No Primeiro
Trimestre de 2024, vamos explorar o seguinte tema nas Escolas Bíblica Dominical
em todo o Brasil: “O Corpo de Cristo -
Origem, Natureza e Missão da Igreja no Mundo". Este tema aborda um dos
pilares fundamentais da fé cristã: a Igreja. As lições que estudaremos propõem
uma exploração aprofundada sobre a origem, natureza, missão e diversos aspectos
relacionados a Igreja.
O comentarista do trimestre é o pastor José Gonçalves, líder da Assembleia
de Deus em Água Branca (PI), mestre em Teologia, graduado em Filosofia,
escritor de diversas obras editadas pela CPAD e membro da Comissão de
Apologética da CGADB.
O Corpo de
Cristo refere-se a todas
as pessoas que foram regeneradas, nascidas de novo, independentemente de suas
diferenças geográficas e culturais. Refere-se às pessoas reconciliadas com Deus
mediante a obra salvífica de Cristo e que agora pertencem a Ele. Embora seja um
organismo vivo, o Corpo de Cristo (1Co.12:27a), a Universal Assembleia e Igreja
dos Primogênitos, que estão inscritos nos céus (Hb.12:23a), se apresenta sobre
a face da Terra como uma reunião de Igrejas Locais, grupos sociais que têm tarefas
a cumprir até a volta do Senhor Jesus para arrebatar os salvos e os levar para
estar para sempre com Ele (João 14:3; 1Ts.4:16,17).
A Igreja é o Corpo de Cristo. Na Bíblia, a Igreja é chamada de o Corpo
de Cristo para explicar nossa união com Cristo e uns com os outros.
Jesus teve um corpo físico que sacrificou por nós na cruz, mas não é disso que
a Bíblia fala quando diz que a igreja é o corpo de Cristo. Ser “corpo” de
Cristo é uma metáfora sobre nossa associação com Jesus e com nossos irmãos
cristãos. Os membros desse Corpo não podem viver isolados e de forma
decentralizado. Assim como todas as partes do corpo humano estão ligados e trabalham
juntas, os cristãos devem trabalhar unidos para a obra de Deus. Todos os
membros do corpo de Cristo são importantes. Muitas vezes valorizamos mais as
posições de liderança, mas cada função é importante e necessária para o bom
funcionamento da igreja. A Bíblia explica assim: “Se todo o corpo fosse olho,
onde estaria a audição? Se todo o corpo fosse ouvido, onde estaria o olfato?”
(1Co.12:17).
Cristo é a Cabeça do Corpo. Jesus é o Líder supremo da Igreja.
Assim como a cabeça comanda o resto do corpo humano, Jesus comanda a Igreja. Ele
é nosso Salvador e nosso Rei, que tem toda autoridade. A cabeça domina o resto
do corpo humano e decide o que vai fazer; da mesma forma, a Igreja como um
todo, e cada pessoa individualmente, é liderada por Jesus (Ef.4:15,16).
Todos precisamos de Jesus. Ele é o elo de ligação entre todos os cristãos, não
importa quão diferentes sejam. Somos todos parte do mesmo Corpo porque todos
estamos unidos a Jesus e o obedecemos. Como Corpo de Cristo, devemos obedecer a
Jesus e buscar mais união uns com os outros.
A Igreja é a Família de Deus
(Ef.2:19). Pela fé, entramos
nessa família, e Deus tornou-se nosso Pai. Essa família está no Céu e também na
Terra (Fp.3:15) - os crentes vivos na Terra e os crentes que “dormem” em Cristo
no Céu. Não importa a nacionalidade, somos todos irmãos, membros da mesma
família. Nessa família não há barreira racial, social, cultural, linguística
nem econômica. Somos um em Cristo. Temos o mesmo Espírito. Fomos salvos pelo
mesmo Cordeiro e purificado pelo mesmo sangue. Temos o mesmo Pai. Somos
herdeiros da mesma herança. Moraremos juntos no mesmo Lar (João 14:1-3;
Fp.3:20).
A Igreja é o Templo do Espírito Santo. Embora seja o Templo do Espírito
Santo, a Igreja local não está livre de influências nocivas que procuram
enfraquecer sua identidade de representante de Cristo no mundo. E os efeitos do
mundanismo são percebidos quando a Igreja deixa de ser pautada pelos valores da
fé cristã (2Tm.3:1-5). Por isso, neste Trimestre, é importante reafirmar a
natureza da Igreja e destacar seu relacionamento com Cristo; neste
relacionamento que, como Igreja, nos afastamos do mundo, vivemos o propósito de
Cristo na terra e nos livramos das influências hostis aos valores eternos da
mensagem de Cristo.
Portanto, a Igreja,
na sua dimensão local e visível, não é formada por anjos, ou por espíritos, mas
por pessoas, de carne e osso, com suas virtudes e defeitos. Só a Igreja na sua
dimensão universal e invisível, como Noiva do Cordeiro, é que não tem problemas
ou defeitos. Assim sendo, como Família de Deus, a Igreja tem ordem, regras e um
governo; ela é governada por Jesus Cristo, a Cabeça da Igreja (Ef.1:22; 5:23;
Cl.1:18), a quem os crentes verdadeiros, quando reunidos e unidos, devem
tributar honra, respeito e adorá-lo como o Senhor da Igreja.
LIÇÕES PROPOSTAS A SEREM ESTUDADAS AO LONGO DO TRIMESTRE
Os alunos terão a oportunidade de
aprofundar seu entendimento sobre a Igreja, sua natureza, seu significado
teológico e prático, bem como seu papel na missão de Deus no mundo. Cada lição
abordará um aspecto único e vital desse tema, ajudando os participantes a
crescerem em sua fé e compromisso com a Igreja Local.
Lição 01: A Origem da Igreja
Nesta lição, procuraremos responder
as seguintes questões: Como o povo de Deus é formado na Bíblia? Como a Igreja
foi planejada por Deus? O que a Igreja é de fato? Para Paulo, a Igreja é a
“coluna e firmeza da verdade” (1Tm.3:15); para Pedro, a “geração eleita”
(1Pd.2:9); para nós, o que a Igreja é? Nesta lição, mostraremos o que a Bíblia,
de fato, revela sobre a Igreja de Deus. Veremos que a ekklesia, a Igreja de
Deus, longe de ser meramente uma associação de pessoas, é uma instituição
divina.
Lição 02: Imagens Bíblicas da Igreja
Por meio de cada imagem que retrata a
Igreja, o Espírito Santo revela-nos o quão gloriosa ela é. A Bíblia apresenta
diversas imagens que revelam um determinado aspecto da natureza da igreja de
Cristo. São símbolos, metáforas e descrições encontradas na Bíblia que
representam a Igreja, seja como Templo do Espirito Santo, o Corpo de Cristo ou
a Noiva de Cristo. Essas imagens são diversas e oferecem diferentes
perspectivas sobre a natureza e o papel da Igreja. Nesta lição, abordaremos as
seguintes imagens: A Noiva de Cristo; a Esposa de Cristo; o Rebanho de Deus;
Geração eleita; Sacerdócio real; Nação Santa e Povo adquirido; Corpo de Cristo;
Santuário de Deus; Casa de Deus.
Lição 03: A Natureza da Igreja
A Natureza da
Igreja de Cristo pode ser compreendida através de várias características
fundamentais que a definem. Nesta Lição trataremos apenas de algumas delas
como, por exemplos: (a) Fé e Fundamentação na Palavra de Deus - uma igreja
genuinamente cristã se baseia nos ensinamentos e na autoridade das Escrituras
Sagradas. Ela reconhece a Bíblia como a fonte suprema de orientação espiritual
e doutrinal, buscando sua direção e princípios para suas crenças e práticas;
(b) Dimensão Local e Universal - A igreja possui uma dualidade de natureza,
sendo local e universal ao mesmo tempo. Localmente, é uma comunidade de fiéis
que se reúnem em um lugar específico para adoração, comunhão e serviço mútuo.
Universalmente, ela representa o Corpo maior de crentes em Cristo ao redor do
mundo, transcendendo fronteiras geográficas e culturais; (c) Unidade e não
Divisão - Uma igreja verdadeira é caracterizada pela unidade entre seus
membros, manifestada pelo amor mútuo, cooperação e busca pela harmonia. Ela
busca evitar divisões e dissensões internas, reconhecendo que a verdadeira
igreja não é marcada por facções ou desunião. Estas e outras características
essenciais mostram a identidade e a Natureza da Igreja de Cristo Jesus, que se
fundamenta na fé, na comunidade e na unidade, refletindo os
princípios e ensinamentos deixados por Cristo para seus seguidores.
Lição 04: A Igreja e o Reino de Deus
A Bíblia retrata
Deus como um soberano supremo, comparado a um rei que governa com autoridade e
domina sobre tudo o que existe. Ele exerce seu governo de forma absoluta,
manifestando-se como o Rei acima de tudo (Salmo 47:6; 52:7; 22:8). O Reino de
Deus é o âmbito onde Ele governa de maneira soberana e universal.
Ao examinar o Reino
Divino, é fundamental compreender sua natureza abrangente e a forma como se
manifesta tanto de maneira presente quanto futura. Ele abarca toda a criação e
governa com supremacia e autoridade em todas as esferas da vida. Dentro desse
contexto, a igreja desempenha um papel significativo, sendo considerada como
integrante desse Reino estabelecido por Deus. A igreja é chamada a viver,
proclamar e demonstrar a vida que emana do Reino de Deus.
Assim, a relação
entre a igreja e o Reino de Deus é intrínseca. A igreja não apenas faz parte
desse Reino, mas também é convocada a viver de acordo com seus princípios, a
proclamar sua mensagem e a refletir a realidade do Reino no mundo. Deus estabeleceu
a Igreja para ser um instrumento que manifesta e expande a vida do Reino de
Deus, sendo um reflexo tangível da soberania e do amor de Deus na Terra.
Lição 05: A Missão da Igreja de Cristo
Nesta lição,
trataremos da Missão multifacetada deixada por Cristo à Sua Igreja. Veremos não
apenas a missão de proclamar a Palavra, mas também a missão de nutrir e
fortalecer espiritualmente, assim como a missão de praticar a comunhão
fraternal.
O mandato de
proclamar o Evangelho e instruir nos caminhos do Senhor ecoa como uma das
colunas fundamentais da missão da Igreja. Nesse cenário, desvendaremos não
somente a importância da proclamação das Boas Novas, mas também a necessidade
vital de guiar os corações sedentos pela verdade, estabelecendo um alicerce
sólido na fé e no conhecimento do evangelho.
A adoração
transcende os momentos sagrados; é um estilo de vida que se desdobra em cada
ato e respiração da comunidade de fé. Ao explorarmos esta vertente da missão,
contemplaremos não apenas os rituais de adoração, mas também a edificação
espiritual contínua entre os membros da Igreja. Descobriremos como a adoração
genuína e a edificação espiritual se entrelaçam para formar uma base sólida e
um crescimento espiritual duradouro.
A Igreja, também, é
mais do que um agrupamento de indivíduos; é uma família espiritual. Ao
estudarmos a missão relacionada à comunhão e socialização, mergulharemos na
essência vital do compartilhar, do cuidado mútuo e do fortalecimento mútuo.
Entenderemos como a verdadeira comunhão vai além das interações superficiais,
nutrindo laços profundos que fortalecem e sustentam a jornada espiritual de
cada membro da família de fé.
Espero que nesta
Lição haja não apenas em um estudo teórico, mas em uma jornada prática de
vivência da missão da Igreja. Espero que os alunos e professores explorem não
somente os conceitos, mas também a abracem a experiência transformadora de
serem agentes ativos na proclamação, no fortalecimento espiritual e no cultivo
de relacionamentos autênticos na comunidade de fé.
Que esta Lição nos
conduza não apenas ao entendimento intelectual, mas à vivência fervorosa e
dinâmica da missão que nos foi confiada, impulsionando-nos a um compromisso
renovado com o propósito maior que nos une como Corpo de Cristo.
Lição 06: Igreja: Organismo e Organização
A compreensão da
Igreja nestas duas esferas oferece uma perspectiva ampla e multifacetada sobre
sua natureza e função. Historicamente, a Igreja tem sido considerada tanto como
um organismo vivo, com ênfase em sua natureza espiritual, orgânica e interdependente,
quanto como uma organização, destacando sua estrutura, hierarquia eclesiástica
e funções institucionais.
Como Organismo,
ressalta a ideia de que a Igreja é mais do que uma simples instituição; é um
Corpo vivo, composto por indivíduos que compartilham uma fé comum, conectados
através de vínculos espirituais, onde cada membro desempenha um papel vital na
saúde e no funcionamento coletivo. Nesse sentido, a ênfase recai na dinâmica
espiritual, na comunhão, na missão e no crescimento espiritual dos seus membros.
Quando vista como
Organização, a Igreja é percebida por sua estrutura visível, com hierarquias,
normas, práticas e processos organizacionais. Essa perspectiva enfatiza a
importância da administração, liderança, governança e gestão eficaz para o funcionamento
adequado da comunidade de fiéis, possibilitando a realização de suas atividades
e missões.
Compreender a
Igreja como um Organismo e uma Organização permite uma análise abrangente das
suas dinâmicas, desafios e potenciais. Essas duas perspectivas não são
mutuamente exclusivas, mas complementares, proporcionando um olhar completo
sobre a complexidade e a riqueza
Lição 07: O Ministério da Igreja
O Ministério na Igreja é um tema de profunda importância e complexidade,
essencial para a compreensão do papel dos indivíduos dentro do corpo de
crentes. Em sua essência, as Escrituras apresentam uma dualidade significativa
no que diz respeito ao ministério: todo cristão é investido de um ministério
sacerdotal, capacitando-os a ministrar diante de Deus, e, ao mesmo tempo, há
uma designação específica de certos indivíduos para funções e ofícios
particulares.
É crucial ressaltar que, de acordo
com a perspectiva bíblica, não há distinção fundamental entre os membros
individuais e a liderança no que se refere ao sacerdócio pessoal. Todos os
crentes são investidos do chamado sacerdotal, habilitando-os a se aproximarem
de Deus e a servirem como ministros em sua comunidade de fé.
No entanto, as Escrituras também
revelam que Deus, em sua soberania, designa certos indivíduos para exercerem
funções específicas e ofícios particulares dentro da Igreja Local. Esses
ministros chamados têm a responsabilidade sagrada de servir à Igreja de Cristo
e trabalhar ativamente para o aperfeiçoamento e edificação dos santos.
Nesta Lição sobre o ministério na
Igreja, exploraremos as nuances dessa dualidade bíblica, examinando as
qualificações exigidas para o exercício dessas funções, as responsabilidades
inerentes aos ministros designados por Deus e a maneira como a interconexão
entre o sacerdócio geral dos crentes e os ministérios específicos contribui
para o florescimento e crescimento saudável da comunidade da fé.
Ao mergulharmos mais profundamente
nesse tema, poderemos compreender melhor como a diversidade de funções e dons
dentro da Igreja é essencial para o cumprimento da missão coletiva de proclamar
o Evangelho, edificar os crentes e glorificar a Deus por meio do serviço mútuo
e da dedicação ao propósito maior do Reino dos céus.
Lição 08: A Disciplina na Igreja
Embora seja muito
necessária, a prática da disciplina na Igreja Cristã vem sendo esquecida e
negligenciada por muitos. A disciplina na igreja é uma questão de vital
importância para aqueles que buscam viver em conformidade com os princípios
estabelecidos pela fé cristã. A santidade de Deus é o alicerce sobre o qual a
prática da disciplina se fundamenta, pois reflete o chamado à santificação que
é direcionado aos servos de Deus. A essência da disciplina eclesiástica não se
resume apenas à correção de comportamentos inadequados, mas também à preservação
da integridade moral, ao afastamento do pecado e à manutenção de um testemunho
autêntico e coerente com os valores do Evangelho.
A importância da
disciplina na Igreja Local é indiscutível, porém, ao longo do tempo, tem sido
notado um declínio em sua aplicação e compreensão em muitas igrejas locais. A
negligência em exercer a disciplina eclesiástica resulta em uma perda gradual
da identidade da igreja, transformando-a de uma comunidade espiritual em um
mero agrupamento social. Esse descuido acarreta consequências significativas,
gerando igrejas enfraquecidas, carentes de vitalidade espiritual e destituídas
de um testemunho coerente com os princípios cristãos.
É fundamental,
portanto, abordar a disciplina cristã não apenas como um método corretivo, mas
também como um processo formativo essencial para o desenvolvimento do caráter
dos membros da igreja. Esta abordagem compreende tanto a correção de
comportamentos desalinhados com os princípios cristãos quanto o cultivo de uma
formação espiritual que fortaleça e molde o caráter segundo os ensinamentos de
Cristo. Esta Lição se propõe a explorar a disciplina cristã em suas modalidades
corretiva e formativa, visando revitalizar sua prática e compreensão no
contexto da vida da igreja contemporânea.
Lição 09: O Batismo – A Primeira Ordenança da
Igreja
O Batismo é uma ordenança de Jesus
Cristo e, por isso, deve ser uma prática obedecida pela igreja. É uma ordem a
ser cumprida por quem se arrependeu dos seus pecados (At.2:38) e recebeu de bom
grado a Palavra de Deus (At.2:41). Deste modo, não podem ser batizadas crianças
recém-nascidas, vez que não têm o discernimento do que é, ou não, pecado e,
portanto, não podem se arrepender dos seus pecados, como também não podem ser
batizadas pessoas que não tenham demonstrado que, efetivamente, creram no
Evangelho e nasceram de novo. Só é lícito o batismo daquele que realmente creu
de todo o seu coração (At.8:37). Como só podem ser batizados nas águas aqueles
que creram em Jesus (Mc.16:16; At.18:8), também observamos que o batismo nas
águas não lava nem purifica pecados, mas somos justificados pela fé em Cristo
(Rm.5:1).
Portanto, a
salvação vem pela fé em Cristo e não pelo batismo nas águas. Então, alguém que
crê em Jesus e não é batizado nas águas está salvo? Depende. Por que não se
batizou nas águas? Porque não teve condição de fazê-lo, como o ladrão na cruz?
Então, este estará salvo, assim como esteve o ladrão na cruz, pois creu e não
foi batizado nas águas por motivo alheio à sua vontade. Agora, se alguém creu
em Jesus e, podendo, não se batiza porque não quer, este, na verdade, não será
salvo, não porque não foi batizado, pois o batismo não salva pessoa alguma,
mas, sim, porque, ao recusar ser batizado, mostra que, na verdade, não creu em
Jesus, pois quem crê em Jesus, obedece-Lhe.
Lição 10: A Ceia do Senhor – A Segunda Ordenança da
Igreja
A Ceia do Senhor, ou Santa Ceia, é
outra ordenança mui significativa da igreja, que celebra a comunhão do crene
com o Senhor Jesus.
A Ceia do Senhor
foi instituída por Jesus na noite em que foi traído e iniciou a sua paixão e
morte (1Co.11:23). Só podem participar da Ceia do Senhor aqueles que estão em
comunhão com Deus(1Co.11:24-27), ou seja, os integrantes da sua Igreja, aqueles
que creram em Jesus e já foram batizados nas águas, publicamente assumindo
terem se tornado discípulos do Senhor. Este ensino é muito importante, pois,
lamentavelmente, nos dias em que passamos, muitos são os que estão a
“banalizar” a Ceia do Senhor, tornando-a um ritual aberto a todos quantos
queiram dele participar, mesmo os não-crentes.
A Ceia do Senhor
não é um ato que proporcione o perdão dos pecados, nem que venha a nos pôr em
comunhão com Jesus. O que nos mantém em comunhão com o Senhor é a santificação
contínua e incessante, é a obediência à Palavra do Senhor. A Ceia existe para
confessarmos publicamente que estamos em comunhão com Deus e uns com os outros.
A Ceia é uma declaração presente e atual de comunhão, não a obtenção de uma
santidade ou uma participação na natureza divina, como entendem,
equivocadamente, alguns seguimentos do cristianismo.
Lição 11: O Culto da Igreja Cristã
O Culto é uma
sublime forma de nos expressarmos em adoração, louvor, gratidão e total
rendição a Deus. É um momento especial de comunhão e conexão com Deus. É uma
oportunidade para os fiéis expressarem sua devoção, gratidão e amor por Ele
através da adoração, louvor e oração.
Essa prática não se
limita apenas a um conjunto de rituais ou cerimônias, mas é um ato de entrega e
rendição total a Deus, onde os crentes se unem para honrar e glorificar o
Criador. O culto também desempenha um papel crucial na construção do Corpo de
Cristo, promovendo o compartilhamento de fé, ensinamentos e encorajamento
mútuo.
Além disso, o culto
não se restringe apenas ao espaço físico da igreja, mas pode ser vivenciado de
maneira contínua no cotidiano, através das atitudes e estilo de vida dos
crentes, refletindo a adoração a Deus em todas as áreas de suas vidas.
Assim, o culto na
Igreja Cristã é mais do que uma prática religiosa; é uma oportunidade para os
crentes se conectarem espiritualmente com Deus, fortalecerem sua fé e viverem
de acordo com os princípios e ensinamentos do Evangelho.
Lição 12: O Papel da Pregação no Culto
A pregação
desempenha um papel fundamental no culto cristão, sendo considerada uma das
principais formas de transmitir e compartilhar a mensagem da Palavra de Deus.
Através da pregação, os pregadores têm a oportunidade de ensinar, exortar,
encorajar e desafiar os fiéis a viverem de acordo com os ensinamentos bíblicos.
A Palavra de Deus é
vista como uma fonte de verdade, orientação e transformação para os cristãos. A
pregação busca elucidar e contextualizar esses ensinamentos, tornando-os
relevantes para a vida diária dos ouvintes. Quando a mensagem é proclamada com
sinceridade e embasada na Bíblia, ela pode tocar profundamente os corações das
pessoas, levando-as a uma compreensão mais profunda da fé, bem como ao
arrependimento, à mudança de atitude e à busca por uma vida mais alinhada aos
princípios cristãos.
Além disso, a
pregação não se limita apenas a um discurso unidirecional, mas também pode ser
interativa, encorajando a reflexão, o questionamento e a aplicação prática dos
ensinamentos bíblicos na vida cotidiana.
Quando realizada
com autenticidade e sabedoria, a pregação pode ser um meio poderoso de
edificação espiritual, promovendo a transformação individual e coletiva. É por
meio da ministração da Palavra que vidas são impactadas, fortalecidas na fé e,
muitas vezes, levadas ao encontro de Cristo, permitindo uma experiência mais
profunda e significativa com Deus.
Lição 13: O Poder de Deus na Missão da Igreja
O Espírito Santo é
a força-motriz que movimenta a Igreja. Sem o poder do Espírito, a Igreja é
incapaz de cumprir a sua missão. Na história bíblica, vemos o Espírito Santo
agindo de várias maneiras: capacitando os discípulos a pregarem com coragem
após a ascensão de Jesus, conduzindo-os na propagação do Evangelho,
capacitando-os com dons espirituais para edificar a Igreja e oferecendo
discernimento e direção em momentos cruciais.
O poder do Espírito
Santo na vida da Igreja é essencial para o cumprimento da sua missão de
proclamar o Evangelho, fazer discípulos e demonstrar o amor de Deus ao mundo.
Ele capacita os crentes a viverem uma vida cristã autêntica e os orienta na
compreensão e aplicação das Escrituras. Além disso, é o Espírito Santo quem
concede dons e talentos específicos para a edificação da Igreja e para o
serviço cristã.
Sem a presença e a
atuação do Espírito Santo, a missão da Igreja seria limitada e enfraquecida. A
dependência na força e na direção do Espírito é o que capacita os crentes a
testemunharem com poder e eficácia, a viverem vidas transformadas pelo
Evangelho e a serem agentes de mudança e amor em um mundo que necessita
desesperadamente da graça e da verdade de Cristo.
Portanto,
reconhecer e buscar a atuação do Espírito Santo na vida individual e na vida
coletiva da Igreja é essencial para que ela cumpra fielmente sua missão de
manifestar o amor de Deus e fazer discípulos em todas as nações.
CONCLUSÃO
A Igreja é um projeto exclusivamente
divino, concebido, executado e sustentado por Deus. É por isso que podemos ter
a certeza, e a história tem demonstrado isto, que nada pode destruir a Igreja
(Mt.16:18). Durante estes quase dois mil anos em que a ela tem participado da
história da humanidade, muitos homens poderosos se levantaram contra ela,
tentaram destrui-la e não foram poucas as vezes em que se proclamou que a
Igreja estava vencida. No entanto, todos estes homens passaram, mas a Igreja se
manteve de pé, vencedora, demonstrando que não se trata de obra humana, mas de
algo que é divino e contra o qual todos os poderes das trevas não têm podido
prevalecer.
Que neste
trimestre, possamos entender o que é a Igreja, segundo o modelo bíblico, como
ela deve funcionar, o que ela deve fazer e porquê e para que nós nos reunimos
em igrejas locais até a volta do Senhor.
Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC