19):
a) As coisas que João viu - “escreve as coisas que tens visto”: A visão na qual Cristo aparece como Juiz das Igrejas (Ap 1:9-20).
b) As coisas que são – “e as que são”: Um esboço do período da Igreja desde a morte dos apóstolos até o dia em que Cristo levará seus santos para o Céu (caps. 2 a 3).
c) As coisas que hão de acontecer depois destas – “e as que depois destas hão de acontecer”: Um esboço dos acontecimentos que ocorrerão depois do arrebatamento dos santos para o estado eterno(caps. 4 a 22).
A seguir, uma forma simples de memorizar o conteúdo da terceira parte do livro:
c.1) Os capítulos 4 a 19 descrevem a grande tribulação, um período de sete anos durante o qual Deus julgará a nação incrédula de Israel, bem como os gentios incrédulos. Esses julgamentos são representados pelas imagens de:
Ø       sete selos;
Ø       sete trombetas;
Ø       sete taças.
c.2) Os capítulos 20 a 22 tratam da segunda fase da segunda vinda de Cristo, de seu reino na Terra, do julgamento diante do Grande Trono Branco e do Estado Eterno.
No período da Grande Tribulação, o sétimo selo contém as sete trombetas. A sétima trombeta contém as sete taças de julgamento. À medida que a narrativa se desdobra, porém, ocorrem interrupções frequentes que nos apresentam várias personalidades e acontecimentos relevantes do período da Grande Tribulação. Alguns autores chamam essas interrupções de parênteses ou inserções. Os parênteses mais importantes são:
·         Os cento e quarenta e quatro mil santos judeus selados (Ao 7:1-8).
·         Os cristãos desse período (At 7:9-17).
·         O anjo forte com o livrinho (Ap 10).
·         As duas testemunhas (Ap 11:312).
·         Israel e o dragão (Ap 12).
·         As duas bestas (Ap 13).
·         Os cento e quarenta e quatro mil com Cristo no monte Sião(Ap 14:1-5).
·         O anjo com o evangelho eterno (Ap 14:6,7).
·         Anúncio preliminar da queda da Babilônia (Ap 14:8).
·         Advertência aos adoradores da besta (Ap 14:9-12).
·         A ceifa e a vindima (Ap 14:14-20).
·         A destruição da Babilônia (Ap 17:1-19:3).
Ao estudarmos Apocalipse, precisamos ter sempre em mente a distinção entre a Igreja e Israel. A Igreja é um povo celestial, abençoado com bênçãos espirituais e chamado a participar da glória de Cristo como sua noiva. Israel é o povo antigo e terreno de Deus, ao qual ele prometeu a terra de Israel e um reino terreno literal sob o governo do Messias. A Igreja verdadeira é mencionada nos três primeiros capítulos, mas só volta a aparecer nas Bodas do Cordeiro em Ap 19:6-10. O período da Grande Tribulação (Ap 4:1-19:5) é, primordialmente, de caráter judaico.
3. Objetivos do Apocalipse. Vários são os objetivos. Dentre eles destacamos:
a) Revelar o Noivo glorioso da igreja, o supremo conquistador. Durante a sua primeira vinda a glória de Cristo estava encoberta. Ele viveu se esvaziando da Sua glória. Cristo veio ao mundo para revelar o Pai(João 17:6). No Apocalipse é o Pai quem revela a Jesus (Ap 1:1). E como O revela? Como o servo lavando os pés dos discípulos? Como uma ovelha muda que vai para o matadouro? Como aquele de quem os homens escondem o rosto? Como aquele que está pregado na cruz, com o rosto cheio de sangue? Como aquele que tem as mãos atadas e os pés pregados na cruz? Absolutamente não! A revelação de Jesus Cristo pelo Pai é de um Ser glorioso: Seus cabelos não estão cheios de sangue, mas são alvos como a neve. Seus olhos não estão inchados, mas são como chama de fogo. Seus pés não estão pregados na cruz, mas soa semelhantes ao bronze polido. Sua voz não está rouca por causa da língua que está colada ao céu da boca, por atordoante sede, mas é voz como voz de muitas águas. Suas mãos não estão cheias de pregos, mas Ele segura a Igreja e a história em Suas onipotentes mãos. Seu rosto não está desfigurado, mas brilha como o sol. No Apocalipse, a glória de Cristo é auto-evidente (Mc 14:61-62; Ap 1:7). Glórias para sempre sejam dadas a Ele, único e verdadeiro Senhor e Deus!
b) Confortar a igreja militante em seu conflito contra as forças do mal. O livro de Apocalipse está cheio de consolações para os crentes afligidos. A eles é dito: Que Deus vê suas lágrimas (7:17; 21:4); suas orações produzem verdadeiras revoluções no mundo (8:3-4); sua morte é preciosa aos olhos de Deus (14:13); sua vitória é assegurada (15:2); seu sangue será vingado (6:9; 8:3); seu Cristo governa o mundo em seu favor (5:7-8) e seu Cristo voltará em breve (22:17).
c) corrigir as distorções doutrinárias e desvios de conduta das igrejas da Ásia Menor. Antes de Jesus manifestar seu juízo ao mundo, ele manifestou-o à sua igreja (1Pe 4:17); por isso, Jesus mostrou seu julgamento às sete igrejas (Ap 1-3) antes de mostrá-lo ao mundo (Ap 4-22). Todas as cartas enviadas às sete igrejas têm basicamente a mesma estrutura: apresentação, apreciação, reprovação e promessas.
A igreja ainda hoje tem as mesmas distorções e desvios de condutas, talvez até pior. Dentro de uma mesma congregação, há crentes firmes na fé e outros que coxeiam na fé. Há aqueles que combatem a heresia e não suportam os falsos mestres, mas perdem o amor; e também há aqueles que, em nome do amor, toleram a falsa doutrina e desviam-se da verdade. Há igrejas cuja aparência é bela e cujo desempenho aos olhos humanos é formidável, mas elas não passam no crivo de Jesus. Precisamos nos acautelar, pois nem tudo que é belo aos olhos dos homens é aceitável diante de Deus. Nem tudo que impressiona os homens é agradável a Deus. O homem vê a aparência; e Deus, o coração. O homem se contenta com o exterior, Deus requer a verdade no íntimo.
d) Mostrar aos santos o que haveria de acontecer nos últimos dias.
e) Alertar-nos quanto à brevidade e urgência da vinda do Senhor.

CONCLUSÃO

Ao ler o livro de Apocalipse, você irá se maravilhar, como João, com o deslumbrante panorama do plano que foi revelado por Deus. Ouça as advertências feitas por Cristo às Igrejas e arranque de si todo pecado que possa bloquear seu relacionamento com Ele. Encha-se de esperança sabendo que Deus está no controle de tudo e que a vitória de Cristo está assegurada. Você já leu o Apocalipse? Abra a sua Bíblia, e ponha-se a ler, agora mesmo, este maravilhoso e fascinante livro de Deus.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 49.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon – CPAD.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Caramuru AFONSO Francisco – A mordomia cristã das finanças.
Rev.Hernandes Dias Lopes – Apocalipse – O futuro chegou.
Rev.Hernandes Dias Lopes – Ouça o que o Espírito diz às Igrejas.

terça-feira, 20 de março de 2012

LIÇÕES BÍBLICAS DO 2º TRIMESTRE DE 2012



No 2º Trimestre de 2012, estaremos estudando, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “AS SETE CARTAS DO APOCALIPSE – A mensagem final de Cristo à Igreja”. As lições serão comentadas pelo pastor Claudionor de Andrade. Foram divididas nos seguintes temas:



Lição 1 – Apocalipse, a Revelação de Jesus Cristo;

Lição 2 – A Visão de Cristo Glorificado;

Lição 3 – Éfeso, a Igreja do Amor Esquecido;

Lição 4 – Esmirna, a Igreja Confessante e Mártir;

Lição 5 – Pérgamo, a Igreja Casada com o Mundo;

Lição 6 – Tiatira, a Igreja Tolerante;

Lição 7 – “Sardes, a Igreja Morta”;

Lição 8 – Filadélfia, a Igreja do Amor Perfeito;

Lição 9 – Laodiceia, uma Igreja Morna;

Lição 10 – O Governo do Anticristo;

Lição 11 – O Evangelho do Reino no Império do Mal;

Lição 12 – O Juízo Final;

Lição 13 – A Formosa Jerusalém.

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Neste 2º trimestre/2012, estudaremos o último livro das Sagradas Escrituras: o Apocalipse. Este livro é um dos mais belos e fascinantes da Bíblia. Através dos seus símbolos e figuras, Jesus nos mostra como serão os últimos dias da humanidade.

Apocalipse não apenas olha adiante para a consumação futura de todas as coisas e o triunfo de Deus e do Cordeiro, mas também fornece um desfecho para os sessenta e cinco livros anteriores da Bíblia. Na verdade, a melhor maneira de entender Apocalipse é estudando toda a Bíblia. Quase todas as suas personagens, símbolos, acontecimentos, números, cores e imagens aparecem anteriormente nas Escrituras. Alguém chamou Apocalipse apropriadamente de “Estação Central” da Bíblia, já que nele todas as “linhas” convergem. Que linhas sãos essas? São linhas de pensamento iniciada em Gênesis e nos livros seguintes. Elas desenvolvem os conceitos do fio escarlate da redenção, Israel como nação, as nações gentias, a Igreja, Satanás como adversário do povo de Deus, o anticristo e vários outros.

De todos os livros da Bíblia, Apocalipse tem a maior visão panorâmica da História e do controle máximo que Deus tem sobre ela. As coisas podem ficar difíceis, mas Deus sabe o que está fazendo e está nos guiando a uma Nova Jerusalém onde enxugará nossas lágrimas e onde habitaremos com Ele para sempre.

Chamado equivocadamente desde o século IV de “Apocalipse de São João”(na verdade, porém, é “Revelação de Jesus Cristo”(1:1)), este livro é o ponto culminante necessário da Bíblia, pois nos mostra qual será o desfecho de todas as coisas. Até mesmo uma leitura rudimentar funciona como advertência severa aos incrédulos para se arrependerem e como encorajamento ao povo de Deus para perseverarem!

Apocalipse é um livro aberto em que Deus revela seus planos e propósitos para a sua Igreja. Ele não é a revelação apenas das últimas coisas, mas sobretudo da saga do Cristo vencedor. Este livro majestoso fala não tanto de fatos escatológicos, mas da Pessoa gloriosa de Cristo. Apocalipse é fundamentalmente a revelação de Jesus Cristo(Ap 1:1), e não apenas de eventos futuros. Você não pode divorciar a profecia da Pessoa de Jesus.

Apocalipse é também um livro prático e não apenas para transmitir informações sobre o futuro. Ele foi dado para ajudar o povo de Deus no presente. É o que nós vamos estudar ao longo deste 2ª trimestre de 2012 acerca das 7 cartas do Apocalipse. Ele contém muitas exortações à fé, paciência, obediência, oração e vigilância.

Cristo veio ao mundo para revelar o Pai(João 17:6). No Apocalipse é o Pai quem revela a Jesus(Ap1:1). E como O revela? Como o servo lavando os pés dos discípulos? Como uma ovelha muda que vai para o matadouro? Como aquele de quem os homens escondem o rosto? Como aquele que está pregado na cruz, com o rosto cheio de sangue? Como aquele que tem as mãos atadas e os pés pregados na cruz? Absolutamente não!

A revelação de Jesus Cristo pelo Pai é de um Ser glorioso: Seus cabelos não estão cheios de sangue, mas são alvos como a neve. Seus olhos não estão inchados, mas são como chama de fogo. Seus pés não estão pregados na cruz, mas soa semelhantes ao bronze polido. Sua voz não está rouca por causa da língua que está colada ao céu da boca, por atordoante sede, mas é voz como voz de muitas águas. Suas mãos não estão cheias de pregos, mas Ele segura a Igreja e a história em Suas onipotentes mãos. Seu rosto não está desfigurado, mas brilha como o sol.

O objetivo do livro do Apocalipse não é nos dar uma tabela do tempo do fim, mas nos revelar o Noivo glorioso da Igreja, o supremo conquistador. A Igreja precisa olhar para a supremacia do seu Senhor. Durante a sua primeira vinda, a glória de Cristo estava encoberta. Ele viveu se esvaziando da Sua glória. Mas na sua segunda vinda, sua glória será auto-evidente (cf Mc 14:61,62; Ap 1:7).

O Apocalipse é um livro de esperança. O apóstolo João, testemunha ocular de Jesus, proclamou que o Senhor vitoriosos iria, com toda certeza, retornar para defender os justos e julgar os pecadores. Mas o Apocalipse também é um livro de advertências. A situação nas igrejas não era ideal, portanto Cristo convocou seus membros para que se comprometessem a viver de modo justo.

Neste trimestre, ouça as advertências feitas por Cristo às igrejas e arranque de si todo pecado que possa bloquear seu relacionamento com Ele. Encha-se de Esperança sabendo que Deus está no controle de tudo e que a vitória de Cristo está assegurada. Todos os que confiam nEle serão salvos.

segunda-feira, 19 de março de 2012

DEUS CUIDA DO JUSTO


O Senhor não deixa ter fome o justo, mas rechaça a avidez dos perversos” (Pv 10.3).



Deus não desampara aqueles que nele confiam. Ele trabalha no turno da noite para cumular de bênçãos os que andam retamente.
Aos seus amados, ele dá enquanto dormem. Não há Deus como o nosso, que trabalha para aqueles que nele esperam.
Ele cavalga nas alturas para nos ajudar. Está assentado na sala de comando do universo, tem nas mãos o controle da história e age de tal maneira que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que o amam.
Essa não é a linguagem da conjectura hipotética, mas da certeza experimental. Deus cuida do justo e não o deixa ter fome. Davi disse: “Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão” (Sl 37.25).
Se Deus assiste aos justos, também rechaça a avidez dos perversos. Deus alimenta os famintos, mas despede vazios os ricos.
Deleita-se nos humildes, mas está contra os soberbos. Cuida dos justos, mas desampara aqueles que, de forma avarenta, ajuntam apenas para si.
John Mackay, ilustre reitor da Universidade de Princeton, disse que o maior problema do mundo não é a escassez de recursos, mas a má distribuição das riquezas.
Precisamos ter o coração aberto para Deus e as mãos abertas para o próximo.

Rev. Hernandes Dias Lopes




Fonte:  Gotas de Sabedoria para a Alma.

domingo, 18 de março de 2012

Aula 13 - SOMENTE EM JESUS TEMOS A VERDADEIRA PROSPERIDADE


Texto Básico: João 15:1-11


" O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir, eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância "(João10:10 )

INTRODUÇÃO

Graças a Deus chegamos ao final de mais um trimestre letivo. Com certeza fomos edificados e exortados por intermédio da cada lição. Aprendemos que a verdadeira prosperidade não significa acúmulo de riquezas e bens materiais, poder adquirido a partir de status social, mas uma satisfação e bem-estar que vem quando nos relacionamos bem com aquilo que temos, quando vivemos satisfeitos em meio a toda e qualquer circunstância. Fazer a vontade de Deus e manter uma estreita comunhão com Ele é o segredo para se ter uma vida próspera. Independentemente das circunstâncias que estejamos passando, temos a certeza que o Bom Pastor e Bispo de nossas almas nunca nos desampara. Ele está conosco em meio aos pastos verdejantes, e não nos abandona quando temos que enfrentar os vales e os desertos da vida. Somente em Jesus temos a verdadeira Prosperidade.

I - A VIDA ABUNDANTE CONSISTE NO EQUILÍBRIO


Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10:10). Em que consiste essa abundância? Muitos cristãos interpretam como sendo 'qualidade de vida' econômica e social. Porém, esquecem que o reino de Deus não é comida nem bebida - “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14:17).

Se a “vida abundante” refere-se às questões de ordem econômica e social, jamais Cristo alertaria para que os seus ouvintes não se inquietassem pelo dia de amanha - "Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?" (Mt 6:31) -, pois a vida do ser humano não consiste nas riquezas - "E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui" (Lc 12:15).

Por que Jesus prometeria riquezas pertinentes a este mundo, se os cuidados deste mundo tornam infrutíferos os homens, o que poderá levá-los a serem cortado da Oliveira? - "Mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera" (Mc 4:19).

Há também aqueles que apregoam que a “vida abundante” ofertada por Cristo tem em vista o alívio dos sofrimentos causados pela pobreza, enfermidades, condições opressoras de trabalho, injustiças sociais, abusos dos direitos civis, etc., e que a vida prometida por Cristo tem em vista uma melhoria das questões de ordem moral. Chegam a ponto de afirmar que a ‘vida é para a eternidade e a vida em abundância é promessa para o presente momento’, contrariando o que Cristo falou: “no mundo tereis aflições” (João 16:33).

Por certo, essa “vida abundante” que Jesus promete não se refere às condições existenciais do homem, pois todos têm uma expectativa de viver até os setenta anos, sendo que o que disso passar é canseira e enfado. Além disto, o homem comerá do suor do seu rosto, o que implica em enfado e cansaço - "Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando" (Sl 90:10).

Certamente, a “vida abundante” que Jesus prometeu refere-se ao que o reino de Deus proporciona: “justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14:17), pois em tudo os cristãos foram enriquecidos: “... em toda a palavra e em todo o conhecimento” (1Co 1:5); “Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo” (Cl 2:2). O apóstolo Paulo enfatiza que os cristãos são abençoados com todas as bênçãos espirituais - “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1:3). E o salmista diz que nada tem falta os que O temem - "Temei ao SENHOR, vós, os seus santos, pois nada falta aos que o temem" (Sl 34:9).

Com absoluta certeza, a “vida abundante” que Jesus prometeu é a vida eterna, ela sim é abundante – “E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna”(1João 2:25).

1. A matéria superestimada. É antibíblica a superestimação dos bens materiais, do físico e do palpável em detrimento das coisas espirituais e do eterno. Isto é uma atitude inerente à filosofia materialista e ao ateísmo.

O materialismo estimula as pessoas a viverem para TER. Porem, a ênfase do cristianismo bíblico está em viver para SER. Somos desafiados a viver para sermos santos, luz do mundo e sal da terra em meio a uma geração que vive para TER.

É evidente que como seres terrenos temos que trabalhar com ousadia, integridade e dedicação para conquistar os recursos materiais necessários para nossa sobrevivência e contribuir para o reino de Deus. Contudo, a Bíblia condiciona a prosperidade do homem a uma vida de obediência ao Senhor. Não é possível ter-se felicidade, bem-estar, alegria, sucesso e êxito se o indivíduo não cumprir a lei do Senhor, não O buscar de todo o seu coração. A Verdadeira prosperidade, portanto, é o resultado da obediência, é fruto de um estado espiritual de comunhão com Deus.

Jesus encontrou pessoas materialistas, como o jovem rico, que preferiu suas próprias riquezas em vez das riquezas do reino. Mas ele também encontrou pessoas como Zaqueu, que foram capazes de trocar o materialismo pelos valores do reino.

2. A matéria negada. Não podemos negar e nem deixar de ser gratos por essa vida, pois, para os crentes e demais homens, ela é um testemunho da bondade e misericórdia de Deus. Os bens materiais, inclusive o dinheiro, são bênçãos que Deus nos concede para usufruirmos dele e beneficiar o próximo e a obra de Deus. Seria hipocrisia de nossa parte negar que o dinheiro é um bem apreciável, pois quanto mais recursos financeiros uma pessoa possui, mais oportunidades ela tem para oferecer uma educação melhor aos seus descendentes, investir em sua saúde, adquirir bens que serão utilizados de forma razoável e confortável, e abençoar a obra de Deus de forma generosa. Mas, precisamos entender também que o dinheiro é um ótimo servo, mas um senhor impiedoso se o colocarmos nessa posição também. Se não tivermos nossas vidas diante de Deus, perderemos o foco da verdadeira prosperidade: um relacionamento com o Doador, e não com a dádiva. Não foi à toa que Jesus falou contra Mamom e os perigos do relacionamento com Ele.

A Bíblia é um verdadeiro manual sobre a questão do dinheiro. Aliás, A Bíblia fala mais sobre o dinheiro do que a respeito do céu. O dinheiro está profundamente conectado à vida espiritual. A ética cristã lida não apenas com a questão de como ganhar o dinheiro, mas também com a maneira certa de usufruí-lo, investi-lo e distribuí-lo.

Não há nada nas Escrituras que condene a posse de dinheiro a não ser o amor a ele (1Tm 6:10). A busca desenfreada da riqueza produz efeitos desastrosos sobre a alma. Quais são os perigos produzidos pelo amor ao dinheiro? Vou citar aqui apenas três:

a) O amor ao dinheiro conduz a pessoa à tentação. O desejo pela riqueza conduz as pessoas à tentação. Que tentação? Vejamos isso à luz dos dois maiores mandamentos da Lei de Deus, segundo Jesus: Respondeu-lhe Jesus: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem a lei e os profetas“ (Mt 22.37-40).

Quando você deseja ser rico, esse desejo o domina e o controla. O dinheiro torna-se seu senhor e seu deus. Então você passa a buscá-lo mais do que a Deus e a procurar a sua felicidade mais do que o bem do seu próximo. Dessa maneira, o amor ao dinheiro o leva a violar os dois principais mandamentos da lei de Deus.

b) O amor ao dinheiro coloca laços e ciladas no caminho da pessoa. As riquezas são uma armadilha, pois conduzem à escravidão e não à liberdade. Em vez de saciar, as riquezas produzem outras concupiscências e desejos para serem satisfeitos. Que armadilha é essa? A Bíblia responde: "Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda"(Ec 5.10). O amor ao dinheiro tem a capacidade de levar você a desejar sempre mais. Quanto mais você tem, mais quer ter. Você nunca se satisfaz. Esta é a cilada: insatisfação permanente. O dinheiro é um deus; é Mamom. Muitos trocam o Deus vivo por esse deus. Outros sacrificam a família e vendem a própria alma no altar desse deus.

c) O amor ao dinheiro atormenta a pessoa com muitas dores. Há determinados sofrimentos que só os ricos têm. Eles são inquietos, inseguros, medrosos. Vivem perturbados. O rico tem duas grandes perturbações: o desejo desenfreado de ganhar, ganhar e ganhar; e o medo de perder, perder e perder.

Muitos vivem atormentados por esse dilema. Além do mais, o dinheiro nunca serviu para promover a união familiar. As famílias mais desunidas são aquelas que mais dinheiro possuem. O dinheiro não tem liga. Ele divide e separa.

O amor ao dinheiro fez o jovem rico se afastar de Cristo (Mc 10:22). O amor ao dinheiro fez o rico pensar apenas em seus banquetes e desprezar "Lázaro, coberto de chagas, que jazia à porta..." (Lc 16:19-21). O amor ao dinheiro fez Judas trair Jesus e se suicidar (Mt 26:14-16). O amor ao dinheiro fez Ananias e Safira mentirem para o Espírito Santo (At 5:1-11). O amor ao dinheiro fez os ricos reterem com fraude o salário do trabalhador (Tg 5:4). O amor ao dinheiro é a causa de muitas fraudes, casamentos destruídos, divórcios, perjúrios, roubos, sequestros, assassinatos e guerras.

Portanto amado irmão e amigo, fuja do amor ao dinheiro. Um homem feliz é conhecido por aquilo de que ele foge. Há momentos em que fugir é um sinal de covardia, como foi o caso de Neemais. Ele respondeu aos seus inimigos: "[...] homem como eu fugiria?" (Ne 6:11). Mas em outras ocasiões, fugir é sinônimo de sabedoria e prudência. José do Egito fugiu da mulher de Potifar (Gn 39:12). Davi fugiu quando o rei Saul queria matá-lo (1Sm 19:10). Paulo escreve a Timóteo: "Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas" (1Tm 6:11).

Se você se encontra perguntando: Ah!, se eu tivesse isto ou aquilo, se eu tivesse uma casa melhor, um carro mais novo eu seria mais feliz...Fuja! Se você perceber que está olhando a prosperidade do ímpio e dizendo: Ah!, se tivesse o que ele tem eu seria mais feliz... Fuja! Quando você vê uma propaganda, e pensar: Ah!, se eu pudesse comprar esse produto, eu seria mais feliz... Fuja!

Sua felicidade não está nas coisas, mas em Deus. Alguém disse que as pessoas mais felizes são aquelas que voltam para casa com cheiro de graxa. A Bíblia diz que: "Melhor é um bocado seco e tranquilidade que a casa farta de carnes e contendas" (Pv 17:1).

A verdadeira prosperidade é Cristo, nEle repousa todas as riquezas de Deus (Ef 2:7). Com Ele, temos razões para estarmos sempre contentes, trabalhando sempre, com respeito e dignidade (Ef 4:28; 1Ts 2:9; 2Ts 3:8), mas confiando nEle que nos supre do que temos real necessidade (Mt 6:33).

II - CORRIGINDO OS ERROS ACERCA DA POBREZA

1. Pobreza e pecado. Ser pobre não é pecado. Há várias explicações para a pobreza no mundo, mas a pior delas é associar a pobreza à ausência da bênção de Deus. Quando se faz uma leitura correta das Sagradas Escrituras, observa-se que Deus ordena aos ricos que reservem uma parte de suas colheitas aos pobres. Essa ordenança é um sinal claro de que Deus planejou abençoar os pobres utilizando recursos que Ele mandaria a mais para os mais abastados. E Tiago questiona: “Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?” (Tg 2:5). Como se vê, os pobres são especiais e preciosos para Deus (cf. Lc 4:18;6:20;7:22). Eles, como muita mais frequência, são os mais ricos na fé e nos dons espirituais e os que, na sua necessidade, clamam mais intensamente a Deus, com fome sincera por sua presença, misericórdia e ajuda(Lc 6:20,21). Portanto, jamais se pode avaliar a espiritualidade de uma pessoa pelo que ela possui de bens materiais.

Portanto, é necessário estarmos conscientes de que ser pobre não significa necessariamente estar em pecado. Veja as seguintes passagens da Bíblia: Pois nunca deixará de haver pobre na terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra”(Dt 15:11). Disse Jesus: ”Porquanto sempre tendes convosco os pobres...”(Mt 26:11). “O que oprime o pobre insulta àquele que o criou, mas o que se compadece do necessitado o honra”(Pv 14:31). “Melhor é o pobre que anda na sua integridade do que o perverso de lábios e tolo”(Pv 19:1). ”O rico e o pobre se encontram; a todos o Senhor os fez”(Pv 22:2). “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e salvo, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta”(Zc 9:9).

2. Pobreza magicamente extinta. Hoje quando se ouve alguns pregadores falando sobre questões financeiras tem-se a impressão de que no Antigo Testamento não havia pobres, que todo Israelita era como Salomão. Desafiam os crentes a não aceitarem dificuldades financeiras e a determinar a prosperidade, exigindo as bênçãos materiais, principalmente as ligadas aoouro e a prata”. Acusam os crentes pobres de falta de fé, até de estarem em pecado, desviadosUsam, com frequência, duas passagens bíblicas: Deuteronômio 28:1-14 e 2Crônicas 1:7-17 para fundamentar seus argumentos em favor da riqueza.

A primeira passagem refere-se à Nação de Israel, com uma condição: obediência - “...quando obedeceres aos mandamentos do Senhor teu Deus, que hoje te ordeno, para guardar e fazer”. Observe que a obediência vem antes da bênção e o servir a Deus antes de ser servido.

A segunda passagem refere-se uma promessa pessoal feita por Deus a Salomão - Naquela mesma noite Deus apareceu a Salomão e disse-lhe: pede o que queres que eu te dê”. Deus, na sua Soberania, quis honrá-lo; deu o que ele pediu e deu, também, o que não pediu - ele não pediu riquezas, porém Deus quis lhe dar - “... e te darei riquezas, e fazendas, e honras, qual nenhum rei antes de ti teve, e depois de ti não haverá...”. Foi uma promessa pessoal feita a Salomão. Não consta que esta riqueza foi dada para todos os israelitas fiéis.
Salomão tinha centenas, milhares de súditos, entre eles muitos que eram sinceros, fiéis e tementes a Deus, porém a riqueza só foi dada ao rei Salomão. Seus ministros, seus funcionários administrativos, seus soldados, todos os serviçais do Palácio, todos continuaram vivendo com o “salário” que ganhavam, embora sendo israelitas fiéis a seu Deus. Na verdade quem era pobre continuou sendo, quem vivia de salário continuou vivendo de salário, e dando graças a Deus pelo emprego, ou por sua fonte de manutenção. Não adiantava determinar a bênção da riqueza com base na promessa que Deus fez a Salomão.
Portanto, se o crente, fiel e temente a Deus, tem poucos bens, ou mesmo que não tenha bens para administrar, saiba que Deus não tem compromissos de dar riquezas para todos os seus servos. Deus não prometeu que todos os pobres ficariam ricos. O que Deus queria, e quer, é que os necessitados não fossem abandonados - “... pelo que te ordeno, dizendo; livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado e para o teu pobre da tua terra (Dt 15:11). Não se está falando de estrangeiros, não se está referindo aos que estão lá fora. Lá no passado está se referindo aos filhos de Israel, e hoje, está se referindo à Igreja. Fala-se em “teu irmão”, “teu necessitado”, “teu pobre”, “tua terra”. Jesus disse: “Porque sempre tendes os pobres convosco...”(Mc 14:7; Mt 26:11; João 12:8).
A Teologia da Prosperidade tem feito ricos, pobres da presença de Deus e dos pobres, ricos sem Deus. Por quê? Porque o [amor ao dinheiro] é raiz de todos os males...(1 Tm 6.10a). Tenhamos, pois, cuidado com este falso evangelho, com esta investida materialista travestida de cristã e de evangélica, pois, “… alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1Tm 6:10b).
III - A VIDA ABUNDANTE NÃO SUPERESTIMA O CORPO E NEM NEGA A ALMA
1. A vida abundante é equilibrada. Somos peregrinos nesta Terra(cf 1Pe 1:17; Hb 11:8-10,13). Mas, muitos que se dizem cristãos vivem, de forma desequilibrada, em busca das coisas efêmeras, como se tudo fosse o aqui e o agora. É bom sabermos que a nossa esperança não está no aqui e agora, pois “os nossos dias sobre a Terra são como a sombra, não há outra esperança”(1Cr 29:15). Em nossa peregrinação pela terra, devemos usar os instrumentos necessários e disponíveis por Deus para que possamos não somente preservar a nossa vida, mas também atingir objetivos. Isso exige de nós equilíbrio, domínio próprio, para sabermos como utilizar esses instrumentos em nossa caminhada. Portanto, devemos buscar o que nos é necessário, nem sermos luxuosos e nem demasiadamente rígidos, sempre buscando os princípios das Escrituras que estabelecem o legitimo uso das coisas.

Embora Deus tenha feito muitas coisas para o nosso deleite, e para que pudéssemos louvá-lo por sua bondade e ser agradecidos, é preciso tomar cuidado para não cometermos abusos, ou seja, usar do pretexto de liberdade e não nos privar de nada. A nossa gratidão deve refrear os desejos carnais dos abusos, pois, não posso estar agradecido pelo “pão, o calçar e o vestir”, e ao mesmo tempo usar estes bens para me deleitar na lascívia. Jamais poderemos dar rédeas soltas aos nossos desejos naturais, pois, ultrapassam os limites da temperança e da moderação.

A moderação é necessária, pois, sem ela convertemos o que o Senhor nos deu para enriquecer a nossa vida, em pedra de tropeço. Em nada devemos ser exagerados, nem no comer, nem no beber, nem em nos deleitar nos prazeres, devemos evitar a tudo quanto possa fazer diminuir a nossa espiritualidade e devoção. Não podemos esquecer do nosso interior e nos preocupar apenas com o exterior, pois, como diz um provérbio antigo, quem põem muita atenção no corpo geralmente se descuida da alma. Sejamos, pois, equilibrados.

2. Bem-estar físico e emocional. Tudo que se fizer será bom, trará bem-estar se fizermos de acordo com a Palavra de Deus. Muitos têm tudo, até dinheiro em demasia, mas não têm o bem-estar emocional. Vivem inquietos, atribulados, apesar e por causa das muitas riquezas, não tendo qualquer alegria ou contentamento verdadeiros, porque não fazem as coisas de acordo com a sã doutrina. Ser próspero é ter bem-estar em tudo o que se faz, ago muito diferente e muito melhor do que possuir bens materiais.

Bem-estar físico. Vivemos em uma sociedade que cultua, entre tantas “divindades”, o corpo. Há academias espalhadas em todos os lugares, oferecendo aos participantes a possibilidade de fazer exercícios que conservarão a estética do corpo perfeito. Infelizmente, há pessoas que se dedicam tanto ao cuidado com o corpo que se esquecem de cuidar de sua alma, de nutrir uma vida espiritual.

Quando nos conscientizamos de que o nosso corpo não deve ser um fim em si mesmo, nossa conduta passa a ser diferente do comportamento que tanto tem caracterizado os nossos dias de culto ao corpo e a tudo o que lhe diz respeito, culto este que tem, inclusive, já invadido a comunidade evangélica. Vivemos, hoje, a época do domínio da moda, da aparência, da beleza estética, com um sem-número de distúrbios e desequilíbrios de toda a sorte. Muitos, até mesmo crentes, na busca do corpo perfeito, deixam de comer ou se submetem às dietas da moda, sem orientação médica, prejudicando a saúde.

A idolatria do Corpo é um erro bíblico que precisa ser evitado. O corpo tem que ser um instrumento para glória de Deus, e não para a glória do homem – “... glorificai, pois, a Deus no vosso Corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”( 1Co 6:20).

É claro que devemos cuidar do nosso corpo que, segunda a Bíblia nos ensina, é o templo do Espírito Santo(1Co 3:16). Mas tudo sem obsessão, com muito zelo e equilíbrio. Como crente em Jesus Cristo, você tem procurado viver de modo equilibrado? Tem procurado realizar uma alimentação saudável? Se alguém viver em um edifício de propriedade de outra pessoa, procurará violar as regras do edifício? Como seu Criador, Deus nos concedeu uma espécie de "manual do fabricante", que é a Sua Palavra. Precisamos ter um corpo sadio, para que nossas faculdades mentais tenham condição de também se desenvolver plenamente, sem o que não poderemos servir a Deus de acordo com a Sua vontade. Ter uma mente sã em corpo são é uma exigência divina para que possamos servir a Deus a contento, de acordo com a excelência da Sua santidade.

3. O bem-estar espiritual. A “Teologia da Prosperidade” tem pregado que o bem-estar espiritual é irreconciliável com qualquer espécie de sofrimento. Se o crente sofre é porque não é próspero. Todavia, a vida cristã não uma sala vip nem uma colônia de férias. O sofrimento é o cálice que o povo de Deus precisa beber, enquanto caminha rumo à glória. A cruz vem antes da coroa, o sofrimento antes da recompensa final. Nós entramos no reino de Deus por meio de muitas tribulações (At 14:22).

Os proponentes dessa falsa teologia ensinam que o crente fiel não pode adoecer – “se adoecer está em pecado, não entendeu o que é viver pela fé, além de estar dominado pelo Diabo”. Propalam que todo cristão deve viver uma vida plena, isenta de doenças; e que, na idade avançada, devem viver sem dor ou sofrimento. Segundo esses "teólogos", quem fica doente não está reivindicando seus direitos como filho de Deus ou não tem fé. Que falácia! Tudo isso porque as suas mensagens visam agradar o ser humano e atendê-lo em suas necessidades restritas a essa vida, como saúde, prosperidade e bem-estar. O ensino bíblico, porém, é claro ao ensinar que “muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas”(Sl 34:19). Amém!

CONCLUSÃO

Somente em Jesus Cristo temos a verdadeira prosperidade, que está associada a uma comunhão intima e estreita com o Senhor Jesus, que nos promete uma vida abundante, conforme as Escrituras Sagradas. Quando uma pessoa aceita Cristo como seu único e suficiente Salvador e Senhor de sua vida, essa pessoa passa a ter uma vida abundante: é liberta da indolência e da desonestidade e os agrilhoes da miséria são quebrados; aquela pessoa que vivia dominada pela preguiça começa a trabalhar com afinco; aquela que vivia desonestamente, agora trabalha com integridade; aquela pessoa que roubava, agora trabalha para suprir suas necessidades e ainda ajudar os necessitados; aquela pessoa que gastava com vícios deletérios, jogos de azar e devassidão, agora só emprega o dinheiro naquilo que é pão, ou seja, naquilo que satisfaz. Assim, a verdadeira prosperidade e a verdadeira riqueza são bênçãos que jorram de Deus para todos aqueles que vivem piedosamente. O apóstolo Paulo escreveu: "De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento" (1Tm 6:6).

Caros irmãos e amigos, agradeço-lhes muito por acompanhar-me durante este 1º trimestre/2012. Para mim, creio que também para todos vocês, foram momentos assaz edificantes e de superlativas aprendizagens. Espero que o conhecimento adquirido ao longo deste trimestre possa nos garantir blindagem contra as investidas dos propagadores da falaciosa “teologia da prosperidade”. “... o Filho de Deus nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro...”(1João 5:20). Que o Deus de Paz “vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém”(Hb 13:21).

Espero encontra-los novamente no próximo trimestre, se Deus quiser.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 49.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico Beacon – CPAD.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Caramuru AFONSO Francisco – A mordomia cristã das finanças.

Rev.Hernandes Dias Lopes – Dinheiro, a prosperidade que vem de Deus.