sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - 1º TRIMESTRE DE 2015



 




 
 
 
 
 
 
 
 
No 1º Trimestre de 2015 estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “A Lei de Deus – Valores imutáveis para uma sociedade em constante mudança”. As lições serão comentadas pelo pastor Esequias Soares, e estão distribuídas sob os seguintes títulos:

Lição 1 – Deus dá a sua Lei ao Povo de Israel.

Lição 2 – O Padrão da Lei Moral.

Lição 3 – Não Terás outros deuses.

Lição 4 – Não farás imagens de Esculturas.

Lição 5 – Não Tomarás o Nome do Senhor Deus em Vão.

Lição 6 – Santificarás o Sábado.

Lição 7 – Honrarás Pai e Mãe.

Lição 8 – Não Matarás.

Lição 9 – Não adulterarás.

Lição 10 – Não furtarás.

Lição 11 – Não darás Falso Testemunho.

Lição 12 – Não cobiçarás.

Lição 13 – A Igreja e a Lei de Deus.

Três meses depois da saída do Egito, Deus conduziu os hebreus pelo deserto até o Monte Sinai, onde ficaram acampados (Êx 19:1,2). Ali, Israel se tornou uma nação eleita e santa ao entrar em um relacionamento de aliança com Deus (Êx 19:3-8). A eleição divina de Israel colocou essa nação em uma posição especialmente privilegiada no mundo.

No Monte Sinai, o Senhor declarou, em particular, a Moisés, a quem chamou à Sua presença, as orientações preparatórias para a entrega da Lei (Êx 19:3-6). Ali, o Senhor proferiu os Dez Mandamentos (Decálogo) que se constituíram nos estatutos perpétuos para serem obedecidos (Êx 20:6; 24:12).

Do meio de uma tremenda tempestade, acompanhada de terre­motos e do som sobrenatural de trombetas, com a montanha toda envolta em fumo e coroada de chamas aterradoras, Deus falou as palavras dos Dez Mandamentos e deu a Moisés a lei. Tais ordenanças revelam os princípios espirituais e relacionais de Deus ao Seu povo, bem como Sua natureza santa, os quais os seres humanos devem observar como parâmetro de conduta (Dt 33:3).

Os "Dez Mandamentos" revelam, nesta aliança de Deus com Israel, o próprio caráter de Deus e, como tal, são uma demonstração do comportamento que Deus requer de todo ser humano em relação a Deus e ao semelhante, cuja profundidade e alcance foram bem demonstrados por Jesus no sermão do monte.

Deus requereu de Israel e requer, também, de nós – Igreja do Senhor Jesus - duas atitudes em relação às Suas ordenanças: que possamos ouvir e obedecer (Dt 11:26,27). Desse modo, tornamo-nos Sua propriedade peculiar, Seu reino sacerdotal e Seu povo santo (Êx 19:5,6).

O Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco, citando Meir Matzliah Melamed, em seu comentário sobre “A Ética Cristã e os Dez Mandamentos”, diz que “... A importância dos Dez Mandamentos não se resume unicamente no seu significado, mas ao fato de que constituem exemplos clássicos para todas as demais leis”.

Hans Ulrich Reifler, em sua análise sobre “a ética dos Dez Mandamentos”, diz:

Os Dez Mandamentos foram escritos por Deus em duas tábuas (Êx 31:18) e foram reconhecidas como o cerne ou o princípio da lei já em Êxodo 24:12: "Então disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e fica lá; dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que escrevi, para os ensinares". Além desses dois textos básicos, encontramos referências a elas em Deuteronômio 10:1-5.

No Novo Testamento, com exceção do quarto mandamento, que se refere à observância do sábado, encontramos todos os Dez Mandamentos em suas formas inibidora (ou negativa) e positiva (ou construtiva).


Mandamento

Referência Correlata no Novo Testamento

1 e 2

1João 5.21

3

Tg 5.12

4

Nenhuma referencia

5

Ef 6.1-3

6

Rm 13.9

7

1Co 6.9, 10

8

Ef 4.28

9

CI3.9; Tg 4.11

10

Ef 5.3

Além dessas referências específicas, temos alusões ao Decálogo nos ensinos de Jesus em Mateus 15; 19; 22:37-40; Lucas 10:26-28, e em outras passagens.

A expressão "Dez Mandamentos" deriva de Êxodo 34:28 e de Deuteronômio 4:13; 10:4:

"E ali esteve com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão nem bebeu água; c escreveu nas tábuas as palavras da aliança, as dez palavras" (Êx 34:28);

"Então vos anunciou ele a sua aliança, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra" (Dt 4:13);

"Então escreveu o Senhor nas tábuas, segundo a primeira escritura, os dez mandamentos que ele vos falara no dia da congregação, no monte, no meio do fogo" (Dt 10:4).

Ao longo da história, os cristãos dividiram os Dez Mandamentos de maneiras diferentes. De um lado temos a Igreja Ortodoxa Grega e a Igreja Ortodoxa Russa, juntamente com as Igrejas Reformadas e os anabatistas, seguindo a divisão proposta por Orígenes, Agostinho, Bonifácio e Calvino; e do outro lado encontramos a divisão empregada pela Igreja Católica Romana e pelas Igrejas Luteranas.


As Igrejas Ortodoxas e Reformadas

A Igreja Católica Romana e as Igrejas Luteranas

1. Não terás outros deuses diante de mim (Ex 20:3).

1. Não terás outros deuses e não farás imagens.

2. Não farás imagens de escultura (Ex 20:4-6).

2. Não tomarás o nome de Deus em vão.

3. Não tomarás o nome de Deus em vão (Ex 20:7).

3. Lembra-te do dia de sábado.

4. Lembra-te do dia de sábado, para o santificar (Ex 20:8-11).

4. Honra teus pais.

5. Honra teus pais (Ex 20:12).

5. Não matarás.

6. Não matarás (Ex 20:13).

6. Não adulterarás.

7. Não adulterarás (Ex 20:14).

7. Não furtarás.

8. Não furtarás (Ex 20:15).

8. Não dirás falso testemunho.

9. Não dirás falso testemunho (Ex 20:16).

9. Não cobiçarás a casa de teu próximo.

10. Não cobiçarás a casa de teu próximo, nem sua mulher ou servo, ou animal (Ex 20:17).

 

10. nem sua mulher ou servo, ou animal.

Seguindo o modelo proposto por Calvino, baseado em Agostinho e Orígenes, percebemos que os primeiros quatro mandamentos, correspondente a “primeira tábua, tratam da relação vertical, ou seja, das responsabilidades do homem para com seu Criador, enquanto a "segunda tábua", ou os seis mandamentos restantes, trata da relação horizontal, isto é, das responsabilidades do homem para com seu próximo. Reencontramos esta dupla relação no ensino de Jesus Cristo, quando o Mestre respondeu a respeito do grande mandamento: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas" (Mt 22:37-40).

Outra maneira de dividir os Dez Mandamentos e agrupá-los em três partes:


Mandamentos

Êxodo 20

Assunto

1-3

vv. 2-7

Relação correta com Deus.

4

vv. 8-11

Relação correta com o trabalho.

5-10

vv. 12-17

Relação correta com a sociedade.

Ou então:


Mandamentos

Êxodo 20

Assunto

1-3

vv. 2-7

Moral teológica.

4-6

vv. 8-14

Moral individual.

7-10

vv. 15-17

Moral social.

Assim, partindo da observação dos aspectos vertical e horizontal do Decálogo, traçamos o seguinte esboço:

1. O testemunho da singularidade e exclusividade de Deus (Êx 20:3).

2. O testemunho da incomparabilidade de Deus (Êx 20:4-6).

3. O testemunho da santidade de Deus (Êx 20:7).

4. O testemunho do senhorio de Deus sobre o tempo (Êx 20:8-11).

5. A proteção da velhice (Êx 20:12).

6. A proteção da vida (Êx 20:13).

7. A proteção do matrimonio e do corpo (Êx 20:14).

8. A proteção da propriedade e do trabalho (Êx 20:15).

9. A proteção da honra (Êx 20:16).

10. A proteção contra as ambições erradas e a cobiça (Êx 20:17).

Segundo o pr. Esequias Soares, o Decálogo é a única parte do Pentateuco escrita "pelo dedo de Deus" (Êx 31.18), linguagem figurada que, segundo Agostinho de Hipona, indica "pelo Espirito de Deus" e, de acordo com Clemente de Alexandria, "pelo poder de Deus". É também a única porção da lei que Israel ouviu partir da voz do próprio Deus no monte quando ele transmitia essas Dez palavras (Êx 19.24, 25; 20.18-20). Os demais preceitos foram transmitidos por Javé exclusivamente a Moisés. Além dessas características, elas servem como esboço de toda a lei de Moisés. Todavia, isso não coloca o seu conteúdo numa posição acima da legislação mosaica porque toda a lei veio de Deus e "toda a Escritura é inspirada por Deus" (2Tm 3.16 - ARA).

Ainda, segundo o pr. Esequias Soares, as Dez palavras foram dadas a Israel logo após a libertação dos israelitas do Egito e se aplicam primariamente aos hebreus, não a toda a humanidade. Isso fica muito claro na expressão "para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá" (Êx 20.12; Dt 5.16), que diz respeito à terra de Canaã. E o quarto mandamento, na recapitulação em Deuteronômio, afirma "porque te lembrarás de que foste servo na terra do Egito e que o SENHOR, teu Deus, te tirou dali com mão forte e braço estendido; pelo que o SENHOR, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia de sábado" (Dt 5.15). O sábado legal era o sinal do concerto entre Javé e o seu povo Israel (Êx 31.13,17). São peculiaridades do sábado no sistema mosaico que o Senhor Jesus e seus apóstolos não incluíram como parte obrigatória na fé cristã.

Alguns interpretam que o Senhor Jesus Cristo sintetizou as duas tábuas nos dois grandes mandamentos (Mt 22:34-40), com a ressalva do sábado, pois não há ensino no Novo Testamento para a observância do quarto mandamento.

O sábado (mencionado pela primeira vez em Gênesis 2:1-3 e depois juntamente com o relato do maná em Êxodo 16) agora é formalmente instituído como lei à nação de Israel. Esse dia era um símbolo do descanso que os cristãos hoje desfrutam em Cristo e também da redenção que a criação desfrutará no milênio. O sábado judaico (hb. Shabbath – “cessar, interromper”), o sétimo dia da semana, começa ao pôr-do-sol da sexta-feira e termina ao pôr-do-sol do sábado. Nenhuma passagem do Novo Testamento ordena os cristãos a observar o sábado.

Conquanto o cristão não esteja mais obrigado a observar o sábado judaico, ele tem fortes razões bíblicas para dedicar um dia, em sete, para seu repouso e adoração a Deus:

a) O princípio de um dia sagrado de repouso foi instituído antes da lei judaica - “E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou” (Gn 2:3). Isto indica que o propósito divino é que um dia, em sete, fosse uma fonte de benção para toda a humanidade e não apenas para a nação judaica.

b) O propósito espiritual de um dia de descanso em sete é benéfico ao cristão. No Novo Testamento esse dia era visto como uma cessação de labor e ao mesmo tempo um dia dedicado a Deus; um período para se conhecer melhor a Deus e adorá-lo; uma oportunidade para dedicar-se em casa e em público às coisas de Deus (Nm 28:9; Lv 24:8).

c) Jesus nunca ab-rogou o princípio de um dia de descanso para o homem. O que Ele reprovou foi o abuso dos líderes judaicos quanto à guarda do sábado (Mt 12:1-8; Lc 13:10-17; 14:1-6).

d) Jesus indica que o dia de descanso semanal foi dado por Deus para o bem-estar espiritual e físico do homem (Mc 2:27).

e) Nos tempos do Novo Testamento os cristãos dedicavam um dia especial, o primeiro dia da semana, para adorar a Deus e comemorar a ressurreição de Cristo (At 20:7; 1Co 16:2; Ap 1:10).

Muitos identificam o Decálogo como lei moral sem fazer restrição ao quarto mandamento, que fala do sábado. É importante que se saiba que o sábado foi dado como uma bênção para os israelitas e posto como sinal entre Deus e Israel, como memorial da libertação do Egito (Êx 31.13, 17; Dt 5.15). Nem a Igreja e nem nenhuma nação têm compromisso com o sábado legal de Moisés para observar o sétimo dia da semana (Cl 2.14-17). Jesus disse que o sábado é um preceito cerimonial (Mt 12.1-5; João 7.21, 22).

Segundo o pr. Esequias Soares, matar, adulterar, furtar e proferir falso testemunho já existia nos códigos mesopotâmios e do Egito como crimes, embora os fundamentos e propósitos fossem diferentes dos revelados na lei de Moisés. Os hebreus do período pré-Sinai sabiam que era errado desonrar a Deus pelo uso impróprio do seu nome, como era igualmente errado faltar com o respeito aos pais e cobiçar a propriedade alheia. Mas com a revelação do Sinai, eles tiveram uma compreensão mais ampla desses mandamentos e passaram a entender que não se tratava de meras normas jurídicas, mas da vontade de Deus. Foi Javé quem colocou a lei no coração e na mente de todos os seres humanos, dando-lhes assim as condições necessárias para discernirem entre o certo e o errado, por meio da consciência (Rm 2.14-16). O concerto do Sinai mostra a origem divina de todos esses mandamentos.

Diz, ainda, o pr. Esequias Soares:

Os Dez Mandamentos não aparecem como tal na sua totalidade nenhuma vez sequer no Novo Testamento. Os mandamentos que o Senhor Jesus citou para o moço rico (Mt 19:18,19) e os mencionados pelo apóstolo Paulo (Rm 13:9), além de não serem a totalidade, não estão na sequência canônica. Na fé cristã, a sua autoridade é a mesma das demais partes das Sagradas Escrituras.

A lei cerimonial é a parte da legislação mosaica que trata das cerimônias de sacrifícios e das festas religiosas, do kashrut, leis dietéticas, dentre outras, que se cumpriu em Jesus. Os preceitos de caráter jurídico, como a lei civil, também já foram cumpridas, porque não existe mais um estado teocrático, e a Igreja não é um Estado.

A questão é se a moral cristã deve estar fundamentada nos Dez Mandamentos e qual é o papel desses preceitos na vida da Igreja. Quando o Novo Testamento afirma que a lei foi abolida por Cristo, não especifica se é lei moral, cerimonial ou civil. O apóstolo Paulo inclui a parte do sistema mosaico que foi "gravado com letras em pedras" (2Co 2:7). Assim, quando se diz que não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça (Rm 6:14, 15), dizemos que essa lei é a Torá completa, e não parte dela. Toda a lei resume-se na lei do amor, amor a Deus e ao próximo (Mt 22:37-40; Rm 13:8-10). Estar debaixo da graça significa que fomos libertos da lei para servir e não para pecar, nós somos servos de Cristo e não da lei, é o Espírito Santo que guia o cristão no dia a dia (Rm 7:6) (Ensinador Cristão).

É válido, ainda, ressaltar o seguinte:

Todo o Pentateuco é considerado a Lei de Deus e não meramente os Dez Mandamentos (ler Josué 24:26). O que de fato existem são preceitos morais, cerimoniais e civis, mas a Lei é uma só. “É chamada de Lei de Deus porque veio de Deus, e lei de Moisés porque foi ele o mediador entre Deus e Israel (Ne 10:29). Ambos os termos aparecem alternadamente na Bíblia (Ne 8:1,2,8,18; Lc 2:22,23). A cerimonia dos holocaustos, a circuncisão e o preceito sobre o cuidado dos bois são igualmente reconhecidos como lei de Moisés (2Cr 23:18; 30:16; At 15:5; 1Co 9:9)” (LBM – CPAD).

Desejo a todos um ditoso ano! Um trimestre letivo sobremaneira profícuo e abençoado por Deus!

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Ev. Luciano de Paula Lourenço

Referências Bibliográficas:

Hans Ulrich Reifler. A ética dos dez Mandamentos. Vida Nova.

Esequias Saores. Os Dez Mandamentos – Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD.

Paul Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.

Leo G. Cox - O Livro de Êxodo - Comentário  Bíblico Beacon. CPAD.

Victor P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.

Dr. Caramuru Afonso Francisco. A Ética Cristã e os Dez Mandamentos. PortalEBD.

 
 

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

NATAL DE JESUS CRISTO, O MAIOR PRESENTE DO CÉU PARA A HUMANIDADE



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


A palavra Natal vem do latim e significa nascimento. No mês de dezembro comemora-se o Natal, o nascimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Aquele que mudou a história da humanidade.

O Natal de Jesus Cristo é o maior presente de Deus para a humanidade. O apóstolo João, inspirado pelo Espírito Santo, assim expressou: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).

Todo ano, à medida que o mês de dezembro vai passando, nosso mundo é envolvido e absorvido por aquilo que se acredita tornar a celebração de Natal tão especial. Mais de 01(um) bilhão de pessoas em todo mundo celebra esta festa, que é uma das mais amadas e esperadas em todo o mundo.

O Natal está relacionado com o amor de Deus, prometido pela primeira vez séculos atrás, a um homem fiel chamado Abraão. Este, de acordo com a instrução do Senhor, partiu “de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã” (Gn 11:31). O Senhor prometeu a Abraão muitas coisas maravilhosas, inclusive: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12:3).

Através de Abraão, Deus prometeu manifestar seu amor à humanidade. Sua promessa revelou uma fagulha do que deveria finalmente se tornar a encarnação: o próprio Deus se tornando homem na pessoa do Messias.

O Senhor estabeleceu uma aliança com Abraão, fazendo dele o progenitor do povo judeu: “Farei uma aliança entre mim e ti e te multiplicarei extraordinariamente” (Gn 17:2). Abraão e Sara não tinham filhos. Mas quando Abraão fez cem anos e Sara noventa, Deus os abençoou com um filho. Deus lhes disse para darem ao menino o nome de Isaque; e declarou: “Estabelecerei com ele a minha aliança, aliança perpétua para a sua descendência” (Gn 17:19). Depois, Deus deu a promessa ao filho de Isaque, Jacó (Gn 28:13-14). Mais tarde, Ele revelou que o Messias viria de Judá, filho de Jacó (Gn 49:10) e, finalmente, do descendente de Judá, o Rei Davi (1Sm 13:14). A Davi, Deus disse: “tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre” (2Sm 7:16). Muito tempo depois da morte de Davi, a promessa ainda permanecia. O profeta Isaías declarou: “Do tronco de Jessé [pai de Davi] sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo” (Is 11:1). “Porque um menino nos nasceu [falando sobre a humanidade do Messias], um filho se nos deu [falando sobre Sua deidade]” (Is 9:6).

O Senhor criou uma nova nação, a nação de Israel, para trazer ao mundo a realidade do único Deus verdadeiro, sua Palavra e seu amor. Esse amor apareceu na primeira noite de Natal na forma de um bebê envolto em panos e deitado em uma manjedoura (Lc 2:7).

O amor divino é a mensagem que o anjo compartilhou com os pastores que “guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite. (...) Não temais; eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2:8,10-11).

O dia 25 de dezembro, certamente, não é o dia exato em que o Messias, prometido há tanto tempo, entrou no tempo e no espaço na manjedoura de Belém. Esta data começou a ser celebrada oficialmente como nascimento de Jesus por determinação do Papa Julio I (280-352 d.C). A ideia por trás da celebração era imprimir no coração das pessoas a importância do nascimento do Filho de Deus. Em Lucas 2:8 é dito que na noite em que o filho de Deus nasceu os pastores estavam no campo, em vigília, aguardando o rebanho. Não era inverno em Israel. Logo, não poderia ter ocorrido em dezembro, mês de inverno. Ele provavelmente nasceu em final de setembro ou início de outubro, durante a Festa dos Tabernáculos, em 15 de Tishrei (calendário judaico). Esta é uma das três maiores festas judaicas e simboliza a presença de Deus habitando, “tabernaculando”, no meio do Seu povo(Êx 25:8).

Por que, então, comemoramos o dia 25 de dezembro como o Natal? Porque sendo o tempo de Deus o kairós (o eterno), e não o Kronos (o cronológico), para o Senhor, o importante é reconhecermos que Ele nos amou de tal maneira, que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna(João 3:16). Porque o mais importante do natal não é o dia em que Jesus nasceu, e sim o fato de ter nascido como homem – inculpável -, habitado entre nós e nos salvado por meio de sua morte vicária. É isto que comemoramos; este é o significado do Natal! Esta festa aponta para a necessidade de Cristo nascer em cada coração, trazendo vida, cura, libertação, comunhão com o Pai.

Os anjos comemoraram o Natal de Jesus: “E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens!” (Lc 2:13,14).

Os pastores de Belém, também, se alegraram com o nascimento do Messias: “E voltaram os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito” (Lc 2:20). 

Os magos do oriente (Mt 2:1), também, comemoraram o nascimento de Jesus Cristo: “E, entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra” (Mt 2:11).

Então, Natal significa: Louvor, alegria e adoração ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

Que você possa, com saúde, paz, alegria e prosperidade, celebrar esse maravilhoso presente de Deus para a humanidade - que é Jesus -, confraternizando-se com a sua família, seus amigos e irmãos.

Que este seja, também, um tempo para você louvar, adorar e agradecer a Deus por tudo o que Ele tem feito; por todas as lutas e vitórias que Ele nos concedeu!

“Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém” (1Tm 1:17).

Amém!

Luciano de Paula Lourenço