Neste 3º trimestre letivo da EBD estudaremos sobre o tema extremamente relevante para os nossos dias: O MINISTÉRIO PROFÉTICO NA BÍBLIA - A VOZ DE DEUS NA TERRA. Vivemos tempos difíceis, o povo de Deus está famélico pela palavra profética autêntica. No entanto, muitos falsos profetas têm se levantado nestes últimos dias enganando o povo com mensagens antibíblicas e plenamente nocivas ao crescimento espiritual da igreja do Senhor, e que tem levado muitos crentes incautos e fiéis cristãos à apostasia, desviando-os do foco principal: a Salvação e a Prosperidade Espiritual. A igreja precisa da profecia e que a Palavra de Deus nos aconselha a não despreza-la. O apóstolo Paulo nos exorta: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias”(1Ts 5:19,20). Todavia, precisamos examinar tudo com sabedoria. A igreja precisa aprender a julgar as profecias e discernir os espíritos. A profecia precisa ser confrontada com a Palavra de Deus, já que o nosso Deus nunca se contradiz e foi Ele, através do seu Espírito, quem a inspirou.
Inicialmente, estudaremos, nesta aula, o assunto: O Ministério Profético no Antigo Testamento. No Antigo Testamento, o profeta era o "porta-voz" de Deus (Êx 7:1; 4:10-16). Era alguém que falava em nome do Senhor: "Serás como a minha boca" (Jr 15:19). Deus escolheu, preparou e inspirou seus servos, os profetas, para admoestar seu povo. Eles se utilizavam de métodos variados para ensinar (Os 12:10; Hb 1:1). Eram educadores ungidos pelo Senhor para ensinar ao povo a viver em santidade, tornando-lhe conhecida sua revelação e desvendando-lhe as coisas futuras (Nm 12:6; 1Rs 19:16; Jr 18:18). Eles não hesitavam em enfrentar reis desobedientes, governadores, sacerdotes ou qualquer tipo de liderança que não seguisse a Palavra de Deus (1Rs 18:18). Tinham, ainda, como missão: lutar contra a idolatria, zelar pela pureza religiosa, justiça social e fidelidade a Deus. Suas mensagens deveriam ser recebidas integralmente por toda a nação como Palavra de Deus (2Cr 20:20). Além de instruir o povo de Israel, os profetas do Antigo Testamento, também, vaticinaram a vinda do Profeta por Excelência, Jesus Cristo, o Messias prometido. O apóstolo Pedro assim se expressou: “Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado: que o Cristo havia de padecer”(At 3:18). A obra Redentora de Cristo Jesus pode ser encontrada, tipológica e profeticamente, na Lei de Moisés e nos Profetas: "E todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias"(Atos 3:24). No texto em apreço, o apóstolo Pedro apresenta o perfil de Cristo no Antigo Testamento, provando, assim, que os últimos episódios eram o cumprimento das Escrituras.
I. O INÍCIO DO MINISTÉRIO DOS PROFETAS
1. Moisés iniciou o ofício profético em Israel (Nm 11: 16-29;Dt 18:18). O primeiro profeta mencionado na Bíblia foi Abraão, de onde seria formada a nação israelita (Gn.20:7). No entanto, o primeiro profeta bíblico não foi Abraão, mas, sim, Enoque, que, ainda antes do dilúvio, teria profetizado a respeito do estabelecimento do reino milenial de Cristo (Jd.14). Em seguida, as Escrituras mostram que Deus levantou como profeta a Moisés (Ex.4:15,16). A partir de Moisés, Deus sempre levantou profetas no meio do povo, revelando, sempre, qual era a Sua vontade para o povo. Como o próprio Jesus afirmou, o ofício profético somente se encerrou com João Batista (cf.Mt.11:13), quando, então, veio o próprio Senhor, que não era apenas o porta-voz de Deus, mas o próprio Deus conosco (Mt.1:23).
2. Contexto histórico (Nm 11:11-17). Moisés na liderança espiritual e administrativa do povo de Israel tinha chegado à exaustão física e mental. E para aliviar a carga de Moisés, Deus o instruiu a reunir setenta homens dos anciãos de Israel (Nm 11:16). Parte deste conselho já existia, pelo menos informalmente, durante um ano ou mais, mas o propósito de ter este grupo era mais espiritual do que o anterior(Ex 18:17-26). Pode ser que este grupo fosse formado pelos setenta anciãos que subiram a montanha com Moisés(cf Ex 24:9,10). Mais tarde, os judeus determinaram o padrão do Sinédrio por este evento, mas não há ligação histórica que apóie essa posição.
a) Na Tenda do Encontro(Num 11:24,25). Moisés ajuntou os setenta homens, como fora previamente instruído (11:16,17). E os pôs em roda da tenda (11:24). Ali, o Senhor os visitou com uma capacitação do seu Espírito Santo, o mesmo Espírito que repousava em Moisés; eles profetizaram; mas, depois, nunca mais (cf Nm 11:25). Este ato profético significa “ressoar os louvores de Deus e declarar sua vontade”. A profecia dos setenta deve ter sido proclamações da fidelidade de Deus em vigor até ali na viagem e lembranças da libertação do Egito. Os setenta anciãos estavam, então, levantando o estado de ânimo do povo no acampamento a favor de Deus.
b) Eldade e Medade(Nm 11:26-28). Por alguma razão, dois dos que foram convocados não estavam presentes na Tenda do Encontro. Apesar disso, o Senhor também derramou do seu Espírito sobre eles e eles testemunharam no arraial(11:26) da mesmo maneira que os outros. Um moço (11:27) saiu às pressas para contar a Moisés. Em vista disso, Josué (11:28) recomendou que Eldade e Medade fossem proibidos de profetizar. Diante dessa sugestão, Moisés frisou uma lição válida em todos os tempos: nem todos os que efetivamente servem a Deus são comissionados da mesma maneira, e nem todos vão sob a mesma bandeira(compare com Lc 9:49,50).
c) A promessa do Pai é para Todos – “Porém Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Tomara que todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espírito!" (Nm 11:29).
Logo após este diálogo entre Moisés e Josué, Moisés fez a clássica proclamação, ressaltando, mesmo naqueles dias antigos, a universalidade do evangelho do Espírito: ”Tomara que todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espírito!”. Nesta proclamação, o servo do Senhor vê mais que o grupo imediato de pessoas que seria usado em missão especial na obra de Deus; ele projeta este derramamento como possibilidade para todos os filhos de Deus (Joel 2:28,29).
II. O PROFETA
Nos chamados tempos bíblicos do Antigo Testamento, o povo de Deus aprendeu a ouvir e crer nos profetas. O conselho era: “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas e prosperareis” (2Cr 20:20). Este era o grande segredo: crer em Deus e nos seus profetas. Estes se tornaram tão importantes entre os judeus, que eram consultados pelo povo e pela classe dominante. Deus os considerava tanto que disse que não faria coisas alguma sem antes revelar aos seus servos, os profetas – “ Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas”(Am 3:7).
1. Seu significado. A palavra "profeta" é grega e significa "aquele que fala por alguém". Profeta é, portanto, a pessoa que fala por Deus, podendo, ou não, predizer o futuro. No hebraico, três são as palavras utilizadas para profeta, a saber: "nabi", "roeh" e "hozeh", palavras que aparecem reunidas em 1Cr.29:29. "Nabi" é a palavra mais comum nas Escrituras hebraicas e tem o mesmo significado do grego "profeta", ou seja, "anunciador", "declarador". Já "roeh" e "hozeh" significam "aquele que vê", ou seja, "vidente", como está traduzido na versão em língua portuguesa, que era, segundo 1Sm.9:9 a antiga denominação dos profetas, querendo com isto dizer aquele que tem uma visão sobrenatural, aquele que Deus dá a enxergar algo que os homens não vêem. Apesar dos esforços dos estudiosos, é difícil estabelecer se havia alguma diferença entre estes termos no início da vida de Israel e, em caso positivo, em que consistiria esta diferença.
2. Como era conhecido e suas funções. Os profetas eram conhecidos por diversos nomes: vidente (1Sm 9:9), profeta (Jr 7:25), mensageiro do Senhor (Ageu 1:13), a Voz (João 1:23), entre outros. Hoje nós, geralmente associamos a função de profeta com a predição de eventos futuros, mas nos tempos bíblicos o profeta se envolvia em um amplo conjunto de atividades espirituais.
O profeta tinha muitas funções: (a) Eles falavam por Deus; (b) Revelavam os propósitos de Deus; (c) Fortaleciam e orientavam os governantes; (d) Encorajavam as pessoas a fortalecerem a fé; (e) Protestavam contra os males; (f) Dirigiam atividades; (g) Ensinavam; (h) Serviam como consultantes e conselheiros para cada fase de atividades nacionais e individuais; (i) Davam advertências; (j) Condenavam o pecado; (k) Pronunciavam os julgamentos de Deus; (l) Às vezes, realizavam milagres; (m) Pregavam. Além do mais, seu ministério não era limitado à nação hebraica. Deus usou alguns para ganharem nações gentílicas à sua verdade.
3. Era homem do Espírito e da Palavra. O profeta não era simplesmente um líder religioso, mas alguém possuído pelo Espírito de Deus (Ez 37:1,4). Pelo fato do Espírito e a Palavra estarem nele, o profeta do Antigo Testamento possuía estas três características:
a) Conhecimentos divinamente revelados. Ele recebia conhecimentos da parte de Deus no tocante às pessoas, aos eventos e à verdade redentora. O propósito primacial de tais conhecimentos era encorajar o povo a permanecer fiel a Deus e ao seu concerto. A característica distintiva da profecia, no Antigo Testamento, era tornar clara a vontade de Deus ao povo mediante a instrução, a correção e a advertência. O Senhor usava os profetas para pronunciarem o seu juízo antes de este ser desferido. Do solo da história sombria de Israel e de Judá, brotaram profecias específicas a respeito do Messias e do reino de Deus, bem como predições sobre os eventos mundiais que ainda estão por ocorrer.
b) Poderes divinamente outorgados. Os profetas eram levados à esfera dos milagres à medida que recebiam a plenitude do Espírito de Deus. Através dos profetas, a vida e o poder divinos eram demonstrados de modo sobrenatural.
c) Estilo de vida característico. Os profetas, na sua maioria, abandonaram as atividades corriqueiras da vida a fim de viverem exclusivamente para Deus. Protestavam intensamente contra a idolatria, a imoralidade e iniqüidades cometidas pelo povo, bem como a corrupção praticada pelos reis e sacerdotes. Suas atividades visavam mudanças santas e justas em Israel. Suas investidas eram sempre em favor do reino de Deus e de sua justiça. Lutavam pelo cumprimento da vontade divina, sem levar em conta os riscos pessoais.
3. Outras características do profeta Veterotestamentário:
a) Era alguém que tinha estreito relacionamento com Deus, e que se tornava confidente do Senhor (Am 3:7). O profeta via o mundo e o povo do concerto sob a perspectiva divina, e não segundo o ponto de vista humano.
b) O profeta, por estar próximo de Deus, achava-se em harmonia com Deus, e em simpatia com aquilo que Ele sofria por causa dos pecados do povo. Compreendia, melhor que qualquer outra pessoa, o propósito, vontade e desejos de Deus. Experimentava as mesmas reações de Deus. Noutras palavras, o profeta não somente ouvia a voz de Deus, como também sentia o seu coração (Jr 6:11; 15:16,17; 20:9).
c) À semelhança de Deus, o profeta amava profundamente o povo. Quando o povo sofria, o profeta sentia profundas dores (ver aula 13 do 2º trimestre/2010). Ele almejava para Israel o melhor da parte de Deus (Ez 18:23). Por isso, suas mensagens continham, não somente advertências, como também palavras de esperança e consolo.
d) O profeta buscava o sumo bem do povo, isto é, total confiança em Deus e lealdade a Ele; eis porque advertia contra a confiança na sabedoria, riqueza e poder humanos, e nos falsos deuses (Jr 8.9,10; Os 10.13,14; Am 6.8). Os profetas continuamente conclamavam o povo a viver à altura de suas obrigações conforme o seu concerto estabelecido com Deus, para que viesse a receber as bênçãos da redenção.
e) O profeta tinha profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13, 19; 25.3-7; Am 8:4-7; Mq 3:8). Não tolerava a crueldade, a imoralidade e a injustiça. O que o povo considerava leve desvio da Lei de Deus, o profeta interpretava, às vezes, como funesto. Não podia suportar transigência com o mal, complacência, fingimento e desculpas do povo (Jr 6:20; 7.8-15; Am 4.1; 6.1). Compartilhava, mais que qualquer outra pessoa, do amor divino à retidão, e do ódio que o Senhor tem à iniqüidade (cf. Hb 1:9 nota).
f) O profeta desafiava constantemente a santidade superficial e oca do povo, procurando desesperadamente encorajar a obediência sincera às palavras que Deus revelara na Lei. Permanecia totalmente dedicado ao Senhor; fugia da transigência com o mal e requeria fidelidade integral a Deus.
g) O profeta tinha uma visão do futuro, revelada em condenação e destruição (Jr 11:22,23; 13.15-21; Ez 14:12-21; Am 5:16-20,27), bem como em restauração e renovação (Jr 33; Ez 37).
h) Finalmente, o profeta era, via de regra, um homem solitário e triste (Jr 14:17,18; 20.14-18; Am 7:10-13; Jn 3– 4), perseguido pelos falsos profetas que prediziam paz, prosperidade e segurança para o povo que se achava em pecado diante de Deus (Jr 15:15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5:10; cf. Mt 23.29-36; At 7.51-53). Ao mesmo tempo, o profeta verdadeiro era reconhecido como homem de Deus, não havendo, pois, como ignorar o seu caráter e a sua mensagem.
4. Temas principais da mensagem dos profetas do Antigo Testamento. A mensagem dos profetas enfatiza três temas principais:
a) A natureza (obras) de Deus. (1) Declaravam ser Deus o Criador e Soberano onipotente do universo (Is 40:28), e o Senhor da história, pois leva os eventos a servirem aos seus supremos propósitos de salvação e juízo (cf. Is 44:28; 45:1; Am 5:27; Hc 1:6). (2) Enfatizavam que Deus é santo reto e justo, e não pode tolerar o pecado, iniqüidade e injustiça. Mas a sua santidade é temperada pela misericórdia. Ele é paciente e tardio em manifestar a sua ira. Sendo Deus santo, em sua natureza, requer que seu povo seja consagrado e santo ao Senhor (Zc 14:20; cf. Is 29:22-24; Jr 2:3). Como o Deus que faz concerto, que entrou num relacionamento exclusivo com Israel, requer que seu povo obedeça aos seus mandamentos, como parte de um compromisso de relacionamento mútuo.
b) O pecado e o arrependimento. Os profetas do Antigo Testamento compartilhavam da tristeza de Deus diante da contínua desobediência, infidelidade, idolatria e imoralidade de seu povo segundo o concerto. E falavam palavras severas de justo juízo contra os transgressores. A mensagem dos profetas era idêntica a de João Batista e de Cristo: "arrependei-vos, senão igualmente perecereis". Prediziam juízos catastróficos, tal como a destruição de Samaria pela Assíria (por exemplo, Os 5:8-12; 9:3-7; 10:6-15), e a de Jerusalém por babilônia (por exemplo, Jr 19:7-15; 32:28-36; Ez 5:5-12; 21:2, 24-27).
c) Predição e esperança messiânica. (1) Embora o povo tenha sido globalmente infiel a Deus e aos seus votos, segundo o concerto, os profetas jamais deixaram de enunciar-lhe mensagens de esperança. Sabiam que Deus cumpriria os ditames do concerto e as promessas feitas a Abraão através de um remanescente fiel. No fim, viria o Messias, e através dEle, Deus haveria de ofertar a salvação a todos os povos; (2) Os profetas colocavam-se entre o colapso espiritual de sua geração e a esperança da era messiânica. Eles tinham de falar a palavra de Deus a um povo obstinado, que, inexoravelmente rejeitavam a sua mensagem (cf. Is 6:9-13). Os profetas eram tanto defensores do antigo concerto, quanto precursores do novo. Viviam no presente, mas com a alma voltada para o futuro.
III. O MINISTÉRIO
1. Havia o ministério dos profetas? O ministério (ofício) profético é uma das peculiaridades que Deus destinou ao Seu povo, Israel. Nenhuma outra nação teve este privilégio. Conforme Êxodo 19:5,6, Israel é considerado propriedade peculiar de Deus entre as nações da Terra. Assim, para que o povo não se corrompesse(cf.Pv 29:18), sempre levantou no meio de Israel profetas, que eram seus porta-vozes, como havia sido prometido ainda no deserto através de Moisés(Dt 18:20,21), ele próprio um profeta de Deus (Dt 34:10).
Por ser o primeiro profeta nacional (Nm 11.29; Dt 18.18), Moisés tornou-se um modelo para os demais profetas. Foi certamente sob sua influência que Samuel, mais tarde, viria a estabelecer as conhecidas escolas de profetas (1 Sm 19:18, 20; 2 Rs 2:3, 5; 4:38; 6:1).
Observe a frase “filhos dos profetas” em 2Rs 2:15: “Vendo-o, pois, os filhos dos profetas que estavam defronte em Jericó, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu. E vieram-lhe ao encontro e se prostraram diante dele em terra”. A frase tem estimulado muito debate. Alguns pensam que ela indica uma espécie de associação de profetas. Outros pensam que ela indica um tipo de seminário, no qual homens jovens estudavam para se tornar profetas. Outros pensam que indica nada mais do que adeptos, pessoas que eram seguidoras e estudantes subordinados aos profetas. Muitos vêem Samuel como o primeiro “presidente” de tal grupo, e vêem Elias e Eliseu presidindo sobre estes outros grupos(cf 1 Rs 20:35, 2Rs 2:3,5,7,16, 4:38).
Segundo o pr. Esequias Soares, o vocábulo “ministério, serviços”, indica o serviço religioso específico e especial, desempenhado pelos levitas(1Cr 6:32), pelos sacerdotes(1Cr 24:3) e pelos apóstolos(At 1:25). Isso, porém, não é em si mesmo prova da inexistência de uma corporação profética em Israel(1Sm 10:5).
2. Classificação dos Profetas em Israel.
Os profetas são chamados de “anteriores” e de “posteriores”, conforme tenham, ou não, apresentado obras próprias.
* São considerados anteriores, os profetas cujos ministérios estão registrados nos livros históricos (Samuel, Natã, Gade, Elias e Eliseu, entre outros).
* São denominados de posteriores, os profetas que surgiram no final da história dos reinos já divididos de Israel e de Judá, e que deixaram escritas suas mensagens em livros próprios.
Os profetas são chamados, também, de “profetas maiores” e “profetas menores”. Agostinho (354-430), o grande filósofo e teólogo cristão do final da Antigüidade, foi quem criou as expressões "profetas maiores" e "profetas menores".
* Profetas maiores foram designados assim pelo fato de suas obras serem mais volumosas. São eles: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel.
* Profetas menores foram assim designados pelo fato de suas obras serem menos volumosas, tanto assim que haviam sido reunidas na versão grega do Antigo Testamento (a Septuaginta) em apenas um livro, que foi chamado de "Dodecapropheton", ou seja, "Doze Profetas". São eles: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Ageu, Sofonias, Zacarias e Malaquias.
3. Ministério Profético da Igreja. O ofício profético da Igreja tem, por finalidade, anunciar a Verdade Divina, oculta aos homens que atingiu seu clímax na revelação de Jesus (Hb.1:1), revelação esta que deve prosseguir, agora por intermédio da Igreja.
A obrigação profética da Igreja não é, em absoluto, a autorização para que a Igreja, mediante uma “tradição”, acrescente o que foi revelado pelas Escrituras a respeito de Cristo (Jo.5:39), mas tão somente a divulgação, o anúncio, a explicação daquilo que está contido na Bíblia Sagrada, que é a Verdade (Jo.17:17) e que se encontra em posição superior à própria Igreja, seja porque é fonte de sua santificação, seja porque a Palavra se encontra engrandecida acima do próprio nome do Senhor (Sl.138:2), nome que está acima de todo o nome (Fp.2:9), precisamente por ser Jesus o Verbo (Jo.1:1), aquele que é a própria Palavra de Deus (Ap.19:13). Por isso, quando não se conhecem as Escrituras, cometem-se erros (Mt.22:29).
A Igreja é chamada de “coluna e firmeza da verdade” (I Tm.2:15), porque deve sustentar e ser a legítima anunciadora da Palavra de Deus sobre a face da Terra. Num mundo onde a iniqüidade aumenta a cada dia (Mt.24:12), num mundo onde há corrupção geral e cada vez maior do gênero humano (Rm.1:18-32), cabe à Igreja a difícil tarefa de anunciar a Verdade, de mostrar ao mundo a Palavra de Deus, resplandecendo como astro no meio de uma geração corrompida e perversa (Fp.2:15).
CONCLUSÃO
Concluindo essa primeira aula enfatizamos que os profetas canônicos existiram até João Batista(Mt 11:13). Mas, no Novo Testamento Jesus instituiu o Ministério Profético(Ef 4:7,11) para a Igreja, com o propósito de ser o porta-voz de Deus, não mais para a revelação do plano de Deus ao homem, mas para trazer mensagens divinas ao seu povo no sentido de encorajar o povo a se manter fiel à Palavra e para nos fazer lembrar as promessas contidas nas Escrituras. O profeta do No Novo Testamento não irá acrescer nada do que foi revelado e se completou no ministério de Cristo, mas trará informações e palavras que confirmam o que já foi revelado. Todo crente foi comissionado por Jesus(Mc 16: 15), para transmitir ou expor sua mensagem, segundo a Bíblia a apresenta, falando em nome de Deus. Tenhamos cuidado, pois muitos falsos profetas têm aparecido nas igrejas atualmente profetizando (profetizando?) aquilo que não condiz com a Palavra de Deus. Faço minha as palavras do Apóstolo Paulo: “... se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema”(Gl 1:9).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão. Guia do leitor da Bíblia – 2Reis. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD - volume 4. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald.