4° Trimestre/2022
Texto Base: Ezequiel 37.1-14
”E, assim, todo o Israel será salvo, como está
escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as
impiedades” (Rm.11:26).
Ezequiel 37:
1.Veio sobre
mim a mão do SENHOR; e o SENHOR me levou em espírito, e me pôs no meio de um
vale que estava cheio de ossos,
2.e me fez
andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale e
estavam sequíssimos.
3.E me disse:
Filho do homem, poderão viver estes ossos? E eu disse: Senhor JEOVÁ, tu o
sabes.
4.Então, me
disse: Profetiza sobre estes ossos e diz-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do
SENHOR.
5.Assim diz o
Senhor JEOVÁ a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis.
6.E porei
nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei a
pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que eu sou o SENHOR.
7.Então,
profetizei como se me deu ordem; e houve um ruído, enquanto eu profetizava; e
eis que se fez um rebuliço, e os ossos se juntaram, cada osso ao seu osso.
8.E olhei, e
eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre
eles por cima; mas não havia neles espírito.
9.E ele me
disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize ao espírito:
Assim diz o Senhor JEOVÁ: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre
estes mortos, para que vivam.
10.E profetizei
como ele me deu ordem; então, o espírito entrou neles, e viveram e se puseram
em pé, um exército grande em extremo.
11.Então, me
disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel; eis que dizem: Os
nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; nós estamos cortados.
12.Portanto,
profetiza e diz-lhes: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu abrirei as vossas
sepulturas, e vos farei sair das vossas sepulturas, ó povo meu, e vos trarei à
terra de Israel.
13.E sabereis
que eu sou o SENHOR, quando eu abrir as vossas sepulturas e vos fizer sair das
vossas sepulturas, ó povo meu.
14.E porei em
vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra, e sabereis que eu,
o SENHOR, disse isso e o fiz, diz o SENHOR.
INTRODUÇÃO
Dando continuidade ao estudo do livro de Ezequiel, trataremos nesta Aula
da “restauração nacional e espiritual de Israel”, à luz do capítulo 37 do Livro
de Ezequiel, que trata do vale de ossos secos. O vale de ossos secos é uma mensagem de esperança. Em uma visão,
Deus levou o profeta Ezequiel para um vale cheio de ossos humanos. Os ossos
tinham estado lá há muito tempo e estavam muito secos. Deus perguntou a
Ezequiel se os ossos poderiam voltar a ter vida, mas Ezequiel não sabia a
resposta (Ez.37:2,3). Cremos que a Igreja, no aspecto espiritual, sucedeu a
Israel durante a presente era da Igreja, entretanto, Deus tem uma época futura
em que Ele restaurará o Israel em sua completude para a administração de bênçãos
divina ao mundo. Jeremias declara que Israel jamais deixará “de ser uma nação”
(Jr.31:35-37), e a linguagem metafórica do vale de ossos secos contempla uma restauração
completa – política e espiritual. O retorno de Israel aos termos originais de
sua Terra Prometida e sua independência em 16 de maio de 1948 é um forte indício
do cumprimento da profecia de Ezequiel. A Oliveira já está frondosa, só falta
agora dá seus frutos. Paulo, em apenas um sermão, refere-se três vezes a Israel
como uma entidade ininterrupta (Atos 13:17,23,24). Portanto, a falaciosa
teologia da substituição – que ensina que a igreja substituiu Israel - não tem
nenhuma sustentação bíblica.
I. SOBRE O SIGNIFICADO DO VALE DE OSSOS SECOS
1. Os ossos secos
(Ez.37:1,2)
“Veio sobre mim a mão do SENHOR; e o SENHOR me levou
em espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos, e me fez
andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale e
estavam sequíssimos”.
Veja que neste texto Ezequiel tem uma visão dos ossos secos de Israel e
Judá em um vale. Ezequiel recebe ordem de profetizar a esses ossos para que
voltem à vida; é uma visão profética que anuncia, de antemão, a restauração
nacional de Israel depois de muitos séculos de dispersão entre nações, seguida
pela restauração espiritual. Com realismo e força dramática, o profeta
apresenta, por meio de uma imagem espantosa, a notícia animadora de que Israel
poderia ter esperança de viver. O reavivamento era possível, a despeito da
lógica humana pregar que isto seria impossível. Porém, Deus para realizar sua
obra não precisa da lógica humana. Até mesmo ossos secos, desprovidos de
tendões, carne e sangue, podem voltar à existência pelo poder do Espírito de
Deus vivificador. A mesma verdade maravilhosa ainda é necessária em um mundo no
qual há ossos secos por toda parte. Precisamos que o Espírito Santo venha com
seu poder vivificador para realizar um reavivamento genuíno em toda a terra.
2. O Significado
“Veio sobre mim a mão do SENHOR; e o SENHOR me levou
em espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos, e me fez
andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale e
estavam sequíssimos”.
Nas palavras do pr. Esequias Soares, em
seu livro ”A justiça divina: preparação do povo de Deus para os últimos dias
no Livro de Ezequiel”, há muitas especulações sobre o local do vale e a
procedência dos ossos, isso partindo do princípio de que se trata de um local
geográfico. A linguagem, às vezes, pode parecer uma presença física no vale, in
corpore, isto é, no corpo, como a expressão “me fez andar ao redor deles”,
ou seja, dos ossos. Ezequiel via em sua visão na superfície do vale uma grande
quantidade de ossos, que eram muito numerosos e sequíssimos. Isto revela que
essa ossada humana tinha estado ali durante muitos anos, ou talvez séculos; do contrário,
esses ossos não estariam “sequíssimos”.
É verdade que Moisés anunciou a
possibilidade de Israel experimentar o castigo “post mortem” como forma de
execrar a memória dos que violassem o concerto do Sinai (Dt.28:36). Jeremias
anunciou o castigo em razão dos cadáveres que não foram sepultados, mas
lançados num vale, de modo que os animais e as aves de rapina se alimentariam
deles (Jr.7:33; 34:20). Mas os livros históricos do Antigo Testamento não
registram nenhuma cena semelhante, um vale com tão grande número de ossos,
exceto o lugar que o rei Josias encheu “com ossos humanos” em Jerusalém
(2Rs.23:14). O importante é saber o significado dessa visão; se foi uma experiência
física ou visionária é de menos importância. Israel estava destroçado no
exilio, e as esperanças se esvaíram completamente da alma do povo com a
destruição de Jerusalém e do templo (Ez.33:21,22). Esse vale era o retrato
desse contexto, uma vez que os judeus se viam como ossos secos (Ez.37:11).
3. As promessas de
Deus
O mesmo Deus que expulsou o seu povo da
Terra Prometida prometeu que o restauraria ao seu status quo, de forma plena –
restauração nacional e espiritual. Há várias promessas a esse respeito, além de
Ezequiel capítulo 37. Senão vejamos:
“Portanto, eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que nunca mais dirão: Vive
o SENHOR, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito; Mas: Vive o SENHOR, que
fez subir, e que trouxe a geração da casa de Israel da terra do norte, e de
todas as terras para onde os tinha arrojado; e habitarão na sua
terra” (Jr.23:7,8).
“Porque eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que farei voltar do cativeiro
o meu povo Israel, e de Judá, diz o SENHOR; e tornarei a trazê-los à
terra que dei a seus pais, e a possuirão” (Jr.30:2,3).
“Eis que saiu com indignação a tempestade do SENHOR; e uma
tempestade penosa cairá cruelmente sobre a cabeça dos ímpios. Não se desviará a
ira do SENHOR, até que execute e cumpra os desígnios do seu coração; nos
últimos dias entendereis isso claramente” (Jr.23:19,20).
“Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai nas terras longínquas do
mar, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o
pastor, ao seu rebanho. Há esperança para o teu futuro, diz o Senhor, porque
teus filhos voltarão para os seus territórios” (Jr.31:10,17).
“Pois eu os tirarei das nações, os ajuntarei do meio de todas as terras
e os trarei de volta para a sua própria terra. Vocês habitarão na terra que dei
aos seus antepassados; vocês serão o meu povo, e eu serei o seu Deus”
(Ez.36:24,28).
São promessas de esperança e livramento,
e constituem um ponto luminoso em meio a um juízo implacável de Deus por causa
dos pecados do povo. Com expressões afetuosas o Senhor prometeu restaurar Judá
e Israel (dez tribos do Norte); o povo regressará ao seu território vindo do
mundo inteiro, cheio de cânticos de júbilo, em vez de pranto. Claro que a
completude dessa promessa se dará após o retorno de Jesus, no final da Grande
Tribulação, e quando Israel se arrepender, e Deus perdoá-lo. Arrependido,
Israel regressará por estradas sinalizadas por “marcos” e “postes”; assim, seus
dias de infidelidade terão chegado ao fim, pois o Senhor realizou “coisa nova”
(Jr.31:21,22). Será nesse tempo que Deus dará a eles um coração novo e porá neles
um espírito novo; tirará deles o coração de pedra e lhes dará um coração de
carne; porá neles o Espírito Santo e os levará a agirem segundo os decretos do
Senhor e a obedecerem fielmente às Suas leis” (cf.Ez.36:26,27).
II. SOBRE A DISPERSÃO DOS JUDEUS ENTRE AS NAÇÕES
1. As diásporas de
Israel e Judá
Diáspora judaica refere-se à dispersão dos judeus pelo mundo, e a
formação das comunidades judaicas fora da Terra Prometida, por consequência
disso. De acordo com a Bíblia, a Diáspora judaica foi consequência da idolatria
e rebeldia do povo de Israel e Judá contra Deus, o que fez com que Ele os
tirasse da terra que lhes prometera e os dispersasse pelo mundo até que o povo
de Israel retornasse à obediência a Deus, onde seriam restaurados como uma
nação soberana e senhora do mundo. Está escrito: “Espalhar-vos-ei por entre as
nações e, desembainhando a espada, vos perseguirei; a vossa terra será
assolada, e as vossas cidades se tornarão em deserto” (Lv.26:33). “E o Senhor
vos espalhará entre todos os povos desde uma extremidade da terra até a outra”
(Dt.28:64). “Eu farei que sejam espetáculo horrendo, uma ofensa para todos os
reinos da terra...” (Jr.24:9). “... e errantes andarão entre as nações”
((Os.9:17). “Assim saberão que eu sou o Senhor, quando eu os dispersar entre as
nações e os espalhar entre os países” (Ez.12:15).
A Bíblia Sagrada aponta duas diásporas do povo judeu e as suas
respectivas restaurações.
a) A Primeira
Diáspora (Jr.16:13). Geralmente se atribui o início da Primeira
Diáspora judaica ao ano de 586 a.C., quando Nabucodonosor II — imperador
babilônico — invadiu o reino de Judá, destruindo Jerusalém e o Templo, e
deportando os judeus para a Babilônia. Mas, na verdade, esta dispersão se
inicia antes, em 722 a.C., quando o reino de Israel, ao norte, é destruído
pelos assírios e as dez tribos de Israel são levadas cativas à Assíria, e Judá
passa a pagar altíssimos impostos para evitar a invasão. As forças de Nínive,
comandadas por Salmaneser V (2Rs.17:3), invadiram Israel em 722 a.C.,
levando-os cativos para a Assíria. Salmaneser era filho de Tiglate
Pileser III (2Rs.15:29). Foram 210 anos de idolatria, de rebeldia espiritual e
de corrupção moral; por causa disso, Deus decretou a queda final e o exílio de
Israel (as dez tribos do Reino do Norte) -
“No ano nono de Oséias, o rei da Assíria tomou a Samaria, e transportou a
Israel para a Assíria, e fê-los habitar em Hala e em Habor, junto ao rio Gozã,
e nas cidades dos medos” (2Rs.17:6). O avança implacável do mal entre o
povo de Deus, chegara ao ponto culminante irreversível.
- Diáspora na
Babilônia. Às vezes não aprendemos com os exemplos de pecado e tolice que ocorrem
à nossa volta. Apesar de terem vistos seus irmãos – judeus do Norte - levados
para o exílio, o povo de Judá não temeu a Deus; antes, caiu nos mesmos pecados
deles. Diz o texto sagrado: “Até Judá não
guardou os mandamentos do SENHOR, seu Deus; antes, andaram nos estatutos que
Israel fizera” (2Rs.17:19). E 135 anos mais tarde, as tropas babilônicas
invadem Judá levando cativos muitos judeus. Os reis Ezequias e Josias começaram
muitas reformas, mas isto não foi o bastante para converter permanentemente a
nação a Deus. Judá é derrotada pelos babilônios, que enviam muitos deles para o
exílio, entretanto, não são espalhados, e a terra não é repovoada, como fez os
Assírios com o povo do Norte.
Em 605 a. C., o exército babilônico, comandado por Nabucodonosor,
derrotou os egípcios em Carquêmis (Jr.46:1,2), ampliando o império da
Babilônia. Neste mesmo ano, pela primeira vez, Jerusalém submeteu-se ao poderio
de Babilônia, período esse considerado o marco inicial para contagem dos
setenta anos preditos pelo profeta Jeremias; um período encerrado com a queda e
rendição da cidade de Babilônia em 538 a.C. Em 586 a.C., o Templo foi destruído
por Nabucodonosor.
Com a conquista de Judá os judeus foram deportados para a Babilônia,
onde floresceram como comunidade e mantiveram suas práticas e costumes religiosos,
associados a outros costumes herdados dos babilônios. A assimilação fez com que
o hebraico perdesse sua importância em função do idioma aramaico que se tornou
a língua comum. Com a queda do poder babilônico e a ascensão do imperador persa
Ciro I, este permitiu que algumas comunidades judaicas retornassem para a
Judéia, mas a grande maioria da população judaica preferira permanecer na
Babilônia onde tinha uma sociedade constituída, do que retornar às vicissitudes
da reconstrução de um país.
b) A Segunda
Diáspora. A Segunda Diáspora aconteceu muitos anos depois, no ano 70 d.C., e foi
anunciada pelo próprio Jesus Cristo: “E cairão a fio de espada e para todas as
nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os
tempos dos gentios se completem” (Lc.21:24).
Os romanos destruíram Jerusalém, e isso acarretou uma nova Diáspora,
fazendo os judeus irem para outros países da Ásia Menor ou sul da Europa. As
comunidades judaicas estabelecidas nos países do Leste Europeu ficaram conhecidas
como Asquenazi (netos de Noé). Os judeus do norte da África (sefaradins) migraram
para a península Ibérica (Espanha e Portugal). Expulsos de lá pelo catolicismo
romano do século XV, migraram para os Países Baixos, Bálcãs, Turquia, Palestina
e, estimulados pela colonização europeia, chegaram ao continente americano.
Espalhados e humilhados os Judeus dispersos foram perseguidos e maltratados em
todos os lugares por onde passaram, e seu maior inimigo, Hitler, ordenou a
morte de seis milhões de Judeus em toda a Europa.
2. Renasce Israel
"Retornarão os
filhos de Israel..." (Oseias 3:5). O retorno do povo judeu à terra de
seus antepassados ocorreu depois de mais de 18 séculos, tal como fora anunciado
pelos profetas do Antigo Testamento, como Jeremias (Jr.31:17), Ezequiel
(Ez.11:17; 36:24; 37:21), Amós (Am.9:14,15) e Zacarias (Zc.8:7,8).
A segunda dispersão judaica, anunciada de antemão pelo Senhor Jesus
(Lc.21:24), durou mais de 1.800 anos, sendo iniciada no ano 70 d.C. por ocasião
da destruição de Jerusalém pelos romanos, e foi concluída com a fundação do
Estado de Israel em 27 de novembro de 1947, na primeira Assembleia Geral
das Nações Unidas, presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha, quando foi
pronunciada por grande maioria de votos (33 x 14) a favor da Partilha da
Palestina, com 10 abstenções. Estavam criadas as bases legais para o
estabelecimento do Estado de Israel.
A partir de 12 de maio de 1948, a ONU resolve reintegrar os judeus
dispersos em uma única possessão no território palestino cumprindo assim a
profecia de Isaías 66:7,8: "Antes que estivesse de parto, deu à luz; antes
que lhe viessem as dores, deu à luz um filho. Quem jamais ouviu tal coisa? Quem
viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia?
Nasceria uma nação de uma só vez? Mas logo que Sião esteve de parto, deu à luz
seus filhos". Ezequiel 37:21 está escrito: “Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis
que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações para onde eles foram, e
os congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra”.
Quando Jesus voltar, todo o povo judeu retornará plenamente à sua terra,
e o Rei Jesus os governará, conforme afirma a profecia de Ezequiel:
“E nunca mais se contaminarão com os seus ídolos,
nem com as suas abominações, nem com as suas prevaricações; e os livrarei de
todos os lugares de sua residência em que pecaram e os purificarei; assim, eles
serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. E meu servo Davi reinará sobre eles, e
todos eles terão um pastor; e andarão nos meus juízos, e guardarão os meus
estatutos, e os observarão. E habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na
qual habitaram vossos pais; e habitarão nela, eles, e seus filhos, e os filhos
de seus filhos, para sempre; e Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente.
E farei com eles um concerto de paz; e será um concerto perpétuo; e os
estabelecerei, e os multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles para
sempre. E o meu tabernáculo estará com eles, e eu serei o seu Deus, e eles
serão o meu povo. E as nações saberão que eu sou o SENHOR que santifico a
Israel, quando estiver o meu santuário no meio deles, para sempre”
(Ez.37:22-28).
As Diásporas judaicas advertem a todo o povo de Deus da Nova Aliança, a
Igreja (1Co.10:1-12). Deus removerá do seu reino todos aqueles que deixarem de
permanecer fielmente na sua Palavra e no seu amor. Os resultados de abandonar a
Deus são o castigo, a ruína, o sofrimento e a rejeição final (cf. Ap.2:5;
3:15,16). Pense nisso!
3. Restauração
nacional (Ez.37:6-8)
Israel foi
expulso pelos romanos em 70 d.C., sob a permissão de Deus, mas não para sempre.
Deus havia dito que os traria de volta à sua terra e restabeleceria as suas
cidades. Em virtude de sua eleição consubstanciada através da aliança do Sinai,
pela qual será sempre o povo de Deus, Israel seria rejeitado por Deus apenas
temporariamente. Diz assim o texto sagrado: “Ouvi a palavra do Senhor, ó
nações, e anunciai nas terras longínquas do mar, e dizei: Aquele que espalhou a
Israel o congregará e o guardará, como o pastor, ao seu rebanho. Há esperança
para o teu futuro, diz o Senhor, porque teus filhos voltarão para os seus
territórios” (Jr.31:10,17). “Pois eu os tirarei das nações, os ajuntarei do
meio de todas as terras e os trarei de volta para a sua própria terra. Vocês
habitarão na terra que dei aos seus antepassados; vocês serão o meu povo, e eu
serei o seu Deus” (Ez.36:24,28).
A Visão do vale
dos ossos secos, em Ezequiel 37, descreve de forma metafórica a restauração
nacional de Israel. Veja algumas fases da visão do vale de ossos secos:
a) ruído seguido de um reboliço, com junção dos ossos, cada osso ao seu
osso (Ez.37:7). Nesta primeira fase, há a
reunião do povo de Israel num só lugar, o que ocorreu a partir do início do
movimento sionista e das imigrações por ele patrocinadas, do final do século
XIX até o instante da declaração de independência de Israel. É o fim da
suspensão do pacto territorial e a repatriação de Israel à terra prometida.
b) vinda de nervos sobre os ossos, crescimento da carne e extensão da pele
sobre eles por cima (Ez.37:8). Nesta segunda
fase, a reunião do povo se organiza politicamente e nasce um Estado, um país na
comunidade internacional. É o que ocorreu com Israel a partir de 1948, quando,
então, passa a ter um lugar no mapa mundial. Retoma o Senhor o pacto territorial
com Israel, e as circunstâncias tornam viável tanto a restauração do pacto
davídico, pois ressurge um governo judeu independente e próprio, como também se
criam condições para a reconstrução do templo, o que porá fim à suspensão do pacto
mosaico.
O Senhor, em
sua fidelidade, começou a cumprir estas palavras diante de nossos olhos! Hoje,
Israel é uma potência econômica, científica e militar, e possui um dos maiores
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do planeta. Não existe nenhuma outra
nação na Terra que se possa orgulhar de feitos e desenvolvimentos tão rápidos e
tão notáveis! E isto, estando rodeado de inimigos por todos os lados.
No Milênio,
Israel ocupará todo o território bíblico prometido por Deus a Abraão. Jerusalém
será a capital do mundo, e a nação de Israel será a nação mais importante da
Terra. Está escrito: “E virão muitos povos, e dirão: vinde e subamos ao monte
do Senhor, à casa de Deus de Jacó; para que nos ensine o que concerne aos seus
caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de
Jerusalém a palavra do Senhor” (Is.2:3).
III. SOBRE O MILAGRE DO SÉCULO XX
1. O testemunho de
Deus para o mundo
O renascimento
de Israel como nação soberana é um dos maiores milagres do século XX; isso é
uma prova da fidelidade de Deus e da veracidade da Bíblia. Israel é
indestrutível; vão-se as nações, mas Israel permanece para sempre. Os maiores
impérios do mundo tentaram destruir este povo; os impérios, sim, foram
dissipados, mas Israel permanece firme para sempre. Hitler e seus asseclas
tentaram destruir o povo judeu, utilizando-se das mais engenhosas técnicas de
extermínio, mas o povo judeu prevaleceu, pois nenhuma nação pode destruir o
povo de Deus.
A nação de
Israel e o povo judeu são um enigma para este mundo. Sua existência desafia a
lógica humana; sua preservação contradiz todas as tendências históricas. Sua
singularidade como povo estarreceu até mesmo o escritor americano Mark Twain,
que escreveu para a "Harper’s Magazine" em 1897:
“Se as
estatísticas estiverem corretas, os judeus constituem menos de um quarto de 1%
da raça humana; isto sugere um minúsculo e obscuro pontinho perdido em meio à
Via Láctea.... Os egípcios, os babilônios e os persas surgiram, encheram o
planeta de barulho e esplendor, e então murcharam e desapareceram. Os gregos e
os romanos vieram logo após, provocaram uma algazarra imensa, e se foram. Os
judeus presenciaram a passagem de cada um desses povos, sobreviveram a todos
eles e são hoje o que sempre foram. Todas as coisas são mortais, menos os
judeus. Todas as outras forças passam, mas os judeus permanecem. Qual o segredo
de sua imortalidade?”.
Há um Deus por
trás da história, e Israel é quem melhor espelha isto. A fidelidade de
Deus para com Israel é fruto de sua aliança com Abraão. Deus prometeu isto a
Abraão, e Ele não muda. Deus é o
protetor de Israel (Dn.12:1). Deus garante a existência de Israel até o fim de
tudo. Israel está aí, os ossos secos já reviveram, o corpo foi formado, mas não
há neles espírito”, diz a palavra profética (Ez.37:8); é somente isto que falta
hoje em Israel.
A história de Israel é
totalmente vinculada a Jesus. A partir de Abraão Deus formou a genealogia
de Jesus. A restauração da Nação após o exílio babilônico era o cenário para a
vinda de Jesus. E a restauração atual é o cenário para a volta de Jesus. Não
estamos aqui dizendo que tudo que Israel faz é certo, mesmo porque Deus está
preparando-o para tratar com seus pecados. Mas Deus é o Senhor Todo-Poderoso e
Sua Palavra se cumpre cabalmente. Todas as profecias
relacionadas a Israel têm-se cumprido na história, e todas as pessoas e nações
que tentaram impedir o cumprimento dessas profecias foram eliminadas. Israel é
o relógio de Deus que indica o início do fim dos tempos. Sem dúvida, Isael é
uma testemunha contínua de Deus sobre este mundo.
2. O status de
Jerusalém entre as nações
Desde que Davi conquistou Jebus, região dos jebuseus (1Cr.11:4-7),
Jerusalém sempre teve o status de capital de Israel; primeiramente, cidade de
Davi (2Sm.5:7-11); depois, capital de Israel. Em 2Samuel, capítulo 6, lemos
como Davi estabeleceu Jerusalém como a capital eterna de Israel; ele decidiu
colocar a Arca da aliança ali para simbolizar que o Senhor estava com eles em
sua capital. Jerusalém, portanto, nunca perdeu o status de capital de Israel,
mesmo sendo conquistada várias vezes, sob a permissão divina, por povos pagãos;
mesmo sendo o povo dispersado por todo o mundo, como punição de Deus pelos
pecados abomináveis cometidos, Jerusalém, à vista de Deus, nunca cedeu seu
espaço de forma permanente para outras nações.
Deus desterrou o seu povo em três diásporas, mas nunca entregou
Jerusalém para ser de outro povo.
Após mais de 18 séculos de diáspora a nação de Israel é restaurada em
cumprimento às profecias de vários notáveis profetas, e o status de Jerusalém,
como capital de Israel, volta novamente estar em evidência. Em 1950, Israel
declarou Jerusalém sua capital e ocupou edifícios governamentais no oeste da
cidade. Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel conquistou a parte oriental da
cidade, que era controlada pela Jordânia. A partir daí, valia a lei israelense.
Por fim, em 1980, o Parlamento israelense, o Knesset, declarou a cidade inteira
como capital inseparável de Israel. O Conselho de Segurança da ONU invalidou a
anexação através da Resolução 478 e, desde então, confirmou isso diversas
vezes; porém, isso não tem nenhuma validade para Deus e para o seu povo. O que
vale é a vontade Deus e não a da ONU.
Jerusalém, portanto, é a eterna capital de Israel. Deus fez de Jerusalém
um cálice de tontear para todos as nações (Zc.12:2); as profecias dizem que
Jerusalém, espantosamente mencionada em torno de 800 vezes na Bíblia,
desempenhará um papel fundamental no destino do mundo. O profeta Zacarias prediz
algo bastante interessante sobre um fato exclusivo e inédito na história:
"E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada para
todos os povos; todos os que a carregarem certamente serão despedaçados; e
ajuntar-se-ão contra ela todos os povos da terra" (Zc.12:3). É o que
estamos vendo hoje: o mundo todo sofrendo por causa de Jerusalém. Os árabes
possuem mais de 99% das terras do Oriente Médio, Israel com uma área de 20.000
quilômetros quadrados, tem menos de 1%. Mas, a intenção malévola dos árabes é
tirar de Israel o pouco que ele tem. Onde está a real causa do conflito?
Jerusalém. Qual a real intenção árabe? A destruição do Estado de
Israel e de seu domínio sobre Jerusalém. Isso, porém, é impossível.
3. Restauração
espiritual
Israel hoje
existe como nação soberana - tem sua base territorial, seu governo próprio, tem
vida física, social, política -, mas não tem vida espiritual; continua privada
da comunhão com Deus. Mas esta situação será mudada em breve. A restauração
espiritual de Israel é prevista na terceira fase da visão do vale de ossos
secos - “Então, ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do
homem, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito,
e assopra sobre estes mortos, para que vivam. Profetizei como ele me ordenara, e
o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo
numeroso” (Ez.37:9,10).
Nesta terceira
fase, Israel será, de novo, enxertado na Oliveira, porque voltará a crer em
Deus, aceitando Cristo como seu Messias tão esperado, quando, então, se
cumprirá a profecia mencionada pelo apóstolo Paulo em Romanos 11:26. Isto
somente acontecerá no final da Grande Tribulação, na batalha do Armagedom (cf.
Zc.14:1-9; Ap.19:11-21). Vencido o Anticristo pelo Senhor Jesus na batalha do
Armagedom, Israel, que terá no momento decisivo se voltado ao Senhor e O
reconhecido como o Messias, verá cumpridas as promessas que ainda faltam. Jesus
será entronizado como Rei de Israel, cumprindo-se, assim, a promessa do pacto
davídico de que o reinado da casa de Davi perduraria para sempre sobre a nação
de Israel. Veja a profecia de Ezequiel 37:21-25:
21. Dize-lhes, pois:
Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as
nações para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei
à sua terra.
22. E deles farei uma
nação na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles; e nunca
mais serão duas nações; nunca mais para o futuro se dividirão em dois reinos.
23. E nunca mais se
contaminarão com os seus ídolos, nem com as suas abominações, nem com as suas
prevaricações; e os livrarei de todos os lugares de sua residência em que
pecaram e os purificarei; assim, eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
25. E habitarão na
terra que dei a meu servo Jacó, na qual habitaram vossos pais; e habitarão
nela, eles, e seus filhos, e os filhos de seus filhos, para sempre; e Davi, meu
servo, será seu príncipe eternamente.
Durante o reino
milenial de Cristo, Israel cumprirá o papel de propriedade peculiar de Deus
dentre os povos, nação sacerdotal e povo santo, e tudo isto, como diz Paulo,
“porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento” (Rm.11:29).
CONCLUSÃO
Nem mesmo as diásporas dos judeus e as
constantes perseguições promovidas pelos antissemitas puderam neutralizar as
promessas divinas. Israel sobreviveu a todas as intempéries da vida e existe
como nação soberana desde 1948. Somos a
geração que, após 2.000 anos, vê Israel sendo uma nação e Jerusalém
como sua capital. Satanás odeia a realidade da restauração de Israel como
nação que finalmente receberá Jesus como Messias em Seu retorno, e a nação
que será o quartel-general terreno de Cristo. À medida que nos aproximamos da
Segunda Vinda de Cristo, devemos entender que a fúria de Satanás contra a Igreja
e contra Israel irá crescer exponencialmente. A nação de Israel é o relógio de
Deus. Fiquemos de olho!
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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento).
Ezequias Soares. A justiça divina: preparação do povo de Deus para os
últimos dias no Livro de Ezequiel. CPAD.
J.Kenneth Grider. O Livro de Ezequiel. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Daniel Block. Ezequiel.
Romanos – O Evangelho segundo Paulo.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.
A Mensagem de Romanos. John Stott. ABU.
Maravilhosa Graça. José Gonçalves.
CPAD.
Comentário Bíblico do Prof. Dr.
Caramuru Afonso Francisco. PortalEBD_2006.
Caramuru
Afonso Francisco. A Grande Tribulação. PortalEBD_2004.
Wayne Grudem.
Teologia Sistemática Atual e exaustiva.