2º Trimestre/2015
Texto Base: Lucas 14:25-35
“E qualquer que não levar a sua cruz e
não vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lc 14:27)
INTRODUÇÃO
A escolha dos doze homens para atuar como
apóstolos de Jesus foi um acontecimento central no ministério de Jesus. A
escolha foi feita após uma noite inteira em oração (Lc 6:12-16). Ao amanhecer,
Jesus chamou a si os seus discípulos. Jesus orava a noite toda antes de tomar
uma decisão importante como essa. Ora, se Jesus, sendo o perfeito Filho de
Deus, passou uma noite toda em oração ao Pai, para tomar uma importante
decisão, quanto mais nós, com nossas fraquezas e nossos fracassos, precisamos
orar muito e cultivar uma íntima comunhão com nosso Pai celestial.
Um discípulo era um aprendiz, um estudante. Segundo
Leon L. Morris, “no século I, o estudante não estudava simplesmente uma
matéria; estudava com um mestre. Há um elemento de ligação pessoal no ‘discípulo’
que falta no ‘estudante’. Do grupo maior de adeptos, Jesus escolheu doze. A esses
doze Jesus deu o nome de apóstolos; o termo é derivado do verbo ‘enviar’ e
significa ‘uma pessoa enviada’, ‘um mensageiro’”.
A lista dos escolhidos por Jesus para ser
apóstolos não é muito impressionante do nosso ponto de vista. A maioria deles
deixou pouquíssimas marcas na história da igreja. Jesus escolheu quatro
pescadores (Pedro, André, Tiago e João); um coletor de impostos (Mateus); um nacionalista
extremado (Simão Zelote); Filipe, que às vezes parecia muito difícil de
entender as coisas (João 6:5-7; 12:21-22; 14:8-9); Tomé, que em geral parecia
pessimista (João 11:16; 14:5; 20:24-29); Judas, que o traiu, e; três outros, a
respeito de quem simplesmente não sabemos coisa alguma. É óbvio que Jesus não
levava em conta o sucesso do mundo, a inteligência, etc., como critério
importante para ser útil a ele. Jesus preferia operar, naqueles tempos como
também agora, através de pessoas perfeitamente comuns.
Os escolhidos foram as pedras fundamentais
da Igreja, e sua mensagem encontra-se nos escritos do Novo Testamento, como
testemunho original e fundamental do evangelho de Cristo, válido para todas as
épocas. O Evangelho concedido a esses escolhidos por Cristo, mediante o
Espírito Santo, é a fonte permanente de vida, verdade e orientação à igreja. Isso
prova que as escolhas de Deus são muito diferentes daquelas feitas pelos
homens. Afinal, Ele olha para o interior das pessoas e não para as aparências,
como nós fazemos.
I. O MESTRE
A
ênfase que Jesus deu ao ensino ressalta do fato de em geral ser ele reconhecido
como Mestre. Ele foi mesmo chamado Mestre, Professor ou Rabi; e tudo isto, traz
em seu bojo a mesma ideia geral expressa por Nicodemos quando disse: "Rabi, sabemos que és mestre vindo da parte
de Deus" (João 3:2). Jesus a si mesmo se chamava Mestre, dizendo:
"Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou"
(João 13:13).
1.
Seu ensino. Jesus foi o maior Mestre que já viveu. Sua
missão era instruir aos outros como conhecer a Deus. Sua mensagem principal era
que Deus queria nos amar e nos conhecer. Ele ensinava enquanto andava com os
seus seguidores. Ele ensinava em qualquer lugar e a toda hora — no Templo, nas
sinagogas, no monte, nas praias, na estrada, junto ao poço, nas casas, em
reuniões sociais, em público e em particular. Ele ensinava em sermões, mas
preferia usar uma história ou uma parábola. Mateus diz: "Andava Jesus por toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas deles,
e proclamando as boas-novas do reino..." (Mt 4:23). Toda a obra de
Jesus estava envolvida em atmosfera didática, e não tanto num ar de preleções
ardentes, pois observamos que os ouvintes se sentiam à vontade para lhe fazer
perguntas, e ele, por sua vez, lhes propunha questões e problemas. “As pessoas
ficavam maravilhadas com o ensino de Jesus (Lc 4:22), porque Ele as ensinava
com autoridade, e não apenas reproduzia os que os outros disseram. A natureza
do seu ensino era diferente – era de origem divina (João 7:16)”.
a) O seu ensino é acessível a todo povo. Ao contrário dos “sabichões” da sua época e dos nossos
dias, não queria demonstrar conhecimento, mas tinha por missão fazer com que
Deus fosse compreendido pelo povo. Utilizando-se
de circunstâncias da vida de seus ouvintes, permitia-lhes enxergar as “coisas de cima”, as realidades espirituais
que, se fossem ensinadas em sua profundidade e dificuldade, estariam acima da
capacidade de qualquer doutor, como Jesus deixou claro em seu diálogo com o
“mestre de Israel” Nicodemos
(João 3:9-12).
b) O seu ensino tem uma linguagem acessível, universal. Nunca Jesus fez uso de histórias
fantasiosas, de
coisas complexas, de enigmas que
exigissem capacidade invulgar para decifrá-los. Ele ensinava por
Parábolas, ou seja, Ele revelava verdades
desconhecidas com base em verdades
e fatos conhecidos; eram histórias retiradas do cotidiano, do
dia-a-dia dos seus contemporâneos, cuja profundidade é mostrada com elementos
absolutamente triviais e simples. Ele usava figuras, ou pessoas que todo povo
conhecia, tal como a figura de um Semeador que saiu a semear; da Semente
que caiu na boa ou na terra ruim; de um Pastor que perdeu uma
ovelha; de um Filho que abandonou a casa de seu pai; de uma Moeda
perdida por uma mulher; de um Vestido novo que não podia ser remendado
com pano velho; de um Pescador jogando sua rede para pescar; de um Construtor
que construiu sua casa sobre a areia. Eram dezenas de historias e de
figuras sobejamente conhecidas. Isto é uma eloquente demonstração da “simplicidade
que há em Cristo” (2Co 11:3).
Ao contemplarmos este modelo de ensino de Jesus, devemos sempre
lembrar que na igreja o ministério do ensino deve ser exercido com
simplicidade, pois não será a complicação, a erudição excessiva que conferirá
profundidade ao ensino, e as parábolas são a prova disto. A mensagem do
Evangelho é para todo o mundo, para toda a criatura (Mc 16:15) e, por isso,
temos de usar de uma linguagem facilmente acessível, universal, como eram as
parábolas.
c) O Seu
ensino é completo, ou seja, não se pode acrescentar coisa alguma ao que Ele
ensinou. O que foi ensinado e registrado nas
Escrituras não pode mais ser acrescido nem tampouco diminuído. Tanto assim é
que o Espírito Santo tem por tarefa tão somente nos fazer lembrar o que foi
ensinado pelo Senhor Jesus (João 14:26; 16:13-15) - ou seja, não ensina coisas
novas -, mas tão somente nos revela o que foi ensinado. Por isso, não podemos
permitir “novos ensinos”, “novas doutrinas”, inovações que nada mais são que
“doutrinas de homens” (Cl 2:22) ou “doutrinas de demônios” (1Tm 4:1), trazidos
por pessoas que querem nos desviar do verdadeiro e único Mestre: Jesus Cristo.
Por isso, não podemos crer nestas invenções, uma das principais características
dos dias que antecedem à vinda do Senhor (Mt 24:4,5,11,23-26).
2. Jesus ensinava pelo exemplo. O exemplo é
essencial para que o ensino tenha eficácia, e Jesus foi, em todos os aspectos,
um exemplo como Mestre, demonstrando na prática as verdades que anunciava.
Quando lavou os pés dos discípulos, demonstrou a grandeza do serviço humilde,
pois apenas os escravos lavavam os pés daqueles que chegavam de viagem nas
estradas poeirentas da Palestina. Quando confrontado por seus inimigos em
relação ao pagamento de tributos, pegou uma moeda e deu-lhes uma lição
importante acerca do respeito ao Estado.
Quando vemos os preciosos ensinamentos de
Jesus no sermão do monte, vemos que Ele demonstrou o verdadeiro e profundo
sentido da lei e dos profetas, mas, antes mesmo de anunciar tais lições, fez
questão de afirmar que havia vindo para cumprir a lei (Mt 5:17). Diante desta
afirmativa, não havia como Seus ouvintes deixarem de vincular o que ensinava
com o que Jesus vivia e, ao término do discurso, puderam compreender que Jesus
dava exemplo, vivia o que ensinava (1Pe 2:21-24), daí porque Seu ensino era
“com autoridade”.
“Assim falai, assim procedei”
(Tg 2:12). Na escola secular, o professor pode ser um mero transmissor de
conhecimentos. Na igreja é diferente: o professor tem que ser didático e
exemplar. Ensinar não é passar conhecimento simplesmente por meio de uma aula
expositiva. É muito mais do que isso. Uma lição fica completa quando existe
coerência entre o que é “falado” e o que é “vivido”. César Moisés Carvalho,
pedagogo e autor do livro Marketing para a Escola Dominical, editada pela CPAD,
disse certa vez que o problema de muitos cristãos de nossos dias não é a
ortodoxia – saber fazer o que é certo à luz da Bíblia -, e sim a ortopraxia –
viver aquilo que sabemos ser o certo à luz da Bíblia. Aqui reside um dos
maiores desafios para os que se dedicam ao ensino.
II. O CHAMADO
A expressão "segue-me" é o principal termo para descrever o chamado
para o discipulado (Mc 2:14; 8:34; 10:21). Jesus não chamou os discípulos para
prioritariamente fazerem um trabalho, mas para um relacionamento. Ir a Cristo,
seguir a Cristo, estar com Cristo é mais importante do que fazer a obra de
Cristo. Jesus está mais interessado em quem nós somos do que no que fazemos.
Relacionamento precede o desempenho. A vida com Cristo precede o trabalho para
Cristo. Santidade pessoal precede ministério cristão. Primeiro damos ao Senhor
o nosso coração, depois consagramos a Ele tudo o que temos. Inverter esta ordem
é o mesmo que trocar a raiz pelo fruto, a causa pelo efeito.
1. Jesus chama cooperadores para fazer a sua obra (1). Os evangelhos registram três
ocasiões em que os discípulos foram chamados:
a) A chamada para a salvação. Essa
chamada aconteceu na Judeia e está registrada em João 1:35-51. Jesus chamou André e Pedro e estes deixaram as
fileiras de João Batista e o seguiram. Mas nessa ocasião, eles ainda voltaram
para a Galileia e continuaram com sua atividade pesqueira.
b) A chamada para o discipulado. Essa ocasião é descrita em Marcos 1:16-20, no Mar
da Galileia, quando Jesus chamou Pedro e André, Tiago e João para segui-lo.
Esse é o chamado para o discipulado. Eles seriam treinados para serem
pescadores de homens. Contudo, somos informados em Lucas 5:1-11, que eles ainda
voltaram à pescaria no Mar da Galileia. Foi nessa ocasião que Pedro disse para
Jesus: "Senhor, afasta-te de mim,
porque eu sou pecador". Em outras palavras, estava pedindo para Jesus
desistir dele e buscar alguém mais adequado para a grande missão. Mas Jesus não
desistiu de Pedro.
c) A chamada
para o apostolado. Esse chamado
está registrado em Marcos 3:13-21, quando Jesus separou dentre seus discípulos,
doze apóstolos para estarem com Ele e para os enviar a pregar e expulsar
demônios. Esse foi o chamado para o apostolado.
2.
Jesus chama para o seu trabalho pessoas ocupadas (2). Pessoas escolhidas por Deus para uma missão
especial normalmente não são pessoas desocupadas e ociosas. O trabalho de Deus
exige energia e disposição. O Senhor chamou a Moisés quando ele estava pastoreando as ovelhas no Sinai (Ex 3:1-14).
Chamou a Gideão, quando estava
malhando trigo no lagar (Jz 6:11). Chamou a Amós quando estava nos campos de Tecoa cuidando do gado (Am 7:14,15).
Tirou Davi detrás das ovelhas para colocá-lo
no palácio (Sl 78:70-72). Jesus chamou Pedro
e André, Tiago e João quando estavam pescando e consertando as suas redes
(Mc 1:16,19).
3.
Jesus chama para o seu trabalho pessoas humildes (3). Jesus não foi buscar seus discípulos entre os
estudantes de teologia das escolas rabínicas nem dentre a elite sacerdotal. Nem
mesmo chamou aqueles de refinado saber, ou possuidores de riquezas, mas
recrutou-os das classes operárias, no meio dos pescadores. Deus escolheu as
coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios (1Co 1:26,27).
Os primeiros
discípulos de Jesus não tinham riquezas, fama nem poder. Isso prova que o Reino
de Deus não depende dessas coisas. A causa de Cristo avança não por força nem
por poder, mas pelo Espírito Santo (Zc 4:6). A igreja que começou com poucos
pescadores e espalhou-se pelo mundo, só poderia ter sido fundada pelo próprio
Deus.
4.
O custo do discipulado. Jesus deixa bem claro quais são as
implicações envolvidas na vida daqueles que aceitam o chamado para ser seu
discípulo. Em Lucas 14:25-27 encontramos Jesus sendo seguido por numerosa
multidão. Então, Ele repetiu o que já tinha mencionado em Lucas 9:23-25: “E qualquer que não tomar a sua cruz e vier
após mim não pode ser meu discípulo” (Lc 14:27). Nessas palavras temos o
ápice, a consequência de tudo o que veio antes e de tudo o que viria depois,
pois em Lucas 14:33 Jesus afirma: “Assim,
pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu
discípulo”. O que Jesus quis dizer é que como discípulos Seus, nós
entregamos a Ele a “escritura” de tudo o que possuímos. Deste momento em diante
vivemos conscientes de que somos mordomos do Senhor, e que tudo o que possuímos
pertence a Ele.
Temos que renunciar inclusive o inchaço do
orgulho, a sede de competição, a busca pelos interesses próprios, a segurança
representada pelas posses, pela profissão e pela família, incluindo a própria
vida (Lc 14:26), isto é, pelo estilo de vida comprometido com os valores
terrenos e passageiros. Se temos que renunciar a tudo, então o que é que sobra?
Sobra a cruz, ou seja, a disponibilidade para seguir a Jesus até à morte pela
causa da justiça (Lc 14:27). Não sobra nem a boa fama, pois a cruz era a
sentença para os que ousavam subverter
a ordem criada pelo Império Romano. Jesus morreu como um criminoso.
Essas palavras são duras? Claro que são. Mas
esse é o evangelho verdadeiro. Não é esse o evangelho que temos ouvido e visto
pelos meios de comunicação, que promete “mundos e fundos” que Jesus nunca
prometeu aos seus seguidores. O evangelho verdadeiro exige renúncia!
Você está atrás das bênçãos e das vantagens
que esses benefícios efêmeros lhe oferecem? Ou está disposto a tomar a sua cruz?
Está disposto a sofrer e morrer pelo evangelho, pelo Senhor Jesus? Você está
disposto a seguir a Jesus? Está disposto a continuar seguindo-o? Fez todos os
cálculos? Tem assumido o compromisso com Ele? O que Jesus estabelece como
requisito para qualquer um de nós sermos seus discípulos é a disposição de
renunciarmos a tudo, inclusive a nós mesmos (Lc 9:23,24; 14:27,33). Você está
disposto?
Jesus cita duas parábolas para conscientizar
sobre o custo de segui-lo (Lc 14:28-32). Na primeira parábola, Jesus diz:
“Senta-te e calcula se podes pagar o preço de Me seguir”. Na segunda, diz:
“Senta-te e calcula se pode pagar o preço de recusar Minhas exigências”. A
lição fica clara. Jesus não deseja seguidores que se precipitam para o
discipulado sem pensar naquilo que está envolvido. E fica claro quanto ao
custo. O homem ou a mulher que vier a Ele deve renunciar a tudo quanto tem;
deve considerar tudo como perda por amor a Ele, de modo que possa entrar na experiência
gratificante do discipulado vigoroso. (5)
III. O TREINAMENTO
Os que são chamados à salvação
são também convocados para um treinamento a fim de alcançar outros. Disse
Jesus: "Vinde após mim, e eu vos
farei pescadores de homens" (Mt 4:19). Observe que o tempo do verbo
fazer está no futuro. Seguir a Cristo ainda não é ser enviado; isto vem depois.
Jesus chama os discípulos para a obra, mas antes os prepara para a obra. É
Jesus quem os faz pescadores de homens. Ele é quem os ensina, os equipa, os
prepara e os capacita para o trabalho. Eles deixam as redes encorajados pela
promessa do Senhor de treiná-los para uma tarefa muito superior à que estavam
engajados.
Aqueles discípulos frequentaram
a melhor escola do mundo, com o maior mestre do mundo, sobre o mais importante
assunto do mundo. O ensino de Jesus não era limitado a uma sala de aula. Ele
não era um alfaiate do efêmero, mas um escultor do eterno. Não era um mestre de
banalidades, mas o Salvador do mundo. Ele não apenas transmitia informações,
mas transformava vidas.
Nessa preparação Jesus andou com
os discípulos, comeu com eles, socorreu-os nas suas aflições, exortou-os nas
suas dúvidas, encorajou-os em suas fraquezas. Jesus não apenas os treinou com
palavras, mas, sobretudo, com exemplo. O exemplo não é uma forma de ensinar,
mas a única eficaz.
Simão, o inconstante e covarde,
haveria de tornar-se um intrépido apóstolo. João, o filho do trovão, haveria de
ser o discípulo amado. Aqueles iletrados pescadores haveriam de revolucionar o
mundo. O vaso é de barro, mas o poder é de Deus. Os instrumentos são frágeis,
mas a mensagem é poderosa. Os pescadores são limitados, mas a pesca será
gloriosa. (4)
IV. A MISSÃO
1. Pregar e ensinar. Jesus não chamou os discípulos para o ócio, mas para o serviço.
Chamou-os para um trabalho, um glorioso trabalho: serem pescadores de homens
(Mt 4:19). Chamar os pecadores ao arrependimento e oferecer a eles o dom da
vida eterna é a mais sublime missão que podemos ocupar na vida.
A mensagem que os discípulos
foram desafiados a pregar, não estava baseada em contos humanos, ou em
personalidades importantes que a humanidade já teve, mas sim, exclusivamente,
baseada no que viram e ouviram de Seu Mestre. Teriam autoridade para falar do
perdão, conforme o modelo de perdão que viram n'Ele. Teriam condições de pregar
sobre o amor, porque conviveram com quem era o Amor em Pessoa (1João 4:8).
Teriam liberdade para desafiar as pessoas a entregar suas próprias vidas pelo
Evangelho, com base nas atitudes altruístas de quem deu Sua própria vida por
nós (1Co 15:3). Tratava-se verdadeiramente de uma mensagem “cristocêntrica” (centrada na Pessoa e no caráter de Cristo). E é
exatamente disso que a humanidade necessita ouvir.
Ganhar almas é o maior negócio
deste mundo, o maior investimento. É o mais importante e mais urgente trabalho
que se pode fazer no mundo. Pescar pessoas é arrebatá-los do fogo; é tirá-los
das trevas para a luz, da casa do valente para a liberdade, do reino das trevas
para o reino da luz, da potestade de Satanás para Deus. Engajar-se nesse
projeto deve ser a maior aspiração da nossa vida, o maior projeto da nossa história.
Quem ganha almas é sábio (Pv 11:30). Quem a muitos conduz à justiça brilhará
como as estrelas no firmamento (Dn 12:3).
2. Libertar e curar. A cura divina,
tanto para a alma como para o corpo, é uma promessa advinda de Deus (Mt
8:16,17). A Bíblia Sagrada, tanto no Antigo como no Novo Testamento, mostram
manifestações de Deus em cumprimento a esta promessa divina. Cristo, em
seu ministério terreno, atuou na vida das pessoas curando suas enfermidades (Mt
4:23; 8:16,17). O Senhor também estendeu o ministério da cura divina aos seus
seguidores (Mc 16:16-18; Lc 9:2; Mt 10:8). O cumprimento dessa promessa de
Jesus é testificado no livro de Atos (At 3:6-10; 14:8-10).
Não se pode deixar de valorizar
a cura divina nesta
caminhada da Igreja, porém, deve ter como meta a glorificação a Deus (Mt 28:19,20),
jamais a promoção humana. Portanto, aqueles que pregam a cura divina não podem esquecer que o maior
milagre continua sendo o perdão dos pecados (Mc 2:10-12). Além disso, é
bom saber que nem todos são curados.
Há exemplo na Bíblia em que apenas uma pessoa, em meio a uma multidão, recebeu
essa dádiva, como é o caso do paralítico do tanque de Betesta(João 5:1-8). Isto porque a cura é um ato eminentemente
divino e Deus cura a quem e quando lhe
apraz.
CONCLUSÃO
Jesus chamou doze homens para
estarem com Ele. E não os chamou para um trabalho burocrático ou apenas para
uma posição de liderança, mas, sobretudo para um trabalho de ganhar almas, de
buscar os perdidos, de arrancar pessoas da morte para a vida. Ganhar almas e vidas
para Cristo foi a sublime vocação desses primeiros discípulos.
Lucas relaciona os doze nomes
destacando que Judas Iscariotes se tornou traidor (Lc 6:16). Vemos que até
mesmo entre os escolhidos para continuar a obra de Jesus havia alguém que iria
traí-lo e à sua missão. Devemos, portanto, estar conscientes de nossas
convicções pessoais, e ver se estamos dando continuidade ao ministério que
Jesus nos delegou ou se o estamos traindo, como Judas fez, em troca de bens
circunstanciais. Os rótulos e as aparências não adiantam. Cuidemos para que não
ajamos como Judas agiu!
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Luciano
de Paula Lourenço - Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista
Ensinador Cristão – nº 62. CPAD.
Comentário
Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD
Lucas
(Introdução e Comentário). Leon L. Morris. VIDA NOVA.
Comentário
Lucas – à Luz do Novo Testamento Grego. A.T. ROBERTSON. CPAD
Guia
do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards
John
Vernon McGee. Através da Bíblia – Lucas. RTM.
(1) Hernandes Dias Lopes. Marcos, o
Evangelho dos milagres. Hagnos.
(2) Ibidem
(3) Ibidem.
(4) Ibidem.
(5) Leon L. Morris. Lucas (Introdução e
Comentário). VIDA NOVA.