domingo, 10 de novembro de 2024

A PROMESSA DE UM CORAÇÃO NOVO

         4º Trimestre de 2024

SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 07

Texto Base: Romanos 2:25-29; Jeremias 31:31-34.

“E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne” (Ez.36:26).

Romanos 2:

25.Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão.

26.Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura, a incircuncisão não será reputada como circuncisão?

27.E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará, porventura, a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei?

28.Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.

29.Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.

Jeremias 31:

31.Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá.

32.Não conforme o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, porquanto eles invalidaram o meu concerto, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor.

33.Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.

34.E não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguém, a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior, diz o Senhor; porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.

INTRODUÇÃO

A promessa de um novo coração é central na mensagem de transformação espiritual apresentada na Bíblia. O "coração" representa, nas Escrituras, o centro das emoções, pensamentos e vontades humanas. Deus, conhecendo as fraquezas e inclinações pecaminosas da humanidade, prometeu transformar esse coração, dando um novo espírito ao Seu povo. Esta renovação interna é essencial para que o homem viva de acordo com os propósitos divinos, em comunhão com Deus e com um caráter moldado à semelhança de Cristo. Nesta lição, exploraremos a profundidade dessa promessa e o que ela significa para a vida cristã.

I. O CORAÇÃO NAS PERSPECTIVA BÍBLICA

1. O Coração na Bíblia

Na Bíblia Sagrada, o termo "coração", na maioria das vezes, é utilizado de maneira figurativa para representar o "homem interior", o centro das emoções, pensamentos, vontades e inclinações espirituais de uma pessoa. É lá onde ocorrem as decisões morais e espirituais. Ele reflete a essência da identidade humana e o caráter de cada indivíduo. Por isso, Deus não apenas observa as ações exteriores, mas, sobretudo, sonda o coração (1Sm 16:7; Jr 17:10).

A palavra coração é aplicada em contextos que descrevem o centro das atividades humanas, incluindo a mente, as emoções e a vontade. O apóstolo Paulo reforça essa compreensão ao fazer distinção entre o "homem exterior", representado pelo corpo físico, e o "homem interior", que se refere à alma e ao espírito (2Co.4:16; Hb.4:12). O "homem interior" é onde a transformação espiritual ocorre, e é nessa dimensão que Deus deseja atuar para renovar o coração humano, moldando-o de acordo com Seus desígnios.

A Bíblia mostra que o coração é o campo de batalha da vida espiritual, onde o pecado pode corromper a mente e as emoções, mas onde também pode ocorrer uma transformação radical pela graça de Deus. Por isso, somos constantemente aconselhados a guardá-lo com cuidado - "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida" (Pv.4:23). A promessa de um novo coração revela o desejo de Deus de restaurar o ser humano em sua totalidade, começando pela transformação de seu "homem interior".

2. A circuncisão do coração

A “circuncisão do coração”, apresentada em Romanos 2:25-29, destaca a transformação espiritual como o verdadeiro sinal da Nova Aliança em Cristo. O apóstolo Paulo ensina que, enquanto a circuncisão física foi um ato externo estabelecido no Antigo Testamento como um símbolo de aliança entre Deus e os descendentes de Abraão (Gn.17:10-14), no Novo Testamento, esse sinal físico perde seu valor sem a correspondência de uma transformação interna e espiritual. A verdadeira circuncisão, segundo Paulo, não é uma marca no corpo, mas uma obra profunda e interior realizada pelo Espírito Santo no coração do crente.

Essa mudança interior é o que caracteriza o povo de Deus sob a Nova Aliança. Romanos 2:28,29 ressalta que o verdadeiro judeu, no contexto espiritual, não é aquele que apenas cumpre rituais externos, mas aquele cujo coração foi transformado. O Espírito Santo opera essa "circuncisão espiritual", moldando o caráter do crente, mudando sua mente, emoções e vontade, de modo que ele passa a viver em obediência a Deus de forma genuína. Esse ato divino é uma obra invisível e interna, que marca aqueles que realmente pertencem a Deus, independentemente de sua etnia ou cumprimento de rituais externos.

Paulo também faz eco às promessas do Antigo Testamento, como em Deuteronômio 30:6, onde Deus prometeu "circuncidar o coração" de seu povo, para que amassem e obedecessem a Ele de todo o coração. No Novo Testamento, isso se cumpre plenamente com a vinda de Cristo e a atuação do Espírito Santo, que concede ao crente um coração regenerado, capaz de viver conforme a vontade de Deus (João 3:1-8).

Sem essa circuncisão espiritual, é impossível manter um relacionamento vivo e autêntico com Deus. O próprio Jesus ensinou que o novo nascimento, que inclui essa transformação operada pelo Espírito Santo, é essencial para entrar no Reino de Deus (João 3:3-5). Portanto, a circuncisão do coração representa não apenas uma mudança simbólica, mas uma transformação profunda que capacita o crente a viver de acordo com os padrões de santidade exigidos por Deus, tornando-se um verdadeiro seguidor de Jesus Cristo.

3. Um coração novo

A promessa de um "coração novo" revela o centro da obra transformadora de Deus na vida de Seu povo, conforme profetizado tanto por Jeremias quanto por Ezequiel. Na Antiga Aliança, o relacionamento de Israel com Deus era mediado por leis externas, escritas em tábuas de pedra e confirmadas por rituais e marcas físicas, como a circuncisão. Entretanto, Jeremias profetiza a chegada de uma Nova Aliança, em que a relação com Deus seria profundamente transformada, sendo marcada não mais por símbolos externos, mas por uma mudança radical no interior do ser humano: “porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração” (Jr.31:33).

Essa Nova Aliança que Jeremias previu é profundamente interior e espiritual. Ao invés de simplesmente seguir mandamentos escritos em pedra, o povo de Deus teria a Lei inscrita diretamente em seus corações. Isso significa que a obediência à vontade de Deus não seria mais um fardo imposto de fora, mas uma inclinação natural resultante da transformação do coração. A essência dessa profecia é que o coração regenerado pelo Espírito Santo não apenas conhece a Lei de Deus, mas também deseja cumpri-la, como parte de uma nova identidade espiritual.

Ezequiel também reforça essa ideia em sua profecia (Ez.36:26), onde Deus promete remover o "coração de pedra" do Seu povo e dar-lhes um "coração de carne". O coração de pedra simboliza a dureza espiritual, a insensibilidade à vontade de Deus e a inclinação ao pecado. Já o coração de carne, em contraste, representa a receptividade e a suavidade ao toque do Espírito Santo. Essa transformação envolve a remoção da obstinação e da rebeldia, substituídas por uma nova sensibilidade espiritual, que leva o crente a uma vida de obediência sincera e amorosa a Deus.

O apóstolo Paulo, ao tratar dessa obra no Novo Testamento, fala da diferença entre a "letra" e o "espírito" (Rm.2:29), ressaltando que a verdadeira marca de um seguidor de Cristo é o que acontece no interior, não uma obediência externa a regras. Paulo ecoa os profetas ao dizer que essa transformação do coração é operada pelo Espírito Santo, que realiza o ato de regeneração, dando ao crente uma nova natureza, capaz de viver de acordo com os princípios de Deus.

A regeneração é o cumprimento dessa promessa de um coração novo, onde o Espírito Santo transforma o interior do ser humano, capacitando-o a viver em conformidade com a vontade de Deus (João 3:6,7). O "coração novo" é, assim, uma metáfora para a renovação completa do homem interior, simbolizando o novo nascimento e a mudança de vida que ocorre quando alguém se rende a Cristo.

Essa obra profunda e espiritual cumpre também o que é mencionado em Provérbios 4:23, onde se afirma que "o coração é a fonte da vida". Se o coração é corrompido, tudo o que procede dele será igualmente impuro (Mt.15:18-20). Portanto, a promessa de um coração novo é a promessa de uma nova vida, redimida e santificada, que reflete o caráter de Deus e está em harmonia com a Sua vontade. É uma transformação total, de dentro para fora, que capacita o crente a viver não apenas conforme a letra da Lei, mas em plena comunhão e amor ao Senhor.

II. O CORAÇÃO DE QUEM ESTÁ EM DEUS

1. Um coração inclinado a Deus

"Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz" (Rm.8:5,6).

A transformação promovida pelo Espírito Santo faz com que o crente desenvolva um novo senso de sensibilidade espiritual. O coração que antes estava endurecido pelo pecado torna-se sensível à voz de Deus, e seus desejos são reformulados para agradar ao Senhor.

Jesus ensina que “aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (João 3:3), revelando que o primeiro passo para essa “inclinação do coração” é a regeneração. A regeneração envolve a renovação interior, em que o Espírito Santo cria uma nova disposição no coração humano, inclinando-o a Deus e às coisas espirituais. Sem esse novo nascimento, o coração permanece distante de Deus, cego para a realidade espiritual e inclinado às coisas da carne.

Um coração regenerado não busca mais as inclinações da carne, mas almeja as coisas do Espírito Santo, como Paulo ensina em Romanos 8:5,6: "Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz". Essa inclinação para o Espírito é a marca distintiva do coração transformado. O crente que foi regenerado tem seu desejo e foco voltados para Deus, buscando viver conforme os mandamentos divinos e os princípios do Reino de Deus.

A inclinação para Deus, portanto, não é um simples esforço humano de seguir regras ou obedecer a mandamentos de maneira mecânica. É o fruto de uma mudança interior operada pela graça de Deus, que capacita o crente a viver em conformidade com os mandamentos divinos de maneira voluntária e amorosa.

Além disso, um coração inclinado a Deus busca a santidade e se compromete com uma vida de obediência genuína, não por obrigação, mas por amor e gratidão pela obra de Cristo. É um coração que se deleita nas coisas espirituais, tem prazer na comunhão com Deus e com outros crentes, e se mantém alerta às influências do mundo que podem afastá-lo dessa inclinação para o Espírito.

Portanto, a inclinação do coração para Deus é resultado direto da regeneração, em que o Espírito Santo transforma o “Ser” interior, capacitando o crente a viver uma vida nova. Essa nova vida é marcada por uma busca constante da presença de Deus e um afastamento das inclinações carnais que anteriormente dominavam o coração. Essa mudança de foco, da carne para o Espírito, é a evidência da obra redentora de Deus em ação, que molda o caráter do crente segundo a imagem de Cristo.

2. Um coração consciente

Um "coração consciente" é o centro das reflexões e decisões espirituais do ser humano. Na Bíblia, o coração é frequentemente descrito como o lugar onde ponderamos e avaliamos as experiências da vida à luz da Palavra de Deus. A consciência, nesse contexto, não é apenas uma função racional, mas também uma percepção espiritual sensível à verdade de Deus e à Sua vontade.

Um exemplo claro disso é Maria, mãe de Jesus, que, ao ouvir o que os pastores disseram sobre seu Filho, “guardava todas essas coisas, conferindo-as em seu coração” (Lc.2:18,19). A reação de Maria reflete a capacidade de um coração consciente de meditar profundamente nas revelações divinas e eventos ao seu redor. Esse coração não reage superficialmente, mas reflete, avalia e pondera à luz da vontade de Deus. Maria não apenas ouviu as palavras dos pastores, mas internalizou o significado do que estava acontecendo, demonstrando uma sensibilidade espiritual exemplar.

Da mesma forma, quando recebemos um "coração novo", regenerado pela obra do Espírito Santo, essa capacidade de refletir e meditar de maneira consciente é restaurada e potencializada. Um coração consciente busca constantemente compreender e discernir a vontade de Deus em todas as situações. A pessoa com um coração transformado não é levada por impulsos momentâneos ou distrações do mundo, mas é capaz de guardar as verdades de Deus em sua vida interior, ponderando sobre como aplicá-las.

O apóstolo Paulo instrui os crentes em Romanos 12:2 a renovar suas mentes para que possam discernir “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Isso revela que um coração consciente, alinhado com a mente renovada pela Palavra de Deus, tem a capacidade de compreender e desejar viver conforme a vontade divina. Não é uma obediência cega, mas uma obediência informada por um processo consciente de reflexão, meditação e discernimento espiritual.

Além disso, em Filipenses 4:8,9, Paulo encoraja os crentes a meditar sobre tudo o que é verdadeiro, honesto, justo, puro e amável. Um coração consciente é aquele que ativamente escolhe meditar sobre essas coisas, buscando manter uma vida mental e espiritual que esteja em harmonia com os padrões de Deus. Essa escolha consciente de focar no que é digno aos olhos de Deus reflete a transformação que ocorre em um coração renovado.

Portanto, a renovação do coração e da mente é um processo contínuo de discernimento e meditação sobre as verdades de Deus. Esse coração consciente está sempre buscando viver de acordo com os princípios divinos, respondendo às circunstâncias da vida com sabedoria espiritual e uma profunda conexão com a vontade de Deus. A capacidade de um coração regenerado de avaliar, guardar e ponderar com consciência é uma das marcas de uma vida transformada e orientada para agradar a Deus em tudo.

3. Deus vê o coração

“Tu, pois, ó Senhor dos Exércitos, que prova os justos e vês os pensamentos e o coração...” (Jr.20:12).

“O homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1Sm.16:7).

A declaração "Deus vê o coração" destaca uma das verdades mais profundas da Bíblia: o fato de que Deus conhece o íntimo de cada ser humano. O coração é o centro da vida interior, onde residem os desejos, emoções, pensamentos e vontades, e é precisamente nesse lugar profundo que Deus dirige Seu olhar.

No livro de Jeremias, o profeta declara: “Tu, pois, ó Senhor dos Exércitos, que prova os justos e vês os pensamentos e o coração...” (Jr.20:12). Este versículo sublinha o conhecimento penetrante de Deus, que vai além das ações externas e chega até as mais profundas motivações humanas. O Senhor não apenas observa o comportamento, mas também o que está por trás das ações – os sentimentos, as intenções e os desejos que muitas vezes os outros não conseguem ver. Ao contrário dos seres humanos, que julgam pelas aparências, Deus sonda e examina o coração, conhecendo as intenções, pensamentos e motivações ocultas.

A realidade de que Deus vê o coração é apresentada em várias passagens das Escrituras. Quando o profeta Samuel foi enviado para ungir um novo rei em Israel, ele aprendeu essa lição ao tentar escolher alguém baseado na aparência externa. Deus corrigiu Samuel dizendo: “O homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1Sm.16:7). Essa passagem é um lembrete poderoso de que Deus valoriza a essência da pessoa, e não simplesmente sua aparência ou atos visíveis.

O exame divino do coração é completo e infalível, pois Deus é o Criador e conhece a profundidade do ser humano em todas as suas camadas. Ele entende os segredos mais profundos e até mesmo os aspectos do coração que o próprio ser humano desconhece ou tenta esconder. Isso significa que ninguém pode esconder seus pensamentos ou intenções de Deus. O salmista, reconhecendo essa verdade, escreve: “Senhor, tu me sondas e me conheces... de longe entendes o meu pensamento” (Sl.139:1,2).

Para aqueles que foram regenerados e transformados pela obra do Espírito Santo, essa verdade oferece tanto consolo quanto desafio. Por um lado, o fato de que Deus vê o coração é encorajador, pois Ele conhece nossas sinceras intenções e esforços, mesmo quando os outros podem não perceber. Aqueles que têm um coração voltado para Deus, inclinado para o Seu querer, são contemplados com agrado pelo Senhor. Como a Bíblia afirma, “Os olhos do Senhor estão sobre os justos” (Sl.34:15).

Por outro lado, o conhecimento divino do coração também é um chamado à introspecção e santidade. Deus não se contenta com meras aparências ou rituais externos; Ele deseja um relacionamento genuíno e transformador. Isso implica que a transformação do coração, a verdadeira circuncisão espiritual, deve ser vivida na prática diária. Mesmo que as ações externas pareçam corretas, é o estado do coração que realmente importa para Deus. Por isso, é fundamental que o crente permita que o Espírito Santo examine e purifique continuamente seu coração, removendo qualquer coisa que possa ser uma barreira para um relacionamento pleno com Deus.

O fato de que Deus vê o coração é uma poderosa lembrança de Sua soberania e onisciência. Ele conhece o ser humano em sua totalidade, compreendendo o que está oculto nas profundezas do coração. A pessoa regenerada deve, portanto, viver com a consciência de que cada pensamento, desejo e emoção é plenamente conhecido por Deus e, assim, buscar agradar a Ele em todas as coisas, tanto no exterior quanto interior.

III. PROMESSAS PARA O CORAÇÃO

1. Um coração feliz

Digo isto, não porque esteja necessitado, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Sei o que é passar necessidade e sei também o que é ter em abundância; aprendi o segredo de toda e qualquer circunstância, tanto de estar alimentado como de ter fome, tanto de ter em abundância como de passar necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp.4:11-13).

Um coração feliz, segundo a Bíblia, não é resultado de circunstâncias externas ou posses materiais, mas nasce de uma vida transformada pela presença de Deus. Quando o ser humano recebe um novo coração por meio da regeneração operada pelo Espírito Santo, uma profunda e duradoura felicidade se torna uma realidade espiritual. No Sermão do Monte, Jesus descreve as bem-aventuranças, que revelam um estado de verdadeira felicidade para aqueles que vivem de acordo com os valores do Reino de Deus (Mt.5:1-9).

A felicidade cristã é uma experiência interior que flui da certeza de que Deus está no controle da vida e de que o coração está alinhado com Sua vontade. Isso é diferente da felicidade mundana, que frequentemente depende de circunstâncias externas e, portanto, é temporária e instável. O apóstolo Paulo exemplifica essa alegria interior quando, mesmo em meio a adversidades e prisões, afirma estar "sempre contente" no Senhor (Fp.4:11-13). Essa alegria e contentamento são frutos de uma confiança inabalável no amor e no cuidado de Deus.

O livro de Provérbios reforça essa verdade ao afirmar que "o coração alegre serve de bom remédio, mas o espírito abatido virá a secar os ossos" (Pv.17:22). Essa passagem revela o impacto profundo que a alegria, ou sua ausência, pode ter na saúde física e emocional. Estudos modernos confirmam que o estado emocional influencia diretamente a saúde do corpo, e a ciência médica aponta que emoções positivas, como alegria e contentamento, podem contribuir para um melhor funcionamento do sistema imunológico e reduzir o estresse. A Bíblia já ensinava que o coração alegre é um remédio poderoso, trazendo saúde tanto para o corpo quanto para a alma.

Por outro lado, um espírito abatido — aquele que está preso à tristeza, preocupação ou falta de fé — pode ter efeitos prejudiciais, afetando não apenas a vida espiritual, mas também o bem-estar físico. Deus, no entanto, oferece alegria abundante àqueles que buscam Sua presença e Sua vontade. Essa alegria não depende das circunstâncias, mas da certeza de que Deus é a nossa força e que Ele está sempre ao nosso lado (Ne.8:10). A alegria do Senhor é o combustível que nos fortalece a cada dia, permitindo-nos enfrentar os desafios da vida com esperança e confiança.

Assim, o coração que se volta para Deus encontra felicidade genuína. A verdadeira alegria não está nas conquistas materiais, mas em caminhar com Deus, obedecer à Sua Palavra e viver em comunhão com o Espírito Santo. Quem tem um coração transformado pela presença de Deus desfruta de uma paz e alegria que transcendem as circunstâncias terrenas e que servem como fonte contínua de renovação espiritual e emocional.

2. Um coração cheio de amor

"o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm.5:5).

Um coração cheio de amor é o reflexo mais claro da presença de Deus na vida do cristão. O amor não é apenas um sentimento superficial ou uma emoção passageira, mas a essência do caráter cristão e o fundamento de toda a vida espiritual. O apóstolo Paulo destaca essa realidade em Romanos 5:5, ao afirmar que "o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado". Essa declaração revela que o amor divino não é algo que o ser humano pode gerar por si mesmo, mas é um dom sobrenatural que o Espírito Santo infunde no coração regenerado.

Esse amor, que é fruto da transformação operada por Deus, não é limitado ou condicional, mas é um reflexo do próprio amor de Deus por nós. Quando recebemos o Espírito Santo, somos capacitados a amar como Deus ama, de maneira sacrificial, generosa e incondicional. O apóstolo João enfatiza isso ao dizer: "Nós amamos porque ele nos amou primeiro" (1João 4:19). Isso significa que a capacidade de amar, de maneira verdadeira e profunda, nasce da experiência de receber o amor de Deus em nossa vida.

Paulo, em sua carta aos Colossenses, nos exorta a nos revestir de amor, "que é o vínculo da perfeição" (Cl.3:14). O amor é o laço que une todas as virtudes cristãs, dando sentido e propósito a nossa caminhada com Deus. Sem amor, todas as outras virtudes, como paciência, humildade e bondade, perdem seu verdadeiro valor e propósito. É o amor que completa e aperfeiçoa a vida cristã, tornando-a um reflexo da perfeição divina.

Além disso, o amor no coração do cristão traz consigo a paz de Deus. Paulo continua em Colossenses 3:15 dizendo: "E a paz de Deus, para o qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações". O amor verdadeiro gera paz interior, pois o coração que ama não se deixa dominar por ressentimentos, rancores ou divisões. Quando somos movidos pelo amor de Deus, encontramos paz nas relações com os outros e no nosso relacionamento com o próprio Deus. A paz de Deus passa a governar nossas emoções e atitudes, permitindo-nos viver em harmonia com os outros e com nós mesmos.

Por fim, o coração cheio de amor leva à gratidão. Paulo conclui em Colossenses 3:15: "e sede agradecidos". Quando experimentamos o amor de Deus e somos transformados por ele, a gratidão surge naturalmente em nossos corações. O amor nos faz perceber a grandeza da graça de Deus em nossa vida e nos leva a responder com gratidão e louvor; sempre disposto a reconhecer a bondade de Deus em todas as circunstâncias.

Portanto, o amor que Deus derrama em nossos corações é a maior expressão de uma vida regenerada. Ele nos capacita a amar como Cristo amou, a viver em paz com Deus e com o próximo, e a ser gratos em todas as situações. Sem esse amor, não há verdadeira identidade cristã. Como Paulo afirmou, "se não tiver amor, nada serei" (1Coríntios 13:2). O amor é a marca distintiva do cristão e o fundamento de toda a vida espiritual.

3. O penhor do Espírito Santo no coração

Mas aquele que nos confirma juntamente com vocês em Cristo e que nos ungiu é Deus, que também pôs o seu selo em nós e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração” (2Co.1:21,22).

O conceito do "penhor do Espírito Santo" é uma verdade central no ensino do apóstolo Paulo acerca da segurança e garantia que Deus oferece aos crentes em Cristo. Quando Paulo menciona o "penhor do Espírito" em 2Coríntios 1:21,22, ele está usando uma metáfora jurídica e comercial da época, onde o penhor representava uma garantia inicial de que uma promessa futura seria cumprida. No contexto da fé cristã, esse penhor é o próprio Espírito Santo, dado por Deus ao crente como uma antecipação das bênçãos eternas e plenas que virão na consumação da salvação.

Paulo ensina que Deus nos ungiu, nos selou e colocou o Espírito Santo em nossos corações como penhor. Essa unção e selo representam uma marca divina sobre os que pertencem a Deus, algo que autentica e valida a nossa posição como filhos e herdeiros de Cristo.

O "penhor" não é apenas um sinal simbólico, mas uma manifestação tangível do compromisso de Deus em completar Sua obra redentora em nós. Isso significa que o Espírito Santo, habitando no coração do crente, é uma garantia de que a salvação iniciada em Cristo será completada no futuro, no dia da redenção final.

Efésios 1:13,14 reforça esse entendimento ao dizer que o Espírito Santo é o "penhor da nossa herança", até o momento em que receberemos por completo a redenção prometida. O termo "herança" aponta para todas as promessas e bênçãos que aguardam os crentes, incluindo a vida eterna, a restauração plena e o reinado com Cristo no futuro. O Espírito Santo, dado aos crentes no momento da fé, é a garantia de que essa herança nos pertence. É como um "primeiro pagamento", assegurando que Deus cumprirá tudo o que prometeu.

Além de ser uma garantia de salvação futura, o penhor do Espírito também capacita o crente no presente. Ele nos confirma em Cristo (2Co.1:21), nos habilitando a viver a vida cristã de maneira vitoriosa.

O Espírito nos guia, fortalece e dá testemunho interior de que somos filhos de Deus (Rm.8:16). Ele é a fonte de poder que nos permite viver uma vida de santidade, superar o pecado e vencer as adversidades do mundo. Isso significa que o penhor do Espírito não apenas aponta para o futuro, mas também transforma nossa vida no presente, concedendo-nos a força e a graça para perseverar na fé.

Portanto, o penhor do Espírito Santo no coração dos crentes é uma demonstração poderosa do compromisso de Deus em cumprir Suas promessas. Ele garante tanto nossa salvação quanto nossa vitória em Cristo, assegurando-nos de que, por mais desafiadoras que sejam as circunstâncias da vida, Deus permanece fiel e cumprirá integralmente o Seu plano redentor. Essa promessa é um consolo e um incentivo para que os crentes vivam com confiança e esperança, sabendo que a obra que Deus começou será completada.

CONCLUSÃO

Nesta lição, exploramos a promessa de um coração novo, um dos maiores atos transformadores de Deus para Seu povo. Vimos que o "coração" na Bíblia representa o centro da vida interior do ser humano — sua mente, emoções e espírito. A promessa de um coração novo, revelada nos profetas e cumprida em Cristo, significa uma transformação espiritual profunda, onde Deus escreve Sua lei em nosso ser. A regeneração operada pelo Espírito Santo nos inclina a Deus, nos enche de amor e nos garante a vitória através do penhor do Espírito. Esse novo coração nos habilita a viver uma vida renovada e alinhada com a vontade de Deus.

 

Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.

Comentário Bíblico Beacon. CPAD.

Dicionário VINE.CPAD.

O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.

Lawrence O. Richards. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Filipenses, a alegria triunfante no meio das provas. HAGNOS.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Romanos, o evangelho segundo Paulo. HAGNOS.

Pr. Hernandes Dias Lopes. 2Corintios, o triunfo de um homem de Deus diante das dificuldades. HAGNOS.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Efésios – Igreja, a noiva gloriosa de Cristo. HAGNOS.

domingo, 3 de novembro de 2024

A PROMESSA DE CURA DIVINA

         4° trimestre 2024 

SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 06

Texto Base: Isaías 53:1-5; Mateus 8:14-17; Tiago 5:14,15

‘‘Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós O reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido (Isaias 53:4).

Isaías 53:

1.Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR?

2.Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando-nos para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.

3.Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

4.Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.

5.Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.

Mateus 8:

14.E Jesus, entrando na casa de Pedro, viu a sogra deste jazendo com febre.

15.E tocou-lhe na mão, e a febre a deixou; e levantou-se, e serviu-os.

16.E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam enfermos;

17.Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças.

Tiago 5:1

14.Está alguém entre vós doentes? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor;

15.E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.

INTRODUÇÃO 

A promessa de cura é um dos aspectos mais preciosos da obra redentora de Cristo. Ao entregarmos nossa vida a Ele, recebemos não apenas a salvação espiritual, mas também a provisão para a cura física e emocional. Jesus, durante Seu ministério terreno, manifestou o desejo divino de aliviar o sofrimento, curando os enfermos e libertando os oprimidos. Sua obra na cruz do Calvário foi completa, abrangendo tanto a redenção dos pecados quanto a restauração da saúde. Nesta lição, exploraremos a profundidade da promessa de cura, fundamentada no poder do sacrifício de Cristo e no amor de Deus por Seu povo.

I. A PROMESSA BÍBLICA DA CURA DIVINA

1. A profecia messiânica de Isaías 53

Isaías 53 é um dos textos mais poderosos e proféticos do Antigo Testamento, revelando o caráter e a missão do Messias, Jesus Cristo. Nesse capítulo, Isaías profetiza sobre o Servo Sofredor, que carregaria sobre Si as dores e enfermidades da humanidade. A descrição é profundamente detalhada e aponta para a obra expiatória de Cristo na cruz, onde Ele não apenas tomou sobre Si os pecados do mundo, mas também as nossas enfermidades.

O versículo 4 declara: “Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si...”; enquanto o versículo 5 enfatiza: “Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”. Aqui, a profecia não se limita apenas à redenção do pecado, mas estende-se também à cura das enfermidades físicas e emocionais. Essa visão ampla da obra de Cristo mostra que a salvação é uma obra completa, que abrange a totalidade do ser humano.

O evangelista Mateus, no Novo Testamento, faz referência direta a Isaías 53:4 ao relatar as curas realizadas por Jesus, dizendo: "Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que disse: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças" (Mateus 8:17). Este cumprimento no ministério de Jesus confirma que a cura física está entrelaçada com a redenção espiritual.

A obra de Cristo na cruz é, portanto, total e suficiente. Ao carregar nossos pecados, Ele também carregou nossas enfermidades, oferecendo uma cura que transcende o físico e alcança o espiritual. A profecia de Isaías nos dá a segurança de que, em Cristo, há provisão tanto para a salvação quanto para a cura. Ele não apenas nos redimiu do poder do pecado, mas também nos oferece a possibilidade de sermos curados das doenças e libertos do sofrimento. Assim, podemos afirmar com confiança que Jesus é o Salvador que cura, conforme a promessa revelada desde os tempos antigos.

2. O cumprimento profético no ministério de Jesus

O ministério de Jesus foi marcado por inúmeros milagres e sinais, que não apenas atestaram Sua identidade messiânica, mas também cumpriram as profecias do Antigo Testamento, especialmente aquelas encontradas em Isaías 53. Um exemplo claro desse cumprimento é encontrado em Mateus 8:14-17, onde Jesus cura a sogra de Pedro e, logo em seguida, liberta muitos outros que estavam possuídos por demônios e enfermos.

Ao curar a sogra de Pedro, Jesus demonstra Seu poder sobre as enfermidades físicas, mostrando que Ele é o Senhor da vida e da saúde. A narrativa de Mateus ressalta que essa cura não foi um ato isolado, mas parte de uma sequência de milagres que culminam em uma referência direta à profecia de Isaías 53:4. Mateus declara: “Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças” (Mt.8:17).

Essa citação é significativa porque conecta diretamente a obra curativa de Jesus ao propósito redentor do Messias, conforme predito por Isaías. A profecia de Isaías não se limita à redenção espiritual, mas abrange também a cura das enfermidades físicas, revelando um Messias que se importa com o bem-estar integral do ser humano. Ao cumprir essa profecia, Jesus mostra que o plano de salvação de Deus é completo e inclui a restauração tanto do corpo quanto da alma.

O cumprimento profético no ministério de Jesus sublinha que a cura divina não é um elemento secundário ou periférico na obra redentora, mas uma parte integral do plano de Deus. Ao curar os enfermos e libertar os oprimidos, Jesus estava demonstrando que o Reino de Deus havia chegado e que o poder de Deus estava operando para restaurar todas as coisas, incluindo a saúde física. A cura física, portanto, é um sinal visível da cura espiritual que Jesus oferece a todos os que n'Ele creem.

Essa compreensão nos leva a reconhecer que a obra de Cristo é abrangente, tocando todas as áreas da vida humana. O ministério de Jesus na terra, ao cumprir as promessas messiânicas, nos assegura que a salvação que Ele oferece não é apenas uma promessa futura de vida eterna, mas uma realidade presente que inclui a cura e a libertação aqui e agora. Isso reforça a nossa fé na suficiência e na abrangência da obra de Cristo, que continua a operar milagres de cura na vida daqueles que confiam n'Ele.

3. Os ministros são chamados a orar e ungir os enfermos

A prática de orar e ungir os enfermos, conforme orientado em Tiago 5:14,15, é uma expressão concreta da fé cristã no poder curador de Jesus Cristo, que continua a operar por meio da Igreja. Tiago, em sua epístola, exorta os crentes a chamar os presbíteros [pastores, diáconos...] da igreja quando alguém estiver doente, para que esses ministros orem sobre o enfermo, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. Esse ato simbólico reflete a fé na ação do Espírito Santo, que através da oração e da unção, manifesta a graça de Deus na vida do necessitado.

O uso do óleo na unção dos enfermos tem raízes tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, sendo um símbolo de consagração e do poder de Deus. No contexto da cura, o óleo representa o poder do Espírito Santo que age para restaurar a saúde física e espiritual. A unção, acompanhada da oração da fé, é vista como um meio pelo qual Deus opera milagrosamente, trazendo cura e restauração. O texto de Tiago é claro ao afirmar que “a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (Tg.5:15).

Esse mandamento revela o papel ativo dos obreiros da igreja na aplicação prática da fé. Os líderes espirituais, como pastores e presbíteros, são chamados a exercer seu ministério de intercessão com confiança no poder de Deus. A prática de ungir os enfermos com azeite não é apenas um ritual, mas uma demonstração de obediência ao ensino bíblico e de confiança no caráter de Deus, que é misericordioso e poderoso para curar.

Além disso, Tiago também menciona a importância da confissão de pecados no processo de cura, destacando a relação entre a saúde espiritual e física. A confissão e o arrependimento podem desbloquear a cura que Deus deseja conceder, restaurando não apenas o corpo, mas também o espírito. Esse aspecto reforça a visão bíblica de que a cura é uma obra integral de Deus, que abrange todas as dimensões do ser humano.

A Igreja Primitiva testemunhou muitas curas e milagres, confirmando que essa prática estava em conformidade com a fé em Jesus Cristo como o Médico dos médicos. Mesmo nos dias atuais, há inúmeros relatos de pessoas que foram curadas em resposta à oração e à unção com óleo, evidenciando que o poder de Deus continua operando de maneira real e tangível.

Portanto, os obreiros da Igreja têm uma responsabilidade vital na edificação da fé dos crentes, ensinando e praticando a oração pela cura. A unção dos enfermos com óleo, realizada em nome do Senhor, não é apenas um dever, mas um privilégio que demonstra o cuidado pastoral e a fé no poder redentor e curador de Cristo. É um meio pelo qual a Igreja continua a proclamar que Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb.13:8), e que Sua obra de cura, realizada no Calvário, permanece acessível a todos os que n’Ele confiam.

II. ORIGEM E CONSEQUÊNCIAS DAS DOENÇAS NO MUNDO

1. A origem das doenças no Éden

A origem das doenças no mundo está diretamente ligada ao evento da Queda no Jardim do Éden, conforme descrito em Gênesis 3. Esse evento não apenas introduziu o pecado na humanidade, mas também inaugurou uma série de consequências trágicas para toda a criação, incluindo a introdução das doenças, do sofrimento e da morte.

Antes da Queda, o homem e a mulher desfrutavam de uma vida perfeita, sem dor, enfermidade ou qualquer tipo de sofrimento. A criação estava em harmonia completa com Deus, e Adão e Eva viviam em um estado de inocência, e bem-estar físico e espiritual. No entanto, a decisão de desobedecer à ordem divina e comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal trouxe uma mudança radical na condição humana e no estado do mundo.

A desobediência de Adão e Eva não apenas quebrou a relação de aliança com Deus, mas também trouxe uma maldição sobre a terra (Gn.3:17-19). Como resultado, o pecado entrou no mundo, e com ele, vieram as consequências inevitáveis: dor, sofrimento, e a degeneração física, que se manifesta nas doenças. Essas enfermidades são, portanto, um reflexo do estado caído da humanidade, uma evidência tangível da ruptura causada pelo pecado.

A Bíblia revela que o pecado afeta o ser humano de maneira integral—espiritualmente, emocionalmente e fisicamente. As doenças são uma das manifestações físicas desse estado de corrupção. Gênesis 3:16-19 ilustra as novas realidades que o homem e a mulher enfrentariam: dores na concepção e no parto, trabalho árduo e, por fim, a morte, que é a consequência final do pecado. A entrada do pecado no mundo trouxe, portanto, uma realidade de sofrimento e enfermidade que nunca foi a intenção original de Deus para a humanidade.

É importante entender que, enquanto o pecado é a causa primária da entrada das doenças no mundo, isso não significa que todas as doenças individuais são causadas por pecados específicos cometidos pelas pessoas. Jesus esclareceu isso em João 9:2,3, quando Seus discípulos perguntaram se a cegueira de um homem era devido ao pecado dele ou de seus pais. Jesus respondeu que não era por causa de nenhum pecado específico, mas para que as obras de Deus fossem manifestas nele.

A doutrina da Cura Divina, portanto, está fundamentada na obra redentora de Cristo no Calvário. Jesus veio para reverter as consequências do pecado, oferecendo não apenas perdão, mas também cura e restauração. Isaías 53:4,5 conecta a obra expiatória de Cristo ao alívio do sofrimento físico, indicando que, por Suas feridas, fomos sarados. A cura divina é, assim, uma antecipação do reino vindouro, onde não haverá mais dor, enfermidade ou morte (Ap.21:4).

Em resumo, as doenças têm sua origem na Queda, como parte das trágicas consequências do pecado que corrompeu toda a criação; no entanto, a esperança cristã está na promessa de redenção total, que inclui a cura dos corpos e a restauração de todas as coisas em Cristo, culminando em um novo céu e uma nova terra onde a enfermidade não mais existirá.

2. A consequência do advento da doença

O advento do pecado trouxe consigo uma série de consequências devastadoras para a humanidade, afetando não apenas a espiritualidade, mas também a saúde física e a longevidade do ser humano. Uma das consequências mais notáveis da introdução do pecado no mundo foi a corrupção da natureza humana em todas as suas dimensões, incluindo a dimensão física. Essa corrupção resultou no advento das doenças, que passaram a ser uma realidade constante na experiência humana, e, com isso, na diminuição gradual da longevidade humana.

No relato bíblico, vemos que antes da Queda, o ser humano foi criado para viver eternamente em comunhão com Deus. No entanto, com a entrada do pecado, a mortalidade se tornou parte da experiência humana. A partir de Gênesis 3, a morte e a doença começaram a fazer parte da condição humana, rompendo o plano original de Deus para uma vida longa e próspera em harmonia com a criação.

A Bíblia nos dá um panorama claro dessa redução na longevidade. Adão, o primeiro homem, viveu 930 anos, e seus descendentes imediatos, como Sete (912 anos) e Enos (905 anos), também desfrutaram de vidas excepcionalmente longas (Gn.5:1-32). Entretanto, à medida que o pecado se multiplicava, podemos observar uma diminuição progressiva na expectativa de vida. No período que antecedeu o Dilúvio, Deus determinou que o limite da vida humana seria de 120 anos (Gn.6:3), uma medida que reflete a corrupção generalizada da humanidade e o julgamento iminente através do Dilúvio.

Além disso, o Salmo 90:10, escrito por Moisés, reflete uma realidade ainda mais sombria, indicando que a duração da vida humana tinha diminuído para setenta ou, no máximo, oitenta anos. A descrição no salmo revela que, mesmo nessa expectativa de vida, os anos são marcados por "canseira e enfado," refletindo o desgaste físico e emocional que acompanham a vida humana em um mundo caído.

Essa redução na longevidade é um reflexo direto do efeito do pecado sobre a humanidade. As doenças, que são uma consequência tangível da corrupção física, desempenham um papel central nesse encurtamento da vida. O corpo humano, originalmente criado para viver em perfeita saúde, tornou-se vulnerável à decadência, doenças e à morte.

A presença contínua das doenças ao longo da história humana serve como um lembrete constante da condição caída do mundo e da necessidade de redenção. As enfermidades, com todo o sofrimento que trazem, apontam para a realidade do pecado e suas consequências abrangentes. A redução da vida humana é, portanto, não apenas uma questão biológica, mas também teológica, evidenciando a ruptura do relacionamento original do homem com Deus e a necessidade de restauração.

Em Cristo, porém, encontramos a promessa de uma nova criação onde essas consequências do pecado serão finalmente removidas. A obra redentora de Cristo não apenas oferece perdão e reconciliação com Deus, mas também a esperança de uma restauração completa, onde a morte e a doença serão abolidas para sempre. A esperança cristã aponta para um futuro onde, em um novo céu e uma nova terra, a vida eterna e incorruptível será restaurada aos redimidos, superando todas as consequências do pecado, incluindo a redução da vida humana.

3. A proliferação de doenças

A proliferação de doenças ao longo da história humana é uma consequência direta da Queda do homem e da introdução do pecado no mundo. Essas enfermidades, que podem ser classificadas em físicas e mentais, afetam todas as áreas da vida humana e mostram a extensão da corrupção do corpo e da mente devido ao pecado.

As doenças físicas, como doenças cardíacas, diabetes e câncer, são responsáveis por ceifar inúmeras vidas e causam sofrimento tanto aos que são diretamente afetados quanto às suas famílias. Essas doenças não fazem distinção entre crentes e não-crentes, pois todos vivem em um mundo caído, sujeito à dor e ao sofrimento. A Bíblia não nos promete uma imunidade contra essas enfermidades enquanto estivermos neste corpo corruptível. Pelo contrário, a Escritura nos ensina que o corpo humano, ainda não redimido, está sujeito à fraqueza e à decadência física (Rm.8:23).

Além das doenças físicas, as enfermidades mentais, como Alzheimer, depressão, demência e outros transtornos psicológicos, afetam profundamente a mente e o bem-estar das pessoas. Essas condições podem ser debilitantes e muitas vezes levam ao isolamento, à perda de funcionalidade e, em casos extremos, ao suicídio. Assim como as doenças físicas, as enfermidades mentais não são um sinal de falta de fé ou de fraqueza espiritual. Elas são, antes, uma expressão da realidade do pecado e da queda, afetando a mente humana que também foi corrompida.

Dentro da comunidade cristã, é importante entender que a fé em Deus e a busca por cura divina não excluem o uso de recursos médicos. No entanto, muitos crentes são enganados por falsas promessas de cura, que sugerem que a busca por ajuda médica é um sinal de falta de fé. Isso não apenas coloca a saúde física e mental em risco, mas também distorce a compreensão bíblica da cura. Deus, em Sua sabedoria, deu ao ser humano a capacidade de desenvolver conhecimentos médicos que podem aliviar o sofrimento e curar doenças. Recusar esses meios, especialmente quando estão disponíveis, pode ser visto como uma negligência do cuidado que Deus deseja que tenhamos com o corpo que Ele nos deu. Orar por cura e buscar auxílio médico são práticas complementares e não excludentes.

A história bíblica nos dá exemplos de Deus usando meios naturais, incluindo médicos e remédios, como parte de Seu plano de cura. Um dos exemplos mais notáveis é Lucas, que era médico e também o autor de um dos Evangelhos (Colossenses 4:14). Sua profissão sugere que a prática da medicina era uma parte aceita e valorizada na sociedade da época, e ele mesmo pode ter utilizado seus conhecimentos médicos para ajudar as pessoas enquanto seguia Jesus.

Além de Lucas, o Antigo Testamento também menciona o uso de remédios naturais. Por exemplo, o profeta Isaías recomendou que uma pasta de figos fosse aplicada sobre uma úlcera do rei Ezequias, e ele foi curado (Isaías 38:21). Este é um exemplo claro de como Deus, em Sua soberania, pode operar cura tanto através de meios sobrenaturais quanto naturais.

Portanto, a Bíblia mostra que não há conflito entre a fé em Deus e o uso da medicina. Deus pode escolher curar diretamente, sem intermediários, mas Ele também pode usar médicos e remédios como parte de Sua providência. Isso nos ensina que buscar ajuda médica não diminui nossa fé, mas sim reconhece que toda sabedoria e habilidade, incluindo a médica, vêm de Deus.

Além disso, é importante entender que, enquanto vivermos neste mundo, nossos corpos permanecem sujeitos à corrupção e ao desgaste. A promessa de corpos incorruptíveis será realizada na ressurreição, quando receberemos novos corpos que não mais conhecerão dor, doença ou morte. Até lá, viveremos em um estado de tensão entre a esperança da cura divina e a realidade das doenças físicas e mentais que podem nos afligir.

Assim, os crentes são chamados a uma fé equilibrada que reconhece tanto o poder milagroso de Deus para curar quanto a sabedoria dada aos médicos para tratar doenças. Orar por cura e, ao mesmo tempo, buscar tratamento médico não é um sinal de falta de fé, mas sim uma expressão de confiança na providência de Deus e de responsabilidade pelo cuidado do corpo, que é um dom precioso dEle.

III. JESUS CRISTO CURA SIM

1. A Cura Divina faz parte do Plano de Deus

A Cura Divina é uma manifestação clara do cuidado e da misericórdia de Deus para com a humanidade, e faz parte integrante do Seu plano redentor. Desde os tempos do Antigo Testamento, vemos Deus revelando Seu poder curador ao Seu povo. Em Êxodo 15:26, Deus Se apresenta como o "Senhor que te sara", revelando-Se como o Médico de Israel. Esta declaração não é apenas uma promessa individual, mas uma revelação do caráter de Deus como Aquele que deseja e pode restaurar a saúde física e espiritual do Seu povo.

No deserto, Deus demonstrou Seu poder curador ao proteger os israelitas de doenças e ao curá-los de suas aflições, estabelecendo um precedente de Seu desejo de trazer alívio ao sofrimento humano. A obediência às Suas leis era uma condição para experimentar essa cura, mostrando que a relação entre Deus e Seu povo incluía a provisão de saúde como uma bênção da Aliança.

Essa intenção divina se manifestou de forma ainda mais poderosa no ministério de Jesus Cristo. O Novo Testamento está repleto de relatos onde Jesus cura diversas enfermidades, libertando as pessoas do sofrimento físico e espiritual. Mateus 9:35,36 nos mostra que, ao percorrer as cidades e aldeias, Jesus curava todos os tipos de doenças e, ao ver as multidões, era movido por grande compaixão. Essa compaixão divina reflete o coração de Deus para com a humanidade, um coração que não apenas deseja salvar, mas também curar e restaurar.

Assim, a Cura Divina não é um ato isolado, mas parte integral do plano de Deus, que visa a restauração completa do ser humano. Jesus, como a manifestação plena desse plano, demonstrou que a cura é um aspecto do Reino de Deus, já presente entre nós, e que reflete a promessa de um futuro onde não haverá mais dor ou enfermidade. Portanto, a Cura Divina deve ser entendida como uma expressão do amor redentor de Deus, que atua tanto no corpo quanto na alma, trazendo uma antecipação da plena restauração que será consumada na eternidade.

2. Jesus cura sim

A convicção de que Jesus cura hoje assim como curou no passado é fundamental para a nossa fé e compreensão da continuidade do ministério de Cristo. A Bíblia nos garante que Jesus é “o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (Hb.13:8), e essa imutabilidade inclui Sua capacidade de curar. As Escrituras relatam numerosos milagres de cura realizados por Jesus, demonstrando Seu poder e compaixão, e essas ações não são meramente históricas, mas revelam a natureza contínua de Seu ministério.

No Evangelho de Mateus 9:19-22, encontramos a história da mulher com fluxo de sangue, que, ao tocar a orla das vestes de Jesus, foi curada instantaneamente. Essa cura não foi apenas um evento singular, mas uma manifestação do poder curador de Jesus que ainda está disponível aos crentes hoje. Da mesma forma, em Marcos 10:46-52, Jesus cura o cego de Jericó, mostrando que Sua capacidade de restaurar a visão física também simboliza a restauração espiritual.

Jesus também demonstrou Seu poder sobre a morte quando ressuscitou a filha de Jairo (Mc.5:35-43), afirmando que Seu poder não é limitado pelas condições naturais. Esse milagre sublinha a crença de que Jesus tem autoridade absoluta sobre a vida e a morte, e Seu poder não diminuiu desde os dias do Seu ministério terreno.

O Novo Testamento também revela que o mesmo Jesus que realizou esses milagres continua a operar através do Espírito Santo na vida da Igreja. A obra do Espírito Santo não se restringe apenas ao passado, mas continua a manifestar o poder de Jesus para curar e transformar. A Igreja, como o Corpo de Cristo, é chamada a exercer fé e orar por cura, confiando que o poder curador de Jesus está ativo e presente em nosso meio.

Além disso, a promessa de cura não deve ser vista como uma garantia de que todos serão curados de todas as doenças nesta vida, mas sim como uma expressão da vontade de Deus para restaurar e renovar. A cura divina é uma demonstração do Reino de Deus que veio a nós através de Jesus, antecipando a plenitude da restauração que será realizada na consumação do Reino.

Portanto, acreditar que “Jesus cura sim” é afirmar nossa confiança na continuidade da Sua obra e no poder do Espírito Santo para operar milagres e trazer cura. É reconhecer que, enquanto vivemos em um mundo ainda marcado pela dor e pelo sofrimento, temos um Salvador que continua a agir com poder e compaixão, oferecendo cura e esperança àqueles que confiam nEle.

3. O que podemos fazer para receber a Cura Divina? 

A busca pela cura divina envolve uma combinação de fé, ação prática e obediência aos princípios bíblicos estabelecidos. Para receber a cura que Deus promete, há algumas diretrizes fundamentais a serem seguidas, conforme a Palavra de Deus.

a) Crer no Poder de Jesus

O primeiro princípio para experimentar a cura divina é a fé em Jesus Cristo. A Bíblia ensina que é essencial crer que Jesus tem o poder para curar. Em Mateus 7:7,8, Jesus nos incentiva a pedir, buscar e bater, prometendo que receberemos, encontraremos e nos será aberto. A fé é o fundamento sobre o qual pedimos a cura divina. Em muitos milagres registrados nos Evangelhos, Jesus destaca a fé como um fator crucial para a cura (Mt.9:22; Mc.5:34).

b) Buscar a Oração e a Unção dos Líderes da Igreja

Outro princípio importante é a prática da oração e da unção com azeite, conforme ensinado em Tiago 5:14-16. Os líderes da igreja são instruídos a orar pelos enfermos e a ungir com azeite, um símbolo de consagração e cura. A oração da fé é poderosa e pode trazer cura e restauração. É fundamental que os crentes busquem a assistência dos líderes espirituais e participem deste ato de fé e obediência.

c) Perseverar na Fé e na Oração

A perseverança é crucial no processo de busca pela cura divina. Lucas 18:1-8 relata a parábola da viúva persistente, que nos ensina a importância da persistência em oração. Nem sempre recebemos respostas imediatas, pois o tempo de Deus pode ser diferente do nosso. A persistência demonstra nossa confiança em Deus e nossa disposição para esperar pelo Seu tempo perfeito.

d) Buscar auxílio médico

Embora a cura divina seja real e possível, a busca por tratamento médico não deve ser negligenciada. A Bíblia não contrasta a fé com o cuidado médico; ao contrário, vemos exemplos de pessoas que buscaram tratamento e receberam a bênção de Deus através dos médicos (Lc.4:23; 2Tm.4:20). A medicina é uma ferramenta que Deus usa para promover a cura e o bem-estar. Procurar ajuda médica não é uma demonstração de falta de fé, mas uma maneira de zelar pela saúde, reconhecendo que Deus pode operar através da medicina assim como pode fazer milagres sobrenaturais.

e) Reconhecer a Soberania de Deus

Por fim, é crucial reconhecer que Deus é soberano sobre todas as coisas, incluindo a cura. Nossa confiança deve estar em Sua sabedoria e vontade. A cura divina pode ocorrer de maneiras variadas, e a forma como Deus escolhe agir deve ser aceita com gratidão e confiança. Em todos os casos, a prioridade é glorificar a Deus e confiar em Seu plano para nossas vidas.

Seguindo esses princípios, podemos nos aproximar da experiência da cura divina com uma atitude de fé, obediência e prática equilibrada. A cura, seja através da intervenção direta de Deus ou do trabalho dos profissionais de saúde, é uma manifestação do amor e do poder de Cristo em nossas vidas.

CONCLUSÃO

Nesta lição, exploramos a profunda verdade de que a obra de Cristo no Calvário não só nos garante a salvação, mas também a promessa de cura divina. Através do ministério de Jesus, evidenciado nos Evangelhos e confirmado na Escritura, entendemos que a cura é parte integrante do plano redentor de Deus.

A promessa de cura divina é uma extensão do amor de Deus e do poder de Cristo, que permanece imutável. Jesus Cristo, o mesmo ontem, hoje e eternamente, continua a ser nosso Senhor e curador. Ele nos convida a abordar a Ele com fé e humildade, crendo em Sua capacidade de sarar as enfermidades e trazer alívio ao sofrimento.

É fundamental que, ao buscar a cura, pratiquemos a oração intercessora, a unção com azeite e a perseverança na fé. Ao mesmo tempo, não devemos esquecer a importância de buscar cuidados médicos, reconhecendo que a medicina também é uma bênção concedida por Deus para auxiliar na restauração da saúde.

Assim, devemos viver em confiança e gratidão, certos de que, através de Jesus Cristo, temos acesso à cura divina. Jesus cura sim! E, com fé persistente e ação prudente, podemos experimentar a plenitude das Suas promessas em nossas vidas.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

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Pr. Hernandes Dias Lopes. Filipenses, a alegria triunfante no meio das provas. HAGNOS.

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Pr. Hernandes Dias Lopes. Tiago, transformando provas em triunfo.