domingo, 27 de maio de 2018

Aula 10 – ÉTICA CRISTÃ E VIDA FINANCEIRA


2º Trimestre/2018

 
Texto Base: 1Crônicas 29:10-14; 1Timóteo 6:8-10

 "Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer?" (Is.55:2a)

 

INTRODUÇÃO

Estudaremos nesta Aula sobre Ética Cristã e Vida Financeira. Num mundo dominado pela obsessão do ter e pelo amor ao dinheiro, o cristão apresenta-se como alguém que sabe que tudo pertence a Deus e que somos apenas mordomos, devendo prestar contas ao verdadeiro dono do universo do que nos foi dado para administrar. Cada ser humano prestará contas de tudo o que recebeu nesta vida para administrar (Rm.14:12), inclusive na esfera financeira (Mt.25:19). Como todos sabem, estamos enfrentando uma grave crise econômica, que tem gerado desemprego e dificuldades financeiras em todos os setores e esferas da sociedade. Por isso, é preciso muita sabedoria para que as nossas finanças não sejam afetadas e possamos honrar os nossos compromissos. Deus é bom e podemos esperar nEle, mas isso não significa que não tenhamos que ter um planejamento financeiro afim de consumir de forma consciente. O consumismo exagerado, infelizmente, tem levado muitos crentes ao caos financeiro, com reflexos negativos às igrejas locais.

I. UMA TEOLOGIA PARA A VIDA FINANCEIRA

Ao criar o homem e a mulher, Deus concedeu a eles o domínio sobre toda a criação (Gn.1:26,28), domínio este que não representa senhorio, mas uma autoridade, uma autorização para administrar a criação terrena. Partindo deste pressuposto, não pode o homem achar-se dono de coisa alguma sobre esta terra e deveria comportar-se desta maneira, ou seja, plenamente consciente de que é apenas um administrador daquilo que Deus lhe deu. É exatamente esta a consciência do cristão: a de que é apenas um mordomo, um despenseiro de Deus (1Co.4:1,2; Tt.1:7; 1Pd.4:10).

1. Vida financeira equilibrada. Qual é o ensinamento bíblico a respeito da vida financeira? Este ensinamento é o do equilíbrio, ou seja, Deus sabe que necessitamos de bens para sobrevivermos, principalmente depois da queda do ser humano, que fez com que nossa sobrevivência fosse obtida com esforço e dificuldades (Gn.3:17-19). Sabendo que precisamos de bens para sobreviver, Deus promete no-los dar, se dermos prioridade às coisas realmente importantes, que são as relativas à eternidade (Mt.6:31-34). Se colocarmos a comunhão com Deus como nossa prioridade em nossas vidas, Deus dará o necessário para nossa sobrevivência e é, precisamente, o necessário, o suficiente para a nossa sobrevivência, que Deus se compromete a dar a cada servo seu. O sábio Agur orou por uma condição financeira equilibrada, para poder escapar das tristes consequências de uma vida, tanto de necessidade como de fartura; pediu o pão diário, para ele e sua família: “... não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada; para que, porventura, de farto te não negue e diga: quem é o SENHOR? Ou que, empobrecendo, venha a furtar e lance mão do nome de Deus”(Pv.30:8,9). Agur não queria muito dinheiro, objetivando, assim, evitar a soberba; mas também não desejava que lhe faltasse para não ser desonesto. Nesse propósito, ele apenas aspirava à porção necessária para cada dia (Pv.30:8c). Esse pedido foi repetido por Jesus quando ensinou seus discípulos a orar (Mt.6:11). Deus tem um compromisso com o Seu povo: de lhe dar o pão de cada dia. Este compromisso o Senhor tem e vela para cumpri-lo (cf.Jr.1:12).

Se Deus nos conceder riqueza, que nós a usemos para agradar a Deus; se nos der pobreza, que nós a usemos para agradar a Deus. O importante é que não façamos dos bens materiais o objetivo e a intenção de nossas vidas. Quem passa a viver em função dos bens materiais, quem passa a pôr o seu coração nos tesouros desta vida, passa a ser um avarento, um ganancioso e, como tal, será um idólatra (Cl.3:5) e, assim, está fora do reino dos céus (Ap.22:15).

2. O perigo do amor do dinheiro. Segundo o Rev. Hernandes Dias Lopes, “o dinheiro é mais que uma moeda, é um ídolo, é Mamom. O dinheiro é o maior senhor de escravos do mundo. Milhões de pessoas se prostram em seu altar todos os dias e dedicam tempo, talentos, vida e devoção a esse deus. Muitas pessoas pisam arrogantemente no próximo e sacrificam até a família para satisfazerem os caprichos insaciáveis dessa divindade. Há indivíduos que fazem do dinheiro a razão da sua vida; o dinheiro passou a ser mais importante que o caráter. O brilho do ouro tem entenebrecido a mente de muitas pessoas e corrompido suas almas. O dinheiro é a mola que gira o mundo”.

Por que as pessoas amam tanto o dinheiro? Há duas razões: Primeiro, elas pensam que se tiverem dinheiro poderão comprar muitas coisas e exercer influência sobre outras pessoas. Mas será que a posse de bens materiais e a influência sobre outras pessoas nos garantirão felicidade?

Segundo, elas pensam que se tiverem dinheiro, posses, se sentirão seguras. Muitas pessoas pensam: Ah! Se eu morasse naquele bairro, em um apartamento tríplex; se eu trabalhasse na empresa que gosto, e tivesse o carro dos sonhos, eu seria feliz! Pensam que a felicidade está nas coisas. Pensam que a felicidade está no ter. Assim, só se preocupam com o que é terreno e correm atrás de ilusões. Se essa teoria fosse verdadeira, os ricos seriam felizes e os pobres infelizes. No entanto, a experiência prova o contrário. A riqueza tem sido fonte de angústias. Os ricos vivem tensionados pelo desejo insaciável de ganhar sempre mais e com o pavor de perder o que acumularam. Muitas pessoas que ceifam a própria vida são abastadas financeiramente.

Há indivíduos que fazem do dinheiro a razão da sua vida. Pessoas se casam, divorciam, matam e morrem pelo dinheiro. Muitas pessoas, sem uma dimensão da eternidade, tem sua vista obscurecida pelas coisas temporais e passageiras e, portanto, acaba se deixando dominar pela avareza, pelo desejo de acumulação de riquezas, que é uma insensatez total, como deixou bem claro Jesus na parábola do rico insensato (Lc.12:13-21) - “porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui”(Lc.12:15). Lamentavelmente, não são poucos os que acabam se perdendo na caminhada para o céu por causa do dinheiro.

Riquezas e glórias vêm de Deus, contudo, o dinheiro não é um tesouro para ser usado de forma egoísta, apenas para o nosso deleite. Deus nos dá o dinheiro para O glorificarmos com ele, e fazemos isso quando cuidamos da nossa família, dos necessitados, inclusive nossos inimigos (Mt.5:44). A Bíblia revela que a avareza tem sido um obstáculo para muitos alcançarem a salvação: como nos casos do mancebo de qualidade (Mt.19:22; Lc.18:23); de Judas Iscariotes (Lc.22:3-6; João 12:4-6); de Ananias e Safira (At.5:1-5,8-10); de Simão, o mago (At.8:18-23) e; de muitos outros, como afirmou Paulo em sua carta a Timóteo (1Tm 6:9,10). Deus assim nos exorta: “se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o vosso coração” (Sl.62:10).

Que lugar o dinheiro ocupa na sua vida? O relato de Lucas 18:18-24 revela a situação espiritual de muita gente. O texto fala de um homem que sentia sede de salvação, porém, tinha o grande obstáculo da riqueza, dos bens materiais, um dos maiores inimigos da vida espiritual. De todas as pessoas que vieram a Cristo, esse homem é o único que saiu pior do que chegou. Ele foi amado por Jesus, mas, mesmo assim, desperdiçou a maior oportunidade da sua vida. A despeito do fato de ter vindo à pessoa certa, de ter abordado o tema certo, de ter recebido a resposta certa, ele tomou a decisão errada. Ele amou mais o dinheiro do que a Deus, mais a terra do que o céu, mais os prazeres transitórios desta vida do que a salvação da sua alma.

II. MEIOS HONESTOS PARA GANHAR DINHEIRO

A Bíblia afirma que o trabalho é uma das principais características humana que o fazem imagem e semelhança de Deus. A Bíblia inicia a história do universo pela narrativa da ação criativa de Deus, mostrando-nos um Deus Criador, um Deus que trabalha, trabalho este que persiste, segundo nos revelou o Senhor Jesus (João 5:17).

Ganhar dinheiro é uma necessidade indispensável, mas deve ser adquirido por meios honestos. Quais são eles? Citamos dois.

1. Trabalho e emprego. A Bíblia nos mostra que a aquisição de bens materiais é uma necessidade para o homem depois da sua queda, pois deverá, do seu trabalho, obter o seu sustento (Gn.3:19). Deste modo, a obtenção dos meios necessários para a nossa sobrevivência deve vir do trabalho. É por isso que Paulo, numa afirmação dura, mas que é a verdade nua e crua, disse que “se alguém não quiser trabalhar, não coma também”(2Ts.3:10), máxima que foi, inclusive, incorporada em várias Constituições de países comunistas no século XX, mas que traduz um princípio bíblico. Portanto, a primeira fonte de aquisição de bens materiais deve ser o trabalho, devendo, pois, o cristão valorizar o trabalho e buscá-lo como forma de sustento seu e de sua família.

O apóstolo Paulo, ao chegar a Tessalônica, tratou de trabalhar com as próprias mãos para obter seu sustento (1Ts.2:9), passando, então, a fazer tendas, que era o seu ofício (At.18:3), a fim de que pudesse dar o exemplo de que o trabalho é digno e que deve ser apreciado pelos servos de Deus. Assim, ainda em Tessalônica, enquanto trabalhava dia e noite, produzindo o seu próprio sustento, o apóstolo pôde ter autoridade moral para ensinar àqueles crentes o valor e a dignidade do trabalho, desfazendo os falsos conceitos da cultura greco-romana a respeito do assunto (os gregos tratavam o trabalho manual com desprezo). Por esta razão, Paulo admoestou os tessalonicenses a trabalharem arduamente e a viverem tranquilamente. Porém, no afã de obter o seu salário, o cristão não pode envolver-se com meios ilícitos ou criminosos (Pv.11:1; 20:10), nem tampouco explorar ou extorquir seu semelhante (Am.2:6).

A responsabilidade individual de trabalhar para o próprio sustento é tão relevante que a Bíblia condena o preguiçoso (Pv.21:25; 22:13). Por que Deus condena o preguiçoso? Porque a preguiça e a falta de produtividade resultam naturalmente em necessidades. A Bíblia deixa claro que nosso trabalho é um dos veículos que Deus utiliza para suprir as necessidades. Deus quer que estejamos em uma posição tal, que possamos desfrutar dos resultados do nosso trabalho. O Senhor Jesus ensinou que "digno é o trabalhador do seu salário" (Lc.10:7 - ARA)

2. Escolarização e Mobilidade Social. Quer conseguir um bom emprego e ter uma vida financeira melhor para você e sua família? Um dos meios disponíveis para isso é a escolarização, ou seja, a educação acadêmica. Os que alcançam maior escolarização possuem maior probabilidade de encontrar empregos com bons salários. Todavia, o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e exigente. Por isso, mais do que nunca, é importante planejar a continuidade dos estudos mesmo após concluir a graduação. Diploma de uma boa faculdade e fluência em inglês ajudam bastante, mas não é só isso que as empresas esperam de um profissional. Hoje em dia, fazer um curso de especialização na área desejada pode ser um bom investimento para a sua carreira. Dentro dessa nova tendência, as universidades oferecem cursos de formação especializada, com um conteúdo estruturado para atender às necessidades atuais do mercado de trabalho.

É perfeitamente bíblico usarmos a escolarização e a ascensão social para servir melhor o Reino de Deus. O que se precisa é ter muita cautela e não aceitar as iguarias contaminadas que os meios acadêmicos oferecem nestes tempos pós-modernos. Estamos vivendo tempos difíceis e trabalhosos, e as universidades, lotadas de esquerdistas-marxistas-fundamentalistas, têm sido instrumentos poderosos para desconstruir o caráter cristão de muitas pessoas e tentar desfazer os absolutos morais de Deus exarados nas Escrituras Sagradas. Daniel, na Babilônia, foi um exemplo de caráter ilibado, não se contaminou com a cultura adversa do meio acadêmico da Babilônia (Dn.1:3,4). Ele e seus amigos correram sério risco de aculturamento nos costumes e nas ciências babilônicos. Nabucodonosor queria educá-los nas ciências dos caldeus para que tivessem conhecimento de astrologia e adivinhação. Mas, Daniel, no meio de uma cultura sem Deus e sem absolutos morais, não se corrompeu. Ele manteve-se íntegro, fiel e puro diante de Deus e dos homens. Seu caráter não era feito de vidro, não se quebrava com facilidade. Tinha um caráter ilibado, formado em um lar temente a Deus, de convicção de fé infringível no Deus vivo. Daniel e seus companheiros possuíam uma maturidade espiritual inexorável, que não foi adquirida em uma universidade secular, mas na Palavra de Deus.

Infelizmente, hoje, muitos jovens não têm suportado as pressões do meio acadêmico, têm caído na teia do mundo. Muitos se envolvem de tal maneira que perdem o referencial, mudam os marcos, abandonam suas convicções, transigem com os absolutos e naufragam na fé. O cristão precisa tomar cuidado na busca de seu aprimoramento intelectual para não ser enredado por meio de filosofias e vãs sutilezas (Cl.2:8).

III. COMO ADMINISTRAR O DINHEIRO?

Concordo com o Rev. Hernandes Dias Lopes ao dizer que “o problema não é possuir dinheiro, mas ser possuído por ele. O problema não é ter dinheiro, mas o dinheiro nos ter. O problema não é carregar dinheiro no bolso, mas carregá-lo no coração”. Como o cristão deve administrar o seu dinheiro?

1. Administrando bem o seu dinheiro. Como imitadores de Cristo (1Co.11:1), devemos ser como Jesus: administrar bem as finanças. Ao contrário do que muitos pensam, Jesus não era uma pessoa totalmente despreocupada ou alienada em relação aos bens materiais. Não era preso a eles, como o cristão não deve sê-lo também, mas jamais mostrou ser pessoa que não tivesse organizadas as suas finanças. Vemos que Jesus tinha uma bolsa, ou seja, um verdadeiro caixa para a assistência social (cf. João 12:5,6), também tinha um grupo de mulheres que sustentava o Seu ministério com recursos (cf. Lc.8:3), tendo, inclusive, tido o cuidado de recolher o tributo que lhe foi cobrado (Mt.17:24-27). Jesus sempre foi uma pessoa responsável para com o que tinha de administrar, tanto que, às vésperas da morte, tratou de deixar amparada a Sua mãe, que era Sua responsabilidade, como filho primogênito (João 19:26,27).

2. Não gastando mais do que ganha. O cristão, na administração de suas finanças, deve partir de um princípio fundamental, a saber, o de que não pode, em hipótese alguma, gastar mais do que ganha. O consumismo é como uma doença que invadiu nossas entranhas. O comércio esfomeado e guloso apela de forma eloquente aos nossos sentidos todos os dias. Na busca de uma felicidade ilusória, muitos se rendem aos encantos dessa propaganda sedutora. A cada dia as pessoas compram o que não precisam, com o dinheiro que não possuem, para impressionar pessoas que não conhecem.

Graças a uma eficaz publicidade e a pregação da busca de bens materiais a qualquer custo, as pessoas ingressam numa corrida pelo consumo sem medir as consequências. O resultado é o endividamento sem medida, a inserção nos diversos órgãos de restrição ao crédito (SPC, SERASA etc.), o que faz com que as pessoas sejam aviltadas em sua dignidade e, não poucas vezes, levadas a situações angustiantes. Lamentavelmente, muitos cristãos têm se deixado levar por esta "febre consumista", e já não são poucos os crentes que têm seus "nomes sujos" na praça e que são tratados como "caloteiros", envergonhando o Evangelho e dando motivo para que o nome do Senhor seja blasfemado. Tudo como consequência de uma má administração do seu dinheiro.

Na perspectiva cristã, o dinheiro, como valor material, não deve ser visto como senhor, mas apenas como um servo. Desta feita, não deixe o dinheiro dominá-lo, domine-o. Não deixe o dinheiro ser seu patrão, faça dele um servo.

3. Sendo fiel nas Finanças. Como bons administradores, devemos ser fiéis (1Co.4:2), e isto significa sermos cumpridores de nossas obrigações para com Deus, com a família e com a sociedade. A fidelidade que se exige do servo de Deus também alcança o aspecto financeiro e, num mundo materialista como o que vivemos; esta fidelidade é a que mais fará realçar o nome do Senhor entre os incrédulos. Nunca nos esqueçamos de que os homens devem nos considerar despenseiros dos mistérios de Deus (1Co.4:1) e ver as nossas obras e, ao vê-las, glorificar ao nome do nosso Pai (Mt.5:16), e isto passa necessariamente pelo aspecto financeiro de nossas vidas.

Vejamos algumas atitudes que o cristão deve ter em relação às suas finanças.

a) Reconhecer a soberania de Deus em sua vida. O verdadeiro cristão reconhece que é apenas um mordomo dos bens divinos que lhe foram confiados e, deste modo, tem noção e consciência de que Deus é o dono de tudo que temos e de tudo que somos.

b) Cumprir as suas obrigações. O cristão fiel é santo e diferente do mundo. Os ímpios, diz a Bíblia Sagrada, se caracterizam por serem infiéis nos contratos (Rm.1:31). Por isso, deve o cristão ser muito cauteloso ao contrair obrigações, fugindo do consumismo que tem dominado as consciências dos homens sem Deus. Devemos ter todo o cuidado na montagem do orçamento doméstico, para assumir apenas obrigações que possam ser fielmente cumpridas.

c) Suprir as necessidades de seu lar. Para a maioria das pessoas, as principais necessidades são: alimentação, habitação, despesas com tributos, tarifas públicas, transportes, saúde, educação e previdência social. Devemos fugir daquilo que não é necessário, do supérfluo e do dispensável. Na aquisição de bens, o cristão deve ser econômico, pesquisar e pechinchar preços, tendo, aqui, papel fundamental a mulher no lar (Pv.31:13,14,18). Neste ponto, vemos que o cristão deve ser previdente e sempre, quando possível, ter uma poupança para os dias de adversidade (cf. 2Co.12:14).

d) Ser voluntário e estar disposto em ajudar os necessitados. O cristão deve ser generoso, usando parte de sua economia para ajudar, dentro da medida do possível, o necessitado. Jesus tinha uma caixa de assistência durante o Seu ministério. É de uma administração cautelosa que surgirão os recursos que poderão mitigar as dificuldades dos mais necessitados. Neste contexto, também, estão as ofertas alçadas que se devem dar nas igrejas, bem assim as contribuições específicas para determinadas obras na casa do Senhor e para a obra missionária. Seria muito bom que, na administração de seus bens, o cristão pudesse dedicar sempre uma parcela fixa de seu rendimento para esta parte. Lembremo-nos de que vivemos no país de maior desigualdade social do mundo e que, como cristãos, devemos demonstrar o amor de Deus que há em nossos corações. A verdadeira religião é amar a Deus e o próximo (Tg.1:27).

e) Fugir dos agiotas (Êx.22:25; Lv.25:36). Quem cai na mão dessas pessoas, que cobram “usura” ou juros extorsivos, não tem quietude. O crente que for sábio haverá de se safar das armadilhas proporcionadas pelos agiotas. Deus quer que todos os seus filhos tenham uma vida sossegada e abençoada.

f) Não ser fiador de ninguém. “Ser fiador significa aceitar a responsabilidade pela dívida de outra pessoa, se esta deixa de pagá-la. Esse ato torna a situação financeira do cossignatário dependente dos atos do amigo e fica sujeita a fatos que escapam ao seu controle. Pode levar à pobreza (cf.Pv.22:26,27) e à perda de amizades vitalícias. Isso não significa, porém, que devemos recusar-nos a ajudar alguém que esteja realmente sofrendo, sem meios para atender às necessidades básicas da vida (Ex.22:14; Lv.25:35; Mt.5:42). Quanto aos pobres, não devemos emprestar e sim dar-lhes (cf.Mt.14:21; Mc.10:21)"(Bíblia de Estudo Pentecostal).

No Livro de Provérbios está escrito que o homem não deve ser fiador de pessoa alguma: “Decerto sofrerá severamente aquele que fica por fiador do estranho, mas o que aborrece a fiança estará seguro” (Pv.11:15). Trata-se, portanto, de uma prática que o cristão não deve desempenhar e muito menos a igreja local exigir de seus membros.

CONCLUSÃO

O Cristão, rico ou pobre, no exercício da mordomia cristã das finanças, faz dos recursos que possui, adquiridos com honestidade, uma bênção para a Obra de Deus, para si mesmo, para sua família, bem como para a comunidade que o cerca. Devemos, portanto, fazer tudo ao nosso alcance para administrar bem os recursos que Deus nos deu. Amém?

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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 74. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Dr. Caramuru Afonso Francisco – Bildade e a teologia da prosperidade. PortalEBD.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. Os Males do Consumismo. PortalEBD_2008.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. A Mordomia Cristã das Finanças.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Dinheiro, a prosperidade que vem de Deus.

 

domingo, 20 de maio de 2018

Aula 09 – ÉTICA CRISTÃ E PLANEJAMENTO FAMILIAR


2º Trimestre/2018

Texto Base: Gênesis 1:24 – 31

 
"Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre, o seu galardão" (Sl.127:3).

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos a respeito da Ética Cristã e Planejamento Familiar. Planejamento Familiar não deve ser confundido com "Controle de Natalidade", uma iniciativa estatal que consiste em evitar o nascimento dos filhos por meio do controle rigoroso, de forma coercitiva, com o intuito de diminuir o crescimento populacional. O Planejamento Familiar é um conjunto de ações que ajudam o casal, o homem e a mulher, a planejar seus filhos; ele envolve decidir quando e quantos filhos ter, quanto tempo esperar entre um e outro e até o tipo de educação que se quer dar a eles. O Planejamento Familiar é fator importante dentre as responsabilidades pertinentes ao casamento; é uma questão ética que precisa ser analisada à luz da Palavra de Deus e discutida pela Igreja. Para o cristão, ter ou não ter filhos, não é apenas uma questão biológica, mas uma decisão que envolve fé, amor e obediência aos princípios de Deus para a família. Quando Deus disse crescei e multiplicai, não determinou quantidade de filhos para cada família. Sabemos que os filhos são dádivas de Deus, contudo a decisão de tê-los ou não, ou a decisão quanto ao número de filhos é uma resolução que o casal deve tomar em conjunto, desde que o faça sob a orientação divina e de acordo com os ditames da Palavra de Deus.

I. O CONCEITO GERAL DE PLANEJAMENTO FAMILIAR

Ter um filho é uma benção. Nós sentimos alegria, um amor imensurável e, ao mesmo tempo, bate aquele medo e a dúvida: será que vamos dar conta? Isto acontece porque aumentar a família é uma decisão importante, que não pode ser tomada de qualquer jeito. Por isso é importante saber o que é Planejamento Familiar.

1. Controle de Natalidade. Controle de Natalidade não é Planejamento Familiar, mas procedimentos de políticas demográficas, adotados por governos totalitários, com o objetivo de diminuir ou até mesmo impedir o nascimento de crianças. Nesses governos, regular o número dos filhos é visto como solução para erradicar os níveis de pobreza, bem como alternativa para a preservação do meio ambiente e o melhor uso dos recursos naturais.

Segundo o Pr. Elinaldo Renovato de Lima, Controle de Natalidade “é o conjunto de medidas limitadoras, de emergência, incluindo legislações específicas, que o governo de um determinado país adota para atingir metas demográficas restritivas (isto é, populacionais) consideradas indispensáveis ao desenvolvimento socioeconômico. Isso ocorre por exemplo, na China e na Índia, onde a população é excessiva em relação aos recursos econômicos”. Nesses países são impostos métodos contraceptivos e até a esterilização permanente. Denúncias de infanticídio saltam aos olhos, como soluções para o controle de natalidade. Por ordem do comando do governo o número de filhos é limitado à revelia da vontade dos pais.

Na Bíblia Sagrada temos o exemplo de Faraó, que temendo o fortalecimento do povo hebreu, entendeu que deveria controlar o crescimento populacional, determinando que as parteiras matassem os filhos homens que nascessem entre os hebreus (Ex.1:9,10,15-22). Por causa deste exemplo bíblico de controle da natalidade, esta prática foi associada ao maligno e combatida tenazmente pelo cristianismo clássico.

2. Planejamento Familiar. É o exercício da paternidade-maternidade responsável, e a utilização voluntária e consciente por parte do casal do instrumento necessário ao planejamento do número de filhos, e espaçamento entre uma gestação e outra. O Planejamento Familiar permite aos cônjuges analisarem algumas questões bem relevantes para uma família funcional, tais como a saúde física e mental do marido e da mulher, a idade cronológica e as condições da família (renda, moradia, alimentação). Os filhos são para toda a vida, por isso é preciso que o casal busque a orientação divina por meio da oração e se submeta a ela.

O planejamento de quantos filhos e quando os terão é decidido pelo diálogo conjugal, inspirado no amor, na fé e na esperança de felicidade nesta vida em preparação para vida eterna. Quem ama respeita, perdoa, não aborta, procura métodos anticoncepcionais naturais que não agridem os corpos das esposas e não matam a vida dos próprios filhos (ler Gn.30:14,15).

Com relação ao planejamento familiar, a Constituição brasileira é bem clara ao afirmar, em seu artigo 226, § 7º, que “o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas”, bem como que o planejamento familiar deve ser “fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável”. A lei que regula a matéria, no Brasil, é a lei 9.263, de 12 de janeiro de 1996, que define o planejamento familiar como sendo “o conjunto de ações de regulação da fecundidade, que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal” (art.2º).

Portanto, uma política eficiente e biblicamente correta de planejamento familiar tende sempre a incentivar a paternidade responsável, ou seja, conscientizar os cidadãos da necessidade de se estabelecer planos na formação das famílias, de forma a propiciar condições internas e externas favoráveis a uma vida digna de toda a população. 

O crente, portanto, não precisa temer o planejamento familiar, pois, desde que não seja feito por meios abortivos, tal atitude não é pecaminosa e não trará prejuízos ao casal. Criar e educar filhos nos dias atuais é uma tarefa nada fácil, por isso é preciso pensar e orar antes de tomar a decisão de colocar uma criança no mundo.

II. O QUE AS ESCRITURAS DIZEM SOBRE O PLANEJAMENTO FAMILIAR

A ideia do Planejamento Familiar tem causado grandes discussões no meio do povo de Deus, como, aliás, toda ideia nova surgida na sociedade durante a história da humanidade. Alguns veem a ideia do planejamento familiar como uma afronta à natureza e à ordem estabelecida por Deus. Outros enxergam nisto apenas o exercício pelo ser humano do livre-arbítrio que lhe foi concedido pelo próprio Deus. Ambas as concepções não podem, entretanto, ser levadas ao extremo, pois o resultado disto será sempre contrário ao projeto divino para o homem. É preciso ter equilíbrio e, à luz da Bíblia Sagrada, saber como comportar-se (Ec.7:16-18).

O Primeiro Mandamento registrado nas Escrituras Sagradas foi dado ao primeiro casal, a saber: “... Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra...”(Gn.1:28). Isto tem sua razão de ser porque o homem foi criado por Deus como um ser sexuado, e um dos objetivos desta sexualidade era a procriação – “E criou Deus [...] macho e fêmea...” (Gn.1:27). Após o dilúvio, Noé e seus filhos também receberam o mesmo mandamento acerca da procriação: "Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra" (Gn.9:1). Repare que Deus não especificou qual seria o fator multiplicador nem quantos filhos deveriam ser gerados por cada família. Desta forma, temos que a ordem de Deus é que o homem e a mulher tenham filhos, como um dever até de perpetuação da espécie, não importando a quantidade de filhos. Quando alguém tem um filho já está cumprindo esta determinação divina, pois já há uma frutificação, uma multiplicação - não são mais dois, são três.

Muitos entendem que Deus determinou que se tivessem muitos filhos, pelo menos dois, porque assim se teria uma multiplicação; todavia, isto não se encontra no texto sagrado de forma alguma. Em contraste a essa cultura, as esposas dos patriarcas foram estéreis e sofreram muito até que Deus lhes abriu a madre: Sara concebeu na velhice e gerou apenas um filho: Isaque (Gn.21:2); Isaque, após o casamento com Rebeca, orou durante vinte anos pelo ventre de Rebeca, e ela gerou apenas dois filhos: Jacó e Esaú (Gn.25:21); Raquel, a esposa amada de Jacó, após anos de espera, também concebeu apenas dois filhos: José e Benjamim (Gn.35:24). Percebe-se, portanto, que não há qualquer ordem divina para que se tenham muitos filhos. Deus mandou que houvesse a frutificação, ou seja, que o casal desse fruto, que são os filhos, o que se concretiza se houver apenas um ou dois filhos. O excesso de filhos nem sempre quer dizer cumprimento à ordem divina, quiçá seja tão somente a manifestação da carnalidade do casal.

Na sociedade hebraica, porém, diante da própria ordem divina de frutificação, desenvolveu-se a ideia de que a falta de filhos era uma maldição, um opróbrio (Ex.23:26, Dt.7:14). A esterilidade feminina era um fardo pesado de carregar (Gn.25:21, 30:1; 1Sm.1:5,6; Lc.1:7,13), era motivo de discriminação (1Sm.1:6,7), provocava desavenças (Gn.30:1,2), e era vista como vergonha (Gn.30:23). Mas, enquanto a esterilidade era tida como um fardo, também a Bíblia demonstra ser uma qualidade e uma virtude dos pais a procura de uma paternidade responsável, ou seja, a busca de orientação divina para a criação de seus filhos. Foi o que ocorreu com Rebeca (Gn.25:22,23), Manuá e sua mulher (Jz.13:8,9). 

Ter filhos é uma bênção do Senhor e é um dos objetivos do casamento – “Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre, o seu galardão" (Sl.127:3) -, mas muito mais importante do que ter filhos é criá-los na doutrina e admoestação do Senhor, não os provocando à ira (Ef.6:4). Para isto é indispensável que tenhamos a orientação divina não só na educação e na criação dos filhos, mas no próprio planejamento da família. É indispensável que a família tenha a participação e soberania do Senhor Jesus na sua formação e no seu cotidiano. É por isso que o sábio fala no cordão de três dobras (Ec.4:12), ou seja, o casal e o Senhor.

Diante do que foi esclarecido, verificamos que as Escrituras Sagradas recomendam que os casais tenham filhos, pois a procriação é um dos objetivos do casamento, mas que a escolha do número de filhos seja tal que se permita a correta educação e criação deles, na doutrina e admoestação do Senhor, e que tudo seja feito de acordo com a vontade do Senhor, debaixo da Sua orientação e graça.

(Adaptado do texto “O Cristão e O Planejamento Familiar”. Pr. Caramuru Afonso Francisco. PortalEBD_2002).

III. ÉTICA CRISTÃ E O LIMITE DO NÚMERO DE FILHOS

1. A questão do fator de multiplicação. Quando Deus disse “crescei e multiplicai-vos”, Ele deu uma ordem de caráter geral (humanidade) e não específica (cada pessoa); ou seja, Deus ordenou a reprodução da raça humana, não a reprodução de cada pessoa. Do contrário, os solteiros e os viúvos (1Co.7:8), os celibatários (Mt.19:12) e os casados estéreis (Lc.23:29) estariam em pecado de desobediência, pois há uma ordem expressa: “multiplicai-vos”. “E se fosse pecado não procriar, até a privação sexual voluntária, autorizada nas Escrituras, estaria em contradição (1Co.7:5). Desse modo, o fator de multiplicação depende da vontade do Senhor para cada família”.

”Os que se opõem a qualquer tipo de limitação de filhos, ou planejamento familiar, argumentam que, se Deus disse 'crescei e multiplicai-vos', não é correto limitar filhos. Mas, conforme podemos depreender da Bíblia, Deus não exige do homem o tamanho de sua família ou prole. O número de filhos nunca foi especificado na Bíblia, como condição especial para o cumprimento da vontade divina. Deus não estabeleceu, de modo rígido, taxativo, o multiplicador” (Elinaldo Renovato de Lima. Ética Cristã: Confrontando as questões morais do nosso tempo. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, pp. 57-58).

Portanto, não há qualquer proibição bíblica a que os pais planejem o número de filhos e busquem estabelecer parâmetros para a formação de sua família dentro de suas possibilidades. Todavia, não deve envolver práticas contrárias à Palavra de Deus como o aborto ou métodos contraceptivos que impliquem em aborto ou morte de embriões. Tais medidas contrariam a dignidade da pessoa humana e a ética cristã e, portanto, não podem jamais ser adotadas por cristãos sinceros, verdadeiros e tementes a Deus.

·         Quantos filhos o casal ter? Deve-se considerar a situação familiar, a idade do casal, as condições de saúde e renda familiar.

·         Quando o casal deve ter filhos? Levando-se em conta a saúde da mãe e da criança, a época mais apropriada para ter filhos é entre 20 a 35 anos. Ultimamente, a idade para se ter filhos está mais elevada. Cuidar da saúde para garantir uma gravidez e parto saudável é uma decisão inteligente. Para obter o segundo filho, primeiramente, é importante recuperar-se da saúde física. É aconselhável dar um espaço de tempo para recuperar-se da saúde e planejar a próxima gravidez.

·         Finanças. Torna-se difícil ter filho em momentos de dificuldades financeiras. Preparar financeiramente para as despesas em prol da criança que vai nascer é uma decisão lógica.

·         Cuidados após o nascimento. Deve-se evitar as relações sexuais, após o nascimento da criança, até realizar o exame de saúde de 1 mês após o parto. Mesmo não menstruando, há possibilidade de engravidar na primeira ovulação. Prevenir-se para não engravidar logo nas primeiras relações sexuais após o nascimento do bebê é um procedimento correto.

2. A questão ética no Planejamento Familiar.  O Planejamento Familiar consiste em planejar ter filhos na época desejada pelos pais. Portanto, postergar o nascimento dos filhos até que se possa cuidar melhor da família, limitar o número dos filhos para que se possa criá-los com dignidade e espaçar o tempo de nascimento entre um e outro filho para melhor acolher mais uma criança, são decisões acertadas, pois as Escrituras ensinam que o homem deve cuidar bem de sua família (1Tm.5:8). Em sendo assim, entendemos que o casal cristão pode, validamente, planejar o número de filhos e tomar medidas que, sem violarem a dignidade da pessoa humana, sejam suficientes para a limitação do número de filhos; inclusive, quando já tiver sido alcançado o número desejado de filhos, utilizar-se de métodos contraceptivos.

No Brasil, o Governo deverá tão somente “promover condições e recursos informativos, educacionais, técnicos e científicos que assegurem o livre exercício do planejamento familiar” (art. 5º da lei 9.263/1996), devendo ser oferecidos “todos os métodos e técnicas de concepção e contraconcepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção” (art. 9º da lei 9.263/1996). Veja alguns métodos válidos para se evitar a gravidez:

·         Esterilização voluntária. É importante observar que, segundo a lei brasileira, a esterilização voluntária somente é possível entre homens e mulheres com capacidade plena e maiores de vinte e cinco anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, exigindo-se um prazo de sessenta dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, sendo, também, permitida a esterilização nos casos de risco à saúde ou à vida da mulher ou do futuro concepto, conforme testemunho escrito de dois médicos (art. 10 da lei 9.263/1998). No caso masculino, temos a vasectomia, que apresenta risco incomparavelmente menor para a saúde do homem do que a esterilização feminina.

·         Utilização das pílulas anticoncepcionais ou outras espécies de medicamentos. Este método é utilizado pela mulher, que somente deve fazê-lo mediante acompanhamento médico rigoroso, pois pode causar uma série de efeitos colaterais no organismo da mulher. A mulher cristã, ademais, deverá também ser orientada sobre o tipo de medicamento, negando-se a usar qualquer substância que seja abortiva, a fim de que não pratique o aborto. Biblicamente, nada vemos que proíba o uso desta forma de contraconcepção, desde que tomadas as cautelas necessárias.

·         Abstinência sexual dos cônjuges em certos períodos de tempo. Sem dúvida alguma, faz parte do casamento a regularidade da manutenção das relações sexuais entre marido e mulher, o que os juristas chamam de “débito conjugal”. Paulo, ao tratar do assunto, na epístola aos coríntios, foi incisivo no sentido de que marido e mulher devem manter regularmente relações sexuais entre si (1Co.7:1-4). Contudo, ao contrário do que muitos pensam, esta regularidade há de ser equilibrada, como tudo na vida cristã, não podendo haver um apetite sexual desordenado e uma carnalidade sem limites. Muito pelo contrário, Paulo ensina que o cônjuge não tem domínio sobre o seu próprio corpo, mas sobre o do outro (1Co.7:4; 10:25), mostrando, claramente, que o sexo no casamento deve ser tal que um não busque o seu próprio prazer, a qualquer custo, mas, muito pelo contrário, o prazer do outro. 

(Adaptado do texto “O Cristão e O Planejamento Familiar”. Pr. Caramuru Afonso Francisco. PortalEBD_2002).

CONCLUSÃO

O Planejamento Familiar, com fulcro nos ditames das Escrituras Sagradas, é plausível e necessário para o bem da Família. Ter filho, um após o outro, seguidamente, sem levar em conta suas implicações, pode não ser amor, pode, sim, ser carnalidade desenfreada aliada à ignorância. A Palavra de Deus afirma que “tudo tem seu tempo determinado” (Ec.3:1). Além disso, nos é oportuna a seguinte ordem: “Examinai tudo. Retende o bem” (1Ts.5:21). Para ter, ou não, filhos, o casal deve, acima de tudo, orar ao Senhor. O cristão que consulta ao Senhor, e aceita a vontade divina na limitação do número de seus filhos, é abençoado em toda a esfera de sua família (Sl.128:1-6).

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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 74. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Hans Ulrich Reifler. A ética dos Dez Mandamentos. Vida Nova.
Pr. Elinaldo Renovato. O cristão e a sexualidade. CPAD.
Pr. Caramuru Afonso Francisco. O Cristão e o Planejamento familiar. PortalEBD_2002.
Pr. Elinaldo Renovato de Lima. O Cristão e o Planejamento familiar.EBD.2002.

domingo, 13 de maio de 2018

Aula 08 – ÉTICA CRISTÃ E SEXUALIDADE


2º Trimestre/2018

Texto Base: 1Co.7:1-16

"Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará" (Hb.13:4).

 

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos a respeito da Ética Cristã e Sexualidade, um assunto muito pertinente em nossos dias, pois estamos vendo a proliferação de várias ideologias maléficas a respeito da sexualidade. Tudo que Deus criou é bom e isto inclui o sexo, que foi estabelecido por Deus para ser desfrutado no casamento heterossexual antes que o pecado entrasse no mundo (Gn.2:21-25). Aquele que criou o universo, também criou nosso corpo e nossos órgãos sexuais. A vida sexual saudável dentro do casamento tem a bênção de Deus, além de dar alegria e prazer ao ser humano.

I. SEXUALIDADE: CONCEITOS E PERSPECTIVAS BÍBLICAS

A ordenação ética de Deus para a humanidade se encontra nos dois primeiros capítulos do livro do Gênesis, onde encontramos os sete princípios éticos, dentre eles encontramos a sexualidade, que nos fazem “imagem e semelhança de Deus: a dignidade da vida humana, o ponto mais proeminente da criação (Gn.1:26); a sexualidade (Gn.1:27); a procriação (Gn.1:28); o trabalho (Gn.2:15); a submissão a Deus (Gn.2:16,17); o casamento (Gn.2:24) e; a monogamia (Gn.2:24). Ao criar o ser humano, Deus dotou-o de sexualidade plena e diferenciada, macho e fêmea, segundo seus propósitos.

1. Conceito de Sexo e Sexualidade. Quando verificamos a ordenação ética dada por Deus ao homem quando da criação, encontramos o sexo e a sexualidade como sendo um dos princípios inerentes à própria humanidade. Assim, o sexo não é algo mau, porquanto criado por Deus. Entretanto, com o pecado, este princípio divino foi desvirtuado, e é preciso distinguir entre o sexo divinamente estabelecido e as aberrações resultantes do pecado e do mal.

- Sexo. Em matéria de biologia, o sexo se refere a uma condição de tipo orgânica que diferencia o macho da fêmea, o homem da mulher, seja em seres humanos, plantas e animais. Vale ressaltar que o sexo de um organismo é definido pelos gametas que produzem. Gametas são células sexuais que permitem a reprodução sexual dos seres vivos. O sexo masculino produz gametas masculinos conhecidos como “espermatozóides”, enquanto o sexo feminino produz gametas femininos conhecidos como “óvulos”. Da combinação de ambos os gametas resultará a descendência que possuem as características genéticas pertencentes aos pais. Os cromossomos serão transmitidos de uma geração a outra em um processo de combinação de gametas. Cada uma das células terá a metade de cromossomos correspondentes ao pai e outra metade à mãe. As características genéticas estão contidas no DNA (Ácido Desoxirribonucleico) dos cromossomos. Na linguagem corrente, quando se menciona a palavra sexo também pode referir-se a outras questões: ao conjunto dos seres pertencentes ao mesmo sexo, aos próprios órgãos genitais propriamente ditos, por isso é que muitas vezes se usa a palavra como sinônimo de genital; ou a prática de atividades sexuais.

- Sexualidade. A sexualidade humana implica comportamentos e práticas instintivos que estão intimamente associados aos processos biológicos que ocorrem no corpo, ou seja, se manifestam neles. A tendência sexual normal, biblicamente aceitável, é a atração entre o sexo feminino e seu oposto masculino, chamada de relação heterossexual. Nesta condição, a sexualidade está relacionada com a busca da satisfação do apetite sexual, seja pela necessidade do prazer ou da procriação da espécie. Deus criou a sexualidade no homem e na mulher para despertar neles a vontade de unir os seus corpos e satisfazer os seus desejos mais íntimos (1Co.7:32-34).

2. O sexo foi criado por Deus. A Bíblia Sagrada afirma que o sexo foi obra da criação de Deus que, ao criar o homem, fê-lo sexuado. No ato da criação Deus fez o homem e a mulher sexualmente diferentes: "macho e fêmea os criou" (Gn.1:27). Este ponto distingue o homem dos anjos, por exemplo, que foram criados assexuados (Mc.12:25). Quando Deus criou Adão e Eva, logo em seguida proferiu a “bênção” sobre o casal; após isto, ambos “se tornaram uma só carne” (Gn.1:27,28; 2:21-24). O sexo faz parte da perfeita criação de Deus qualificada como sendo “muito bom” (cf. Gn.1:31). Desse modo, o sexo não deve ser visto como algo pecaminoso, sujo ou proibido. Tudo o que Deus fez é bom. O pecado não está no sexo, mas na perversão de seu propósito.

Deus criou o sexo masculino e o sexo feminino, ambos com constituição anatômica e fisiológica diferentes, para formar a família, e a família é a unidade básica da sociedade. Se a família se desintegra, a sociedade decai. Toda união física à parte do matrimônio e todo tipo de lascívia quebram a ordem de Deus e enfraquecem a instituição da família. Sendo criação divina, o sexo não pode ser tratado como algo imoral ou indecente.

3. A sexualidade é criação divina. Deus criou o homem como um ser sexuado - “macho e fêmea os criou” (Gn.1:27). Deste modo, a atração sexual, a atividade sexual não é algo pecaminoso nem estranho ao ser humano, mas, muito pelo contrário, é algo que decorre da própria natureza humana. Sendo assim, não podemos admitir que o sexo seja algo antinatural, ou seja, contrário à natureza do homem, ruim, imoral ou danoso para o ser humano, como alguns têm defendido. Tendo sido criação de Deus, nada mais justo e lógico que o próprio Deus tenha determinado os limites desta atividade humana. A primeira observação que temos com relação ao sexo é que ele deve ser realizado entre homem e mulher. Com efeito, ao criar o homem, Deus os fez macho e fêmea. Assim, a atividade sexual deve ser, sempre, feita entre pessoas de sexos diferentes. O homossexualismo é uma aberração e, salvo os poucos casos em que há distúrbios de saúde física e/ou mental, é uma expressão de rebeldia contra Deus (Rm.1:21-28; Lv.18:22).

II. O PROPÓSITO DO SEXO SEGUNDO AS ESCRITURAS

A atração sexual é algo natural e que revela a própria natureza sexuada do ser humano, devendo, porém, o instinto sexual ser dirigido com equilíbrio para que se faça a vontade de Deus que é a de que o sexo seja efetuado no casamento, com o cônjuge, com finalidades bem delimitadas, a saber: procriação (Gn.1:27,28); satisfação amorosa do casal (1Tm.4:3,4; Ct.1:2,3,15-17) e; ajustamento do casal (Gn.2:24).

1. Procriação. A finalidade primordial do ato sexual refere-se à procriação. A união sexual e a reprodução, pela instituição do casamento, fazem parte da criação e foi ordenada por Deus desde o princípio. Deus abençoou o primeiro casal e disse-lhe: "Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra" (Gn.1:28). Passado o dilúvio, Noé recebeu a mesma ordem recebida por Adão: "E abençoou Deus a Noé e a seus filhos e disse-lhes: frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra" (Gn.9:1). Portanto, a frutificação e multiplicação da espécie foi ordem de Deus (Gn.1:28), o que se dá somente pela atividade sexual entre um homem e uma mulher. Aqueles que dizem que o relacionamento sexual foi o pecado de Adão e Eva desconhecem totalmente as Escrituras Sagradas. A ordem de procriação concedida ao homem era ponto definido; jamais o Senhor ousaria ordenar-lhe uma coisa e depois castigá-lo por obedecer a essa ordem. Nunca devemos confundir o fruto do conhecimento do bem e do mal com o ato conjugal, permitido e ordenado pelo Senhor. Portanto, sexo não é pecado, mas os princípios divinos da sexualidade encontram-se deturpados. O pecado está na depravação sexual que contraria os princípios estabelecidos nas Escrituras Sagradas.

2. Satisfação amorosa do casal. A Bíblia se refere ao sexo como algo prazeroso e satisfatório entre o marido e a sua esposa: "Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade..." (Pv.5:18,19); e ainda: "Goza a vida com a mulher que amas"(Ec.9:9). Mas, a busca do prazer e da satisfação não deve ser egoísta, transformando-se o parceiro sexual (que será, necessariamente, o cônjuge), em um mero objeto, mas, bem ao contrário, a Palavra de Deus estabelece que se busque sempre a satisfação do outro (1Co.7:3-5). É neste equilíbrio e altruísmo que o sexo de acordo com a Palavra de Deus se distingue das aberrações e das práticas mundanas que têm substituído, entre os ímpios, o princípio divino da sexualidade. A bestialidade sexual está sempre relacionada com o egoísmo e o total aviltamento do parceiro sexual (Gn.19:4-11; Jz.19:22-30; 2Sm.13:11-17).

Portanto, o ato conjugal deve ser um prazer, e nunca um tormento ou sofrimento. Os dois, marido e mulher, devem sentir-se satisfeitos e alegres de se completarem neste ato. Na satisfação sexual o casal sempre renova a união, recriando o vínculo matrimonial. Assim, na união conjugal, como também ensina o Novo Testamento, o homem e a sua mulher devem buscar a satisfação sexual (1Co.7:5). Caso esta satisfação sexual e prazer conjugal não seja constante, a tendência é que o casamento se acabe. Nisto percebemos que os casais precisam sempre se recrear, dando continuidade à união que um dia foi iniciada.

Segundo os cientistas entendidos no assunto, no ato sexual e na atividade que precede o ato, é liberado um hormônio chamado “ocitocina”, ou “hormônio do amor”. Quando esse hormônio é liberado, produz sentimentos de empatia, confiança e profunda afeição. Cada vez que você faz sexo, seu corpo sofre uma reação química que lhe diz para “apegar-se”. Deus criou os meios para satisfazer nosso desejo por intimidade em um nível biológico.

3. Ajustamento do casal. O sexo é uma maneira pela qual se dá o ajustamento do casal, pois é uma das principais expressões do amor conjugal. Com efeito, é através do sexo que um cônjuge se entrega ao outro, que um cônjuge procura agradar ao outro. É uma das expressões pelas quais se traduz a união do casal - “e serão ambos uma carne” (Gn.2:24). O amor conjugal não se confunde com o sexo, como propala erroneamente o mundo imerso no pecado, mas tem uma de suas expressões no sexo. O sexo praticado no modelo bíblico revela o verdadeiro amor, pois não é egoísta, tanto que diz a Palavra que o corpo do cônjuge está sob o domínio do outro (1Co.7:4). A fase de ajustamento do casal é tão importante que a lei de Moisés dispensava, durante um ano, o homem casado dos seus deveres cívicos, inclusive o de ir à guerra (Dt.24:5).

III. O CASAMENTO COMO LIMITE ÉTICO PARA O SEXO

Ao contrário do que tem defendido o mundo imerso no pecado, a atividade sexual não é algo que deva ser desenvolvido sem qualquer critério ou a qualquer momento. Somente no casamento monogâmico e heterossexual (1Co.7:9) se pode praticar sexo, sendo totalmente contrária à Palavra de Deus qualquer outra conduta que não seja esta. Portanto, toda prática sexual realizada fora destes moldes constitui-se em sexo ilícito.

1. Prevenção contra a fornicação. Na ética cristã, a fornicação é geralmente entendida como a atividade heterossexual entre pessoas solteiras ou entre casal e solteiro. A fornicação é errada porque concentra-se no prazer e não na convivência legal; é instantânea e inconstante, não tem compromissos e não assume responsabilidades familiares.

Ao contrário do que determina a Bíblia Sagrada, o mundo tem defendido e até incentivado que as pessoas, numa idade cada vez menor, venham a manter relações sexuais, deixando a virgindade, algo considerado ultrapassado e até ridicularizado pela mídia e, por extensão, na sociedade por ela influenciada. Entretanto, a Bíblia condena a fornicação do início ao final. A Palavra é bem clara ao afirmar que os fornicários não herdarão o reino de Deus (At.15:29; Ef.5:5; 1Tm.1:10; Hb.12:16; Ap.21:8). Para prevenir este pecado, o apóstolo Paulo orienta os cristãos a se casarem: "por causa da prostituição [ou fornicação], cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido" (1Co.7:2). Os ensinos de Paulo ratificam o propósito divino do casamento, ou seja, "um homem para cada mulher" (Gn.2:24). Este princípio também foi defendido por Jesus: "deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher" (Mt.19:5). Portanto, o sexo foi estabelecido por Deus, mas tem momento certo para ser exercido: o casamento, que é o legítimo limite ético dos impulsos sexuais que podem ser satisfeitos sem que se incorra em atos pecaminosos. É com tristeza, aliás, que vemos, cada vez mais, uma tolerância de muitos na igreja com relação a este princípio bíblico, permitindo-se o sexo antes do casamento entre “pessoas já comprometidas”, como se isto fosse possível. As bases do casamento são lançadas no namoro e alicerçadas no noivado. Se essas bases forem lançadas sobre a desobediência a Deus, na prática da fornicação, estão correndo sério risco de não terem a bênção de Deus. Ter a bênção de Deus no casamento é muito mais importante. Pense nisso!

2. O casamento e o leito sem mácula. O apóstolo Paulo ensinou os crentes de Tessalônica que, para ser um autêntico cristão, não basta apenas mudar de religião, mas que haja uma mudança na maneira de viver, ou de andar. Conquanto a prostituição, em todas suas modalidades, fosse uma prática comum no mundo em que eles viviam, os crentes tinham que “se abster” dessa prática mundana (1Ts.4:3), pois Deus “...não nos chamou para a imundícia, mas para a Santificação” (1Ts.4:7). A prática da imundícia referente ao sexo, não está apenas lá fora, no mundo ímpio, mas pode estar no próprio leito conjugal. Por isto, o relacionamento sexual entre os casais cristãos não pode ser nos mesmos moldes praticados pelos gentios - “não na paixão de concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus” (1Ts.4:5). Talvez, neste mesmo sentido, escreveria depois o autor da Epístola aos Hebreus, dizendo: “Venerado seja entre todos o matrimonio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará” (Hb.13:4). A expressão “venerado seja” nesse texto, denota elevado grau de respeito e consideração para com o matrimônio. O nosso leito conjugal é um lugar santo aos olhos de Deus. Sendo o sexo uma dádiva de Deus, deve ser visto e praticado levando-se em conta a sua origem celestial. Qualquer deturpação sexual é contra a vontade do Criador (Rm.1:24-28)

Muitos desprezam o casamento para viverem uma vida desregrada, dissoluta e descompromissada. A vida cristã exige compromisso sério não apenas com Deus e a igreja, mas também com a sociedade e a família, e esta última começa com o nosso cônjuge. Quaisquer comprometimentos sexuais ilícitos — a prostituição, o adultério — são duramente condenados por Deus, e quem pratica tais coisas receberá dEle o justo juízo. Deus quer que seus filhos tenham vida sexual ilibada, não apenas por causa do testemunho, mas também por sermos o templo do seu Espírito.

3. O correto uso do corpo. Em Pv.5:18,19, a Bíblia nos mostra que o prazer é algo próprio do sexo e que não é pecado a busca de satisfação entre homem e mulher. O que se condena é uso incorreto do corpo, o abuso, o domínio do homem pelo instinto sexual de forma egoística e descontrolada, o que não se permite nem mesmo entre casados, pois isto revelará um desequilíbrio, sendo certo que a temperança, o domínio próprio, é uma das qualidades do fruto do Espírito Santo (Gl.5:22), enquanto que a lascívia e a impureza são obras da carne (Gl.5:19). Diante deste equilíbrio que deve haver na atividade sexual, medidas como a prática de relações sexuais antinaturais (como o sexo anal, o sexo grupal, a homossexualidade, o sexo com animais, por exemplo), mesmo feitas entre casados e com mútuo consentimento do casal, são abomináveis perante Deus, pois revelam carnalidade e descontrole do instinto sexual. Também se insere neste contexto a inconveniência de um casal cristão frequentar locais destinados à prática da prostituição e da licenciosidade como hotéis de alta rotatividade, praias de nudismo, “resorts de hedonismo” ou coisas similares a estas. Embora o sexo entre casados não seja proibido, mas até um dever dos cônjuges, naturalmente os ambientes mencionados são repletos de pecado e destinados ao pecado, não podendo, pois, uma atividade sexual santa se desenvolver em meio a tais cenários. Atente para o que diz o Espírito Santo:

“Não sabeis que os injustos não hão de herdar o Reino de Deus? Não erreis: nem os devassos... nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas [...] herdarão o Reino de Deus. E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus” (1Co.6:9-11).

CONCLUSÃO

Quando Deus estava criando todas as coisas, em Gênesis 1:10,12,18,21,24, verificamos esta declaração: “E viu Deus que era bom”. Porém, ao criar o homem à sua imagem e semelhança, Ele viu que era muito bom. Isto significa que tudo quanto Deus fez no homem é muito bom. Então, o sexo e a intimidade dentro dos princípios sagrados são muito bons, porque foram instituídos por Deus, para a sua glória. Portanto, vivamos para a glória de Deus!

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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 74. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Hans Ulrich Reifler. A ética dos Dez Mandamentos. Vida Nova.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. O cristão e a sexualidade. PortalEBD_2002.
Pr. Elinaldo Renovato. O cristão e a sexualidade. CPAD.