segunda-feira, 31 de março de 2014

Aula 01 – E DEU DONS AOS HOMENS


2º Trimestre/2014

 
Texto Base: Rm 12:3-8; 1Co 12:4-7

 
“Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens” (Ef 4:8)

INTRODUÇÃO

Estamos iniciando mais um trimestre letivo, com um tema bastante relevante para os nossos dias: os Dons Espirituais e Ministeriais. Nunca foi tão necessária à igreja, nestes últimos tempos de sua permanência nesta Terra, a manifestação sobrenatural dos Dons Espirituais e Ministeriais!

Muitos que cristãos dizem ser estão passando por crises medonhas de identidade espiritual, o que tem motivado à frieza espiritual e ao indiferentismo com relação à busca da manifestação do Espirito Santo através dos Dons Espirituais. Pouco se fala hoje em buscar o batismo com Espirito Santo, muito menos em buscar os Dons Espirituais. A frieza tem tomado conta das igrejas de forma gélida e assustadora. A mornidão espiritual tem invadido a maioria das igrejas locais abalando perigosamente os seus pilares sustentadores: a fé, a esperança e o amor. Não somos mais aqueles pentecostais que amedrontavam e abalavam os principados e potestades. A maioria das igrejas está se conformando com o mundo; a maioria das igrejas está mais preocupada em estudar métodos e marketings para aumentar o número de membros, com vistas a alcançar um alvo hoje tão ambicionado: o dinheiro – o deus mamom. Essas igrejas não têm nenhuma moral em pregar contra a igreja de Laodicéia.

Todavia, Deus nunca deixou a sua Igreja sem remanescentes fiéis, nunca! Ainda há aqueles que não se dobraram a mamom, que não se renderam à secularização. Quer saber onde estes estão?  Muitos estão no anonimato, dentro das igrejas. Mas, poderás conhecer boa parte de seu contingente na Escola Bíblia Dominical aos domingos. Junte-se a nós neste trimestre para estudar sobre os Dons Espirituais e Ministeriais. Faça a sua vida espiritual valer a pena! “Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja” (1Co 14:12).

I.  OS DONS NA BÍBLIA


1. No Antigo Testamento. No Antigo Testamento, os Dons não estavam à disposição de todo o povo de Deus, como no Novo Testamento. Eles eram concedidos a pessoas especificas, chamadas por Deus para cumprir determinadas missões. É visto na concessão da capacidade para o serviço. Muito parecido com a maneira em que os Dons Espirituais operam no Novo Testamento, o Espírito capacitava certos indivíduos para o serviço. Considere o exemplo de Bezalel em Êxodo 31:2-5, o qual foi dotado para fazer muito do trabalho de arte relacionado com o Tabernáculo. Além disso, recordando a habitação seletiva e temporária do Espírito Santo, vemos que estes indivíduos foram dotados para executar determinadas tarefas, assim como reinar sobre o povo de Israel (por exemplo: Saul, Davi, Sansão, etc).

2. No Novo Testamento. Nesta Nova Aliança, os Dons de Deus estão à disposição de todos aqueles que fazem a Igreja do Senhor Jesus, os quais devem ser usados como ferramentas de trabalho com a finalidade de promover graça, poder e unção à Igreja no exercício de sua missão, de forma que Cristo seja glorificado.

Os Dons estão à disposição da Igreja, mas não são dados como presentes. Não são dados como se dá uma jóia para ser usada como adorno, ou enfeite. Não é, também, uma medalha usada como condecoração para ser exibida no peito, e que só serve para chamar a atenção para a pessoa que a usa. Sendo instrumento de trabalho, usar, ou não usar o Dom, não é uma questão de querer; Deus dá para ser usado!

Vemos a comprovação do que estamos afirmando nas palavras de Jesus, subjacentes nas Parábolas dos Talentos e das Minas(Mt 25:14-30 e Lc 10:11-27). Nem os Talentos, nem as Minas foram dados como presentes aos seus amigos. Foram, na verdade, dados aos servos para que fossem usados de acordo com os interesses do Senhor, o legitimo dono dos Talentos e das Minas. Contudo, um dos servos, ou não entendeu, ou foi negligente, pois, resolveu não trabalhar com o valor recebido – “... cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor”(Mt 25:18). Perceba a expressão “o dinheiro do seu senhor”. Da mesma forma os Dons de Deus não se tornam propriedade daquele que os recebe. São dados para serem usados na Obra de Deus. A negligência, ou dolo pela não utilização, ou pelo uso indevido por parte de quem os recebe resultará em consequências negativas quando o Dono voltar, tal como aconteceu nessas duas Parábolas referidas: Lançai o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá planto e ranger de dentes”(Mt 25:30).

Assim, meu irmão, se você recebeu um, ou mais Dons, eles não lhes foram dados para você exibir sua espiritualidade, mas, para você mostrar serviços na Obra de Deus. Tampouco, você não pode enterrá-los.

II. OS DONS DE SERVIÇO, ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS

1. Dons relacionados ao serviço cristão. Os Dons relacionados ao serviço cristão, ou seja, os dons chamados de “serviçais”, “dons de serviço” ou, ainda, “dons espirituais de ministérios práticos”, constantes da relação de Romanos 12:6-8, não se confundem com os Dons Espirituais. Esses Dons se distinguem dos outros Dons ministeriais porque seriam relacionados mais às ações do crente, à prática cristã, não visando o aperfeiçoamento espiritual dos crentes, como ocorre com os outros dons, que denominamos de “Dons Ministeriais”, estes elencados em Ef 4:11.

Os Dons de Serviços são dádivas concedidas para o exercício contínuo dos crentes, mediante ações que gerem boas obras para a glorificação do nome do Senhor (Mt 5:16). Como eu disse, esses dons estão elencados na relação de Romanos 12:6-8, relação, porém, que não é exaustiva de dons desta natureza, vez que, na lista, também, se encontra o dom de profecia, que pode ser considerado ali seja como o Dom Ministerial de profecia, seja como o Dom espiritual de profecia.

A relação de Romanos 12:6-8 envolve sete dons, dentre eles estão seis relacionados ao serviço cristão:

a) Ministério (Rm 12:7). Consiste na disposição, capacidade e poder, dados por Deus, para alguém servir e prestar assistência prática aos membros e aos líderes da igreja, a fim de ajudá-los a cumprir suas responsabilidades para com Deus (cf. At.6:2,3).

b) Ensinar (Rm 12:7). É o dom espiritual de ensinar, tanto na teoria, como na prática; ensinar fazendo; ensinar a fazer e a entender. Não confundir com o ministério de ensino de Efésios 4:11 e Atos 13:1. Este dom é a capacidade e poder, dados por Deus para o crente examinar e estudar a Palavra de Deus, e de esclarecer, expor, defender e proclamar suas verdades, de tal maneira que outras pessoas cresçam em graça e em piedade.

c) Exortar (Rm 12:8). Exortar aqui é como dom: ajudar, assistir, encorajar, incentivar, estimular, animar, consolar, unir pessoas separadas, admoestar. Na vida terrena, temos, sempre, aflições, como nos disse o Senhor Jesus, mas é necessário que tenhamos sempre bom ânimo. Este ânimo é dado pelo Senhor e, portanto, é fundamental que as pessoas a quem o Senhor tem concedido este dom o exercitem, de modo a impedir que os crentes sejam tomados pelo desânimo, em especial nos instantes de aumento da iniquidade como os vividos pela Igreja neste período imediatamente anterior à vinda do Senhor.

d) Repartir (Rm 12:8). O sentido é doar generosamente, oferecer; distribuir aos necessitados sem esperar recompensa ou reconhecimento, movido pelo Espírito. Este dom ocupa-se da benevolência, beneficência, humanitarismo, filantropia, altruísmo.

e) Presidir (Rm 12:8). Aqui, o apóstolo fala-nos do governo na igreja, mostrando que, apesar de Cristo ser a Cabeça da Igreja, Ele constitui servos Seus para presidirem sobre o Seu povo. Mas, “presidir” não é dominar sobre o povo, mas estar à sua frente, ensinando-lhe por onde e para onde deve ir. Por isso, Pedro adverte os presbíteros para que não agissem como se tivessem domínio sobre a herança do Senhor (1Pe 5:3).

f) Exercitar misericórdia (Rm 12:8). É o dom de transformar em ações, em atitudes concretas o bem que desejamos a alguém. Misericórdia é o amor posto em ação, é a bondade tornada em ação concreta. Como diz o apóstolo Tiago, como podemos dizer que amamos alguém se não suprimos as suas necessidades (Tg 2:14-17), pois o amor não é amor de palavras, mas amor de obras (1João 3:16-18).

2. Conhecendo os Dons Espirituais.Assim também vós, já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja”(1Co 14:12).

Os Dons Espirituais são dotações e capacitações sobrenaturais que o Senhor Jesus, por intermédio do Espírito Santo, outorga à sua Igreja, visando a expansão universal da sua obra e a edificação dos santos.

Ao contrário do que pensavam certos crentes de Corinto, os Dons Espirituais, embora diversos, são procedentes do Único e Verdadeiro Deus: “E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”(12:6).

Os Dons Espirituais são chamados, no original grego, de "charismata", palavra que significa "graças", ou seja, os Dons Espirituais são favores imerecidos que Deus concede aos homens que estão dispostos a servi-lo.

A verificação do significado da palavra "charismata" é muito importante, pois demonstra, de forma cabal, que os Dons Espirituais são concessões divinas, decorrem do exercício da Sua infinita misericórdia, não havendo, portanto, qualquer merecimento, qualquer mérito por parte daqueles que são aquinhoados pelo Espírito Santo com um Dom Espiritual. O Dom Espiritual é concedido não porque alguém seja mais espiritual ou melhor do que outro, mas em virtude da soberana vontade do Senhor. Quem o diz não somos nós, mas a própria Palavra de Deus: "Mas um só mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”(1Co 12:11).

a) Objetivos dos Dons Espirituais. Os Dons Espirituais visam a edificação da igreja – “Assim também vós, já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja”(1Co 14:12).

b) Quantidade de Dons Espirituais. A Bíblia registra vários dons. Só em 1Corintios 12:8-10 Paulo relacionou três grupos de Dons Espirituais, a saber: Três Dons de saber (Palavra de sabedoria, Palavra de ciência - ou conhecimento - e do Discernimento de espíritos); três Dons de fazer (Fé, Cura e Operação de milagres); três Dons de falar (Profecia, Variedade de línguas e Interpretação de línguas). É certo que em nenhuma deles o objetivo de Paulo foi o de quantificar os Dons, ou seja, definir quantos são, mas, o de qualificá-los, ou seja, discorrer sobre o objetivo e o uso correto de cada um.

c) A distribuição dos Dons não é Uniforme. Quando afirmamos que a distribuição dos Dons não é uniforme, estamos dizendo que não existe um método, ou uma regra que o Espírito Santo deva seguir na concessão dos mesmos – “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”(1Co 12:11). É como Ele quer – ninguém pode estabelecer critérios. Não existe um número mínimo, ou máximo para cada Igreja Local; não existe a obrigatoriedade de cada crente receber pelo menos um, nem um limite máximo para cada pessoa.

d) Existe uma Condição Básica para o uso dos Dons Espirituais. Diríamos que os Dons de natureza Espiritual são destinados aos homens espirituais, ou seja, aqueles que receberam vida espiritual através do Novo Nascimento. As pessoas, lá fora, possuem os Dons Naturais, porém, os Espirituais são destinados à Igreja. Diríamos que a condição para o uso dos Dons Espirituais é a apresentação do corpo “em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”, ou seja, uma vida colocada no altar, uma vida de consagração a Deus, uma vida de santificação. O Senhor Nosso Deus usa vasos limpos, ou purificados, vasos que não estejam em conformidade com o mundo.

3. Acerca dos Dons Ministeriais. Os Dons ministeriais são tratados como dádivas vindas da parte de Jesus, para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação da igreja. Não se trata de operações episódicas, de demonstrações esporádicas e temporalmente limitadas, com vistas a um consolo, uma exortação, o suprimento de uma necessidade ou uma instantânea manifestação do poder de Deus para a igreja, mas de uma atividade contínua, no meio do povo de Deus, para que a igreja cumpra com suas tarefas neste mundo, quais sejam, a evangelização e o aperfeiçoamento dos salvos. Ou seja, os Dons Ministeriais são dádivas que são concedidas à Igreja pelo seu Comandante-Chefe, que escolhe, dentre os Seus servos, aqueles que devem coordenar, dirigir e orientar o povo de Deus. Através dos Dons Ministeriais, Cristo concede à Igreja homens que, diuturnamente, estarão servindo ao Corpo de Cristo, que serão, eles mesmos, verdadeiros Dons para a igreja.

a) Identificando os Dons Ministeriais. Os Dons Ministeriais são enumerados em Efésios 4:11 e 1Coríntios 12:28,29, a saber: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. São os dons Ministeriais propriamente dito.

b) Objetivos dos Dons Ministeriais. Os Dons Ministeriais são dados para aperfeiçoar ou equipar todos os crentes a fim de poderem servir ao Senhor e então edificarem o “Corpo de Cristo”. O processo é assim: (a) Os Dons equipam os santos; (b) Os santos então servem; (c) O Corpo enfim é edificado.

Conforme Ef 4:14, quando os Dons operam de acordo com a vontade de Deus e os santos são ativos no serviço do Senhor, três perigos são evitados: imaturidade, instabilidade e ingenuidade – “para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente”.

- Imaturidade – “... para que não mais sejamos como meninos”.  Há crentes que nunca deixam de ser meninos espirituais, por falta de envolvimento no serviço de Cristo, e também porque não se dedicam à leitura devocional e ao estudo sistemático da Palavra de Deus. São subdesenvolvidos precisamente por falta de exercício nestes pilares. Foi para pessoas assim que o autor da Epístola aos Hebreus disse: ”Quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine de novo”(Hb 5:12).

- Instabilidade – “... inconstantes”. Instabilidade espiritual é um perigo! Cristãos imaturos são susceptíveis a novidades grotescas e modismos transitórios criados por charlatões profissionais. Tornam-se ciganos religiosos, andando de um lado para outro, isto é, inconstantes.

- Ingenuidade – “... levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens”. O perigo mais sério é a decepção. Os meninos espirituais são inexperientes na palavra da justiça. Suas faculdades não são exercitadas para discernir o bem e o mal (Hb 5:13,14). Encontram inevitavelmente alguém de uma seita falsa que os impressiona com seu zelo e sinceridade aparentes. Por empregar palavras religiosas, acreditam que se trata de um cristão verdadeiro. Se tivessem estudado a Bíblia Sagrada, perceberiam o quanto tal indivíduo joga traiçoeiramente com palavras. Por isso, que o ensino bíblico constante e progressivo, sob a unção de Deus, é indispensável para impedir que os crentes “meninos espirituais” sejam levados por "todo o vento de doutrina" (Ef 4:14).

III. CORINTO: UMA IGREJA PROBLEMÁTICA NA ADMINISTRAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS (1Co 12:1-11).

Os membros da igreja do Corinto tinham todos os Dons Espirituais de que precisavam para viver a vida cristã, testemunhar a favor de Cristo e posicionar-se contra o paganismo e a imoralidade de Corinto. Mas, em vez de usar o que Deus lhes deu, estavam discutindo a respeito de quais dons eram mais importantes. O simples fato de seus membros possuírem esses dons não era, de per si, sinal de espiritualidade autêntica.

Os cultos da igreja de Corinto eram notadamente pentecostais (1Co 12:13;14). Segundo o apóstolo Paulo, nenhum dom faltava a essa igreja (1Co 1:7). Todas as manifestações espirituais do Espírito Santo tinham lugar ali (1Co 12:4). Havia diversidades de ministérios do Senhor Jesus (1Co 12.5), e diversas operações do próprio Deus (1Co 12:6). No entanto, a desordem no culto de adoração a Deus (1Co 11:17-19) era notória. Os dons eram exercidos para demonstrar status de maturidade e espiritualidade, mas o resultado disso era o oposto: imaturidade e atitudes carnais(1Co 3:1-4). A desordem era tal que o próprio culto tornou-se um entrave para o progresso espiritual dos crentes. Parece que hoje estamos vivendo a síndrome daquela época: muito barulho e pouco fervor espiritual.

Hoje, em muitas igrejas vemos movimentos e agitação sem, contudo, haver espiritualidade. Está muito em voga o “falar em línguas”. Tem pregadores que, no momento da pregação, insistem que todas as pessoas presentes na igreja falem línguas, independentemente de serem ou não batizados com o Espírito Santo - pré-requisito para o dom de línguas. E em obediência ao tal pregador o auditório se agita e se envolve num tremendo barulho, sem nenhuma espiritualidade. Ora, se o objetivo do dom de línguas é a edificação individual do falante, então as línguas não devem ser faladas para que todos ouçam, mas devem fazer parte da devoção individual da pessoa.

Muitos têm confundido barulho com fervor espiritual, esquecendo-se que, nas Escrituras Sagradas, o barulho que chama a atenção da multidão é o da língua estranha enquanto sinal do batismo com o Espírito Santo(1Co 14:22), não enquanto dom espiritual. A inobservância desta regra bíblica somente trará escândalo e prejuízo à causa do Evangelho (1Co 14:23). Será que as pessoas que têm causado barulho intenso nas reuniões da igreja local, que perturbam a reunião, que impedem que as pessoas ouçam a mensagem, em especial as que não são crentes, costumam passar horas em oração, nas madrugadas, falando em línguas com o Senhor? Será que são pessoas que têm efetiva intimidade com Deus ou querem apenas aparecer, nas reuniões, chamando para si uma atenção que deveria estar voltada apenas para o Senhor? Será que têm sido demonstrações do poder de Deus ou instrumentos do adversário para atrapalhar a operação divina em nossas reuniões?

A maioria das vezes o que parece fervor espiritual é apenas sensacionalismo, resultante de motivações e mecanismos externos, que é efêmero. O genuíno fervor espiritual está intimamente vinculado com a maturidade cristã, que não é medida pela quantidade de dons que uma igreja exercita, mas pelo exercício da piedade e da vida cristã consagrada (Ef 4:17-32).

É o caráter do cristão, que chamamos de Fruto do Espírito, que identifica o genuíno cristão. O Fruto do Espírito é gerado pela ação do Espírito Santo, e se desenvolve dentro do “homem interior”; ele passa a fazer parte da personalidade do novo homem. Sendo gerado dentro do homem, o Fruto testifica das qualidades do homem, conforme ensinou o Senhor Jesus: Ou fazei a árvore boa, e o fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore”(Mt 12:33).

Há crentes que por ter um Dom Espiritual, quase sempre o de profecia, julga-se no direito de ser ouvido e até de dirigir a Igreja, passando por cima do pastor. Igreja não se dirige com os Dons Espirituais. Igreja tem que ser dirigida com a Palavra de Deus. Por isto é preciso conhecê-la. Paulo pensava assim, pois, disse que o neófito, ou novo convertido, não deveria ser separado para o Ministério – “Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo”(1Tm 3:6). É sabido que o novo convertido, ou neófito, pode receber os Dons Espirituais, mesmo antes do Batismo nas Águas. Isto, contudo, não o credencia para o Ministério. Para o Ministério é necessário amadurecimento espiritual; isto só se consegue através da formação do Fruto do Espírito na vida do homem.

CONCLUSÃO

Os Dons Espirituais e Ministeriais são dádivas divinas para a Igreja hodierna. A atualidade dos Dons espirituais é confirmada pelas Escrituras Sagradas e experiência cristã. Alguns erroneamente afirmam que os Dons foram apenas para a igreja do primeiro século. Mas não há qualquer analogia plausível para sustentar tal absurdo. A experiência pentecostal de incontáveis cristãos, em todas as épocas e lugares, é evidência complementar da atualidade dos Dons conforme a  verdade bíblica.

No uso dos Dons, o crente precisa conscientizar-se de que o Corpo de Cristo é formado por vários membros, com funções diferentes, mas isso não significa que um é mais importante que o outro. Todos têm os seu valor e devem funcionar em harmonia, visando o bem de todos e a glória do Senhor. Amém!

 

---------  

Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – M. Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 58 – CPAD.

1Corintios (como resolver conflitos na Igreja) – Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Mundo Cristão.

Os Dons do Espírito Santo – Dr. Caramuru Afonso Francisco. PortalEBD.

Dons Espirituais & Ministeriais(servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário) – Elinaldo Renovato. CPAD

 

quinta-feira, 27 de março de 2014

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - 2º TRIMESTRE DE 2014


 




 

 

No 2º Trimestre de 2014 estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “Dons Espirituais e Ministeriais – Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário”.

As lições serão comentadas pelo pastor Elinaldo Renovato e estão distribuídas sob os seguintes títulos:
 
 
 
 
 

Lição 1 – E deu dons aos homens.


Lição 2 – O propósito dos dons espirituais.


Lição 3 – Dons de Revelação.


Lição 4 – Dons de Poder.


Lição 5 – Dons de Elocução.


Lição 6 – O ministério de Apóstolo.


Lição 7 – O ministério de Profeta.


Lição 8 – O ministério de Evangelista.


Lição 9 – O ministério de Pastor.


Lição 10 – O ministério de Mestre ou Doutor.


Lição 11 – O Presbítero, Bispo ou Ancião.


Lição 12 – O diaconato.


Lição 13 – A multiforme sabedoria de Deus.

 

OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS


1. Os Dons Espirituais.

Os Dons Espirituais são dádivas, são favores imerecidos que Deus concede aos homens que estão dispostos a servi-lo. São concessões divinas e decorrem do exercício da infinita misericórdia do concessor, não havendo, portanto, qualquer mérito por parte daqueles que são aquinhoados pelo Espírito Santo com um dom espiritual.

O Dom Espiritual é concedido não porque alguém seja mais espiritual ou melhor do que outro, mas em virtude da soberana vontade do Senhor. Quem o diz não somos nós, mas a própria Palavra de Deus: "Mas um só mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”(1Co 12:11).

Muitos são os que acham que os portadores de Dons Espirituais são crentes superiores aos demais, que têm um nível maior de espiritualidade e que, em razão disto, desfrutam de uma posição diferenciada no meio da comunidade. Este pensamento, inclusive, tem feito com que muitos crentes andem à procura desses irmãos a fim de que obtenham curas divinas, maravilhas, sinais ou profecias, num comportamento totalmente contrário ao que determina a Palavra de Deus, que ensina que os sinais seguem os crentes e não os crentes correm atrás de sinais (Mc 16:17,20). Jesus não aprovou esta conduta, típica dos judeus formalistas e descrentes (Mt 12:38,39). Nenhum outro sinal deve-se buscar, como disse nosso Senhor e Salvador, senão a Sua ressurreição, que é a garantia da aceitação do Seu sacrifício e do perdão dos nossos pecados. Creiamos em Deus e em Seu Filho (João 20:29).

Uma corrente da teoria cessacionista deduz, erradamente, que os Dons Espirituais cessaram após a era apostólica, pois o Evangelho, de acordo com a geografia daqueles dias, já havia chegado aos confins da terra (At 1:8; 13:47). Afirma que os Dons do Espírito são habilidades naturais, santificadas e aperfeiçoadas por Deus após a conversão do indivíduo. Uma outra corrente acredita que os Dons Espirituais não são para os tempos hodiernos, mas estiveram restritos ao período apostólico. No entanto, ao lermos as Sagradas Escrituras, não encontramos qualquer evidência de que os  Dons do Espírito tenham cessado com a morte dos apóstolos e muito menos de que se trata de talentos humanos santificados.

A atualidade dos Dons Espirituais é confirmada pela Escritura e experiência cristã. No primeiro caso, podemos citar os propósitos dos dons, especificamente, o de fortalecer a igreja (1Co 14:26). Se os Dons cessaram após a morte dos apóstolos, por que Paulo escreveria a igreja de Corinto para que buscasse ardentemente os dons e zelassem por eles, sabendo que os dons não durariam mais do que 50 anos? Não há qualquer analogia plausível para sustentar tal absurdo. A experiência pentecostal de incontáveis cristãos, em todas as épocas e lugares, é evidência complementar da atualidade dos dons conforme a  verdade bíblica. O argumento antipentecostal é fundamentado na  hermenêutica naturalista, que nega qualquer elemento sobrenatural nas Escrituras.

2. Dons Ministeriais.

Os Dons Ministeriais são tratados como dádivas vindas da parte de Jesus, para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação da Igreja(Ef 4:11,12), ou seja, os Dons Ministeriais são dádivas que são concedidas à Igreja pelo seu máximo Governante – Jesus Cristo -, que escolhe, dentre os Seus servos, aqueles que devem coordenar, dirigir e orientar o povo de Deus.

Os Dons Ministeriais são necessários para que os santos se aperfeiçoem, para que consigam chegar à estatura de varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. O crente somente chegará à maturidade espiritual, à constância, à firmeza, se houver, na igreja, o exercício dos Dons Ministeriais, que não são de todos, mas são para todos. É por isso que não se pode servir a Deus isoladamente, solitariamente, sem participar de uma comunidade, pois não é este o propósito divino para o homem.

“E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4:11-13).

Objetivos, para a Igreja, dos Dons Ministeriais


- Aperfeiçoamento dos santos.

- Edificação do corpo.

- Unidade da fé.

- Conhecimento de Cristo.

3. Os Dons Espirituais não se confundem com os Dons Ministeriais. A distinção está na própria forma pela qual as Escrituras mencionam e tratam cada uma destas figuras.

- Os Dons Espirituais são mencionados como sendo repartidos particularmente pelo Espírito Santo, segundo a Sua vontade, para a edificação espiritual dos crentes, para utilidade dos crentes (1Co 12:4-11)

- Os Dons Ministeriais são tratados como dádivas vindas da parte de Jesus, para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação da igreja (Ef 4:11,12). Não se trata de operações episódicas, de demonstrações esporádicas e temporalmente limitadas, com vistas a um consolo, uma exortação, o suprimento de uma necessidade ou uma instantânea manifestação do poder de Deus para a Igreja, mas de uma atividade contínua, no meio do povo de Deus, para que a igreja cumpra com suas tarefas neste mundo, quais sejam, a evangelização e o aperfeiçoamento dos salvos.

4. Os Dons de Deus não são dados como presentes, mas, como instrumentos de trabalho para serem usados na Obra de Deus.

Eles são dados “... conforme a medida da fé que Deus repartiu à cada um”, e, no caso dos Dons Espirituais, eles são distribuídos pelo Espírito Santo “...a cada um para o que for útil” (1Co 12:7). Portanto, cada um recebe segundo a sua capacidade e habilidade no seu uso. O Senhor Deus conhece essa capacidade e habilidade de cada um.

Um estetoscópio é um instrumento de trabalho de grande utilidade nas mãos de um Médico. Porém, não terá nenhuma serventia nas mãos de um Pedreiro. Da mesma forma um prumo é um instrumento de trabalho de grande utilidade nas mãos de um Pedreiro, porém, de nada servirá nas mãos de um Médico.

O Espírito Santo dá o instrumento à pessoa certa. Àquela que tem condições de usá-lo. Assim, se você recebeu um Dom é porque você pode e deve usá-lo em beneficio da Obra de Deus, nunca em beneficio pessoal, porque você é um servo.

Paulo falando a respeito dos Dons Espirituais, conhecendo a importância deles e a responsabilidade de quem os recebe, disse: “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes”(1Co 12:1).

Lembre-se que a Palavra de Deus pode esclarecer todas as suas dúvidas. Preste atenção nisto: Se você receber um Dom e não usá-lo, ou se usá-lo diferente do que é exigido pela Bíblia Sagrada, você não será considerado inocente!

Não se deve confundir os Dons Espirituais, que são recursos extraordinários que o Senhor colocou à disposição da Igreja através do Espírito Santo, com os Dons Naturais, que são virtudes, ou aptidões que uma pessoa nasce com elas; também, é claro, por concessão de Deus, mas que são extensivas a todos os homens, filhos, ou não de Deus. Tomando, apenas, um exemplo, diríamos que ninguém será um grande músico se não tiver nascido com o Dom Natural da música. Uma vez convertido ele não perderá esse Dom, e será de grande valia na Obra de Deus se colocado em Suas mãos e ao Seu serviço.

5. Não confundir Dons Ministeriais com “títulos ministeriais” ou com “cargos eclesiásticos”.

Nos nossos dias, muitos têm confundido estas duas coisas, que são completamente diferentes. O Dom é uma concessão de Cristo, é um dom que vem diretamente do Senhor para o crente, dom este que é percebido pelo crente através da comunhão que tem com Deus e pela presença do Espírito Santo na sua vida e que independe de qualquer reconhecimento humano, mesmo da igreja local.

Os títulos ministeriais” e os “cargos eclesiásticos” são posições sociais criadas dentro das igrejas locais, posições estas que, em sua nomenclatura, muitas vezes estão baseadas na relação de Efésios 4:11, como a indicar que o seu ocupante tem o referido Dom Ministerial, mas que, nem sempre, corresponde a este Dom. Como a igreja local, via de regra, é também uma organização humana, acabam sendo criados “títulos” e “posições” com o propósito de esclarecer a hierarquia administrativa, a própria estrutura de governo da organização eclesiástica, dados que, se apenas refletem uma necessária ordem que deve existir em todo grupo social, nada tem que ver, a princípio, com os Dons Ministeriais. Por exemplo, há pessoas que tem o Dom de Evangelista, mas não têm o título de Evangelista; há pessoas que têm o título de Pastor, mas não tem o Dom de Pastor.

Espero que neste 2º Trimestre/2014 tenhamos profícuos encontros, e as Aulas que serão ministradas despertem o interesse de milhares de crentes a buscarem os Dons Espirituais, e que o Senhor vocacione homens e mulheres com Dons Ministeriais, no afã de edificar, consolar, exortar e aperfeiçoar o Seu povo nestes últimos momentos da história de Sua Igreja aqui na Terra.

Amém!

Luciano de Paula Lourenço

segunda-feira, 24 de março de 2014

Aula 13 – O LEGADO DE MOISÉS


1º Trimestre/2014

 
Texto Básico: Deuteronômio 34:10-12; Hebreus 11:23-29

 
"Era Moisés da idade de cento e vinte anos quando morreu; os seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu ele o seu vigor" (Dt 34:7).

 

INTRODUÇÃO


Durante este trimestre vivenciamos o caráter e as virtudes do grande homem de Deus e líder do povo de Israel, Moisés. Inúmeros adjetivos poderão ser atribuídos a ele, pois o seu legado nos dá um elenco superlativo de qualidades que esse grande homem de Deus nos deixa de exemplo a ser imitado e seguido. Não há dúvida de que o seu maior legado foi a fidelidade e sua obediência a Deus, e, principalmente, a sua santidade; é a própria Bíblia que diz: “E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera face a face(Dt 34:10). Ele teve uma comunhão especial com o Senhor. No último livro do Antigo Testamento, Deus chama-o de "meu servo" (Ml 4:4), e no último livro do Novo Testamento ele é chamado "Moisés, servo de Deus" (Ap 15:3).

O QUE É LEGADO


O Legado constitui-se de uma história de vida de uma pessoa que fala de Deus e vive o que ele ensina na vida pessoal, em casa, entre amigos, no mundo onde se vive e trabalha. O legado é uma herança. Claro que no contexto que estamos estudando não tem a ver com dinheiro ou posses que alguém deixa para os seus entequeridos. Estamos falando em modelo de vida, exemplos de valores morais e espirituais, deixados pelo líder para o bem do povo de Deus. Moisés serviu a Deus com integridade e deixou uma herança para as gerações posteriores, e seu legado foi visto na pessoa de Josué, em atitudes, milagres e santidade. O teólogo norte-americano A.W.Tozer disse certa vez que “nada morre de Deus quando um homem de Deus morre!”.

A fé, as nossas atitudes, o nosso relacionamento com Deus e o compromisso com a sua Palavra são o maior patrimônio que podemos passar às gerações seguintes. O apóstolo Paulo, ao final da carreira, fez menção de sua fé como algo zelosamente guardado no coração. Era a sua preciosa herança para os que viriam depois (2Tm 4:7).

Que contribuição estaremos deixando nessa área vital de nossas relações com Deus? Que perspectivas nossos filhos e netos terão da fé ao olharem a nossa história? Eles nos verão como pessoas que sempre souberam confiar em Deus e viverem inteiramente para Ele? O maior legado que você pode deixar para seus filhos não vem de títulos ou funções que ocupou, mas da pessoa que você foi. Filhos e jovens anseiam por modelos, por pessoas que imitam Cristo em sua forma de viver. Imitar Cristo tem a ver com o caráter de Cristo, de ter atitudes, palavras, ações e compromisso que refletem a pessoa de Cristo.

A maioria dos líderes de Israel morreram sem deixar nenhuma saudade. Um deles foi o rei Jeorão (2Cr 21:4-20). Ele foi um opressor que não tinha qualquer sensibilidade humana. Foi um déspota impiedoso. Ele não deixou qualquer legado edificante para os seus sucessores, ao ponto de o texto bíblico descrever o sentimento do povo quando da sua morte, desse modo: "e foi-se sem deixar de si saudades" (2Cr 21:20). Que este não seja o legado dos líderes do povo de Deus da Nova Aliança!.

I. - OS ÚLTIMOS DIAS DE MOISÉS (capítulos 31-34)

1. As palavras de despedida. Nos capítulos 29 e 30, Moisés apela pessoalmente àquela geração a fim de que reassumam o pacto firmado com Deus e jurem lealdade a Ele. Prediz a apostasia de Israel e seu castigo; experimentarão a bênção e a maldição; finalmente, a graça de Deus abriria a porta para o arrependimento e para o perdão. Deus circuncidará o coração de seu povo a fim de que obedeçam a Ele. A circuncisão de coração refere-se à transformação da vontade, de modo que sirvam ao Senhor com sinceridade.

O povo de Israel não devia pensar que a lei seria demasiado difícil de cumprir. Ela não estaria no céu nem além do mar, não seria inatingível, "está mui perto de ti, na tua boca, e no teu coração, para a fazeres" (Dt 30:11-14). Se o coração está em harmonia com Deus é fácil obedecer ao Senhor. Paulo parafraseou esta passagem substituindo a palavra “escrita” pela Palavra “encarnada” (Rm 10:6-8).

Moisés apresenta a Israel duas alternativas: servir ao Senhor ou servir aos falsos deuses (ler Dt 30:15-20). Ao deixar o Senhor, Israel seria então sempre presa dos invasores. Unicamente o braço invisível de Deus podia protegê-lo se o povo apoiar-se nEle. Também sucede assim na vida de todo cristão: Deus é a única defesa contra as paixões, contra os vícios e contra os maus costumes.

2. Moisés incentiva o povo a meditar na Palavra.Guardai, pois, as palavras deste concerto e cumpri-as para que prospereis em tudo quanto fizerdes” (Dt 29:9). Moisés deu instruções aos levitas para que congregassem o povo nos anos sabáticos, na Festa dos Tabernáculos, a fim de ler-lhes a lei (Dt 31:10). Desse modo os levitas receberam o cargo docente em Israel. Ele reforça a ideia de que os israelitas precisavam ouvir e obedecer às ordenanças de Deus, a fim de que prosperassem enquanto nação. Sabemos que todos que amam e meditam na lei de Deus são bem-aventurados (Sl 1:1-6). 

No capítulo 32 do livro de Deuteronômio, temos o último cântico de Moisés. O servo do Senhor se despede com adoração e louvor. O cântico de Moisés tinha muita importância, pois os cânticos nacionais se gravam profundamente na memória, e exercem poderosa influência para comover os senti­mentos de um povo.

Na verdade, Moisés deixava claro a Josué (futuro líder de Israel) que a nação abandonaria Deus e anularia o concerto (Dt 31:16) divino. Junto com Moisés, Josué foi encarregado de escrever um cântico do testemunho do concerto e ensiná-lo aos filhos de Israel (Dt 31:19). Esta canção desempenharia a função de testemunha do concerto. Quando Israel traiu o concerto, o cântico, por sua existência e por seu teor, testificaria que a nação conscientemente estava quebrando sua palavra (Dt 31:20,21).
3. Moisés nomeia seu sucessor (Dt 31.7-8). Antes de falecer, Moisés impusera suas mãos sobre Josué, que foi cheio do espírito de sabedoria (Dt 34:9). Observamos, nesse ato, a importância de os líderes abençoarem aqueles que participam de seu ministério e prepararem uma nova geração para estar à frente do povo de Deus.

Como auxiliar(servo) de Moisés, Josué demonstrava intensa devoção e amor a Deus, e muitas vezes permaneceu na presença do Senhor por um longo período de tempo(Ex 33:11). Era um homem que se deleitava na santa presença de Deus. Por certo aprendeu muito com Moisés, seu conselheiro e guia de confiança, a respeito dos caminhos de Deus e das dificuldades na condução do povo. Em Cades-Barnéia, Josué serviu a Moisés como um dos doze espias que observaram a terra de Canaã. Ele, juntamente com Calebe, rejeitou energicamente o relatório da maioria, que retratava a incredulidade do povo(Num 14). Muitos anos antes de substituir Moisés como líder de Israel, Josué demonstrou ser um homem de fé, visão, coragem, lealdade, obediência inconteste, oração e dedicação a Deus e à sua Palavra. Quando foi escolhido para substituir Moisés, já era um homem “em que há o Espírito”(Num 27:18; Dt 34:9).

Todo líder, de qualquer seguimento, um dia terá que deixar o cargo. Isso é um processo natural. Acontece que muitos pensam que são insubstituíveis, ou não querem "largar" a liderança para não perder status, vantagens, benefícios, privilégios etc. É aí que surgem os problemas. Alguns líderes evangélicos na atualidade tratam igrejas e convenções como propriedade particular, empresa ou negócio de família. Esquecem que a igreja tem um dono e o seu nome é Jesus.

4. Moisés vê a Terra Prometida e morre (Dt 34). Moisés conduziu Israel desde a saída do Egito até as proximidades da Terra Prometida, mas não pôde entrar nela, pois desobedecera à ordem expressa do Altíssimo, diante de todo o povo (Nm 20:12). O ocorrido foi o seguinte: em Meribá, a água e os alimentos estavam escassos. Nessa ocasião, mas uma vez, o povo lamentou ter saído do Egito e murmurou (Nm 20:1-5). A fim de lhes prover o socorro, Moisés e Arão oraram, e o Senhor disse a Moisés que falasse à rocha e ela verteria água e saciaria a sede dos hebreus. Contudo, Moisés tomou sua vara e, em vez de fazer como o Senhor lhe ordenara, feriu a rocha por duas vezes (Nm 20:11).

No Antigo Testamento, em diversos momentos, a rocha simboliza o Senhor (Dt 32:15; Sl 18:31), enquanto no Novo Testamento a rocha é Cristo (Mt 7:24,25; Mt 16:18). Por isso, Moisés pecou contra Deus, mas, como parte da recompensa por sua fidelidade, Deus permite a Moisés contemplar a Terra Prometida do topo do monte Nebo. Isso demonstra que embora Moisés seja libertador, não é o libertador por excelência, pois não pôde alcançar para seu povo a vitória final. Não obstante, não houve profeta antes nem depois em Israel como ele. Só Jesus seria semelhante a Moisés (Dt 18:15).

Pouco antes de subir ao monte Nebo para contemplar a terra prometida e morrer, Moisés abençoou as tribos de Israel (Dt 33:1-29). Convocou-as, exceto a de Simeão, e profetizou poeticamente as bênçãos que elas receberiam ao estabelecer-se em Canaã.

Pergunta-se: Moisés nunca entrou na terra prometida? Sim, vemo-lo na Palestina falando com Cristo no monte da Transfiguração. Quão apropriado era conceder-lhe esta honra! Moisés havia tido uma grande parte na preparação da vinda e obra daquele cujo ministério foi prefigurado pelo grande líder de Israel.

II. LEGADO DE MOISÉS (1)


Segundo o pr. Silas Daniel, Moisés foi:

1. Um exemplo de fé. Ao elaborar uma "Galeria de Heróis da Fé" do Antigo Testamento, o escritor da Epístola aos Hebreus coloca entre os seus destaques, como não poderia deixar de ser, Moisés (Hb 11:23-29). Chama a atenção, na descrição que ele faz do grande líder hebreu, principalmente o que lemos nos versículos 24 a 27:

“Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus do que, por um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; tendo, por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito, porque tinha em vista a recompensa. Pela fé, deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível”.

Somente um homem que ama e serve a Deus com uma fé robusta rejeita completamente as riquezas e a glória do mundo, preferindo sofrer fazendo a obra do Senhor. Moisés não tomava as suas decisões baseado simplesmente no que a lógica humana e os seus cinco sentidos lhe diziam, mas tinha em vista a importância histórica e espiritual do que estava fazendo e "a recompensa" que receberia do seu Senhor peia sua fidelidade ao seu chamado. Ele via além do que poderia perceber a maioria das pessoas do seu tempo, porque ele via "o invisível".

Ademais, somente um homem que ama e serve a Deus com uma fé robusta não empalidece diante das adversidades mais intensas, não esmorece diante dos poderosos e das circunstâncias prementes que o pressionam a abandonar a vontade divina. A Bíblia diz que Moisés desprezou completamente "a ira do rei", a oposição dos grandes e poderosos deste mundo, e "ficou firme", porque estava "vendo o invisível". "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem" (Hb 11:1).

2. Um exemplo de liderança. Moisés foi um líder notável, que aguentou o que pouquíssimos - ou ninguém - em sua época aguentaria. Ele guiou brilhantemente milhões de pessoas peio deserto; resistiu à oposição com firmeza; soube superar os momentos de crise, tensão, desânimo e revolta; levou o povo ao arrependimento várias vezes; organizou aqueles ex-escravos corno uma sociedade; deu a eles uma identidade como nação; soube ouvir os conselhos de seu sogro, Jetro (Êx 18:13-27), e preparou muito bem o seu sucessor, Josué.

3. Um exemplo de paciência. Números 12:3 nos lembra que "era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra". E era preciso ser muito temperante mesmo para suportar todas as adversidades e pressões que ele enfrentou. Aliás, isso mostra quão poderosa foi a transformação que Deus fez em Moisés, que antes fora precipitado e assassino (Êx 2:11-13).

Mesmo um homem impetuoso e assassino como o jovem Moisés pode se tornar, quarenta anos depois, um homem extremamente manso e humilde, em virtude da graça transformadora de Deus; e mesmo o homem mais humilde e manso da Terra pela graça de Deus pode ter momentos de fraqueza e perder seu autocontrole se não tiver cuidado, como aconteceu com Moisés. Resumo da história: somos dependentes da graça divina, do poder do Espírito Santo, tanto para desenvolvermos a temperança quanto para mantermo-nos no centro da vontade de Deus, humildes e temperantes, sejam quais forem as circunstâncias.

Não por acaso, a temperança é apresentada na Bíblia como uma das virtudes do fruto do Espírito; chama-se fruto do Espírito exatamente porque é produzido em nós pela ação do Espírito Santo de Deus, isto é, quando nos entregamos à ação dEle em nossa vida (Gl 5:22,23).

Que Deus nos dê graça para seguirmos o bom exemplo desse homem de Deus, que, tirando o episódio das águas de Meribá (Nm 20:7-13), durante seus quarenta anos de ministério, nada fez "por contenda ou por vanglória, mas por humildade" (Fp 1:3) e zelo ardente pela obra de Deus.

4. Um exemplo de intercessor. Moisés foi um grande sacerdote do povo de Deus (Sl 99:6). Ele intercedeu decisivamente pelo povo de Israel em momentos de enorme crise (Êx 15:25; 33:1-17; Nm 14:13-25).

5. Seu exemplo de integridade. Moisés teve muitas oportunidades de corromper a sua integridade, mas escolheu manter-se íntegro. Ele, por exemplo, preferiu sofrer com o povo de Israel a gozar a glória e os prazeres do Egito, sendo fiel ao seu chamado (Hb 11:24-26).

6. Seu exemplo de comunhão com Deus. A Bíblia nos mostra que Moisés cultivava uma vida de oração, mantendo um relacionamento muito íntimo com Deus: "Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo" (Êx 33.11). Como frisa Matthew Henry, "isto sugere que Deus se revelou a Moisés, não só com clareza e evidências maiores da luz divina do que a qualquer outro dos profetas, mas também com expressões particulares e ainda maiores de bondade e graça. Ele fala não como um príncipe a um súdito, mas como qualquer fala com o seu amigo, a quem ama".

Deus também quer ter hoje um relacionamento íntimo conosco! Como destaca a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, "Moisés desfrutou tal favor de Deus não porque era perfeito, genial ou poderoso, mas porque Deus o escolheu. Por sua vez, Moisés confiou inteiramente na sabedoria e direção de Deus. A amizade com Deus era um verdadeiro privilégio para Moisés, e estava [nesse nível] fora do alcance dos hebreus. Mas, hoje, ela não é inalcançável para nós. Jesus chamou seus discípulos - e, por extensão, todos os seus seguidores - de amigos (João 15:15). Ele o chamou para ser seu amigo. Você confiaria nEle como fez Moisés?".
 
7. Exemplo de Fidelidade.  Esta posição relevante de Moisés é bem mostrada pelo escritor aos hebreus que considerou Moisés como sendo “o servo fiel em toda a sua casa” (Hb 3:2,3), por ter cumprido todas as determinações divinas para a edificação do tabernáculo (Ex 39:43; 40:16), bem como na transmissão da lei aos filhos de Israel (Ex 24:3). De pronto, podemos ver que uma das principais qualidades de Moisés é esta fidelidade ao Senhor, que o fez ser reconhecido pelo Senhor como “Seu servo” (Ex 14:31; Nm 11:11;12:7,8; Dt 3:24; 34:5: Js 1:1,2,13; 9:24; 11:12,15; 12:6; 13:8; 14:7; 18:7; 22:2,4,5). Somente pode ser servo do Senhor aquele que for fiel a Deus, que sempre cumprir as Suas determinações, que se submeter à Sua vontade.

III.  APRENDENDO COM MOISÉS


1. Se comunicar bem com o povo.  É indispensável que haja uma sintonia entre o líder e os liderados. Sem comunicação, não pode haver comunhão e sem comunhão, não há como se construir uma união onde o Senhor possa se manifestar e realizar a sua obra.

Moisés no início sentiu grande dificuldade em se comunicar com o povo de Israel. Fazia quarenta anos que estava no deserto, já não sabia se expressar corretamente seja na língua egípcia, seja na língua hebraica. Era este o sentido da expressão de que não era eloquente, “pesado de boca” e “pesado de língua” ou, na tradução da Bíblia Hebraica, “fala lenta” e “língua trêmula”.

Se o papel do líder é, principalmente, o de falar a Palavra de Deus, como divulgá-la e ensiná-la sem que se tenha uma mesma língua que os liderados? Como realizar o ministério da Palavra sem uma comunicação eficaz? Muitos têm fracassado ou, pelo menos, prejudicado seu ministério porque não se importam em ser compreendidos pelos liderados, porque não têm qualquer preocupação em estabelecer um canal de comunicação.

Deus, diante desta nova dificuldade apresentada por Moisés mostrou que Ele é suficiente. Disse que Ele fez a boca do homem, como também o mudo e o surdo. A obra é de Deus e o Senhor não precisa de técnicas humanas para poder fazer valer a sua vontade e o seu senhorio. Deus havia resolvido livrar o seu povo do Egito e isto seria realizado. Esta observação do Senhor para Moisés é muito atual: quantos não têm tentado substituir o Espírito Santo na obra de Deus por “planos”, “visões”, “estratégias” e “técnicas”? Entretanto, nada disso pode substituir o próprio Deus, pois Ele, e somente Ele é o Senhor!

2. Não ter comunhão com o pecado e com o mal. O líder genuíno da parte de Deus não tem qualquer comunhão com o pecado e com o mal. Quando nos sujeitamos a Deus, passamos a lutar contra o mal. Muitos, porém, na atualidade, não querem enfrentar o adversário, permitem que o pecado e a impureza dominem entre os seus liderados e nesta “trégua” com o inimigo, acham que levam alguma vantagem. Infelizmente, não é isto que nos ensina a Bíblia e o que se verá é que estes “pacificadores” estarão sendo envolvidos pela iniquidade e farão eterna companhia ao adversário no lago de fogo e enxofre.

3. Demonstrar amor aos seus liderados.por que fizeste mal a este povo?” (Ex 5:22). Um verdadeiro líder é aquele que sente amor pelos seus liderados, ou seja, é capaz de sentir aquilo que eles estão sentindo, não demonstrando qualquer interesse próprio ou pensamento em si, mas o bem-estar daqueles que estão sob sua responsabilidade. Moisés, nos quarenta anos do “curso do deserto”, havia aprendido a buscar o bem-estar das ovelhas, a viver em função delas e a sentir o que elas sentiam. Já no início de seu ministério, Moisés mostra que o líder deve amar os seus liderados, não buscar o seu próprio proveito e, se necessário for, anular-se em prol do grupo.

Moisés, ante a aflição vivida pelo povo e a rejeição de que foi vítima, foi aos pés do Senhor. No momento da angústia, da dor, da solidão, da oposição, quando as coisas parecem estar todas indo numa direção oposta ao que foi prometido por Deus, o servo do Senhor deve correr aos pés do Senhor - “Então tornou Moisés ao Senhor” (Ex 5:22). Que bom quando, nestes momentos difíceis, recorremos a Deus e lhe pedimos a devida orientação. De onde nos virá o socorro? O socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra (Sl 121:1,2).

4. Não confiar em nossas habilidades, mas confiar na direção de Deus. Quando Israel saiu do Egito, Moisés, embora tivesse sua liderança confirmada pelos fatos, não deixou de reconhecer que o senhorio era de Deus. Saindo do Egito, não tomou o caminho que lhe pareceria mais fácil, mas seguiu a direção de Deus. Moisés estava à frente do povo, mas a orientação, a direção era de Deus (Ex 13:17). Que exemplo a ser seguido!

Quarenta anos antes, certamente não tinha sido este o caminho escolhido por Moisés para fugir de Faraó. Mas, agora, o Moisés que estava à frente do povo de Israel não era, em absoluto, aquele Moisés que escapara das mãos de Faraó. Estava-se diante de um servo de Deus, que sabia que quem deveria dirigir o povo era o Senhor.

5. Ser receptivo aos conselhos – ser humilde. Moisés também demonstra que é humilde, pois aceitou receber um conselho da parte de seu sogro. Ao ver que Moisés decidia sozinho todas as causas do povo, que se aglomerava todos os dias para ser atendido por ele, Jetro, dentro de sua experiência, sugeriu a Moisés que efetuasse a descentralização do poder, resolvendo apenas as causas mais graves, criando maiorais de mil, de cem, cinquenta e de dez para resolver as “pequenas causas”, trazendo agilidade e paz para o povo de Israel. Moisés prontamente atendeu ao conselho de Jetro(Ex 18:24), demonstrando ser uma pessoa humilde e receptiva a criticas.

6. Não se impor com autoritarismo ou com soberba. Moisés mostrou, também, toda a sua humildade de espírito. Sempre clamava a Deus para que tivesse a solução dos problemas, jamais se impondo com autoritarismo ou com soberba. Mesmo nos momentos mais difíceis de seu ministério, Moisés nunca quis se sobrepor sobre o povo, demonstrando autoridade consoante a ordem de Deus que, mais de uma vez, interveio diretamente para mostrar que Moisés era o homem chamado por Ele para liderar o povo, como no episódio da sedição de Miriã e Arão (Nm 12:1-10). Quando precisou usar de sua autoridade, fê-lo debaixo da chamada e do senhorio divinos na sua vida, como no episódio da rebelião de Datã, Abirão e Coré (Nm 16).

CONCLUSÃO


Moisés deixou um precioso legado ao seu sucessor Josué. Este não apenas herdou a primazia do poder do Espírito que operava em Moisés, mas foi herdeiro também do seu caráter, de sua integridade e de sua fidelidade ao Senhor. O que os líderes atuais estão deixando para as novas gerações de líderes, para os seus sucessores? O que eles estão fazendo por eles? Ainda são referenciais como Moisés foi para Josué? Qual o nosso legado? Sigamos o exemplo de Moisés a fim de que possamos viver com sabedoria e a agradar a Deus em toda a nossa maneira de viver.

Agradeço sobremaneira a todos que me acompanharam durante este trimestre letivo. Creio que mais firmes estamos em nossa jornada de fé rumo à Terra Prometida. Afirmo novamente, o deserto não é somente momentos difíceis que passamos durante a nossa jornada, não! O deserto é a nossa trajetória, por isso que a nossa jornada não é fácil; é imprescindível  a presença de Deus, do contrário pereceremos; e creio piamente que Sua gloriosa proteção e provisão não se afastarão de nós, se permanecermos firmes nEle. Amém?

“O SENHOR te abençoe e te guarde; o SENHOR faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o SENHOR sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz” (Nm 6:24-26).

--------

Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 57 – CPAD.

Eugene H. Merrill – História de Israel no Antigo Testamento. CPAD.

Paul Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.

Leo G. Cox -  O Livro de Êxodo - Comentário  Bíblico Beacon. CPAD.

Victor P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.

(1) Silas Daniel – Uma jornada de Fé (Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida). CPAD.