sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - 1º TRIMESTRE DE 2014


 

No 1º Trimestre de 2014 estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “Uma Jornada de Fé – A formação do povo de Israel e sua herança espiritual”. As lições serão comentadas pelo pastor e mestre Antônio Gilberto, e estão distribuídas sob os seguintes títulos:

Lição 1 – O livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no Egito.

Lição 2 – Um Libertador para Israel.

Lição 3 – As Pragas Divinas e as Propostas Ardilosas de Faraó.

Lição 4 – A Celebração da Primeira Páscoa.

Lição 5 – A Travessia do Mar Vermelho.

Lição 6 – A Peregrinação de Israel no Deserto até o Sinai.

Lição 7 – Os Dez Mandamentos do SENHOR.

Lição 8 – Moisés - Sua Liderança e Seus Auxiliares.

Lição 9 – Um Lugar de Adoração a DEUS no Deserto.

Lição 10 – As Leis Civis Entregues por Moisés aos Israelitas.

Lição 11 – DEUS Escolheu Arão e Seus Filhos para o Sacerdócio.

Lição 12 – A Consagração dos Sacerdotes.

Lição 13 – O Legado de Moisés.


UMA ANÁLISE PRELIMINAR

1. Introdução

Ao longo deste trimestre teremos a oportunidade ímpar de estudar o livro de Êxodo. Segundo Eugene H. Merrill, o Êxodo é o evento teológico mais expressivo do Antigo Testamento, porque mostra a magnificente ação de Deus em favor de Seu povo, uma ação que os conduziu da escravidão à liberdade, da fragmentação à unidade, de um povo com uma promessa - os hebreus - à uma nação estabelecida – Israel.

Êxodo é uma palavra grega que significa “partida”, “saída”. O livro descreve a libertação e saída dos israelitas do Egito, a sua jornada até o Monte Sinai, e os eventos que ocorreram durante o tempo em que permaneceram ali.

O patriarca Jacó havia levado a sua família para o Egito, a fim de fugir da grande fome (Gn 46:1-27). Quando os hicsos invadiram o Egito e ganharam poder político, os descendentes de Jacó foram forçados à escravidão (Ex 1:8,10). Os hicsos nunca foram numerosos, de modo que a nação de Israel, em crescimento representava uma ameaça para eles (Ex 1:9). Esta ameaça acabou fazendo com que os governantes hicsos escravizassem os hebreus. Quando, posteriormente, os hicsos foram expulsos, todo o ódio que os egípcios nativos sentiam pelos estrangeiros concentrou-se nos hebreus. Como os egípcios também temiam que os israelitas se tornassem excessivamente numerosos, tornaram a escravidão israelita mais dura (Ex 1:13), e tentaram controlar a população matando os bebês do sexo masculino (cf Ex 1:17-20).

Apesar de tudo isso, os descendentes de Israel cresceram, passando de uma família de setenta pessoas (cf Gn 46:26,27) a uma nação de aproximadamente dois milhões de pessoas (com base na estimativa de seiscentos mil varões com idade superior a 20 anos, Ex 12:37). A ênfase principal do livro de Gênesis estava na família de Abraão, mas Êxodo concentra-se no desenvolvimento da nação de Israel. (1)

2. O Tema principal do Livro de Êxodo (2)

O Tema principal do Livro de Êxodo é a Redenção. A libertação e a saída dos filhos de Israel da escravidão no Egito eram um tipo de toda a redenção, e Moisés, que os liderou, era um tipo de Cristo.

3. Propósito e mensagem do livro (3)

O Livro de Êxodo relata como a família escolhida em Gênesis veio a ser uma nação. Registra os dois acontecimentos transcendentes da história de Israel: o livramento do Egito e a entrega do pacto da lei no Sinai. O livramento do Egito possibilitava o nascimento da nação; o pacto da lei modelava o caráter da nação a fim de que fosse um povo santo.

O Livro descreve, em parte, o desenvolvimento do antigo concerto com Abraão. As promessas que este recebeu de Deus incluíam um território próprio, uma descendência numerosa que chegaria a ser uma nação e bênção para todos os povos por meio de Abraão e sua descendência. Primeiro, Deus multiplica seu povo no Egito, depois, o livra da escravidão, e a seguir, o constitui uma nação.

Êxodo é um Livro de redenção. O Redentor Javé não somente livra seu povo da servidão egípcia mediante seu poder manifesto nas pragas, mas também o redime por sangue, simbolizado no cordeiro pascoal. A Páscoa ocupa lugar central na revelação de Deus a seu povo, tanto no Antigo Pacto como no Novo, pois o cordeiro pascal é símbolo profético do sacrifício de Cristo. Por isso a festa da páscoa converteu-se na comemoração de nossa redenção (Lc 22:7-20).

O Senhor provê para seu povo redimido tudo de que ele necessita espiritualmente: os israelitas precisam de uma revelação do caráter de Deus e da norma de conduta que ele exige; Ele lhes dá a lei, mas também faz aliança com eles, estabelecendo uma relação incomparável e fazendo-os seu especial tesouro. Os hebreus, acusados de pecado pela lei, necessitam de purificação, e o Senhor lhes proporciona um sistema de sacrifícios. Necessitam aproximar-se de Deus e prestar-lhe culto, e Deus lhes dá o tabernáculo e ordena um sacerdócio. Tudo isso tem a finalidade divina de que sejam uma nação santa e um reino de sacerdotes.

Êxodo lança luz sobre o caráter de Deus. No livramento de seu povo, vê-se que Ele é misericordioso e poderoso. A lei revela que ele é Santo; o Tabernáculo revela que Ele é acessível mediante sacrifício aceitável.

É evidente o paralelo entre o livramento dos escravos israelitas e um maior êxodo espiritual efetuado pela obra e Pessoa de Jesus Cristo. O Egito vem a ser um símbolo do mundo pecaminoso; os egípcios, símbolo de pecadores escravizados; Moisés simboliza o redentor divino que livra seu povo mediante poder e Sangue e o conduz à Terra Prometida.

4. Estrutura do Livro de Êxodo (4)

Na história hebraica, o conteúdo do Livro de Êxodo é representado por meio de três montanhas altas e um vale: o livramento do Egito, a concessão da lei e a revelação do plano do Tabernáculo; o vale sombrio é o episódio do bezerro de ouro. A estrutura do Livro é disposta assim:

I. Israel é libertado (Ex 1.1—15.21)

a) Deus suscita um líder (Ex 1—4).

b) O conflito com Faraó (Ex 5 — 11).

c) Israel sai do Egito (Ex 12.1—15.21).

II. Israel vai para o Sinai (Ex 15.22—18.27)

a) Provações no deserto (Ex 15.22—17.16).

b) Jetro visita Moisés (Ex 18).

III. Israel no Sinai (Ex 19 — 40)

a) O pacto da lei (Ex 19 — 24).

b) O pacto violado c renovado (Ex 31.18—34.35).

c) O Tabernáculo (Ex 25.1—31.17; 35.1—40.38).

5. Uma análise superficial da 18ª Dinastia do Egito (5)

Dinastias do Egito
18ª Dinastia (a.C.)
Amósis
1570-1546
Amenotepe I
1546-1526
Tutmose I
1526-1512
Ttmose II
1512-1504
Hatchepsute
1503-1483
Tutmose III
1504-1450
Amenotepe II
1450-1425
Tutmose IV
1425-1417
Amenotepe III
1417-1370
Amenotepe IV (Akhenaten)
1379-1362
Semenca
1364-1361
Tutankamon
1361-1352
Ai
1352-1348
Horembeb
1348-1320
19ª Dinastia (a.C.)
Ramsés I
1320-1318
Setos I
1318-1304
Ramsés II
1304-1236
Merneptah
1236-1223
Fonte: Eugene H. Merrill – História de Israel no Antigo Testamento.CPAD

Eugene H. Merrill diz que, de acordo com a data tradicional, a 18ª Dinastia forma o quadro da época em que o êxodo aconteceu.

A décima oitava dinastia foi fundada por Amósis, o responsável pela expulsão dos hicsos. É bem provável ter sido ele o que está descrito em Êxodo como o novo rei que não conhecia José (Êx 1:8). Isto não sugere que ele não tenha conhecido José pessoalmente, mas apenas que sua benevolência não mais se estendia aos descendentes de José - os hebreus. Ele havia, afinal, expulsado os hicsos, um povo bastante aparentado aos hebreus, e pode ter ficado receoso de que a rápida multiplicação destes pudesse se constituir numa séria ameaça ao seu recente governo e autoridade.

Ele ou seu sucessor, Amenotepe I (1546 - 1526), foi o responsável pela política repressiva que se seguiu naqueles dias. Isto incluía a redução dos hebreus à escravidão com trabalhos forçados em projetos de construções públicas (Ex 1:11-14), um plano que foi igualmente implementado por Amósis. Quando tal projeto fracassou, seguiu-se um decreto promulgando o genocídio de todos os machos hebreus que nascessem (Êx 1:15,16). Esse decreto pode ter sido emitido por Amenotepe ou, o que é mais provável, por Tutmose I.

Amenotepe foi sucedido por Tutmose I (1526-1512), um plebeu que tinha se casado com a irmã do rei. Provavelmente foi ele o autor do decreto que ordenou o infanticídio, pois enquanto Moisés estava em iminente perigo de morrer, Arão, que havia nascido três anos antes (Ex 7:7), parece ter estado isento. Não seria difícil admitir que o Faraó que promulgou essa política deve ter subido ao trono após o nascimento de Arão e antes do nascimento de Moisés. Nesse caso, a evidência bíblica aponta diretamente para Tutmose I.

Tutmose II (1512-1504) casou-se com Hatchepsute, sua meia-irmã mais velha. Ele morreu jovem sob circunstâncias bastante misteriosas. Sentindo que se aproximava da morte, ordenou a nomeação de Tutmose III (1504-1450) como seu co-regente e herdeiro. Esse governante que, sem dúvida, foi o mais ilustre e poderoso dentre os que viveram no Novo Reino, distinguiu-se de várias maneiras. Seus primeiros anos não foram muito promissores - era filho de uma concubina e tinha se casado com sua meia-irmã, filha de Hatchepsute e Tutmose II - mas por fim veio a obter notáveis vitórias nas terras ao seu redor, que incluíram nada menos que 16 campanhas à Palestina. Porém, os primeiros 20 anos de seu reino foram dominados por sua poderosa madrasta, Hatchepsute. Embora proibida pela cultura de se tornar Faraó, ela de fato agia como tal e, em todos os critérios, pode ser considerada a pessoa de maior fascínio e influência da história egípcia. Sem dúvida, nos primeiros anos de Tutmose III, foi Hatchepsute quem ditou as resoluções, um relacionamento que decerto ele detestava, mas encontrava-se impotente para se opor. Somente após a morte da madrasta, Tutmose III demonstrou toda repugnância que sentia por ela, mandando extinguir toda e quaisquer inscrições ou monumentos em sua homenagem.

O quadro geral de Hatchepsute leva-nos a identificá-la como a ousada filha do Faraó que resgatou Moisés. Somente ela dentre todas as demais mulheres de sua época seria capaz de ir contra uma ordem do Faraó, bem diante dele. Embora a data de seu nascimento seja desconhecida, ela provavelmente era vários anos mais velha do que seu marido, Tutmose II, que morrera em 1504, bem próximo de seus 30 anos. Ela devia estar no início de sua adolescência, por volta de 1526, data do nascimento de Moisés e, portanto, com condições de agir em favor de sua libertação.

Tutmose III era menor de idade quando assumiu o poder em 1504 e mais novo que Moisés. Se, de fato, Moisés foi filho de criação de Hatchepsute, há probabilidade de haver ele sido uma forte ameaça ao jovem Tutmose III, visto que Hatchepsute não tinha filhos naturais. Isso significa que Moisés era um candidato a ser Faraó, tendo apenas como obstáculo sua origem semítica. Parece-nos que houve uma real animosidade entre Moisés e o Faraó. Isto fica claro em virtude de Moisés, após matar um egípcio, ter sido forçado a fugir para salvar a vida. O fato de ter o próprio Faraó considerado a questão - que, em outra situação, seria pouco relevante - sugere que este Faraó especificamente tinha interesses pessoais em se livrar de Moisés. O exílio auto-imposto por Moisés ocorreu em 1486, quando ele tinha 40 anos de idade (At 7:23). Tutmose III já estava no poder havia 18 anos; e a idosa Hatchepsute, que faleceria três anos mais tarde, não tinha mais condições de interditar a vontade de seu enteado/sobrinho.

Durante longos quarenta anos, Moisés permaneceu fugitivo do Egito, tendo se abrigado entre os midianitas do Sinai e da Arábia. Uma das razões para tão longo exílio foi justamente o fato de continuar a viver e reinar o Faraó de quem Moisés havia escapado. Somente após sua morte, Moisés sentiu-se livre para retornar ao Egito (Êx 2:23; 4:19). Tutmose III morreu em 1450 e foi sucedido por seu filho Amenotepe II (1450-1425). Segundo os padrões cronológicos aceitáveis nesta discussão, era este Amenotepe quem reinava na ocasião do Êxodo.

Antes de deixarmos Tutmose III, é essencial notarmos que o relato bíblico requer um reinado de quase 40 anos para o Faraó que perseguiu a vida de Moisés, porquanto o rei que morreu no fim dos anos do exílio de Moisés em Midiã era claramente o mesmo que o havia ameaçado quase 40 anos antes. Dentre todos os reis da 18ª Dinastia, somente Tutmose III teve um reino tão longo. De fato, ele é o único governante que, em todo período durante o qual o Êxodo poderia ter ocorrido, reinou tanto tempo - com exceção de Ramsés II (1304-1236). Mas Ramsés, o Faraó preferido pela maioria dos estudiosos, é geralmente associado ao Faraó do Êxodo, não ao Faraó cuja morte possibilitou o retorno de Moisés ao Egito. Caso a morte de Ramsés houvesse trazido Moisés de volta ao Egito, o Êxodo deveria ter ocorrido após 1236, uma data muito tarde para ser satisfatória.

6. Data do Êxodo

Não há dúvida alguma de que os israelitas saíram do Egito no lapso compreendido entre 1450 e 1220 a.C. Israel já estava radicado em Canaã no ano de 1220 a.C., pois um monumento levantado pelo Faraó Mereptá faz alusão ao combate entre egípcios  e israelitas na Palestina, naquela data.

Evidência bíblica interna (6)

O ano de 1446 já foi proposto como a data do Êxodo. Sobre esta base cronológica desenvolvemos nossa discussão a respeito dos reis hicsos, do Novo Império, e das narrativas de José. Visto que a integridade de nossa posição depende exclusivamente de uma data mais anterior, em vez de uma outra mais recente que tem sido defendida pela maioria dos estudiosos, torna-se então vital que apresentemos uma defesa contundente em favor da data mais antiga.

Há duas datas bíblicas principais que tocam diretamente a questão do Êxodo:

- A primeira delas se encontra em 1Reis 6:1, onde está escrito que o Êxodo precedeu a fundação do Templo de Salomão em 480 anos. Levando em consideração que Salomão deu início à construção do Templo em 966 a.C., podemos concluir que o Êxodo aconteceu em 1446. Mas, por uma série de razões, essa data é quase universalmente rejeitada em favor de uma data mais recente, mais ou menos por volta do século XIII (1260). Para conciliar o fato a uma data mais recente, a cifra 480 não deve ser considerada literalmente, mas deve ser vista como uma forma misteriosa de descrever 12 gerações (sendo quarenta anos, como dizem, uma geração ideal). Entretanto, visto que uma geração na verdade está mais perto dos 25 anos, o período entre o Êxodo e as obras iniciais do Templo é estimado em 300 (25 x 12) anos, o que sugere aproximadamente o ano 1266 para o Êxodo. Se fosse possível comprovar que a antiga cronologia israelita (ou qualquer outra) assim fazia os cálculos, e que 1Reis 6:1 é um exemplo da aplicação de tal método, o caso pareceria estar solucionado. Infelizmente não há provas. A inevitável conclusão é que uma redução de 480 para 300 anos, a fim de satisfazer algumas conclusões subjetivas, torna-se um exemplo de apelação indigno de qualquer historiador ou estudioso da Bíblia. Certamente o ônus da prova recairá sobre os críticos que preterirem considerar os dados dos historiadores bíblicos de forma não literal.

- A segunda prova em defesa do ano 1446 aparece em uma mensagem do juiz Jefté aos seus inimigos amonitas. Jefté afirmou não ter eles razão para qualquer hostilidade contra Israel, uma vez que durante os 300 anos após a vitória de Israel sobre Seom, os amonitas nunca haviam contestado os direitos de Israel sobre a Transjordânia. Uma simples leitura desse longo memorando (Jz 11:15-27) deixa claro que Jefté se referia ao período da história de Israel pouco antes da conquista, que ocorreu cerca de 40 anos após o Êxodo. A vitória de Israel sobre os amonitas ocorreu por volta de 1100 a.C., uma data largamente reconhecida. Neste caso, Jefté se referia a acontecimentos que haviam ocorrido perto de 1400 a.C.

Está claro que o número 300 não pode representar gerações ideais, com resultados satisfatórios (isto é, 300 não é divisível por 40). Logo, os proponentes de uma data mais recente para o Êxodo são forçados a utilizar novos métodos de cálculo. Tipicamente eles postulam a conquista em duas etapas, afirmando que Jefté não se referia à conquista israelita como uma confederação das 12 tribos, mas a uma anterior, uma ocupação "pré-êxodo" da Transjordânia por uma tribo, ou tribos, que somente mais tarde associou-se àquelas poucas tribos de Israel que possuíam a tradição do Êxodo. A conquista da Transjordânia, segundo esta recriação da história do Antigo Testamento, precedeu a conquista de Canaã por mais ou menos um século. Além disso, Jefté inequivocamente referia-se aos conquistadores de Seom como os israelitas que tinham saído do Egito (Jz 11:13,16). Portanto, a menos que se desconsidere a própria evidência interna, a data de 1446 para o Êxodo permanece de pé.

Além dos dados cronológicos bastante específicos, o Antigo Testamento fornece uma descrição suficiente do Êxodo e seu período antecedente, confirmando uma data mais antiga para o evento. Já foi exposto que a história de Moisés melhor se adapta às datas e circunstâncias da 18ª Dinastia do Egito. Se aceitarmos a data mais recente para o Êxodo, a qual sempre está associada a Ramsés II, será preciso desconsiderar todo o testemunho bíblico. Moisés não voltou ao Egito até que aquele Faraó - que antes tentou tirar-lhe a vida - estivesse morto. O retorno de Moisés da terra de Midiã foi postergado por aproximadamente 40 anos; logo, o rei em questão deve ser alguém que reinou, no mínimo, por este período de tempo. Na 19ª Dinastia, somente Ramsés II - que reinou de 1304 a 1236 - satisfaz este requisito, porém ele não pode ser o Faraó do Êxodo, porque este foi sucessor de um outro que havia tido um reinado de longa duração.

A data mais recente exige que Merneptah (1236-1223) tenha sido o rei durante a humilhação no Êxodo. Porém, ainda que tal evento tivesse ocorrido em seu primeiro ano como Faraó, a jornada de 40 anos no deserto dataria o início da conquista em 1196. Os juízes de Israel devem então ser reunidos no período desde o início de sua administração (cerca de 40 anos após do início da conquista - 1156) até a morte de Sansão, o último juiz (com exceção de Samuel, que viveu também sob a monarquia), por volta de 1084. Nenhuma manipulação das evidências consegue espremer os longos anos do governo dos juízes em 70 ou 100 anos. Além disso, o próprio Merneptah liderou uma campanha em Canaã no seu quinto ano (1231), durante a qual ele afirmou ter encontrado e vencido Israel. Obviamente é impossível que Israel, num espaço de apenas cinco anos, tivesse escapado do Egito, parado no monte Sinai, peregrinado no deserto, conquistado Seom e Ogue, entrado em Canaã e, finalmente, por lá ter se estabelecido. Os que advogam uma data mais recente precisam desconsiderar todo método historiográfico, e reinterpretar o único documento genuíno - o Antigo Testamento.

6. Data do Nascimento de Moisés (7)

Admitindo a data de 1446 a.C. para o Êxodo, podemos determinar a data do nascimento de Moisés, um fato de elevada importância nesta conjuntura. O Antigo Testamento informa que Moisés tinha a idade de 80 anos pouco antes do Êxodo (Êx 7:7), e 120 anos na sua morte (Dt 34:7). Visto que sua morte ocorreu bem no fim do período do deserto, podemos datá-la em 1406. Um simples cálculo então fornece o ano 1526 para o seu nascimento. Por conseguinte, Moisés nasceu no mesmo ano da morte do Faraó Amenotepe. É preciso enfatizar que não se pode esperar uma absoluta precisão, mas nossas datas para a cronologia do Novo Reinado, assim como todas as datas que usamos, são as mesmas utilizadas pelo Cambridge Ancient History, uma publicação lançada por estudiosos imparciais, reconhecidos academicamente como autoridades da mais alta confiabilidade. Quaisquer ajustes nas datas que aumentem ou diminuam alguns anos em nada afetarão as conclusões aqui propostas.

7. O Faraó do Êxodo (8)

Quando finalmente Moisés retornou ao Egito, ele e seu irmão Arão começaram a negociar com o novo rei, Amenotepe II, a respeito de uma permissão para Israel deixar o Egito com o propósito de adorar a Jeová e, enfim, deixar o país definitivamente. Este poderoso rei conduziu uma campanha em Canaã em seu terceiro ano (aprox. 1450) e uma outra em seu sétimo ano, provavelmente em 1446, coincidindo com a tradicional data do Êxodo. Não é difícil imaginar que a dizimação do exército de Faraó no mar de Juncos pode ter ocorrido após essa sétima campanha e que, após tamanha desmoralização, um total desinteresse por uma aventura imediata se abateu sobre o reino, especialmente para o norte.

Nossa identificação de Amenotepe II como o Faraó do Êxodo está baseada em duas outras considerações. Em primeiro lugar, embora a maioria dos reis da 18ª Dinastia tenha estabelecido sua principal residência em Tebas, bem ao sul dos israelitas no Delta, Amenotepe morava em Mênfis e, aparentemente, reinou daquele local por um bom tempo. Isto o colocava em grande proximidade com a terra de Gósen, fazendo-o bastante acessível a Moisés e Arão. Em segundo lugar, evidências sugerem que o governo de Amenotepe não passou para seu filho mais velho, mas para o caçula Tutmose IV. Esta é uma informação subentendida na chamada "estela do sonho", que foi encontrada na base da Grande Esfinge perto de Mênfis.

O texto, que registra um sonho no qual Tutmose IV recebeu a promessa de que um dia viria a ser rei, sugere, como diz um historiador, que o seu reino sucedeu "mediante uma imprevista mudança no destino, como a morte prematura do irmão mais velho". É claro que isto é praticamente impossível de se provar, mas também não há como deixar de especular se tal morte prematura não tenha ocorrido por intermédio do juízo de Jeová que, na décima praga, matou todos os primogênitos do Egito que estavam sem a proteção do sangue da Páscoa, “... desde o primogênito de Faraó, que se sentava em seu trono, até o primogênito do cativo que estava no cárcere..." (Êx 12.29).

CONCLUSÃO


Deus não chamou o povo de Israel para exercer um papel hegemônico e imperialista sobre as demais nações. A promessa dEle a Abraão foi de que através da descendência do patriarca todas as famílias da Terra seriam benditas (Gn 12:3). Justamente por isso, Deus disse a Moisés que, uma vez que toda, a Terra era propriedade dEle, se os israelitas ouvissem a sua divina voz e guardassem a sua aliança, eles seriam um reino de sacerdotes e uma nação santa (Ex 19:5,6). Como se sabe, Israel não entendeu esse papel a ser desempenhado e confundiu responsabilidade com privilégio, representatividade com regalia e bondade divina com mérito pessoal. O resultado foi o cativeiro e o desterro.

Não obstante a falha do povo escolhido, Paulo diz que "tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti”(Gl 3:8). Todos os que, pela fé, creem no Evangelho, são filhos de Deus e descendentes do crente Abraão: “Não há mais diferença entre judeus e grego, entre escravo e homem livre, entre homem e mulher, pois todos vocês são um só em Jesus Cristo. E se vocês pertencem a Cristo, então vocês são de fato a descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa" (Gl 3:28,29). Contudo é preciso advertir, não significa privilégios, mas responsabilidades; não visa uma teologia da substituição, mas um dever sacerdotal. Como afirma o apóstolo Pedro: "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia" (1Pe 2:9,10). (9)

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(1)  Eugene H. Merrill – História de Israel no Antigo Testamento. CPAD.

(2) ibid

(3)  Paul Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.

(4) Ibid

(5) Eugene H. Merrill – História de Israel no Antigo Testamento. CPAD.

(6) Ibid

(7) Ibid

(8) Ibid

(9) Pr. César Moisés Carvalho - Ensinador Cristão. CPAD.

 

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Aula 13 – TEMA A DEUS EM TODO TEMPO


4º Trimestre/2013

 

Texto Básico: Ec 12:1-14

 

“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem” (Ec 12:13).

 

INTRODUÇÃO

Mais um ano letivo se finda. Não poderia terminar melhor sem o estudo dos livros de Provérbios e Eclesiastes. Neste 4º trimestre tivemos momentos de grandes reflexões acerca da vida nossa de cada dia. O capítulo 12 do livro de Eclesiastes encerra as reflexões de Salomão a respeito da vida, e este é o final do discurso: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau (Ec 12:13,14). Todo o livro de Eclesiastes deve ser interpretado conforme o contexto destes versículos. Salomão reconhece que a vida é passageira. Tiago a compara a um “vapor que aparece por um pouco e depois desvanece" (Tg 4:14). Ela é muito breve, por isso precisamos vivê-la de modo completo, isto é, temendo a Deus e obedecendo aos seus mandamentos, certo de que todos seremos um Dia julgados.

1. “TEME A DEUS” EM TODO TEMPO. Temer a Deus é reconhecer nossas limitações e a grandeza do nosso Criador. O Livro de Eclesiastes ordena cinco vezes que o homem tema a Deus (Ec 3:14; 5:7;7:18; 8:12,13; 12:13), reconheça quem é Ele e responda de forma adequada em adoração, reverência, amor, confiança e obediência.

O temor a Deus é o princípio da sabedoria e da vida abundante. Quem teme a Deus vive todas as fases da vida de modo a agradar a Deus. Desperdiçar qualquer fase da vida, longe de Deus, é suicídio espiritual.

Ser temente a Deus não é ter medo de Deus, mas, muito pelo contrário, ter respeito a Deus, comportar-se de modo que se reconheça que Deus é o Senhor e que nós somos apenas Seus servos.

Ser temente a Deus é reconhecer que Deus deve guiar nossos passos e que nós devemos obedecer-lhe, simplesmente porque Ele é o Senhor. Aqui repousa, aliás, a própria moralidade do servo do Senhor. Fazemos ou deixamos de fazer algo não porque tenhamos medo de Deus, mas porque reconhecemos que Ele é o Senhor e que a Ele cabe ordenar os homens sobre o que deve ser feito ou não.

Ser temente a Deus é ser dependente de Deus, é negar o convite feito pelo inimigo de sermos auto-suficientes e de querermos ser "pequenos deuses", dizendo, para nós mesmos, o que é certo ou o que é errado, exatamente a mensagem satânica que está sendo disseminada no mundo, atualmente sob a roupagem do movimento Nova Era.

A Bíblia diz que o temor do Senhor é o princípio da ciência (Pv 1:7), é o princípio da sabedoria (Sl 111:10).

Jó era temente a Deus, reconhecia em Deus o senhorio sobre o universo e sobre a sua vida e, por isso, aborrecia o mal (Pv 8:13). É no temor de Deus que Jó depositava a sua confiança (Jó 4:6), não sendo diferente conosco nestes dias(Pv 14:26), pois, ao temermos a Deus, sabemos que Ele é soberano e, portanto, reina antes da fundação do mundo, tendo, pois, o absoluto controle sobre todas as coisas, o que nos deixa tranquilos quanto à Sua bênção sobre nós e o cumprimento de Suas promessas a nosso respeito.

Só poderemos alcançar a pureza se tivermos o temor do Senhor, pois só Ele é limpo (Sl 19:9). Não temer a Deus é ser ímpio e, portanto, sem qualquer parte com o Senhor e com a vida eterna (Sl 36:1; Rm 3:12-18).

2. “E GUARDA OS SEUS MANDAMENTOS”.  O mandamento divino é constituído de princípios eternos e, para o nosso próprio bem, temos de observá-los e acatá-los integralmente fazendo tudo quanto o Criador requer de nós, pois esta é a vontade de Deus – “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados” (1João 5:3).

Existem cristãos que não apreciam o ensino bíblico, declarando que só o amor é importante, como se o cristianismo fosse algo para viver em superficialidade. Observemos que Jesus ordenou, em primeiro lugar, a obediência aos seus mandamentos, como prova de nosso amor para com Ele: “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos”(Jo 14:15). Verificamos pelas Escrituras que o valor que damos a seu ensino, mostra o relacionamento que temos com Ele: “E aquele que guarda os seus mandamentos nele está, e ele nele”(1Jo 3:24). Estar nEle garante plena confiança, permite que O sirvamos, que prossigamos no caminho com autenticidade. Estar firmado nEle é um fator de estabilidade na vida cristã.

Guardar os mandamentos de Deus é guardar a sua Palavra. Desobedecer aos seus mandamentos é não obedecer à Sua Palavra. Não obedecer à Palavra de Deus de forma consciente e deliberada peca contra o Espirito Santo. Uma menção bíblica explícita a respeito deste pecado contra o Espírito Santo é encontrada no sermão inspirado de Estevão, o primeiro mártir da Igreja. Em At 7:51, em meio àquela multidão enfurecida de judeus que o haviam levado ao Sinédrio, Estevão acusa os israelitas de cometerem o pecado de resistência contra o Espírito Santo: “Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo, assim vós sois como vossos pais”. Estamos, portanto, neste caso, diante de um pecado contra o Espírito Santo. Pelo que podemos verificar, a resistência ao Espírito Santo caracteriza-se por ser uma rejeição de obediência à Palavra de Deus. Conforme nos dá conta Estevão, o povo de Israel cometera este pecado e, por isso, havia rejeitado a Jesus, o seu Messias, porque haviam se recusado a ouvir a Palavra de Deus, a obedecer aos mandamentos divinos, tornando-se “incircuncisos de coração e de ouvido”, “homens de dura cerviz”. Jesus declarou: “Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos” (Mt 19:17).

3. “PORQUE ESTE É O DEVER DE TODO HOMEM”. “Dever” é algo que está acima da minha vontade ou desejos. Posso não gostar de remédios, mas para o bem da minha saúde, preciso tomar o medicamento receitado. Posso não ter a mínima vontade de pagar impostos, mas se não o fizer, vou arcar com as consequências. Se Deus mandou devemos obedecer. No original, essa frase está expressa assim: “isso é tudo do homem”. Isto sugere que sem um relacionamento correto com Deus o homem não se realiza, nem se entende; não compreende seu mundo, nem a sua razão de existir.

4. AGUARDANDO O JULGAMENTO – “Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau”. A mensagem final do Livro de Eclesiastes faz-nos lembrar de uma verdade solene e inabalável: a prestação de contas do ser humano perante Deus, por todos os seus atos. O Senhor julgará a todos nós, crentes e incrédulos, isto é, todos os nossos atos, bons e maus.

Deus julgará cada pessoa (Hb 9:27). Esse julgamento será de acordo com a Palavra que Deus revelou através de seu Filho – “Quem me rejeitar a mim e não receber as minhas palavras já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último Dia” (João 12:48). 

O Novo Testamento menciona sete categorias de Julgamentos definitivos:

a) Julgamento da Igreja (2Co 5:10). O julgamento da Igreja é o chamado “Tribunal de Cristo”, que ocorrerá logo após o arrebatamento, antes das Bodas do Cordeiro. Acontecerá nas regiões celestiais. Neste tribunal, os crentes serão julgados pelas obras que tiverem feito por meio do corpo, ou bem, ou mal (Rm 14:10; 2Co 5:10). Os critérios do julgamento e o seu tratamento são descritos em 1Co 3:12-15.

b) Julgamento de Israel (Ez 20:34-38;Ml 3:2-5). O segundo julgamento é o julgamento de Israel, o povo escolhido de Deus. A Grande Tribulação será o instante em que Deus tratará com a nação israelita e, ao término da Grande Tribulação, Deus terá provado este povo e só o remanescente será salvo (Rm 9:27).

c) O Juízo sobre o Anticristo e o Falso profeta. Assim está narrado o fim do Anticristo e do Falso profeta: "E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e enxofre" (Ap 19.20). Portanto, o Anticristo e o Falso profeta, na batalha do Armagedon, serão aniquilados pela espada que sai da boca de Cristo (isto é, por sua Palavra), e serão lançados vivos no lago de fogo e enxofre, que é o inferno propriamente dito (Ap 19:20). É o fim das duas “bestas”.

d) Julgamento das Nações (Mt 25:31-46). Esse julgamento acontecerá na terra sobre aqueles que sobreviveram ao Armagedon. Serão julgados com base no tratamento dado a mensagem do Reino, aos seus mensageiros e ao modo como trataram a nação de Israel. Esse julgamento terá como finalidade apartar os “bodes” das “ovelhas”, ou seja, decidir quem passará com Cristo o Reino milenial e quem não passará o milênio, ficando a aguardar o julgamento final e definitivo.

e) Julgamento dos anjos maus (1Co 6:3;Jd 6). Judas revela o fato de que anjos serão trazidos a julgamento: “e aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia” (Jd 6). Serão julgados e condenados ao lago de fogo juntamente com o Diabo, logo após o Milênio e antes do juízo do Trono Branco (Mt 25:41).

f) O Juízo sobre o Dragão (Ap 20:9). Quando se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as nações hostis a Cristo que há nos quatro cantos da Terra, chamados de Gogue e Magogue(Ap 20:7-8). Aqui, Gogue e Magogue não devem ser confundidos com os dos textos de Ezequiel 38-39. Na passagem do Antigo Testamento, Magogue é um território extenso ao norte de Israel, e Gogue é seu governante. Neste texto de Apocalipse, as palavras se referem às nações do mundo em geral. Em Ezequiel, o contexto é pré-milenar; em Apocalipse, é pós-milenar.

Após os exércitos de Satanás ser devorados por Cristo, Satanás será, para sempre, destruído, esmagado – “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo sempre” (Ap 20:10). O julgamento divino é a destruição e ruína total de Satanás. No inferno (o lago de fogo e enxofre), ele não reinará, sendo sempre atormentado, dia e noite, eternamente.

g) Julgamento do Grande Trono Branco (Ap 20:11-15). Este é o chamado “Julgamento Final” ou “Juízo Final” ou, ainda, o “Juízo do Trono Branco”, que terá lugar depois do término do reino milenial de Cristo. Logo após os rebeldes serem devorados pelo fogo do céu que cairá sobre os exércitos que estarão a cercar o lugar santo em Israel, terá findado a história humana. O tempo deixará de existir e Deus chamará à sua presença todos os seres humanos que foram criados e que ainda não tinham sido julgados até então, ou seja, todo ser humano que não pertence nem à Igreja, nem ao Israel salvo e nem ao grupo dos mártires da Grande Tribulação, que já terão sido julgados. Estes outros homens são os que serão levados a julgamento neste último grande tribunal da história.

Portanto, quem negligenciou ou rejeitou a graça redentora de Deus não estará justificado no Dia do julgamento.

CONCLUSÃO

Salomão começou com uma avaliação negativista da vida como vaidade, algo irrelevante, mas no fim ele conclui com um sábio conselho, a indicar onde se pode encontrar o sentido da vida. No temor de Deus, no amor a Ele e na obediência aos seus mandamentos, temos o propósito e a satisfação que não existem em nada mais. Salomão nos mostrou que podemos desfrutar a vida, mas isso, de forma alguma, nos isenta de guardar e cumprir os mandamentos de Deus. Lembre-se: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem” (Ec 12:13).  Amém?

Agradeço sobremaneira a todos os que me acompanharam durante este ano letivo. Acredito que terminamos o ano melhor do que começamos. Temos mais solidez espiritual. Somos agora mais maduros espiritualmente. Aprendemos verdades fundamentais que nos levarão a uma intimidade com Deus mais firme e confiante, contudo, com temor e tremor. Que o Senhor nos conceda saúde física para podermos continuar neste precioso trabalho de estudo, aprendizagem e ensino da Palavra de Deus, que Ele tão bondosamente nos confiou. Feliz 2014!

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Revista Ensinador Cristão – nº 56 – CPAD.

Comentário Bíblico Beacon – v.3. CPAD.

Sábios Conselhos para um viver Vitorioso – José Gonçalves. CPAD. 2013.