3º
Trimestre_2014
Texto Base:
Tiago 2:14-26
“Assim também a
fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tg 2:17).
INTRODUÇÃO
Mais um trimestre inicia-se. “Fé
e Obras – Ensinos de Tiago para uma vida Cristã Autêntica” - é o tema deste
trimestre. Tenho certeza de que este ensino, que foi entregue aos santos irmãos
do primeiro século, encaixa-se perfeitamente em nossos dias. Eu creio que não
há discordância de que os ensinos da Epístola de Tiago são plenamente
necessários à igreja contemporânea. Nenhum outro livro do Novo Testamento é tão
direto e enfático sobre a relação entre a fé e as obras na vida do verdadeiro
cristão. Tiago preocupa-se com a prática do cristianismo. Para ele não
basta ter um credo, fazer uma profissão de fé ortodoxa, é preciso viver de
forma digna diante de Deus. Todo o livro de Tiago é comparado ao sermão do monte; tem
princípios práticos. Ele tange os grandes temas da vida cristã de forma clara e
direta. Os teólogos o consideram o livro de Provérbios do Novo Testamento.
Almejo que, no final do
trimestre, após estudarmos os temas propostos, tenhamos plena consciência de
que o Evangelho não admite uma vida cristã acompanhada de um discurso
desassociado da prática. A nossa fé deve ser confirmada através das obras. É
isto o que Tiago nos ensina: “Assim, também a fé,
se não tiver obras, por si só está morta” (Tiago 2:17).
I. AUTORIA, LOCAL, DATA E
DESTINATÁRIOS (Tg 1:1)
1. Autoria. “Tiago, servo de Deus e do
Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que se encontram na Dispersão, saudações”.
Percebe-se por este versículo que o autor da Epístola foi Tiago. Mas, qual
Tiago? O nome Tiago não era incomum nos dias de Jesus, e no Novo Testamento
ocorrem ao menos quatro citações a pessoas que tinham esse nome:
a) Tiago, apóstolo, filho de Zebedeu, irmão de João. Foi um dos primeiros apóstolos
seguir a Jesus em seu Ministério (Mc 1:19). Junto com João, seu irmão, e Pedro
tornou-se um dos apóstolos mais íntimos de Jesus (cf. Mc 5:37; 9:2; 10:35).
b) Tiago, apóstolo, filho de Alfeu. É mencionado apenas nas listas
dos apóstolos e (possivelmente) em Marcos 15:40, como “Tiago, o menor” (apenas
“Tiago” no texto paralelo de Mt 27:56).
c) Tiago, pai de Judas (Lc 6:16). Este Judas, que é um dos doze,
se distingue do Judas Iscariotes (vide João 14:22); provavelmente deve estar
relacionado ao nome Tadeu, em Mateus 10:3 e Marcos 3:18. Por ser ainda mais
desconhecido, é razoável descartá-lo como o autor da Epístola.
d) Tiago, “o
irmão do Senhor” (Gl 1:19). No começo, ele não cria em Jesus (João 7:2-5), porém, mais tarde,
tornou-se um proeminente líder na vida da igreja de Jerusalém (At 12:17; 15:13;
21:18; Gl 2:9).
Dos quatro Tiago descritos acima, apenas o filho
de Zebedeu e o irmão do Senhor destacam-se como proeminentes. Entretanto, Tiago
– o filho de Zebedeu – morreu martirizado em 44 d.C (At 12:2), e é improvável
que a Epístola tenha sido escrita numa época tão remota. Desta feita, é notório
que Tiago – irmão do Senhor - seja o mais provável autor da epístola que leva o
seu nome.
Tiago foi uma das seletas pessoas
para quem Cristo apareceu depois da ressurreição (1Co 15:7). Ele estava no
cenáculo, com os apóstolos no Pentecostes (At 1:14). Paulo o chamou de pilar da
igreja de Jerusalém (Gl 2:9). Paulo viu Tiago quando foi a Jerusalém depois de
sua conversão (Gl 1:19), bem como em sua última viagem a Jerusalém (At 21:18).
Quando Pedro saiu da prisão,
falou para seus amigos contarem a Tiago (At 12:17). Tiago foi o líder do
importante concílio de Jerusalém (At 15:13). Judas identificou-se simplesmente
como o irmão de Tiago (Jd 1).
De incrédulo a crente, de crente a líder, de líder a
servo de Cristo. Ele não se apresenta como irmão do Senhor, mas como seu servo.
Ele é um homem humilde. Essa é a transformação que o evangelho produz! É
impossível alguém ser um verdadeiro cristão sem primeiro ser humilde de
espírito.
Tiago foi apedrejado em 62 d.C.,
pelo sinédrio.
Embora amado pelo povo, Tiago era odiado pela aristocracia sacerdotal que
governava a cidade. O sumo sacerdote da época (Ananias?) levou Tiago ao
sinédrio, sendo ele condenado e apedrejado, sobretudo pelas posições severas
que tomara contra a aristocracia abastada que explorava os pobres, e à qual o
sumo sacerdote da época pertencia (Tg 5:1-6).
2. Local e data. Tiago talvez tenha sido o
primeiro livro escrito do Novo Testamento e, portanto, possui um tom claramente
judaico. Flavo Josefo afirma que Tiago foi morto em 62 a.C., de modo que a
carta é anterior a essa data. Tendo em vista a ausência de qualquer menção às decisões
tomadas no Concícilio de Jerusalém (c. 49 ou 50 d.C) presidido por Tiago (At
15), costuma-se datá-la entre 45 e 49 d.C. Está escrito no Comentário do Novo
Testamento – Aplicação Pessoal - que Tiago escreveu esta carta em Jerusalém,
onde vivia.
3. Destinatário. “... às doze tribos que se encontram na Dispersão…” (Tg 1:1). A Epístola é dirigida às doze
tribos que se encontram na Dispersão (gr. Diáspora), uma referência aos
judeus de nascimento, pertencentes às doze tribos de Israel. O relato do dia de
Pentecostes mostra que, naquela ocasião, havia em Jerusalém judeus devotos de
todas as partes do mundo conhecido (At 2:4). Tais indivíduos poderiam ser
chamados corretamente de judeus da Dispersão. Mas, a Epístola de Tiago foi
destinada, originalmente, aos judeus cristãos (Tg 2:1;5:7,8) que possivelmente
se converteram no Pentecostes e foram dispersos depois do martírio de Estêvão
(At 8:1; Tiago 1:1). Vemos em Atos 8:1 que os primeiros cristãos (a maioria de
origem judaica) se espalharam pela Judéia e Samaria devido à perseguição
promovida, entre outros, por Saulo de Tarso. Essa dispersão volta a ser
mencionada em Atos, na passagem que diz que os cristãos se espalharam até a
Fenícia, Chipre e Antioquia (At 11:19).
Por força ou por escolha, os
judeus estavam vivendo por toda parte do Império Romano. Eles eram crentes, mas
eram perseguidos. Eles eram cidadãos dos céus, mas viviam dispersos na terra.
Eles eram crentes, mas tiveram seus bens saqueados. Eles eram crentes, mas eram
pobres e, muitos deles, estavam sendo oprimidos pelos ricos (Tg 5:1-6). Eles
eram crentes, mas ficavam enfermos (Tg 5:14). Eles eram crentes, mas sofriam
(Tg 5:13). Vida cristã não é uma redoma de vidro, uma estufa espiritual, uma
colônia de férias, antes, é um campo de batalha. Não somos poupados dos
problemas, mas nos problemas.
Conquanto não façamos parte do
público-alvo original da Epístola, podemos aplicá-la a nós, pois todos os
cristãos verdadeiros são estrangeiros e peregrinos neste mundo (Fp 3:20; 1Pe
2:11).
II. O PROPÓSITO DA EPÍSTOLA DE TIAGO
1. Orientar. Tiago, através de orientações
práticas, exorta os cristãos, destinatários de sua Epístola, acerca da
profundidade da verdadeira, pura e imaculada religião para com Deus, que é: (a)
visitar os órfãos e as viúvas nas tribulações; (b) não fazer acepção e pessoas
e; (c) guardar-se da corrupção do mundo (Tg 1:27). Aqui, Tiago nos ensina que a
religião pura e verdadeira vai muito além de doutrinas e ritos; envolve
prática, ação. Quando ele diz que há uma religião pura e sem mácula aceitável
diante de Deus, significa dizer que há uma religião que não é aceitável para
Deus; qual é ela? É aquela apenas de palavras, de uma fé, superficial, que não
tem obras.
Hoje há um grande abismo entre o
que dizemos e o que fazemos; entre a nossa profissão de fé e a nossa prática de
vida; entre o cristianismo teórico e o cristianismo prático. Esse
distanciamento entre essa falta de consistência e coerência, dá à luz uma
religião esquizofrênica e farisaica.
Concordo plenamente com o Rev.
Hernandes Dias Lopes, quando diz que o verdadeiro religioso não é egocêntrico,
não é narcisista, não vive só para si, não vive recuado só no seu mundo, só
olhando para si. Ele sai do casulo, da caverna da omissão. Ele se levanta da
poltrona da indiferença. Ele age. Tem mãos abertas e coração dadivoso. Não é
dado à verborragia, mas à ação. Não ama apenas de palavra, mas de coração.
Abomina o sentimentalismo inócuo. Usa a razão, e por isso dá pão a quem tem
fome. Ele celebra a liturgia da generosidade e evidencia a verdadeira religião.
(1)
2. Consolar. No princípio, a igreja
enfrentou terríveis perseguições – lembre-se de que Tiago estava escrevendo a
crentes que tinham se espalhado pelo mundo devido à perseguição. Muitas destas
provações vinham de fora. Judeus fanáticos ou “zelosos”, como Saulo de Tarso
antes de sua conversão, prendiam e matavam os seguidores de Cristo (At
6:8-7:60). O reconhecimento público de Cristo como Salvador e Senhor não levava
à popularidade, ao poder, ou ao prestígio. Tiago também sabia das lutas que
ocorriam internamente. Uma provação pode colocar à prova a fé dos crentes,
causando dúvidas e desânimo e tornando-os suscetíveis a inúmeras tentações. E
Satanás tenta usar os tempos difíceis para dividir a igreja. Assim, Tiago
incentivou os cristãos, destinatários de sua Epístola, a permanecerem
concentrados em Deus e em sua bondade (Tg 1:17,18), e a resistirem aos ataques
sutis de Satanás (Tg 4:7).
Todos os dias, os cristãos
enfrentam dezenas de decisões que podem resultar em serem “perseguidos” pela sua
fé. Além disto, a adversidade é parte da vida, um resultado de sermos mortais e
humanos. Vivemos em um mundo arruinado, e as pessoas, todas as pessoas, ficam
doentes, lutam pela vida e, no final, morrem. Deus não promete nos poupar
destas dificuldades e nos dar saúde e riqueza; Ele promete, sim, estar conosco
em tudo o que tivermos que enfrentar (vide João 16:31-33; Rm 8:35-39).
Quando somos provados,
desenvolvemos a paciência triunfadora. Quando somos provados somos aprovados
por Deus. Quando somos provados temos a oportunidade de demonstrar nosso amor
por Deus. A Bíblia diz que nossa leve e momentânea tribulação produz para nós
eterno peso de glória (2Co 4:17).
Como você está reagindo às
provações que atacam a sua vida? Você está se entregando ou está conservando a
fé? Reaja com alegria às provações, porque elas operam para produzir uma fé
mais profunda, mas forte e mais segura.
3. Fortalecer. Além das perseguições cruéis,
os crentes eram explorados pelos ricos e defraudados e afligidos pelos
empregadores – “Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os
vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os clamores
dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos” (Tg 5:4).
Deus sempre condenou com
veemência essa prática injusta e desleal; mas, infelizmente, ela foi notória em
todas as épocas, e ainda é muito atual (Ml 3:5; Mc 10:19; 1Ts 4:6). À época de
Tiago os trabalhadores que ceifavam os campos eram privados do pagamento a que
tinham direito. Mesmo que esses ceifeiros reclamassem, dificilmente seriam
indenizados, pois não tinham quem defendesse sua causa com sucesso.
Os ricos não apenas estavam
retendo o salário dos trabalhadores, mas estavam retendo o salário deles com
fraude. Eles estavam ricos por roubar dos pobres (Pv 22:16,22). A lei de Moisés
proibia ficar com o salário do trabalhador até à noite: "Não oprimirás
o trabalhador pobre e necessitado, seja ele de teus irmãos, ou dos estrangeiros
que estão na tua terra e dentro das tuas portas. No mesmo dia lhe pagarás o
seu salário, e isso antes que o sol se ponha; porquanto é pobre e
está contando com isso; para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti
pecado" (Dt 24:14,15). Prossegue Moisés: "Não oprimirás o teu
próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará contigo até pela manhã"
(Lv 19:13).
Os trabalhadores foram
contratados por um preço, e fizeram o seu trabalho, mas não receberam. Mas,
seus clamores chegaram aos ouvidos do Senhor dos Exércitos. Portanto, Tiago
exorta os santos a não desanimarem na fé, pois há um Deus que contempla as más
atitudes do injusto e certamente cobrará muito caro por isso. Aquele que
comanda aos hostes no Céu defende o povo oprimido na Terra. O Senhor Deus
Onipotente o socorrerá e vingará. Assim, a Bíblia condena não apenas o acúmulo
de bens, mas também o enriquecimento por meios desonestos. A queda de quem
explora o trabalhador não tardará (Tg 5:1-3).
Além do pecado da desonestidade
com os pobres, com pagamento de salários insuficientes, Tiago também poderia
ter mencionado a sonegação de impostos, a desonestidade no uso de pesos e
medidas, o suborno de fiscais ou outros servidores, a propaganda enganosa e a
falsificação de recibos de despesa. O cristão genuíno deve ser honesto para
pagar suas dívidas e cumprir com os seus compromissos financeiros.
III. ATUALIDADE DA EPÍSTOLA
1. Num tempo de
superficialidade. Tiago escreveu para corrigir a fé do tipo “é fácil crer”, o tipo
de fé superficial em Cristo, que é uma mera aceitação intelectual – a atitude
que transforma a fé em uma ortodoxia fria, em que a pessoa meramente crê nos
fatos corretos a respeito de Deus e de Jesus. Tiago assim explicou: “Tu crês
que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o creem e estremecem“ (Tg
2:19). Obviamente, os demônios não são cristãos, e ainda assim, de certa forma,
eles são “crentes”. O seu tipo de fé está longe de ser a fé que salva.
A igreja de Jerusalém tinha
passado por um tremendo crescimento. Com este crescimento, havia, sem dúvida,
muitas pessoas que queriam fazer parte da multidão cristã, mas que não tinham
profundidade em sua fé. Ananias e Safira parecem ter se encaixado nesta
categoria. A sua falsa declaração e as suas mortes dramáticas abalaram a jovem
igreja (ver At 5:1-11). Percebe-se pelas Epístolas apostólicas que outras
pessoas também abandonaram a sua fé em Cristo, quando se tornou mais difícil
participar da comunidade cristã: “Saíram
de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas
isto é para que se manifestasse que não são todos de nós” (1João 2:19).
Para lidar de frente com este
problema, sob a inspiração do Espírito Santo, Tiago declarou que uma fé
superficial, que simplesmente crê nos fatos sobre Jesus Cristo, não é
suficiente. A verdadeira fé envolve uma confiança irrestrita e sincera em Jesus
Cristo, e será evidenciada por uma vida transformada. Em outras palavras, a
verdadeira fé irá produzir boas obras.
O problema enfrentado por Tiago, no século I, é um problema predominante
hoje.
As igrejas estão cheias de pessoas que afirmam serem seguidoras de Cristo. No
entanto, infelizmente, as reivindicações de muitos destes ditos seguidores são
vazias, porque a sua fé é superficial – as suas vidas contradizem que eles
dizem, por ações e atitudes não-cristãs específicas ou pelo que eles deixam de
fazer. A aplicação deste tema na Epístola de Tiago é clara: a igreja deve
constantemente chamar as pessoas à genuína fé em Cristo – uma fé que resulta em
vidas transformadas. E os cristãos devem avaliar, individualmente, o seu
próprio nível de obediência ao seu Mestre e voltar a se comprometer a realizar
as boas obras que resultam de serem salvos. (2)
2. Num tempo de confusão entre
“salvação pela fé” ou “salvação pelas obras”. Uma pessoa desavisada ao ler a
Epístola de Tiago pode pensar que ela contradiz o apóstolo Paulo quanto à
doutrina da salvação mediante a fé. Muitos já criticaram a Epístola de Tiago
porque entenderam que ela contradiz o que Paulo escreveu em Romanos (Rm 3:28
com Tg 2:24; Rm 4:2,3 com Tg 2:21). Até mesmo Lutero entendeu mal esta Epístola.
Segundo Douglas J. Moo, o ponto de atrito estava na
tensão que via entre Tiago e os “principais” livros do Novo Testamento, a
respeito da questão da justificação pela fé. Disse Lutero: “Tiago desfigura as
Escrituras e, assim, opõe-se a Paulo e a todo texto sagrado”; ele também
caracterizou a Epístola como “epístola de palha”. Mas, apesar de Lutero ter
tido claras dificuldades com Tiago, tendo chegado às raias de lhe conferir um
“status” secundário do cânon, seu espírito crítico não deve ser exagerado. Ele
não excluiu Tiago do cânon, e tem sido estimado que em suas obras ele cita mais
da metade dos versículos de Tiago como textos detentores de autoridade.
Mas será que Tiago está
contradizendo Paulo? Absolutamente não! Eles se completam!
Paulo falou que a causa da salvação é a justificação pela fé somente.
Tiago diz que a evidência da salvação são as obras da fé. Paulo olha para a
causa da salvação e fala da fé. Tiago olha para a consequência da salvação e
fala das obras. Paulo deixa isso claro: “Porque
pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus;
não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua,
criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que
andássemos nelas” (Ef 2:8-10).
A questão levantada por Paulo
era: “como a salvação é recebida?”. A resposta é: “pela fé somente”. A pergunta
de Tiago era: “como essa fé verdadeira é reconhecida?”. A resposta: “pelas
obras!”. Assim, Tiago e Paulo não estão se contradizendo, mas se completando.
Somos justificados diante de Deus pela fé, somos justificados diante dos homens
pelas obras. Deus pode ver a nossa fé, mas os homens só podem ver as nossas
obras. Portanto, a salvação é só pela fé, mas a fé salvadora se evidencia pelas
obras.
3. Uma fé posta em prática. Mais que um conjunto resumido
de práticas e dogmas, a verdadeira fé é voltada para a prática. César Moisés Carvalho, pedagogo e autor do livro Marketing
para a Escola Dominical, editada pela CPAD, disse certa vez que o problema de
muitos cristãos de nossos dias não é a ortodoxia – saber fazer o que é certo à
luz da Bíblia -, e sim a ortopraxia – viver aquilo que sabemos ser o certo à
luz da Bíblia.
Alexandre Coelho diz
que, para Tiago, é preciso conjugar o que falamos com o que fazemos, ou nossas
palavras cairão no vazio. Não basta falar bonito ou saber o que falar, se não
houver ação. Agir de forma conjugada faz a diferença na vida do servo de Deus.
Sem dúvida, esse tem sido um dos maiores problemas da igreja em nossos dias. Não
raro, muito do que é falado nos púlpitos raramente é praticado, e isso tem
colocado o testemunho de muitos em desvantagem.
Ser sensível às necessidades do
nosso próximo – daquele que é absolutamente necessitado - e procurar maneiras
para podermos nos envolver pessoalmente é uma maneira de colocar a fé em
prática - “Se cumprirdes, conforme a
Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo com a ti mesmo, bem farás” (Tg
2:8). A verdadeira fé salvífica é tão vital que não poderá deixar de se
expressar por ações, e pela devoção a Jesus Cristo; Tiago chama isso de
“religião pura e imaculada para com Deus” (Tg 1:27). Portanto, as obras sem a
fé são obras mortas; a fé sem obras é fé morta.
CONCLUSÃO
A mensagem de Tiago denota maior
ênfase à vida prática do cristão. Falar da fé cristã não é suficiente, diz
Tiago; devemos vivê-la - “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que
tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo?”(Tg 2:14). A
prova da realidade da nossa fé é uma vida transformada. Tornemo-nos, pois,
cristãos praticantes da Palavra do Senhor (Tg 1:22-25).
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Elaboração: Luciano
de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – M. Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 58 – CPAD.
William Macdonald -
Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento. Mundo Cristão.
Douglas J. Môo. Tiago
- Introdução e Comentário. Vida Nova.
(1)
Rev. Hernandes Dias Lopes – Tiago (Transformando Provas em Triunfo). Hagnos.
(2)
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé & Obras – Ensinos de Tiago para uma vida cristã
autêntica. CPAD.