domingo, 27 de maio de 2012

Aula 10 - O GOVERNO DO ANTICRISTO


Texto Básico: Ap 13:1-9


"Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o Anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos; por onde conhecemos que é já a última hora" (1João 2:18).

INTRODUÇÃO

Antes que Deus dê cabo ao sistema mundial gentílico, diz a Bíblia Sagrada que se levantará o último grande imperador do mundo, o mais terrível de todos, pois será um instrumento direto de Satanás entre os homens, quase que uma encarnação do próprio diabo, que sintetizará todo o ódio, revolta e indignação contra Deus. Este último déspota mundial, o mais tenebroso e iníquo de todos, é chamado pelo apóstolo João na sua primeira carta de “Anticristo” (1João 2:18).
Será de um mundo envolto em inquietude, angustias, perplexidade e guerras; convulsões sociais, políticas e econômicas; e incertezas, que Satanás levantará este novo e grande líder que, a curto prazo, oferecerá a esse mundo uma aparente e falsa paz. Será o pior período da história da humanidade. Esse tenebroso tempo será de julgamento divino sobre um mundo ímpio que rejeitou a Cristo, mas também um tempo de ira e perseguição satânicas contra os que recebem a Cristo e sua Palavra (Ap 12:12). Durante esse período, muitos cristãos sofrerão terrivelmente como objetos da ira de Satanás e dos ímpios (Ap 6:9-11; 7:9-14;; 20:4; cf 14:13). O conflito entre a retidão e o mal será tão grande que somente pode ser chamado “Grande Tribulação”.

I. QUEM É O ANTICRISTO

O “Anticristo” é um ser humano, é uma pessoa (Dn 7:7; Ap 13:18). Na visão dos quatro animais, Daniel diz que na “ponta” [ou chifre] havia olhos, como olhos de homem, a comprovar que se trata de alguém e não de reinos, estruturas ou sistemas, como defendem alguns. Este homem, porém, será diferente de todos os outros homens, porque será uma pessoa usada pelo inimigo como nenhuma outra em toda a história. Como afirma o apóstolo Paulo, o Anticristo operará segundo a eficácia de Satanás, de onde virá todo o seu poder, sinais e prodígios (2Ts 2:9). Assim, ao contrário dos outros “anticristos”, o Anticristo será um instrumento direto do adversário, alguém que será um mero instrumento da vontade do diabo, que atuará com todo o poder do inimigo, que se manifestará numa intensidade nunca antes vista, porque não haverá a resistência que hoje ainda existe para tal manifestação (cf 2Ts 2:7).
1. Definição etimológica. De origem grega, a palavra Anticristo significa, etimologicamente, tanto “contra Cristo” (2Ts 2:4) como “em lugar de Cristo” (2Ts 2:3,4; 1João 2:22). Ou seja, este último dominador do sistema mundial gentílico será alguém que tentará se dizer Cristo, que tentará se apresentar como o Messias, o Ungido de Deus, como o Enviado de Deus, como o próprio Deus, ao mesmo tempo em que procurará se voltar contra tudo o que representa o verdadeiro Deus, contra tudo o que estiver relacionado a Jesus, o verdadeiro e único Messias.
Pela Bíblia é possível verificar que, de fato, o Anticristo será mesmo um enganador, visto que não há qualquer semelhança, ou identidade entre o verdadeiro Cristo e o Anticristo. Vejamos alguns exemplos:

·   Cristo desceu do Céu (João 6:41); o Anticristo subirá do “mar” (Ap 13:1).
·   Cristo é o Cordeiro (Ap 5:12); o Anticristo é a besta (Ap 13:1).
·   Cristo é o Filho de Deus (Mt 3:17); o Anticristo é o filho da perdição (2Ts 2:3).
·   Cristo é o Santo e o Justo (Ap 16:5); o Anticristo é o homem do pecado e o iníquo (2Ts 2:38).
·   Cristo é o mistério de Deus (Cl 2:2); o Anticristo é o mistério da injustiça (2Ts 2:7).
·   Cristo é a Segunda Pessoa da Trindade Divina (Mt 28:19); o Anticristo é a segunda pessoa da trindade satânica (Ap 16:13).
·   Cristo é aquele que é, que era e que há de vir (Ap 1:8); o Anticristo é a “besta” que foi e já não é e que irá à perdição (Ap 17:8).
·   Cristo é aquele que veio em Nome do Pai (João 5:43); o Anticristo é aquele que virá em seu próprio nome (João 5:43).
·   Cristo é aquele que subiu para o Céu (Mc 16:19); o Anticristo é aquele que descerá para o lago de fogo e enxofre (Ap 19:20).
2. Definição teológica. A palavra “Anticristo” só aparece nas epístolas de João (1João 2:18,22; 4:3; 2João 7), mas o conceito se acha em outros lugares. No Apocalipse, o próprio João o chama de “besta”, significando uma pessoa cruel como uma fera, o qual conseguirá o domínio político, econômico e religioso do mundo durante o seu “império do mal”. O profeta Daniel o descreveu como o “Pequeno Chifre” (Dn 7:8,11,20-26) e o Príncipe que há de vir (Dn 9:26), cuja característica principal é a guerra contra o povo de Deus e o desejo de ocupar o lugar de Deus. Jesus fez referência ao “Anticristo”, chamando-o de "[...] o abominável da desolação" (Mt 24:15).
Na teologia do apóstolo Paulo, o Anticristo é visto como o "[...] o homem da iniquidade, o filho da perdição, o iníquo" (2Ts 2:3,8). Ele surgirá da grande apostasia (2Ts 2:3); será uma pessoa (2Ts 2:3); será objeto de adoração (2Ts 2:4); usará falsos milagres (2Ts 2:9); só pode ser revelado depois que aquilo e Aquele que o detém for removido (2Ts 2:6,7) e será totalmente derrotado por Cristo (2Ts 2:8).
2.1) Algumas decisões a serem tomadas pelo Anticristo no auge do seu governo. O Anticristo será a mais completa personificação de Satanás e o seu mais autêntico representante. Uma vez no poder, este líder político tomará algumas decisões importantes, a saber:
a) Estabelecerá a paz no Oriente Médio, fazendo um acordo com Israel, no qual permitirá que o templo de Jerusalém funcione por sete anos, o que lhe trará o apoio dos judeus (Dn 9:27; Ap 12:12-17).
b) Alcançará enorme popularidade em toda a Terra, pois, a partir da estrutura institucional que o apóia, mostrará grande habilidade de comunicação e de resolução de problemas que afligem a população mundial, fazendo com que os homens creiam que chegou uma era de paz e de segurança.
c) Fará proezas, sinais e prodígios que convencerão o mundo de que se trata de um ser sobrenatural, de um super-homem, digno de respeito, adoração e veneração. Será o desejado por todos os credos existentes sobre a Terra.
d) Através do Falso Profeta (a segunda besta), criará uma nova religião e fundará uma super Igreja Mundial, com religiosidade plenamente falsa. Concordará com a religião apóstata que agirá na primeira metade da grande tribulação; dependerá dela para realizar suas atividades, somente assim poderá se erigir como deus. Sua religião será a única da face da Terra: “(...) poder para continuar por quarenta e dois meses. E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitavam no céu. (...) E adoravam-na todos os que habitam sobre a terra” (Ap 13:5,6,8).
e) Destruirá os que se hão de converter durante a Grande Tribulação. Apocalipse 7:4-17 descreve uma multidão de judeus e gentios que serão salvos durante a “Grande Tribulação”. Muitos dizem que só haverá salvação, nesse período, para os judeus. Dizer isso é negar as próprias Escrituras. Em Ap 6:9-11 não é revelada a nacionalidade destas almas, porém, quando lemos Ap 7:9, fica claro que estes mártires são provenientes de todas “nações, tribos, povos e línguas”, ou seja, tanto judeus quanto gentios. Nem se diga que estas pessoas são os salvos arrebatados (como defendem os midi-tribulacionistas), porque a Bíblia afirma que estes vieram da “Grande Tribulação” (Ap 7:14) e, mais, que estavam com vestidos brancos, vestidos que lhes foram dados quando da revelação do quinto selo (Ap 6:11), a mostrar que se trata do mesmo grupo. Sabemos, também, que se trata do mesmo grupo porque estão no mesmo lugar, pois é dito que estão debaixo do altar em Ap 6:9 e, em Ap 7:9, diante do trono, perante o Cordeiro. Ora, pelo que vemos de Ap 8:3, o altar de ouro está diante do trono. Portanto, se a Bíblia diz que há salvos e santos que vieram desse período e, inclusive, morreram por causa do testemunho de Jesus, por que haveremos de negá-lo?.
2.2) Descrição do Anticristo. Em Apocalipse, temos uma descrição simbólica dessa figura sinistra (Ap 13:1-10).
O Apostolo João o chama de a Besta que sobe do Mar. Nesta expressão e pela sua descrição temos a possibilidade de podermos avaliar sua crueldade, bem como sua força e poder - sempre lembrando que mar ou águas, na Bíblia, fala da inquietude dos povos, multidões, nações e línguas, como diz o Profeta Isaias:Mas os ímpios são como o mar bravo que se não pode aquietar e cujas águas lançam de si lama e lodo” (Is 57:20).
Vejamos como será  a “besta” que “subiu do mar”, conforme descrição de João: E eu pus-me sobre a areia do mar e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os chifres, dez diademas, e, sobre as cabeças, um nome de blasfêmias (Ap 13:1).
·   Cabeça sempre fala de capacidade, de liderança, de inteligência, de sabedoria.
·   Chifre simboliza força, poder destruidor.
·   Diademas, ou coroas estão ligados a capacidade de governo.
Assim, o Anticristo será, pois, um homem, segundo cremos, especial, profundamente inteligente e astucioso, conforme indicam as “sete cabeças”; portador de um poder sobrenatural, recebido do próprio Satanás, conforme indicam os “dez chifres”; e o maior de todos os reis e imperadores, conforme indicam os “dez diademas”, ou coroas.
O Apóstolo Paulo chama o “Anticristo” de homem do pecado”; “o filho da perdição”; “o iníquo” (2Tes 2:3,8). Por esta descrição de Paulo é possível imaginar seu caráter, sua personalidade.
O Profeta Daniel descreve o “Anticristo” como sendo o rei feroz de cara” (Dn 8:23); “o príncipe que há de vir” (Dn 9:26); “o rei que fará conforme a sua vontade” (Dn 11:36). Ou seja, ele será um homem sem limites, que não reconhecerá a existência de qualquer superior - “...se levantará e se engrandecerá sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis e será próspero...e não terá respeito aos deuses de seus pais, nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá”(Dn 11:36-37).
O profeta Daniel, também, o chama de “Chifre Pequeno” (Dn 7:8  - “...eu continuava olhando nas visões da noite, e eis o quarto animal, terrível e espantoso e muito forte... e tinha dez pontas. Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nessa ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente... e eis que essa ponta fazia guerra contra os santos e os vencia”(Dn 7:7, 8 e 21). “Pontas”, aqui, tem o mesmo significado de “chifres”. As “dez pontas” correspondem aos “dez dedos dos pés da estátua” vista, em sonhos, por Nabucodonosor, e que eram “... em parte de ferro e em parte de barro”. Estas “dez pontas” e estes “dez dedos” representam uma Confederação de “dez reis”, ou de dez governos que, no futuro, farão parte do novo Império Romano, “ressuscitado”, conforme foi dado a saber a Daniel: “E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis...”(Dn 7:24).
Esta é uma pálida descrição do Anticristo. Não queira ficar aqui para conhecê-lo. Lembre-se que nós estamos esperando pela vinda de Jesus, e não do Anticristo.

II. A MANIFESTAÇÃO DO ANTICRISTO

O Anticristo será uma personagem de uma habilidade e capacidade desconhecida até hoje. Será o maior líder de toda a história; acima mesmo de qualquer famoso general ou governante mundial já conhecido. Ele surgirá da área do antigo Império Romano, porque em Daniel 9:26 está escrito que o seu povo (isto é, o povo donde procede o Anticristo) destruíra a cidade de Jerusalém, e esse povo foi o romano, como bem documenta a história. Talvez ele seja nativo da Síria, porque Antíoco IV Epifânio - que profanou o templo, quando o consagrou ao deus grego Zeus e mais tarde sacrificou porcos em seu altar , tipo do futuro Anticristo -, era da Síria.
Para o apóstolo João, o Anticristo sempre esteve presente nos seus precursores (os anticristos – 1João 2:28), mas ele se levantará no tempo determinado como expressão máxima da oposição a Cristo e aos cristãos. Sua ascensão se dará num tempo de muita turbulência (Ap 13:1) - "Vi emergir do mar uma besta". O que isso significa? As águas do mar são multidões, ou seja, as nações e os povos na sua turbulência político-social (Ap 17:5). As águas são símbolos das nações não regeneradas em sua agitação (Is 57:20). Antes do levantamento do Anticristo, o mundo estará em desespero, num beco sem saída. Ele emergirá desse caos.
A Manifestação do Anticristo acontecerá logo após o Arrebatamento da Igreja. Baseamo-nos, principalmente, no ensino de Paulo, quando diz: “(...) porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição; E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo sopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (2Ts 2:3,6-8).
Após o Arrebatamento da Igreja, o Anticristo estará livre para enganar o mundo com seus sinais, reunindo a humanidade econômica, política e religiosamente. Ele surgirá oferecendo solução aos problemas mundiais. O mundo estará seduzido pelo seu poder. Os homens estarão dizendo: "Paz, paz", quando lhes sobrevirá repentina destruição.
Começará sua carreira de forma insignificante(por isso ele é chamado de “chifre pequeno” – Dn 7:8), mas pouco a pouco, se levantará para ocupar o espaço mais proeminente na esfera política mundial. Ele abaterá os outros para se tornar líder.
Quando ele se manifestar, o mundo estará em um estágio em que a humanidade sentirá a necessidade de ter um único líder, forte e com capacidade de trazer soluções reais a um mundo em colapso. Nesse momento, a humanidade verá no Anticristo a pessoa certa para ser o governador capaz de unir a raça humana, mas para realizar os desígnios de Satanás: a contínua rebelião contra Deus.
Fará um pacto com a nação de Israel logo após o arrebatamento da Igreja e início da Grande Tribulação. O pacto será tão inebriante que impressionará Israel, que o receberá com as honras devidas a um grande líder. Entretanto, após esse período, ele mostrará suas verdadeiras intenções: governar o mundo em prol do Diabo, destruir os escolhidos de Jesus e ser adorado como Deus. Ele mostrará, por meio de seus atos, seu ódio a Deus e ao seu povo. Por ocasião de sua aparição, o Anticristo terá uma de suas cabeças feridas mortalmente (Ap 13:3), mas é curada, trazendo admiração de toda a humanidade, que se põe a adorá-la e adorar ao dragão, que lhe deu poder.
Sua capital religiosa será Jerusalém. Nela, ele estabelecerá um novo culto de adoração à sua imagem(Ap 13:15). Ordenará a cessação de sacrifícios e oblações no Templo e se assentará nele. Veremos, portanto, a abominação da desolação no lugar santo, a que Cristo se referiu em Mt 24:15, ambicionando, para si, a honra divina: “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no Lugar Santo (quem lê, que entenda)”.
O historiador Arnold Toynbee disse: "O mundo está pronto para endeusar qualquer novo César que consiga dar à sociedade caótica unidade e paz". Ele surgirá num tempo de profunda desatenção à voz do juízo de Deus (Mt 24:37-39). Esse tempo será como nos dias de Noé.

III. O SUSTENTO DO GOVERNO DO ANTICRISTO

O governo do Anticristo terá como principais pilares de sustentação as outras duas personagens da trindade satânica: Satanás(o Dragão)  e o Falso profeta(a segunda besta).
1. Satanás - o Dragão(Ap 13:2). O Anticristo vai governar na força de Satanás. "Deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade" (Ap 13:2). Quem vai mandar será Satanás. Os governos subjugados por ele vão estar sujeitos a Satanás. O que Satanás ofereceu a Jesus, e Jesus rejeitou, então ele dará ao Anticristo, e este receberá. Ao Senhor Jesus, lá no deserto, Satanás “...mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles. E disse-lhe: tudo isto te darei se, prostrado me adorares” (Mt 4:8-9). O Senhor Jesus, como resposta à oferta de Satanás, disse-lhe: “...Vai-te, Satanás, porque está escrito: ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás”(Mt 4:10). Como homem o Senhor Jesus poderia aceitar a oferta de Satanás, mas, não aceitou, preferindo expulsá-lo de sua presença. Há quem ensine que Satanás estava blefando quando fez esta oferta a Jesus. Afirmam que ele, na verdade, nada tinha para dar. Nós, contudo, pensamos diferente. Lucas informa, em seu Evangelho, que Satanás disse: “...Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero” (Lc 4:6). O Senhor Jesus não negou a afirmação de Satanás; apenas rejeitou. Satanás não estava blefando e nem estava prometendo o que ele não poderia dar. Ele é chamado de “deus deste século” (2Co 4:4); “príncipe deste mundo” (João 12:31 e 14:30). Ele detém, na verdade, o poder e a glória dos reinos deste mundo. É claro que esse poder e essa glória foram usurpados, sendo que o Senhor Jesus os recuperará  de suas mãos. Assim, quando Satanás disse: “...dou-o a quem quero”, ele não estava mentindo. O Senhor Jesus rejeitou sua dádiva, porém o Anticristo irá aceitar conforme escreveu João: “E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés, como os de urso, e a sua boca, como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande autoridade” (Ap 13:2).
O poder que o Anticristo recebeu do “dragão”, aqui, uma figura de Satanás, era, realmente, grande. Ele está simbolizado pelo leopardo, símbolo do Império da Grécia; pelo urso, símbolo do Império Medo-Persa, e pelo leão, símbolo do Império Babilônico. Os Imperadores destes três Impérios foram detentores de poderes quase ilimitados. Pela simbologia, ao que parece, o poderio, ou poder dado por Satanás ao Anticristo, significa a soma do poder daqueles três grandes Impérios. Satanás podia dar, como afirmou a Jesus, e dará ao Anticristo: “E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda tribo, e língua, e nação” (Ap 13:6-7). Ele será, de fato, o ungido de Satanás; o instrumento que Satanás usará para dominar e governar a Terra, por um período de sete anos.
O governo universal do anticristo será extremamente cruel e controlador (Ap 13:16,17). O seu poder será irresistível (Ap 13:4). Terá a aparência de um inimigo invencível. Vai blasfemar contra Deus e os santos que estão no Céu (Ap 13:6). Durante o governo do Anticristo, será determinada a morte de todos que se recusarem a adorar o governante mundial e sua imagem. Noutras palavras, muitos que resistirem ao Anticristo e permanecerem fiéis a Jesus, selarão sua fé com suas vidas (ver Ap 13:7; 15). Esse vai ser o pior período da história da humanidade. Esse será o tempo da Grande Tribulação.
2. O Falso profeta(Ap 13:11; 2Ts 2:9-11). O Anticristo será apoiado pela segunda besta, o Falso profeta (Ap 13:11-18; 16:13; 19:20). A primeira besta agirá no campo político; a segunda, no campo religioso.
O Falso profeta, líder religioso (Ap 13:11), promoverá a união de todas as seitas e credos existentes. Época em que o ecumenismo se fortalecerá, formando um tempo de operações de sinais e prodígios de mentira (2Ts 2:9). O seu trabalho será o de promover a adoração do Anticristo pela humanidade. À frente da liderança religiosa do mundo, o Falso profeta promoverá o reencontro do poder político com o poder religioso, pois, uma vez no controle dos movimentos religiosos mundiais, fará com que todos reconheçam o poder do Anticristo. Por isso, é dito em Apocalipse 13:12 que ele exercerá todo o poder da primeira besta na sua presença, ou seja, levará todas as religiões do mundo a reconhecer o Anticristo como sendo um verdadeiro deus, o salvador do mundo.
O Falso profeta usará a arma do controle para garantir a adoração do Anticristo (Ap 13:16-18). Esse será um tempo de cerco, de perseguição, de controle, de vigilância, de monitoramento das pessoas, no aspecto político, religioso e econômico. Todo regime totalitário busca controlar as pessoas e tirar delas a liberdade. A recusa na adoração à primeira besta implicará em morte (Ap 13:15b).
O Falso profeta fará, também, sinais e maravilhas, a fim de levar o povo a adorar o Anticristo (Ap 13:13). Entendem alguns que será o falso profeta quem explicará a suposta ressurreição do Anticristo (cf. Ap 13:12), mostrando aos homens que essa ressurreição será verdadeira e a prova de que o Anticristo é um deus, um homem superior e que merece adoração. Diz-nos, porém, a Escritura Sagrada que o falso profeta fará cair fogo do céu (Ap 13:13), o que, certamente, provocará na população a mesma reação que tiveram os israelitas no monte Carmelo (vide 1Rs 18:25-39), bem como aparentemente dará vida a uma imagem do Anticristo (cf Ap 13:15), que mandará que seja construída para que todos a adorem. Estes e outros sinais darão suporte para o estabelecimento da religião mundial de adoração ao Anticristo.
O Falso profeta foi visto como tendo “dois chifres semelhantes aos de um cordeiro” (Ap 13:11). Ora, o fato de ter a aparência de um cordeiro é a indicação de que surgirá com uma aparência de pureza, de santidade, de grande religiosidade. O falso profeta aparecerá como um homem santo, um homem que se encaixará, perfeitamente, nas descrições religiosas de devoção, de espiritualidade elevada e de santidade. Uma das principais características das falsas religiões é se prender à aparência. Sabendo disto, o diabo promoverá o surgimento de um homem que “será semelhante ao cordeiro”, ou seja, terá a aparência, o perfil, o comportamento exterior de um santo homem. Entretanto, o texto bíblico diz que será semelhante, ou seja, não será como o cordeiro, apenas parecerá com ele. Seu interior, porém, será iníquo, extremamente mau, pois, diz-nos o texto sagrado, que este falso profeta falará como o dragão, ou seja, no seu interior, a exemplo do que ocorre com a outra besta, este falso profeta estará totalmente dominado e envolvido pelo diabo, que será quem falará por ele. Sua missão será ser o porta-voz do próprio diabo. Quando o falso profeta abrir a boca, será o próprio diabo que estará falando.
Com todos esses prodígios  que o Falso profeta realizará à vista das pessoas e da mídia, certamente não terá dificuldade para convencer todos a aceitarem a plataforma de governo do Anticristo.

IV. O FIM DO GOVERNO DO ANTICRISTO

Apesar dos seus feitos e poder, o Anticristo e o falso profeta já possuem um fim pré-determinado na Bíblia. No Dia da Revelação do Senhor, o Anticristo, pessoalmente, estará no comando de um gigantesco exército formado por milhões de soldados, de todas as nações que aderiram o seu império maligno, conforme João declarou ter visto: “e vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército” (Ap19:19). Será nesse confronto - conhecido como a Batalha do Armagedon – que o Sistema Governamental corrupto que vem dominando a Terra, desde Ninrode, será aniquilado. Paulo escreveu que o Anticristo será destruído pela Palavra de Deus (2Ts 2:7,8).
No Apocalipse, assim está narrado o fim do Anticristo e do Falso profeta: "E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e enxofre" (Ap 19.20). O Senhor Jesus mostrará a todos que o seu poder é irresistível. Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Portanto, o Anticristo e o Falso profeta, na Batalha do Armagedon, serão aniquilados pela espada que sai da boca de Cristo(isto é, por sua Palavra), e serão lançados vivos no lago de fogo e enxofre, que é o inferno propriamente dito(Ap 19:20). É o fim das duas “bestas”. Que assim seja!

CONCLUSÃO

A estrutura institucional, ou seja, o conjunto de regras, pessoas, poderes e todos os elementos necessários para que o Anticristo erija o seu Governo já existe. A União Européia está aí, com suas convulsões sócias, políticas e econômicas em plena evidência. Falta apenas a indicação dos dez países e a ascensão do “homem do pecado”. Vigiemos, pois, porque a vinda do Senhor está muito, muito próxima.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 50.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico Beacon – CPAD.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Caramuru Afonso Francisco – A manifestação do Anticristo

domingo, 20 de maio de 2012

Aula 09 - LAODICÉIA, UMA IGREJA MORNA


Texto Básico: Ap 3:14-22

27/05/2012

"Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca” (Ap 3:15,16).



INTRODUÇÃO

Nesta Aula estudaremos sobre a última das epístolas às sete igrejas da Ásia, que foi dirigida ao líder da igreja em Laodicéia (Ap 3:14-22). De todas as cartas às igrejas da Ásia, esta é a mais severa. Jesus não faz nenhum elogio a essa igreja. Seu estado espiritual era repugnante aos olhos do Senhor. Materialmente falando, era uma igreja muito rica, mas desprovida de bens espirituais. Era uma igreja indiferente à Palavra de Deus, ou seja, seu estado espiritual não era frio e nem quente, logo, uma igreja morna espiritualmente. A mornidão espiritual é o pior estado que se estabelece na vida de alguém que um dia teve um encontro pessoal e verdadeiro com Cristo. Como as águas que perdiam sua temperatura pelo caminho, a igreja havia se adaptado ao mundo. Não mais fazia diferença. Este estado, figurado na igreja de Laodicéia, é a situação que nos faz abomináveis a Deus e que caracterizará todos quantos, no dia do arrebatamento, selarão seu triste destino sem Deus sobre a face da Terra. Por causa de sua prosperidade material, a igreja de Laodicéia parecia estar vivendo um tempo de grandes bênçãos. Todavia, é severamente repreendida pelo Senhor Jesus: "... porque és morno... vomitar-te-ei da minha boca". Porém, o Senhor Jesus amava essa igreja e por isso aconselhou-a que buscasse um genuíno avivamento (Ap 3:18). Nem tudo está perdido, ainda há uma solução para aqueles que se encontram neste lastimável estado espiritual. Tenhamos em mente que aquela carta era de advertência do Senhor para uma igreja que Ele amava, e Ele corrige aqueles a quem ama (Ap 3:19).

I. A CIDADE E AIGREJA DE LAODICÉIA

1. A Cidade de Laodicéia. Foi fundada pelo selêucida Antíoco II, no terceiro século a.C., no vale do rio Lico, na atual Turquia, perto da atual cidade de Denizli, e recebeu nome conforme o nome de sua esposa, Laodice. Devido a sua posição, era um centro comercial extremamente próspero, especialmente durante o governo romano. Segundo relato histórico, nela havia teatros, um estádio e um ginásio equipado com banhos. Era a cidade de banqueiros e de transações comerciais.
Não muito distante de Colossos e de Hierápolis, Laodicéia havia sido construída no meio de uma importantíssima encruzilhada de estradas que facilitava a comunicação entre Roma e a Ásia Menor. Por ter sido construída como um entroncamento das principais estradas da região, Laodicéia já nasceu destinada a ter uma prosperidade material, tornando-se importante centro comercial. Era, por seguinte, um importante centro bancário e de troca de moedas. Em adição, estando situada no largo vale do rio Lico(um tributário do rio Meandro), a cidade era rodeada por terras férteis. Seus produtos distintivos incluíam vestes de lã negra polida, e tablóides ou pó medicinal.
Apesar de sua localização privilegiada em termos de transporte, Laodicéia estava numa região extremamente carente de água. O abastecimento de água sempre foi o grande problema de Laodicéia que, para tanto, precisou construir uma grande rede de aquedutos (ou seja, canais que trouxessem água de outras regiões), principalmente das regiões das duas principais cidades vizinhas: Hierápolis e Colossos. As fontes de águas, no entanto, mostraram-se não ser úteis para o consumo. Havia muitas fontes de águas termais, ou seja, águas quentes, que chegavam mornas em Laodicéia, sendo insuficientes as águas frias que vinham também para abastecer a região. O resultado é que as águas que chegavam a Laodicéia eram impróprias para uso, causando, muitas vezes, vômitos para os que as utilizavam. O local foi eventualmente abandonado, e a moderna aldeia, Denizli, cresceu em torno das fontes.
Como se percebe, a mornidão é uma situação de mistura, um estado artificial, não existente na natureza, criado pela ação humana, que lhe causa danos e prejuízos em sua saúde e na sua própria sobrevivência. A “mornidão espiritual” não é diferente. Ela é o resultado da mistura que o homem provoca entre coisas que são de naturezas completamente opostas. Assim como o quente e o frio são contrários e não podem ser misturados sem dano, também o santo e o profano, o puro e o impuro, o certo e o errado não podem ser misturados sem dano espiritual.
2. A igreja em Laodicéia. A igreja em Laodicéia, provavelmente, fora fundada quando Paulo estava morando em Éfeso(At 19:10), e talvez por intermédio de Epafras(Cl 4:12,13). Embora Paulo faça menção da igreja cristã que ali existia(Cl 2:1;4:13-16), não há registro que ele a tenha visitado. É evidente que essa igreja mantinha conexões íntimas com as comunidades das cidades vizinhas de Herápolis e Colossos. Segundo muitos eruditos, a “epístola dos de Laodicéia”(Cl 4:16) referir-se-ia a uma cópia da nossa epístola aos Efésios que teria sido recebida pela igreja laodicense.
A  epístola dirigida ao pastor da igreja em Laodicéia parece conter muitas alusões ao caráter e circunstâncias da cidade.  A igreja tinha a cara da cidade. Em vez de transformar a cidade, a igreja tinha se conformado a ela. Laodiceia era a cidade da transigência, e a igreja tornou-se também uma igreja transigente. Os crentes eram frouxos, sem entusiasmo, débeis de caráter, sempre prontos a se comprometer com o mundo, descuidados. Eles pensavam que todos eles eram pessoas boas. Eles estavam satisfeitos com sua vida espiritual.
A igreja de Laodiceia é a igreja popular, satisfeita com sua prosperidade, orgulhosa de seus membros ricos. A religião deles era apenas uma simulação. George Ladd escreve: “ Laodiceia era muito parecida com Sardes: um exemplo de cristianismo nominal e acomodado. A maior diferença é que, em Sardes, ainda havia um núcleo que tinha preservado a fé viva (Ap 3:4), enquanto que toda a igreja de Laodiceia estava tomada pela indiferença. Provavelmente muitos membros da igreja participavam ativamente da alta sociedade, e essa riqueza econômica exerceu uma influência mortal sobre a vida espiritual da igreja”.
Riqueza, luxo e bem-estar levam as pessoas a se sentir confiantes, satisfeitas e acomodadas. Muitos entendem que ter riquezas materiais representa um sinal de bênção espiritual da parte de Deus. Laodicéia era uma cidade abastada e a igreja ali era igualmente rica. Aquilo que seus moradores podiam ver e comprar havia se tornado mais valioso para eles que o invisível e o eterno. Não importa o que você possua, ou quanto dinheiro seja capaz de ganhar, você nada terá, verdadeiramente, se não tiver um relacionamento com Cristo. De que maneira seu nível atual de recursos está afetando seu desejo espiritual? Em vez de centrar sua vida principalmente no conforto e no luxo, busque a verdadeira riqueza que existe em Cristo.

II. A APRESENTAÇÃO DE JESUS

Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus”(Ap 3:14).
O Senhor Jesus não se dirigiu diretamente aos crentes laodicenses, mas ao anjo da igreja - o pastor. Pois ele é o responsável pelo estado espiritual da igreja. Isto não anula, evidentemente, a responsabilidade de cada crente diante de Deus (Rm 14:12). Quanto ao pastor, além de prestar contas de si mesmo ao Senhor, o mesmo fará em relação à igreja que Jesus lhe confiou (Mt 25:21; 1Pe 5:1-4; Hb 13:17). Ele é o apascentador (1Pe 5:2) e o vigia do rebanho (Is 21:11), razão pela qual deve ser o exemplo para sua  igreja (1Tm 4:12).
1. Jesus se apresenta como “O Amém”. A igreja de Laodicéia não tinha firmeza de propósitos; era vacilante e sem poder.  Para uma igreja marcada pelo ceticismo, incredulidade e tolerância, Jesus se apresenta como o “Amém", ressaltando a fidelidade e a verdade divinas. Ele é a verdade, e fala a verdade, e dá testemunho da verdade. Adolf Pohl corretamente afirma: "Deus não apenas jura, ele próprio é um juramento. Entre ele e sua palavra simplesmente não se pode meter nenhuma cunha, porque nele não existe um entre"(POHL, Adolf. Apocalipse de João, p.137).
2. “A Testemunha fiel e Verdadeira”. Também, para igreja de Laodicéia Jesus se apresentou como a "testemunha fiel e verdadeira". Ele é o modelo invariável e imutável para todos os crentes (1Ts 1:6; Hb 4:15a). Seu diagnóstico da igreja é verdadeiro. Seu apelo à igreja deve ser levado a sério. Suas promessas à igreja são confiáveis. Em face da vida morna e indiferente da igreja, Jesus é a verdade absoluta que tudo vê, tudo sonda, tudo conhece. Ele cumpre o que diz. Nunca é inconstante. É absolutamente consistente. É  preciso e confiável.
3. Jesus se apresenta como “O Princípio da criação de Deus”. Cristo é o princípio da criação de Deus. A expressão “o princípio da criação de Deus” não significa que Ele foi a primeira pessoa a ser criada, pois não é uma criatura. Antes, significa que Ele deu início a toda a criação. Não diz que Ele teve um princípio, mas que Ele é o princípio. É a origem da criação de Deus e é preeminente sobre toda a criação. Em face da vida caótica da igreja, Jesus é aquele que é a origem da criação. Como ele deu ordem ao caos do universo, ele pode arrancar a igreja do caos espiritual.

III. A SITUAÇÃO ESPIRITUAL DA IGREJA DE LAODICÉIA

Jesus Cristo, que está no meio dos candelabros e anda no meio dos candelabros, sonda a igreja de Laodiceia e chega a seguinte conclusão sobre a sua situação espiritual: a igreja tinha perdido seu vigor (Ap 3:16,17), seus valores (Ap 3:17,18), sua visão (Ap 3:18b) e suas vestimentas (Ap 3:17-22). A Igreja em Laodiceia havia se transformado em uma comunidade insípida e repugnante. Seus crentes não adotavam uma posição definida, e a indiferença os levava  à ociosidade e à preguiça. Vejamos a vistoria clínica de Cristo:
1. Jesus identificou falta de fervor espiritual da igreja – “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente!” (Ap 3:15). O problema da igreja de Laodiceia não era teológico nem moral. Não havia falsos mestres, nem heresias. Não havia pecado de imoralidade nem engano. Na carta, não há menção de hereges, de malfeitores nem de perseguidores. O que faltava à igreja era fervor espiritual. A vida espiritual da igreja era morna, apática, indiferente e nauseante.  
Nosso fogo espiritual íntimo está em constante perigo de enfraquecer ou morrer. O braseiro deve ser cutucado, alimentado e soprado até incendiar. Jonathan Edwards disse que precisamos ter luz na mente e fogo no coração. Muitos fogem do fervor com medo do fanatismo. Mas fervor não é o mesmo que fanatismo. Fanatismo é um fervor irracional e estúpido. Muitos crentes têm medo do entusiasmo. Mas entusiasmo é a parte essencial do cristianismo. Não podemos ter medo das emoções, e sim do emocionalismo.
2. Jesus identificou uma situação de “mornidão espiritual”Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca”(Ap 3:16). A “mornidão” é uma temperatura entre o quente e o frio, é o resultado de uma mistura entre o quente e o frio. Não há, na natureza, um estado de mornidão. O contraste aqui é entre as águas quentes medicinais de Hierápolis e as águas frias e puras de Colossos. Dessa forma, a igreja em Laodiceia não estava oferecendo nem refrigério para o cansaço espiritual nem cura para o doente espiritual. Era totalmente ineficaz e, assim, desagradável ao Senhor. Podemos aplicar isso à “mornidão espiritual”: Ela é o resultado da mistura entre o puro e impuro, o limpo e o imundo, entre o santo e o pecaminoso, um comportamento que é sempre abominável aos olhos do Senhor (Ez 2:26).
a) "Que nem és frio nem quente" (Ap 3.15b). Laodicéia tornou-se insuportável para Deus. Num realismo surpreendente, o Senhor acrescentou: "Tomara que foras frio ou quente!" É compreensível que o Senhor deseje uma igreja quente; mas uma igreja fria, parece contra-senso. Isto só é explicável se este último estado for pior do que o anterior.
Aparentemente, os crentes em Laodicéia estavam agindo como se tivessem esquecido quem era Jesus e porque havia Ele morrido. Antes de haverem aceitado a fé, eram frios. Ao receberem a Jesus, haviam se tornado quentes - zelosos seguidores do Mestre. Agora, porém, encontravam-se num perigoso estado intermediário: a mornidão espiritual. Não estavam mais desejosos de corresponder ao movimento do Espírito, nem estavam frios o suficiente para perceber quão grandes eram suas necessidades. Além de nada fazerem à obra de Deus, não respondiam ao seu chamado ao arrependimento. Por isso, Jesus deseja que fossem frios ou quentes, pois, assim, poderia fazer alguma coisa por eles.
b) “ vomitar-te-ei da minha boca”(Ap 3:16). A igreja de Laodiceia era de Cristo, mas, em vez de dar alegria a Cristo, estava provocando “náuseas” nele. Uma religião morna provoca “náuseas”. Jesus tinha muito mais esperança nos publicanos e pecadores do que nos orgulhosos fariseus. Somos filhos de Deus, herdeiros de Deus, a herança de Deus, a menina dos olhos de Deus, a delícia de Deus. Mas, quando perdemos nossa paixão, nosso fervor, nosso entusiasmo, provocamos “náuseas” em nosso Salvador.
Indiferença espiritual faz com que Cristo queira vomitar. Apatia deixa Jesus “doente”. Pregação morna; louvor indiferente; oração sem fé; comunhão trivial; evangelismo insípido; tudo isto deixa Cristo com “náuseas”! Quando nosso coração não lhe é fervoroso, torna-se morno. E, nessa condição, faz com que Jesus fique “doente do estômago”, tenha náuseas e vontade de vomitar.
3. Arrogância espiritual - “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta(Ap 3:17). A “mornidão espiritual” é um estado de fraqueza espiritual e esta fraqueza se verifica no sentimento de arrogância, de orgulho e de soberba do homem que tem a petulância, o desatino, a loucura de dizer que não precisa de Deus, de que “pode se virar sozinho” neste mundo.
A fraqueza espiritual da igreja de Laodicéia mostra-se logo no início de suas afirmações. Aquela igreja, a começar do seu anjo (isto é, do seu dirigente), enchia o peito e dizia para todos, com evidente e louca arrogância: “Rico sou e de nada tenho falta” (Ap 3:17). Ora, é nesta tola manifestação de arrogância que se verifica a fraqueza espiritual. Ao dizer que não precisava de coisa alguma, aqueles crentes mostravam o seu estado de “mornidão espiritual”, pois só temos força espiritual quando reconhecemos a nossa insignificância, a nossa pequenez, o nosso nada diante de Deus. O servo de Deus que é espiritualmente forte, como Paulo, é forte porque reconhece que é fraco. O verdadeiro forte espiritual é aquele que se manifesta como o salmista: “Eu sou pobre e necessitado; mas o Senhor cuida de mim”(Sl 40:17a).
4. Também, Jesus identificou uma situação de “auto-satisfação” – “... e de nada tenho falta”.  A igreja de Laodiceia era morna em seu amor a Cristo, mas amava o dinheiro. O amor ao dinheiro traz uma falsa segurança e uma falsa auto-satisfação. A igreja não tinha consciência de sua condição.
A congregação de Laodiceia fervilhava de frequentadores presunçosos. Eles diziam: "Sou rico, tenho prosperado, e nada me falta". Os crentes eram ricos. Frequentavam as altas rodas da sociedade. Eram influentes na cidade. A cidade era um poderoso centro médico, bancário e comercial. O orgulho de Laodiceia era contagioso. Os cristãos contraíram a epidemia da soberba. O espírito de complacência insinuou-se na igreja e corrompeu-a. Os membros da igreja tornaram-se convencidos e vaidosos. Eles achavam que estavam indo maravilhosamente bem em sua vida religiosa. Mas Cristo teve de acusá-los de miseráveis, pobre, cegos e nus (Ap 3:17c). Miseráveis apesar de seus cofres com dinheiro; cegos apesar de seu famoso colírio; e nus apesar de suas fábricas de tecidos. São miseráveis porque não têm como comprar o perdão de seus pecados. São nus porque não têm roupas adequadas para se apresentarem diante de Deus. São cegos porque não conseguem enxergar sua pobreza espiritual.

IV. COMO REAVIVAR UMA IGREJA MORNA

A igreja em Laodicéia representa a igreja que vai ficar, que não será levada pelo Espírito Santo ao encontro do Senhor nos ares. No entanto, Jesus é extremamente misericordioso e não quer que esta igreja fique. Seu desejo é que todos se salvem. Por isso, na Sua mensagem a essa igreja lançou o Seu convite para que os “mornos espirituais” tornassem a ser fervorosos.
Apesar de ter sido duro com a triste realidade espiritual da igreja de Laodicéia, o Senhor apresenta alguns conselhos àqueles crentes, a fim de que pudessem, enquanto fosse possível, voltar a ter comunhão com Ele.
1. O primeiro conselho dado pelo Senhor Jesus para pôr fim à “mornidão espiritual” é: que se “compre dEle ouro provado no fogo, para que enriqueças” - "Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças" (Ap 3:18 a). Comprar de Jesus ouro provado no fogo nada mais é que pagar o preço da renúncia e do abandono dos desejos, paixões e vontades próprias. Trata-se de uma compra, ou seja, há o pagamento de um preço. Estamos dispostos a renunciar ao nosso ego, às nossas vontades, sonhos, projetos e paixões? Estamos dispostos a “abrir mão” dos nossos vícios e maus hábitos? Há um preço a pagar, um preço que é alto, porque se trata de “comprar ouro”, mas tudo o que fizermos nada significa diante do alto preço com que fomos comprados: o precioso sangue de Jesus vertido na cruz do Calvário! (1Pe 1:18,19).
É preciso que estejamos dispostos a comprar o ouro de Cristo provado no fogo, de irmos à Sua busca, de renunciarmos a nós mesmos em função dEle. Só assim, fazendo o que Ele quer (e só o saberemos se tivermos uma vida de oração e leitura da Bíblia Sagrada), poderemos nos enriquecer espiritualmente.
2. O segundo conselho dado pelo Senhor aos “mornos espirituais” é a compra de vestidos brancos a fim de cobrir a vergonha da nudez – “... E vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez" (Ap 3.18b). A cidade de Laodicéia tinha orgulho de seus tecidos e de sua industria de tinturaria. Cristo disse que deveriam comprar dele as vestes brancas, isto é, justiça prática na vida diária. Esta compra de vestidos brancos chama-se “santificação”. Sem a santificação, ninguém verá o Senhor (Hb 12:14). Devemos ser santos, isto é, separados do pecado, porque Deus é santo (Lv 20:7; 1Pe 1:16).
A santificação é contínua, progressiva e não terá fim até a glorificação. Quem é santo, deve se santificar ainda (Ap 22:11). Num mundo onde o pecado se multiplica a cada dia, com conseqüências cada vez mais evidentes na vida de muitos que cristãos se dizem ser, somos convidados pelo Senhor a aumentar a nossa santificação. Quem quiser alcançar a glória, deve seguir o conselho do Senhor: comprar vestes brancas que cubram a vergonha da sua nudez.
3. O terceiro conselho dado pelo Senhor Jesus para cessar a “mornidão espiritual” é a unção dos olhos com colírio para que se veja - “... e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas”(Ap 3:18c). Laodicéia se orgulhava de seu precioso unguento que curava muitos problemas nos olhos. Cristo lhes disse que deveriam comprar dele o colírio que iria curar seus olhos, para que pudessem ver a verdade(João 9:39). Faz-se necessário que se tenha, novamente, a visão espiritual.
Como se obtém esta visão? Mediante a unção com colírio. O colírio aqui é uma figura do Espírito Santo. Só Ele pode devolver a visão ao pecador, que está cego por ação do deus deste século (isto é, Satanás) e não consegue ver o reino de Deus (2Co 4:4).
4. O quarto conselho de Jesus aos “mornos espirituais” é que sejam zelosos e se arrependam dos seus pecados – “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te...”(Ap 3:19a). Deus iria castigar a Igreja de Laodicéia se ela não abandonasse sua atitude de indiferença em relação a Ele. Quando Deus castiga, seu propósito é trazer as pessoas de volta a si.
“Ser zeloso” ou “ser diligente” é “ser fervoroso”, ou seja, exatamente o contrário de “ser morno”. É “desejar ardentemente”, é “buscar”, é ser leal de modo intenso, em outras palavras, é não cessar de buscar a Deus, de se aproximar dele. É procurar se encher do Espírito, ter uma vida espiritual plena. É pensar nas coisas que são de cima (Cl 3:1,2). Mas, para que isto aconteça, é indispensável que haja arrependimento dos pecados, ou seja, que os pecados sejam confessados e não voltem mais a ser praticados. Trata-se de uma mudança de vida, de uma conversão.
5. O quinto conselho de Cristo para os “mornos espirituais” é o da convivência com o Senhor. “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele comigo" (Ap 3:20). A igreja em Laodicéia era complacente e rica. Seus membros se sentiam muito satisfeitos, embora não tivessem a presença de Cristo entre eles. Cristo bateu na porta de seu coração, mas estavam tão ocupados gozando os prazeres mundanos que não notaram que Ele queria entrar. Os prazeres desse mundo – dinheiro, segurança, posses materiais – podem ser perigosos porque sua temporária satisfação nos torna indiferentes à oferta divina de uma eterna satisfação. Se você se sente indiferente em relação à igreja, a Deus ou a Bíblia, é porque já começou a cercear a presença de Deus em sua vida. Deixe as portas de seu coração sempre abertas para Ele, e não precisará se preocupar em saber se Ele está ou não batendo. Deixá-lo entrar será sua única esperança de alcançar uma realização eterna.
O “morno espiritual” deixou Jesus fora de sua vida. Como é triste deixar Jesus fora da nossa existência! Mas, quem quiser sair da “mornidão espiritual”, precisa pôr Jesus dentro de sua casa, ou seja, precisa não mais viver, mas permitir que Cristo viva nele (Gl 2:20). Como é maravilhoso quando suprimimos o nosso “eu” e deixamos Jesus entrar e cear conosco e nós com Ele. Como é bom não mais viver, mas deixar que Cristo viva em nós. Que nosso comportamento seja como os dos discípulos que estavam no caminho de Emaús: “Fica conosco, Senhor, porque já é tarde, e já declinou o dia” (Lc 24:29a). Amém!

CONCLUSÃO

O estado espiritual da igreja em Laodicéia se aplica claramente ao das igrejas locais nestes tempos pós-modernos. Muitos crentes vivem luxuosamente enquanto pessoas estão morrendo sem ouvir o evangelho. Cristãos usam coroas em vez de carregar, cada um, a sua cruz. Esportes, políticas e programas de televisão causam mais impacto sobre nossas emoções do que Cristo. Falta consciência da necessidade espiritual e desejo de avivamento verdadeiro. Atendemos aos desejos de nosso corpo que, em poucos anos, voltará ao pó. Acumulamos em vez de abrirmos mão, ajuntamos tesouros na terra, e não no céu. A maioria pensam assim: “O povo de Deus merece do bom e do melhor. Se eu não me cuidar, quem cuidará de mim? Podemos dedicar ao Senhor o tempo que sobra em meio aos esforços para prosperarmos no mundo”. Essa é a nossa situação na véspera da volta de Cristo. É bom ressaltar que Deus não aceita uma fé morna, pois Ele se enfurece com uma religião que mantém a aparência e que ignora a fé genuína e sincera. Pense nisso!

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 50.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico Beacon – CPAD.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Rev.Hernandes Dias Lopes – Ouça o que o Espírito diz às Igrejas.


domingo, 13 de maio de 2012

Aula 08 - FILADÉLFIA, A IGREJA DO AMOR PERFEITO


Texto Básico: Ap 3:7-13




“Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conheceremos que estamos nele”(1João 2:5)

INTRODUÇÃO

A Igreja em Filadélfia era cheia de vida, e representava o autêntico Cristianismo sem a contaminação que havia atingido outras das sete igrejas do Apocalipse. Ela não recebeu reprovação, mas apenas palavras de louvor por parte do Senhor. Seus membros haviam sido fiéis e zelosos em boas obras.
Somos cônscios de que não há igrejas ou pessoas perfeitas, pois ainda não chegamos à estatura de varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo (Ef 4:13), o que ocorrerá quando formos glorificados na vinda do Senhor. Como ser humano, estamos sujeitos ao erro. Todavia, como servos de Cristo e igreja do Senhor, não amamos o pecado e não somos mais dominados por ele. Não temos mais prazer no erro.
Cientes de sua fraqueza humana, os crentes de Filadélfia tinham confiado no Senhor e, em decorrência disso, preservado a verdade ao colocá-la em prática. Uma vez que não haviam negado o nome de Cristo, o Senhor colocaria diante deles uma porta aberta de oportunidade que ninguém poderia fechar.

I. A CIDADE DE FILADÉLFIA

1. A história da Cidade. Conforme relatos históricos, a cidade de Filadélfia possuía uma localização estratégica de acesso entre os países antigos de Frígia, Lídia e Mísia. Foi fundada pelo rei de Pérgamo, Atalo, no segundo século a.C. Átalo foi conhecido por sua lealdade ao seu irmão, Eumenes, cuja lealdade lhe fizera merecer o nome de Filadelfo, dando assim origem ao nome da cidade (Filadélfia significa amor fraternal). A região produzia uvas e o povo especialmente honrava Dionísio, o deus grego do vinho. A cidade servia como base para a divulgação do helenismo às regiões de Lídia e Frígia. Ficava localizada num vale no caminho entre Pérgamo e Laodicéia. A área era sujeito a terremotos frequentes. Um severo terremoto, em 17 d.C., destruiu a cidade; e, visto que os choques continuavam de maneira intermitente, o povo passou a viver fora da cidade em tendas e ao ar livre. Depois que a generosidade imperial ajudou a recuperação da cidade, seus habitantes voluntariamente deram à sua cidade o nome de Neocesaréiaa nova cidade de César. Posteriormente, sob o domínio do imperador Vespasiano, tomou outro nome imperial: Flávia, pois Flávio era o apelido do imperador. Atualmente, a cidade de Alasehir fica no mesmo lugar, construída sobre as ruínas de Filadélfia.
Átalo criou a cidade para ser embaixadora da cultura helênica, missionária da filosofia grega. Mas Cristo diz para a igreja que Ele colocou uma porta aberta diante da igreja para ela proclamar não a cultura grega, mas o evangelho da salvação. A razão por que a porta permanece aberta diante da igreja é que sua “chave” está na mão de Cristo.
A cidade de Filadélfia fora castigada por vários terremotos, e as pessoas viviam assustadas pela instabilidade. Existiam muitos terremotos e grandes tremores de terra na cidade de Filadélfia. Muitos viviam em tendas fora da cidade. Paredes rachadas e desabamentos eram coisas comuns na cidade. Era uma região perigosamente vulcânica. Mas para a igreja assustada com os abalos sísmicos da cidade, Jesus diz: "Farei do vencedor uma coluna no templo do meu Deus, de onde jamais sairá" (Ap 3:12).
Como já dissemos, a cidade fora batizada com um novo nome depois de sua reconstrução - Flávia (a forma feminina de um dos nomes de Vespasiano). Jesus aproveita esse gancho cultural para falar à igreja que os vencedores teriam um novo nome: "Escreverei nele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu da parte do meu Deus, e também o meu novo nome" (Ap 3:12). A igreja terá nela o nome de Deus gravado, e não o nome de César. Jamais a igreja deve assemelhar-se àqueles que pertencem à “sinagoga de Satanás”, cujo rei é César – “Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão César”(João 19:15). Jesus é o Senhor e Rei do seu povo, e não César.
2. A igreja em Filadélfia. Assim como em Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira e Sardes, o Evangelho pode ter chegado naquela cidade através da obra missionária de Paulo (At 19:10). Mas não devemos descartar a hipótese de que testemunhas e convertidos no dia de Pentecostes poderiam ter sido os primeiros a levar o Evangelho para aquela região (At 2:5-11).
Tal como a igreja em Esmirna, a igreja em Filadélfia não recebeu nenhuma repreensão do Senhor. Tal como a igreja em Esmirna, a igreja em Filadélfia havia encontrado oposição da parte dos judeus da cidade (Ap 3:9). Mas os judeus arrogantes, que haviam feito oposição tão ferrenha, seriam humilhados diante desses cristãos simples. Aqueles que afirmavam ser o povo escolhido de Deus quando, na verdade, não passavam de sinagoga de satanás, seriam obrigados a reconhecer que os cristãos desprezados eram, de fato, o rebanho escolhido.
Filadélfia não era uma igreja opulenta, mas chamou a atenção do Senhor pelas seguintes características:: Era uma igreja que guardava a Palavra. Por duas vezes, Jesus fala que aquela igreja conseguira reter a Palavra do Senhor: “... tendo pouca força, guardaste a minha palavra..."(Ap 3:8); e “... como guardaste a palavra da minha paciência..." (Ap 3:10). Ocorre que essa "guarda" não se restringiu à mera observação contemplativa das Escrituras, mas redundou em ação: “...não negaste o meu nome" (Ap 3;8); e também resultou em uma promessa: "...também eu te guardarei da'hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra". Portanto, guardar a Palavra de Deus e vivê-la nos motiva a honrar o nome do Senhor; e da parte dEle, a promessa de nos guardar de tentações futuras.
A carta ao “anjo da igreja em Filadélfia”(Ap 3:7-13) provavelmente faz alusão a algumas das circunstâncias da cidade:
a) Assim como Filadelfo se tornou famoso pela lealdade demonstrada a seu irmão, semelhantemente a Igreja, a verdadeira Filadélfia, herda e cumpre o caráter daquele mediante sua constante lealdade a Cristo(Ap 3:8,10).
b) Assim como a cidade fica próxima da “porta aberta” de uma região de onde derivava a sua riqueza, semelhantemente à congregação cristã ali existente era dada uma “porta aberta” de oportunidade para que a explorasse (Ap 3:8; cf 2Co 2:12).
c) Os símbolos da “coroa” e do “templo”(Ap 3:11,12), salientam um contraste com as festividades religiosas e ritos da cidade.
d) Em contraste com a inconstância de vida numa cidade sujeita aos terremotos, aqueles que são vencedores recebem a promessa da estabilidade final de serem parte da edificação do templo de Deus.
e) Enquanto que a cidade recebera novos nomes da parte dos imperadores divinizados, os “vencedores” receberão novos nomes que denotarão sua participação permanente na cidade do verdadeiro Deus (Ap 3:12).

II. COMO O SENHOR JESUS SE APRESENTA À IGREJA EM FILADÉLFIA

O Senhor Jesus se apresenta ao pastor da igreja em Filadélfia da seguinte forma: “E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre”(Ap 3:7).
1. Jesus, o Santo de Deus. Jesus não apenas se apresenta como Deus, mas destaca que Ele é  “Santo”, ou seja, sua natureza não permite a convivência nem a tolerância com o pecado. Deus é santo (Lv 11:44,45;20:26), abomina o pecado, nem o tolera, tanto que, quando foi achada iniquidade no querubim ungido, foi ele lançado fora da presença do Senhor (Ez 28:15,17), bem como o mesmo ocorreu com o primeiro casal (Gn 3:22-24). Quando o nosso pecado foi lançado sobre o Senhor Jesus, Deus Pai dEle se apartou, desamparando-o (Is 53:6; Mc 15:34). Cristo é santo em seu caráter, obras e propósitos, e exige que todos os seus servos também o sejam - Sede santos, porque eu sou santo”(1Pe 1:16).
2. Verdadeiro. Para uma igreja perseguida pelos falsos mestres, Jesus se apresenta como “o que é Verdadeiro”. Ele não é a sombra da verdade, é sua essência. Havia centenas de divindades naqueles dias, mas somente Jesus poderia reivindicar o título de verdadeiro Deus. Ele é Deus confiável, real em contraste com os que mentem (Ap 3:9). Ele não é uma cópia de Deus, é o Deus verdadeiro. Apresentando-se assim, Jesus exige da Igreja uma postura verdadeira e confessante, disposta a professar o nome do Senhor até o fim, tal como exigiu da igreja em Filadélfia.
3. O que tem a Chave de Davi. Quando Jesus disse que tinha a Chave de Davi ele estava usando uma linguagem figurada. Por que Jesus usou essa figura? O quê significa? Na época dos reis de Israel era escolhido um homem para cuidar das finanças do reinado, e a este homem escolhido era dada uma figura simbólica que representava a sua posição: uma enorme chave que era colocada sobre seu ombro chamada de "Chave de Davi". Esta chave era o sinal de autoridade e confiança que o rei tinha pelo seu tesoureiro-mor. Vemos no reinado de Ezequias o próprio Deus escolhendo o novo tesoureiro. Está escrito em Isaias 22:20-22: “E será naquele dia que chamarei a meu servo Eliaquim, filho de Hilquias; E vesti-lo-ei da tua túnica, e cingi-lo-ei com o teu cinto, e entregarei nas suas mãos o teu domínio, e será como pai para os moradores de Jerusalém, e para a casa de Judá. E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá”. Aqui, o Senhor promete dar a “Eliaquim, filho de Hilquias”, uma túnica, um cinto e uma chave, que são símbolos de sua autoridade. A túnica aponta para autoridade profética - os profetas comumente usavam uma túnica, que os identificava entre a multidão. O cinto aponta para o ofício sacerdotal. E a Chave representa a autoridade de rei.
Portanto, a figura de Eliaquim representa o próprio Cristo. É Ele “o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre” (Ap 3:7). Ele tem a chave mestra do palácio real. Ele tem acesso a todas as riquezas do Pai, e as revela a quem quiser. Ele declarou: “Tudo por meu Pai me foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho, senão o Pai, nem quem é o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Lc 10:22). Assim como o tesoureiro tinha toda confiança e a autoridade do rei, Jesus também tem toda autoridade e confiança do Pai Eterno para exercer a sua vontade (Mt 28:18). Ele tem não apenas as chaves da morte e do inferno (Ap 1:18), mas também a chave de Davi, a chave da salvação; o que abre, e ninguém pode fechar; o que fecha, e ninguém pode abrir. Portanto, se a porta é o símbolo da oportunidade da igreja, a Chave é o símbolo da autoridade de Cristo.

III. UMA IGREJA AMOROSA, PACIENTE E CONFESSANTE

A igreja de Filadélfia não recebeu reprovação do Senhor. Ela O agradava em todos os aspectos. Era uma igreja “amorosa, paciente e confessante”. Uma das características marcantes dessa igreja era o exercício do amor. Aliás, o amor é uma característica indispensável para quem diz ser filho de Deus, é como se fosse o próprio DNA espiritual do cristão sincero e verdadeiro. Devemos observar que este amor não é apenas a essência da comunhão entre Deus e o homem, o próprio núcleo da vida espiritual, mas é, como afirma Paulo, a primeira característica do fruto do Espírito (Gl 5:22), ou seja, necessariamente este amor tem de se traduzir em atitudes; tem de ser demonstrado não só por palavras, mas, principalmente, por obras(1João 3:18). A prova de que alguém é, realmente, um filho de Deus está, precisamente, em ter este amor (vide 1Jo 4:7). Jesus deixou-nos isto muito claro ao dizer que Seus discípulos seriam reconhecidos pelo amor (João 15:12; 1João 2:10,11; 3:10,11).
1. Amar é a maior das obras. Não há obra tão elevada como amar a Deus: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22:37). Amar a Deus significa submeter-se à vontade do Senhor, fazer aquilo que Ele nos manda na Sua Palavra. Significa renunciar à vontade própria, ao ego, à sua individualidade, para fazer aquilo que o Senhor determinou que fizéssemos. Não é possível que alguém ame a Deus e não seja um observador da Palavra do Senhor. Aqueles que amam realmente a Deus, desejam promover o seu reino (1Co 9:23), desejam cumprir a Grande Comissão(Mt 28:19; At 1:8). A igreja de Filadélfia demonstrava isso, tanto que Jesus lhe exalta: “eu sei as tuas obras...”(Ap 3:8). Temos também amado assim? Pense nisso!
2. Força na fraqueza. Filadélfia era uma congregação pequena, formada de crentes pobres e escravos, fazendo com que tivesse pouca influência sobre a cidade. Aos olhos dos homens era fraca, tinha pouca força, mas era um poderoso instrumento nas mãos de Jesus para anunciar o evangelho.
Não basta ser uma igreja que guarda a Palavra (Ap 3:8), é preciso proclamar a Palavra. Não basta não negar o nome de Cristo (Ap 3:8), é preciso anunciá-lo. Não basta ser uma igreja ortodoxa, é preciso ser uma igreja missionária! Assim como a cidade de Filadélfia tinha uma missão - ser a missionária da cultura grega -, a igreja deveria ser a missionária do evangelho. A porta estava aberta. A porta está aberta. Precisamos aproveitar as oportunidades enquanto é dia!
A igreja contemporânea está perdendo a capacidade de sofrer pelo evangelho; está perdendo a capacidade de denunciar o pecado. Os púlpitos estão se transformando em um balcão; o evangelho, em um produto; e os crentes, em consumidores. Pastores com ares de superespirituais já não aceitam ser questionados; estão acima do bem e do mal. Consideram-se os "ungidos". Dizem ouvir a voz direta de Deus. Nem precisam mais das Escrituras. E o povo lhes segue cegamente para sua própria destruição.
3. Amorosa perseverança. Filadélfia era uma igreja fiel, que guardava a palavra de Cristo e não O negava. Os membros tinham suportado a oposição do mundo, resistindo à conformação às tendências malignas das demais igrejas e perseverados na lealdade a Cristo e na verdade do santo evangelho de Cristo.
Além das perseguições externas, principalmente aquelas impostas pelos déspotas do império romano, os santos de Filadélfia enfrentavam, no âmbito interno, perseguições advindas de falsos irmãos. Esses falsos irmãos se diziam judeus, chamados por Jesus de "sinagoga de Satanás"(Ap 3:9), que pregavam heresias e que, desfraldando impiamente a bandeira da Lei de Moisés, buscavam anular a graça de Cristo. Paulo, aliás, tivera muitas dificuldades com esses indivíduos (cf Gl 1:1-7). Portanto, a perseguição era tremenda, mas eles foram amorosamente perseverantes. No começo pareciam que iam recuar, mas Cristo disse para a igreja: coloquei diante de vocês uma porta aberta que ninguém pode fechar(Ap 3:8). Mais que isso, aqueles que hoje perseguem vocês, virão e se prostrarão diante de vocês e saberão que os amei (cf Ap 3:9). Isso mostra que o amor do Senhor é demonstrado de forma clara também quando ele impõe justiça contra os nossos adversários, julgando as ofensas que lançam contra nós.
Por causa da perseverança na fidelidade dos cristãos de Filadélfia, o Senhor Jesus promete livrá-los da hora da grande provação (Ap 3:10).

IV. FILADÉLFIA NOS ÚLTIMOS DIAS

A igreja de Filadélfia nos últimos dias tem compromisso com o reino de Deus, com a santidade, com a Palavra de Deus e encara com sinceridade a iminência da volta de Jesus Cristo. É a igreja fiel e sincera, e que tem como principal fundamento o amor. A ela Jesus não tem nenhuma reclamação, só elogio. Ela ocupa o centro de sua atenção, de seu amor e de seu cuidado providente.
1. A iminência da volta de Jesus(Ap 3:11). Jesus envia um telegrama à igreja: "Eis que venho sem demora!". A vinda de Cristo é apresentada aos santos como motivação para a perseverança. Não deviam permitir que ninguém tomasse deles a coroa de vencedor. É só mais um pouco e chegará o Dia da recompensa. A herança que ele preparou para nós é gloriosa. Cristo virá em breve. Não precisamos de nada novo. Precisamos guardar o que temos – o Fruto do Espírito Santo (Gl 5:22).
2. A Grande Tribulação (Ap 3:10). Uma vez que os cristãos de Filadélfia haviam guardado a verdade de Deus ao vivê-la perante os homens, o Senhor os guardaria “da hora da provação (ARA)” que está prestes a “vir sobre todos que habitam sobre a terra”. Trata-se de uma promessa de isenção do período de tribulação descrito em Apocalipse (capítulos 6-19), a saber, a “Grande Tribulação”. Observe que serão guardados “da” hora “da provação”, ou seja, do período todo, e não em meio a ele.
Haja vista o que está escrito no versículo 13 deste mesmo capítulo - “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” -, esta mensagem não é apenas para uma igreja local. Conquanto a igreja de Filadélfia estivesse passando por tribulações, naqueles dias, os seus santos membros não passaram pela “hora da tentação[provação –ARA] que há de vir sobre todo o mundo” — todos os mortos em Cristo têm a garantia de que não passarão pela Grande Tribulação, uma vez que ressuscitarão e serão tirados da Terra antes dela.
Antes de o Cordeiro de Deus desatar o primeiro selo, dando início a uma série de juízos contra a Terra (Ap 6), João viu os 24 anciãos diante de Deus, no Céu (Ap 4:4). E estes representam a totalidade da Igreja: as doze tribos de Israel e os doze apóstolos de Cristo. Isso prova que, desde o início da Grande Tribulação, na Terra, os salvos já estarão no Céu. Glória ao Cordeiro, pois estaremos com Ele nesse período de trevas e aflições.
A Grande Tribulação, o pior período da história da humanidade, terminará com a volta de Cristo a esta Terra, quando colocará Seus pés no monte das Oliveiras, o mesmo lugar de onde ascendeu aos céus (At 1:9-12), vencendo o Anticristo e todos os seus exércitos, sendo, então, reconhecido pelo remanescente de Israel como o Messias. Esta volta de Cristo, conhecida como “parousia”, “revelação de Cristo em glória”, “volta triunfal de Cristo”, “vinda de Jesus em glória”, será plenamente visível a todos os povos e nações e estava predita desde o início dos tempos, pois Enoque, o sétimo depois de Adão, já se referia a este episódio (Jd 14,15). É o fato que marca o início da vitória do bem sobre o mal.
3. A coroa de glória. A igreja de Filadélfia é exortada a conservar o que tem para que ninguém tome sua coroa (Ap 3:11). Essa igreja havia recebido a aprovação do Senhor, no entanto, Jesus a alerta para conservar os valores, a verdade recebida para que seu galardão não lhe fosse tirado. Precisamos de vigilância, pois vivemos um tempo perigoso. São muitas as coisas que nos distraem e nos seduzem. Corremos o risco de perdemos nossas dracmas dentro de casa. Corremos o risco de nos desviarmos do caminho e sermos saqueados.

CONCLUSÃO

Se a igreja em Filadélfia fosse avaliada pelo ser humano talvez não passasse no crivo dos críticos de plantão. Por ser constituída de pessoas humildes, pobres e sem expressão social, certamente iriam dizer que era uma igreja “sem fé”, “não visionária”, “sem unção”, “praticante da mesmice”, “legalista”, “desassociada dos costumes modernos”, “sem vinho novo”. Só que Jesus julga a sua igreja por critério diferente do nosso. Ele pode ver uma igreja pobre ou fraca como uma congregação fiel, dedicada e perseverante. Foi como Ele avaliou a igreja em Filadélfia, tanto que nenhuma reclamação lhe imputou.
Portanto, ao invés de tentar impressionar as pessoas, devemos nos dedicar ao desenvolvimento do caráter que agrada a Deus. É claro que para se manter firme e fiel no patamar que agrada a Deus a igreja passará por mais provas e perseguições, tanto por parte dos de fora como por parte dos de dentro da igreja(Ap 3:9). Mas a recompensa é preciosa: “A quem vencer, eu farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do Céu, do meu Deus, e também o meu novo nome”(Ap 3:12). Sabe o que significa isso? Significa que pertenceremos para sempre ao Senhor, viveremos para sempre com Ele em glória.
Para uma igreja fraca, mas fiel, o vencedor recebe a promessa de ser coluna do santuário de Deus. A coluna é que sustenta o santuário. Os fiéis cristãos podem ser fracos diante dos homens, mas são poderosos e fortes diante de Deus. Os vencedores não são os fortes e poderosos deste mundo, mas aqueles, que embora fracos aqui, serão colunas no reino celestial. Os vencedores podem ter sido desprezados aqui, mas serão enaltecidos na glória. Os vencedores poderão ter sido escravos aqui, mas reinarão com Cristo na glória. “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”(Ap 3:13).

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Fortaleza-Ce. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 50.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico Beacon – CPAD.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Rev.Hernandes Dias Lopes – Ouça o que o Espírito diz às Igrejas.