2º Trimestre/2017
Texto Base: João 12: 1-11
“Então, Maria, tomando uma libra de unguento de
nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os
seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento” (João 12:3).
INTRODUÇÃO
Nesta Aula, trataremos do
caráter de Maria, irmã de Lázaro, de Betânia. Ela foi uma mulher que honrou
Jesus colocando-o acima de toda e qualquer prioridade. Jesus, costumeiramente,
hospedava-se em sua casa, quando ia a Jerusalém; nessas ocasiões, Maria sempre
queria estar junto aos pés de Jesus para ouvir os seus ensinos (cf. Lc.10:39).
Ela o amava, não apenas de palavras, mas com atitudes. Certa feita, ao ungir os
pés de Jesus com um unguento de boa qualidade e caro, ela demonstrou amar mais
a Jesus do que os bens materiais. Nós temos alegria e prazer em estarmos em sua
presença para adorá-lo pelo que Ele é? Que o nosso amor pelo Senhor seja maior
do que por nossos bens materiais e profissionais.
I. O EXEMPLO
DE MARIA DE BETÂNIA
1. Maria prefere ficar aos pés de Jesus. Maria aparece três vezes
nos evangelhos e em todas as ocasiões estava aos pés de Jesus:
a) para aprender (Lc.10:38, 39) – “E aconteceu que, indo eles de caminho,
entrou numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa. E
tinha esta uma irmã, chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de
Jesus, ouvia a sua palavra”.
b) para chorar (João 11:32,33) – “Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus
estava e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses
aqui, meu irmão não teria morrido.
Jesus, pois, quando a viu chorar e também chorando os judeus que com ela
vinham, moveu-se muito em espírito e perturbou-se”.
c) para agradecer (João
12:1-3) – “Foi, pois, Jesus seis dias antes da Páscoa a Betânia, onde estava
Lázaro, o que falecera e a quem ressuscitara dos mortos. Fizeram-lhe, pois, ali
uma ceia, e Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.
Então, Maria, tomando uma libra [libra romana= 327g] de unguento de nardo puro,
de muito preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos;
e encheu-se a casa do cheiro do unguento”.
Deus se alegra quando nós
demonstramos gratidão a Ele. A gratidão
move o seu coração para nos abençoar e nos encher da sua maravilhosa graça.
Muitos são ingratos a Deus pelos benefícios que Ele lhes deu. A ingratidão é a
filha da soberba. Alguém disse que a ingratidão consiste em esquecer,
desconhecer ou reconhecer mal os benefícios, e se origina da insensibilidade,
do orgulho ou do interesse. Por exemplo, os 10 leprosos foram curados, mas só
um veio agradecer e era samaritano. Alexandre Herculano disse: a ingratidão é o
mais horrendo de todos os pecados.
2. Maria deu prioridade a Jesus. Sempre que Maria tinha
oportunidade de se encontrar com o Senhor Jesus, ela dava toda prioridade a
Ele. O Evangelho, segundo escreveu Lucas, no capítulo 10:38-42, registra que
Jesus, como de costume, hospedou-se na casa de Maria. Ao hospedá-lo, deu toda
prioridade a Ele. Num momento apropriado, Jesus aproveitou para ministrar sua Palavra
naquele lar, e Maria, simplesmente, sentou-se aos seus pés e ouviu atentamente
seus ensinos. Sua irmã Marta, que cuidava dos haveres domésticos, para receber
o hóspede Jesus, se irritou com o fato de que sua irmã não a ajudava nos
preparativos da ceia. Marta queria que o Senhor censurasse sua irmã por sua
falha em ajudá-la, mas Jesus gentilmente reprovou a Marta por sua ansiedade. Naquela
ocasião, Jesus declarou que a decisão de Maria de desfrutar da sua companhia,
de dar prioridade a Ele, era a ação mais adequada; Maria escolhera a boa parte,
a qual não lhe seria tirada (Lc.10:41,42). A "boa parte" que Maria
escolheu foi ouvir e aprender de Jesus, ficar a seus pés, em atitude de reverência
e adoração. Para Maria o Senhor Jesus não era apenas um hóspede, era o Mestre,
o Senhor, o Hóspede. Aproveitar aquele momento era especial para Maria.
O Senhor Jesus estima
nossa afeição acima do serviço. O serviço pode ser manchado com orgulho e presunção.
Ocupar-se com o Senhor é a coisa necessária, aquela “boa parte” que não será
tirada. O Senhor quer converter-nos de Martas em Marias.
“Mesmo que Jesus aprecie
tudo o que empreendemos para Ele, Ele sabe que nossa primeira necessidade é
assentar aos seus pés e aprender sua vontade; assim, nas nossas incumbências
seremos calmos, sossegados e amáveis e, enfim, nosso serviço poderá atingir a
perfeição daquele de Maria, quando mais tarde ela derramou nos pés de Jesus o
unguento, cujo perfume ainda enche o mundo” (Charles R. Erdman).
3. Mais "Martas" do que
"Marias". As "Martas" são o tipo de crente que, além de se deixarem
assoberbar de tarefas, ainda criticam aqueles que buscam mais as coisas de
Deus, as "coisas que são de cima" - as "Marias" (Cl.3:1). No
mundo atual, há muito mais "Martas" do que "Marias"; as mulheres
cristãs têm muito mais coisas para se distraírem, afadigarem-se e ficarem
ansiosas do que tinham na época de Maria de Betânia. Naquela época, muitas
mulheres estiveram sempre ao lado do Senhor Jesus para servi-lo; desde o seu
nascimento, elas o acompanhavam: elas o serviam (cf. João 12:3); elas
contribuíam com suas ofertas (cf. Lc.8:2-3); elas estiveram presentes na sua
morte e também na sua ressurreição (Mt.27:55,56); foi a uma mulher que Jesus
apareceu pela primeira vez após a ressurreição (cf. João 20:15-18). É
difícil destacar uma só mulher que não serviu ao Senhor de forma
desinteressada. A abnegação era uma característica marcante nas mulheres que
serviam ao Senhor Jesus. Infelizmente, hoje, devido ao sistema materialista e
consumista, bem como uma maior expressão do movimento feminista, incentivando
às mulheres a uma presença forte no mercado de trabalho, ocupando postos que
dantes eram exclusivos dos homens, temos tido uma pálida dedicação das mulheres,
de forma desinteressada, no serviço do Senhor Jesus.
Concordo com o Pr.
Elinaldo Renovato, quando afirma que “a
vida moderna exige que a mulher deixe de ser apenas dona de casa, esposa e mãe,
e assuma posições na vida dos estudos e na profissão. Não há nada de errado
nessa realidade, mas o tempo para Deus, o tempo para estar aos pés de Jesus,
ouvindo atenciosamente a sua Palavra é muito mais escasso do que na época de Marta
e Maria. Além dos excessos de atividades em casa, na escola e na igreja, homens
e mulheres estão sendo dominados e até escravizados por redes sociais, por
causa do uso excessivo das tecnologias da informação e da imagem, a ponto de
não haver mais tempo para a maior parte das famílias estar nos cultos de
oração, nos cultos de doutrina e na Escola Bíblica Dominical.
“Se, por parte da família, não houver uma decisão sábia e firme de dar
prioridade às coisas de Deus, em poucos anos, ocorrerá o que aconteceu na
Europa. O Diabo incutirá de vez o materialismo nas escolas, e os filhos serão
dominados pelo ateísmo. As famílias, especialmente os filhos, perderão o
interesse de estar aos pés do Senhor, e a tragédia espiritual será inevitável. É
tempo de seguir o conselho registrado em Eclesiastes: "Tudo tem o seu tempo
determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu" (Ec.3:1).
Notemos que há tempo "para todo o propósito" debaixo do céu; não diz
que há "tempo para tudo". Se quisermos agir como Maria, escolhendo
"a boa parte" - a de estar aos pés do Senhor - precisaremos ter no
coração o propósito de dar prioridade à vida devocional, de ler a Bíblia, de
orar, de ir à igreja, de envolvermo-nos no serviço da Obra do Senhor. O culto
doméstico é a forma mais eficaz de reunir a família para adoração a Deus no lar.
Bastam 20 a 30 minutos, no máximo, para a família louvar a Deus, ler a Bíblia,
pedir orações e orar juntos. Essa simples reunião informal tem sido usada por
Deus para fortalecer a família cristã, livrando-a da desgraça espiritual e
moral que tem destruído grande parte dos lares cristãos”.
II. MARIA, A
MULHER QUE UNGIU O SENHOR
Foi numa época da festa
de Páscoa, a última que Jesus participara. Só restavam seis dias, quando Jesus
sai de Efraim e vai para Betânia. Enquanto em Jerusalém a morte de Jesus está
sendo tramada nos bastidores do poder eclesiástico, em Betânia um jantar está
sendo preparado para honrá-lo no aconchego de um lar. O Sinédrio já havia
decretado que, se alguém soubesse do paradeiro de Jesus, deveria denunciá-lo
(João 11:57), mas, em vez de tratá-lo como um criminoso, os amigos de Jesus em
Betânia lhe preparam uma ceia. Jesus foi recebido para um jantar, mesmo sabendo
da trama do Sinédrio para prendê-lo e matá-lo. Nesse jantar, tanto Marta quanto
Maria demonstram sua devoção a Cristo. Marta expressa sua consideração e
afeição a Jesus mediante os pratos que preparou e colocou à mesa, enquanto Maria
derrama um precioso perfume sobre a cabeça e os pés do seu Senhor. O seu gesto
de amor e adoração foi público, espontâneo, sacrificial, generoso, pessoal e desembaraçado.
Observe que nesse jantar
João apresenta um contraste, não mais entre Maria e Marta, embora as
peculiaridades das duas irmãs ainda estejam em evidência, mas entre Maria e
Judas Iscariotes. A avareza disfarçada de amor aos pobres deste e a oferta
sacrificial daquela estão em flagrante oposição. Aos motivos de Maria
contrapõem-se a falácia e a avareza de Judas, ladrão e traidor. Vejamos alguns
aspectos do belo gesto de Maria:
1. Um gesto de profunda gratidão. Maria, num gesto
generoso de gratidão e amor, quebrou um vaso de alabastro e derramou o
preciosíssimo perfume sobre a cabeça de Jesus. O perfume havia sido extraído do
puro nardo, isto é, das folhas secas de uma planta natural do Himalaia, entre o
Tibete e a Índia, segundo afirmam alguns estudiosos. Pelo fato de a planta
provir de uma região tão remota e ser transportada no lombo de camelos através
de regiões montanhosas, era altamente prestigiada.
2. Maria ofereceu o seu melhor a Jesus, sem se
importar com as regras culturais. Que regras eram estas? Primeiro,
a sociedade esperava que, como mulher, ela estivesse servindo, como estrava
Marta; segundo, tocar os pés de outra
pessoa era considerado algo degradante; terceiro,
Maria não apenas tocou os pés de Jesus, mas também os enxugou com os seus cabelos,
sendo estes a coroa e a glória da mulher naquela época. O gesto de soltar os
cabelos em público era indigno para uma mulher naquele tempo; quarto, o caro perfume que ela derramou
sobre os pés de Jesus era um tesouro que as mulheres guardavam para as suas
próprias bodas. Mesmo quebrando paradigmas, o gesto de Maria, embora censurado
pelos homens, foi enaltecido por Jesus. Isto é o que importa.
3. Foi um gesto sacrificial (João 12:3) - “E, estando ele em Betânia assentado à mesa, em casa de Simão, o leproso,
veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro, com unguento de nardo puro, de
muito preço, e, quebrando o vaso, lho derramou sobre a cabeça”. Segundo
estudiosos, a libra de bálsamo equivalia a uns 327 gramas de perfume. Cada
grama desse perfume excelente valia um denário. O total desse caro unguento
equivalia ao salário de um trabalhador comum durante um ano inteiro. Maria não
deu apenas o seu melhor, mas deu, também, sacrificialmente. Aquele perfume foi
avaliado por Judas em 300 denários (João 12:4,5). Representava o salário de um
ano de trabalho. Judas Isacriotes ficou indignado com Maria e considera seu
gesto um desperdício. Murmura contra ela, dizendo que aquele alto valor deveria
ser dado aos pobres. Interessante, Judas criticou Maria por desperdiçar dinheiro,
enquanto ele desperdiçou a própria vida. O ato de Maria foi maravilhoso,
generoso e atemporal. Alguém disse que “o amor não é calculista; o amor esbanja.
O amor, depois de dar tudo, só lamenta não ter mais para dar”.
4. Maria buscou agradar somente ao Senhor – “Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou
isto” (João 12:7). Maria demonstrou seu amor a Jesus de forma sincera e não
ficou preocupada com a opinião das pessoas à sua volta. Não buscou aprovação ou
aplauso das pessoas à sua volta nem recuou diante das suas críticas. A devoção
de Maria contrasta vivamente com a malignidade dos principais sacerdotes e a
vil traição de Judas.
5. Maria demonstrou amor em tempo oportuno (João
12:7)
– “...para o dia da minha sepultura
guardou isto”. Maria demonstrou o seu amor generoso a Jesus antes de sua
morte e antecipou-se a ungi-lo para a sepultura (Mc.14:8). Outras mulheres,
também, foram ungir o corpo de Jesus, mas, quando chegaram, Ele já não estava
lá, pois havia ressuscitado (cf. Mc.16:1-6). Muitas vezes, demonstramos o nosso
amor tardiamente. A mais eloquente declaração do amor de Davi por seu filho
Absalão ocorreu depois da morte do filho. Absalão sempre quis ouvir isso de seu
pai, mas, quando Davi declarou seu amor a ele, Absalão já não podia mais ouvir.
Muitas vezes, enviamos flores depois que alguém morre, quando a pessoa já não
pode mais sentir seu aroma.
6. Maria foi elogiada pelo Senhor (João 12:7,8). Judas reprovou a
generosidade de Maria, mas Jesus reconheceu a grandeza das intenções do seu
coração agradecido - “Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha
sepultura guardou isto. Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim
nem sempre me tendes”. Jesus chamou o ato de Maria de boa ação (cf. Mc.14:6) e
disse que seu gesto deveria ser contado no mundo inteiro, para que sua memória não
fosse apagada (cf. Mc.14:9).
Jesus disse que os pobres
precisam ser assistidos, mas eles estão sempre entre os homens; Ele, porém,
morreria nessa mesma semana, e apenas Maria discerniu esse fato para honrá-lo
antecipadamente. Jesus não estava dizendo que devemos negligenciar os pobres,
nem estava justificando indiferença para com eles. Jesus estava ratificando o
ato de adoração desinteressada de Maria.
A essência da adoração a
Cristo é considerá-lo com o maior amor, respeito e devoção, bem como estar
disposto a sacrificar por ele aquilo que tivermos de mais precioso. As palavras
de Jesus deviam ter ensinado a judas e aos discípulos que a devoção vale mais
do que os bens materiais. Infelizmente, Judas não deu atenção; logo ele
venderia a vida de seu Mestre por 30 moedas de prata.
III. O
CARÁTER HUMILDE DE MARIA
Maria, irmã de Lázaro,
foi uma das mulheres mais especiais do Novo Testamento. Uma das virtudes que
mais qualificava essa extraordinária mulher era o seu caráter humilde. Essa
qualidade é própria daqueles que sempre estão aos pés do Senhor e se propõem a
ouvir os seus ensinos e servi-lo com amor. Quanto mais a pessoa aprende do
Senhor Jesus, mais ela deixa transparecer essa qualidade, que é própria
daqueles que são filhos de Deus. Todavia, servir a Deus com franqueza e de
forma abnegada não é fácil; há sempre verdugos à espreita para estender os seus
tentáculos no afã de anemiar o ânimo do servo ou da serva de Deus e demovê-lo
de seu propósito. Foi o que tentaram fazer com Maria, irmã de Lázaro. No
momento em que ela servia ao Senhor com liberalidade, com aquilo que ela tinha
de maior valor, os críticos logo apareceram. Eles foram ásperos em suas
críticas, com real intenção de ofender o caráter de Maria. Mas, ela demonstrou
um caráter humilde e fiel a Deus; não arrefeceu do seu intento; ela procurou
agradar ao Seu Senhor, apesar dos críticos, sem nenhuma reação.
Concordo com o Rev.
Hernandes Dias Lopes, quando diz que os críticos são como erva daninha,
florescem em qualquer lugar; são os inimigos de plantão, que sempre estão à
nossa espreita; estão espalhados por toda parte, esperando o momento para nos
machucar sem piedade. Eles estão dentro de casa, nas ruas, no trabalho, na
escola e até na igreja. O objetivo deles é sempre querer nos nivelar à sua
mediocridade. Os críticos são movidos pelo combustível da inveja. O invejoso é
aquele que se sente infeliz por não ser como você, por não ter o que você tem e
por não poder fazer o que você faz. Caim matou Abel por inveja, em vez de
seguir seu exemplo; os irmãos de José tentaram se livrar dele por inveja, em
vez de seguir os seus passos; os fariseus, por inveja de Jesus, preferiram
persegui-lo a seguir os seus ensinos; os algozes de Estêvão, o primeiro mártir
da Igreja, o apedrejaram porque não podiam ser o que ele era – ele era cheio do
Espírito Santo; não podiam fazer o que ele fazia - prodígios e maravilhas. Os
críticos de Maria: Marta, sua irmã; os seus discípulos, com destaque para Judas
Iscariotes.
- Marta. Ela reclamou a Jesus que Maria deveria sair de sua presença para
ajudá-la nas tarefas domésticas. Maria, porém, não revidou, não disse nada, não
criticou a atitude de sua irmã. Ficou em silêncio, e deixou Jesus falar. Ela
revelou um profundo senso de valor diante do Mestre, considerando maior prioridade
ouvir seus valiosos ensinos. E foi compensada por Jesus, que a defendeu dizendo
que ela escolhera "a boa parte, a qual não lhe será tirada"
(Lc.10:42).
- Seus discípulos (cf. Mc.14:4,5) – “E alguns houve que em si mesmos se indignaram e disseram: Para que se
fez este desperdício de unguento? Porque podia vender-se por mais de trezentos
dinheiros e dá-lo aos pobres. E bramavam contra ela”. Judas e os demais
discípulos ficaram indignados com Maria, considerando o seu gesto de amor a
Jesus um desperdício. Eles culparam Maria de ser perdulária (desperdiçadora,
gastadora) e de administrar mal os recursos. Eles murmuraram contra ela,
dizendo que aquele alto valor deveria ser dado aos pobres (é a tese do
politicamente correto). Eles usaram a lógica para interromper uma atitude de
gratidão a Deus. Qual é lógica? Cuidar dos pobres. Eles usaram o chamado
politicamente correto para interromper um ato de adoração, devoção e gratidão a
Deus. Isso acontece, também, nos dias de hoje. Precisamos estar preparados para
esse tipo de atitudes por parte dos cessacionistas de plantão, tanto internos
como externos. Todavia, naquele momento, nada, nem mesmo as críticas mais
ferrenhas poderiam impedir Maria de demonstrar o seu grande amor, devoção e
gratidão ao Senhor Jesus. Ela rompeu a barreira dos tabus e demonstrou com
coragem a sua devoção a Jesus. A devoção de Maria se destaca em vivo contraste
com a malignidade dos principais dos sacerdotes e a vil traição de Judas. Ela
ficou silente, não reagiu, diante dos críticos. Ela usou a arma mais poderosa
de seu caráter: a humildade. Recebeu por isso um elogio estridente do Senhor: “Jesus, porém, disse: Deixai-a, para que a
molestais? Ela fez-me boa obra” (Mc.14:6). Você está pronto para servir a Deus
com sinceridade e liberalidade diante das críticas? Você é capaz de suportar
com humildade as críticas, porque você é fiel ao Senhor?
CONCLUSÃO
O ato de Maria expressou
a sua devoção e seu amor profundo pelo Senhor Jesus. Qual o tamanho de nossa
gratidão a Jesus pelos benefícios que Ele nos tem feito: vida eterna, provisão
diária; livramentos; privilégio de sermos filhos de Deus? Muitos estão perdendo
a oportunidade de expressar gratidão ao Senhor. Não percamos a oportunidade de
expressarmos a Deus o nosso amor e fidelidade a Ele. Maria ofereceu a Jesus um
ato sacrifical, pois o seu unguento era muito caro; o leproso lembrou de
oferecer a Jesus um belo jantar, em gratidão pela cura que Jesus lhe tinha
feito. E nós? O que temos para oferecê-lo? Pense nisso!
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Luciano
de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) -
William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 70. CPAD.
Pr. Elinaldo Renovato de Lima. O caráter do Cristão.
CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. João – As glórias do
Filho de Deus.